sábado, 25 de maio de 2013

QUEM TEM RAZÃO: O PROFESSOR OU O VEREADOR?


O professor quer melhoria nas condições de trabalho, busca meios para uma boa qualidade de ensino e de apredizagem. Só isso. É essa a essência da exigência e do querer de quem exerce a profissão de educar as gerações mais novas nesta terra. Só isso. Esse é o ângulo da questão. Se os vereadores, também, defendem a educação de qualidade, nada melhor, porque estão em consonância com o mesmo objetivo da categoria dos professores.

A educação dos dias atuais é por demais complexa e os professores sozinhos não dão conta desta situação, havendo uma necessidade premente da democratização da escola para a participação dos pais, alunos, professores, funcionários e diretores. A gestão democrática é a única saída para esta situação; passando por um processo de aprimoramento, até chegarmos ao ponto de debater e escolher projetos educacionais nascidos nessa base de participação livre e democrática. A construção democrática de um projeto pedagógico para a unidade escolar é um fator decisivo. A escolha democrática desse projeto por quem vivencia a realidade da escola é essencial. Não é sem fundamento que os grandes mestres e pedagogos defendem a gestão democrática como caminho para melhorar a educação. Aí vem o vereador e diz que não é por aí. Já não entendo mais nada.

O vereador é taxativo: “Não funciona a gestão democrática da forma que foi implantada. Sou contra. Declaro meu voto contra; duzentas vezes votarei contra” Com essas palavras fechou qualquer possibilidade de diálogo, ao tempo que disse: “Diálogo tem que ser feito pela qualificação dos diretores, podemos fazer educação com qualidade com capacitação de diretores e professores”. Demarcou os meios e os fins.

Está resolvido. Educação de qualidade por decreto. Quem está nesta área sabe que não é por aí, além do mais as justificativas do vereador são corriqueiras: “Vi o fracasso que foi durante esse período de gestão democrática; a farra que foi com diretor liberando professor sem botar falta porque precisava de voto para a próxima eleição; dinheiro público era gasto com farra dentro de um colégio, uso de drogas, bebida alcoólica, tenho a filmagem.” Isso não é uma característica do diretor eleito, poderá acontecer com qualquer tipo de diretor: eleito, indicado, sorteado, apontado, caído do céu, etc e tal.

O vereador sem querer dizer o que quer realmente, fica naquela situação desconfortável e argumenta: “Não sou contra o processo democrático, sou contra a forma que tem e que foi instaurado e que negou e cortou o direito do executivo punir os irresponsáveis.” A eleição de diretor não dá direito ao diretor roubar o dinheiro da escola, ele não possue imunidade e está sujeito aos agravos da lei.

A categoria dos professores não tem dúvidas: o ensino de qualidade passa pela escolha democrática da direção da escola e de um projeto pedagógico. O governo de Diomário avançou nesse sentido. Não há dúvida quanto a isso. O vereador continua na dúvida e diz: “Sou a favor que as indicações sejam do quadro, agora tem que ser indicação do gestor (prefeito) que vai indicar professor concursado para ser o gestor escolar e que não se comprometer com a comunidade escolar (professores).”

O diretor por melhor qualificado que seja se não tiver apoio dos segmentos que fazem a escola na construção da atividade educativa não alcançará grandes resultados. A escola tem que evoluir tendo por base um projeto pedagógico participativo na construção e na execução. Isso é fato vivenciado na prática por que tem como profissão ser educador. Se indicação fosse a condicionante bastaria indicar os melhores pedagogos para dirigir as unidades escolares e estaríamos no paraíso. O problema é complexo e sem a participação e parceria dos segmentos que vivenciam e fazem a escola não haverá melhoria na educação. O diretor indicado não tem possibilidade de fomentar essa elaboração por falta de envolvimento e de legitimidade para tal construção. A gestão democrática na prática é um processo de aprimoramento, de desenvolvimento e sua tendência é evoluir como modelo participativo, e assim deve ser.

O vereador corrigindo uma fala equivocada de outro vereador, citou:” LEI não tem jeito, LEI se cumpre, é LEI, é indicação e quem fez foi o vereador Jaildo. LEI é para se obedecer.” Outro vereador citou: “ É LEI votada por esta casa e que o prefeito não pode fazer nada, não pode encaminhar um novo projeto e revogar esse projeto, que tem um ano de prazo, se for feito vamos provocar uma questão jurídica”.

Chegou onde o vereador queria: "VAMOS OBEDECER A LEI." Não conheço o texto da LEI, mas suponho que a LEI deve sacramentar que DIRETOR DE ESCOLA é cargo de confiança do EXECUTIVO.

Estou querendo entender: a LEI coloca o cargo de Diretor das Escolas como cargo de confiança. Não é isso? Confiança de quem? Do Executivo ou do Legislativo? A LEI deve ser clara: do Executivo o prefeito indica; do Legislativo os vereadores indicam.

Não é assim? LEI é para ser obedecida. Essa LEI determina o loteamento das escolas entre os vereadores? Se não tem isso, os vereadores não devem burlar a LEI, que foi feita para ser obedecida. Em que artigo da Lei consta que são os vereadores que têm que indicar os diretores? Eu só quero compreender essa LEI, porque a LEI tem que ser obedecida até pelos que a fizeram.

Se a LEI reza que é o Executivo quem indica os seus cargos de confiança, por que os vereadores não querem respeitar a LEI que eles fizeram? LEI se cumpre. Por que os vereadores não querem cumprir sua própria LEI? O prefeito fazendo indicações é cumprir a LEI. Tem algum artigo que diz que vereadores indicarão os diretores de escola como o único direito do vereador: fazer indicações de cargos? Se não tem nada disso, o Legislativo está usurpando a LEI, ou eu estou enganado?

Se não tem nenhum artigo falando em nomeação por vereadores, não dá para entender a lista das escolas em mãos de vereadores para indicarem os diretores e vices. Vamos obedecer a LEI. Os vereadores não podem ludibriar a LEI, com armação sub-reptícia e vegonhosa, porque o fundamento essencial de quem faz a LEI é obedecê-la, até por descarrego de consciência e não ser demagogo e incoerente.

Está nas mãos do prefeito do PT, Ademildo Almeida. A LEI permite que o gestor faça as indicações para os gestores das escolas dentro de sua lógica e de sua consciência para objetivar o ensino verdadeiro e da boa educação. V. Exa. já foi professor e conhece o valor da educação de qualidade e voltada para a liberdade humana. Tem momentos em que a pessoa não pode enganar a si próprio e a sua história. Prefeito Ademildo Almeida, do PT, não seja “um boneco ventríloquo” para sancionar listas de diretores confeccionadas por vereadores em cima da perna, sem critério, sem responsabilidade e no provimento do interesse pessoal.

Quero parabenizar ao presidente da Câmara de Vereadores de Ipirá, Aníbal Aragão, que demonstrou elegância, maturidade e espírito democrático quando acatou e permitiu a apresentação teatral e a manifestação da categoria dos professores no seu espírito de liberdade e respeito, desta forma, contribuindo para que tenha acontecido uma das reuniões mais calorosas, palpitantes e vivas na Casa da Cidadania de Ipirá.

Sem desmerecer ninguém, eu acho previdente as colocações do vereador Deteval Brandão, quando afirma que: “O diálogo não está fechado com a APLB, que é momento de ouvir e conversar, que existem pressões políticas, mas que não tem nada definido e que não houve nenhuma indicação ainda.” É uma posição coerente, porque o que está em pauta é a educação de jovens e adultos em Ipirá, que merece ou não ter uma educação melhor para sua juventude? Eis a questão.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

ABRAÇO DE TAMANDUÁ.


O prefeito de Ipirá, Ademildo Almeida, do PT, estava sendo ameaçado de afastamento pelos vereadores, mesmo sem haver indícios relevantes e consistentes. O prefeito ficou receoso e temeroso com o fato, não pensou duas vezes, ajoelhou e rezou na cartilha dos vereadores. Foi escancarado o “trem da alegria” na área da educação.

O prefeito Ademildo, do PT, mostrou o lado doca; demonstrando uma fragilidade gritante e os vereadores ficaram robustecidos e confiantes diante de um prefeito que não segura com firmeza qualquer posição ou decisão tomada, estribuchando-se num vai-e-vem constante. Os vereadores sabem que o prefeito não governa com minoria na Câmara e saíram na correria para arranjar diretor de escola. É um “Deus nos acuda.” É uma verdadeira farra.

Teve vereador oferecendo diretoria de escola a migué, chegando ao ponto de telefonar para uma pessoa e perguntar: “Você não quer uma diretoria de escola?” e o indagado respondeu: “Não, obrigado! É uma questão de princípio.” Esta conversa foi e está gravada no celular. É um leilão ou um cabide de emprego? É isso que é justo e que está correto, prefeito? É por aí que deve caminhar a educação de Ipirá? É esta a solução para uma educação de qualidade? O que vai melhorar na educação de Ipirá com esse festival de ofertas, parecendo uma liquidação comercial?

O prefeito Ademildo cedeu. Interessante é que as causas do provável afastamento não desapareceram num passe de mágica, continuam no mesmo patamar, embora engavetadas, para o próximo ataque. O prefeito poderá virar refém da Câmara, a não ser que ceda, ceda, ceda cada vez mais, justamente naquela questão que ele faz questão de dizer que não cederá por hipótese alguma. Vá devagar prefeito que o rei do jogo de xadrez poderá virar o cavalo da grande batalha.

Não importa que a educação seja prejudicada. O que vale é o interesse eleitoreiro dos vereadores, que têm que garantir salários para cabos eleitorais que defendam seus interesses nas escolas. Para onde vai um troço desse? Esse troço que estou falando é a educação das crianças e jovens de Ipirá.

Com tudo isso e por tudo isso, o município de Ipirá é o grande derrotado; tristemente derrotado. É justo que Ipirá não tenha maca, ou lençol limpo, ou remédio no hospital, mas que na campanha eleitoral o dinheiro público saia pelo ralo para bancar o candidato oficial do grupo que está no poder? É justo isso?

É justo que o grupo que está fora do poder, e até mesmo o que detém o poder, tome dinheiro emprestado para bancar suas candidaturas e depois, o eleito, se ache no direito de tirar o dinheiro da prefeitura para cobrir o que gastou na campanha? O dinheiro público paga a eleição antes e depois. É justo isso? É justo parar o município por seis meses para pagar o dinheiro emprestado da campanha? É justo que o cidadão ipiraense pague IPTU para que esse dinheiro seja reembolso de campanha? Esse é o grande mal-estar dessa terra. É assim que Ipirá é estuprada.

É justo que o dinheiro público de Ipirá seja fatiado entre espertalhões do grupo político vencedor, seja lá quem for, enquanto o município está atolado na seca e no empobrecimento? Vou fazer um Raio X para você entender essa engrenagem. A prefeitura é uma fazenda que não tem tempo ruim, ou seja, não tem seca. A prefeitura tem 18 filés-mignon, falando em português, o melhor quinhão, o mais desejado e apreciado. Têm uns 50 macacos e uns 50 jacus que matam o pai e a mãe por um filé desse. Toda briga politiqueira de Ipirá está em torno disso. Quem vai “comer”, “papar”, “mamar” esse filé?

Vamos ao filé: (vou colocar meus valores para ver se a transparência tem a coragem de divulgar o valor real) 1. Contrato para coleta do lixo, 250 mil reais/ mensal – 2. Contrato da informática, 900 mil reais/ anual (quase passa) – 3. Contrato do transporte escolar, 250 mil reais/mensal – 4. Locação de carros, 30 mil reais/mensal – 5. Aluguel de casas, 50 mil/ mensal – 6. Contrato gasolina, 1 milhão/ anual – 7. Segurança eletrônica, 84 mil reais/ anual – 8. Segurança particular, 60 mil reais/anual – 9. Contrato de remédios, 1 milhão/ anual – 10. Empreiteiras, 500 mil/ mensal – 11. Fornecedores: Supermercado, 140 mil/ mensal – 12. Material de Construção, 300 mil/ mensal – 13. Frigorífico, 80 mil reais – 14. Papelaria, 40 mil/ mensal – 15. Publicidade e Marketing, 800 mil/ anual – 16. Contratar bandas São João, 60 mil/tarefa – 17. Contrato Programa de Rádio, 120 mil/ anual. 18. Carro-pipa 150 mil reais/ mensal (temporário)

Agora é a vez da macacada. A jacuzada fica arruinada para desbancar a macacada e chegar a sua vez de dividir o bolo. Não tem santo. Essa é a elite de espertalhões que briga pela prefeitura e que lucra com a politicagem de Ipirá. São os marajás que são os grandes beneficiados com a politicagem desta terra. Basta que algum prefeito mal intencionado coloque 10% de comissão/mensal para sair abarrotado. Ainda bem que isso não acontece em nosso município, porque todos os prefeitos de Ipirá saíram pobres e lisos. Não é átoa que essa gente se envolve na campanha, é tudo “por amor a Ipirá.”

Entre os assalariados também tem seus marajás. Um casal de médicos na condição de lideranças e filiados ao grupo percebem 30 mil cada/ mensal – 60 mil os dois. Os médicos da jacuzada estão esperando a sua vez de pegar essa bolada, basta colocar os macacos para fora. Tem mais marajá: Assessor Especial Técnico em Planejamento, 60 mil/ anual. Esse é uma espécie de químico em conta de prefeitura. Veja que nome de marajá bonito: Mestre em Saúde Coletiva para Acompanhamento e Assessoria em Programas e Projetos junto à Secretaria Municipal de Saúde no período de 26/3 a 31/12/2013, valor 24 mil reais, prazo 26 dias. É assim que o sistema rumina seus apaniguados enquanto o município está entregue ao descaso, com ruas sujas, obras mal feitas, hospital sem coisas básicas, educação de faz-de-conta, a miséria se alastrando. Quer mais do que isso?

Ah! Sim! A fazenda que não tem tempo ruim, também tem o seu lado chupa-molho: são os trabalhadores que ganham o salário mínimo e aqueles profissionais que estão com os salários defasados. Pena que o vereador Arnor do Sindicato, do PT, ainda ache que o prefeito Ademildo, do PT, vá governar ouvindo as organizações sociais porque ele deu a sua palavra na posse. O Sistema, meu nobre vereador, não vai deixar. A APLB que o diga. Ipirá é quem perde.


sábado, 18 de maio de 2013

Bahêaaaa versus Esporte Clube Ipirá.


Ipirá precisa do teu olhar e não sabe como atrair tua atenção. Coisa tão difícil para uns, fácil para outros. O Esporte Clube Bahia está em crise! É um tormento. O mundo desabou. É protesto em cima de protesto. Parece que o mundo ficou pelo avesso. Uma derrota de sete é insuportável e dolorida. Dolorido vira “bicho-brabo” e geme.

Ipirá está em crise! É um tormento silencioso. Cada qual viva e rumine o seu martírio. Tudo perfeitamente dentro da ordem do universo. É a letargia que revira o “brabo-bicho”. O ser humano é sui generis.

A crise no município de Ipirá tem origem: está no tempo; na secura do tempo, que seja bem dito. Já devíamos ter aprendido essa lição. O catingueiro conhece isso de sobra, está acostumado e amansado. A estiagem está aí, persiste por cinco anos seguidos. O ano da seca fica mais longo, demora mais e consome mais. As trovoadas não tiveram a sequência necessitada e precisa.

As trovoadas vieram no início de novembro; boas e providenciais chuvas, mas vieram e sumiram. Naquele instante fizeram águas e alimentos para o rebanho. Com o sumiço e o sol escaldante, o rebanho voltou a sentir a escassez de comida. As chuvas de inverno são insuficientes para fazerem comida brotar do solo com fartura. A famigerada e conhecida seca continua; a previsão de chuvas é para novembro; notícia nada alvissareira. A seca tem continuidade com fome de carcaça de gado.

A seca estende suas presas sobre o município e trava; nesse entrave, atravanca e impede que o município tenha qualquer crescimento. Ipirá está paralisado e em crise. Sua profundidade atinge, em cheio, o setor produtivo do município. Qualquer município sem produção já era, ou melhor, já foi para o beleléu. A crise de Ipirá é profunda e tem o impacto estremecedor de filme de terror. É a vertigem do moribundo em pleno leito do desespero. É a esmolaria com a cuia na mão em busca de cartão virtual de algum programa.

A quebra do setor econômico produtivo rural atinge a economia como um todo. A tabuada de Aritmética é simples e exata: 2+2=4; todo mundo entende. Um pacote de feno estava sendo vendido no chiqueiro das ovelhas, esta semana, por R$ 14,00. Uma vaca alimentando-se só para subsistir come um fardo por dia, custo de 14 reais; em um mês 420 reais; dois meses 840 reais; em três meses R$ 1.260,00. A vaca que custava R$ 1.300,00, hoje custa 650 reais. Multiplique por 10 cabeças. Multiplique por 100 reses. Essa é a matemática do esgotamento, do fracasso e da falência.

A crise atingiu o município de Ipirá em cheio. Sem recurso para manter o gado o produtor fica sem saída e entra em desespero. A falência do pequeno produtor é a vereda mais próxima. Ipirá está com a faca no pescoço em processo de inanição. Gado fraco, sem comprador deprecia o preço. Não tendo comprador, manter gado fraco com ração, custo elevado; fica inviabilizada a pecuária de Ipirá. Carimbo batido: zona rural inviável, a cidade que se cuide.

Não tem município que sobreviva sem um setor produtivo forte e alvissareiro. Em Ipirá são 6.813 propriedades rurais sem auto-sustentabilidade, mergulhando no caos. As unidades de produção na zona rural estão deficitárias e sem recursos. Ipirá mostra suas entranhas com necroses econômicas e chagas sociais.

O poder municipal em Ipirá é um poder oligárquico (poder de grupo / familiar) apoiado e sustentado nesses setores de proprietários rurais. Esse poder oligárquico não dispensa a atenção necessária para o atendimento às questões vitais da zona rural. Cada seca retrata o nosso bendito reino de necessidade. Os proprietários rurais dão apoio maciço e irrestrito às oligarquias que dominam o município e que pouco realiza em benefício de economia rural produtiva de Ipirá.

É triste, mas é relevante atiçar as memórias dos ipiraenses para o papel maciço e inoperante da gestão oligárquica na questão da zona rural. O governo Antônio Colonnezi não disse para que veio, foi mais irresponsável do que se imagina, construiu um matadouro sem planejamento, completamente improvisado e que nunca funcionou. Da gestão do prefeito Luís Carlos 500 obras no tempo do Brasil 500 anos; ah, se fosse verdade! Estaríamos na beira do céu, porque com esse governo o matadouro de Ipirá não deu cabo de um garrote. Estaca zero. Em seguida, vem o débil governo de Diomário, precário nas obras, previdente nas obras “meia-boca” e mergulhado no lamaçal da Assistência Social, não teve a vergonha de construir um ridículo chiqueiro para vender animais e o matadouro continuou abatendo o que abatia antes: nada.

As administrações das oligarquias ipiraenses (jacu/macaco) desonram e envergonham essa terra. Perambulam pela periferia dos problemas, com remendos e arremedos de obras na zona urbana. Dão a entender que quantidade de obras é o objetivo demarcado; não atacam os problemas pelo ponto essencial, vital, substancial, necessário e inevitável para fazer Ipirá progredir por conta própria e com os calos de suas mãos. Empurraram Ipirá para o buraco.

O município de Ipirá está nas mãos do vice que virou prefeito, Ademildo Almeida. Sua administração herdou uma herança riquíssima, afortunada e soberba das oligarquias ipiraenses: a irresponsabilidade de Antônio Colonnezi; o engodo de Luis Carlos e o descaso de Diomário. Agora é sua vez de conduzir os destinos do município.

O problema da zona rural como um todo, não por atacado e olhando só para o assentamento, passa por atender as suas necessidades: água (perenizar rios e grandes e médios açudes), transporte (estradas vicinais adequadas), logística (matadouro e parque de vendas), produção (orientação técnica), sem palma forrageira não se cria no semi-árido, esse é o bê-a-bá do produtor. Ficar atento a isso é melhor do que fazer reforma “meia-boca” de um milhão nas praças de Ipirá, como fêz a administração passada. Sabemos que o prefeito Ademildo está preocupado com o São João, mas depois, quem sabe! Se o prefeito não passa a se preocupar com Ipirá! Com a Ipirá falida. E você?

sábado, 11 de maio de 2013

A TRISTE SINA DA MACACADA.


O JOGO POLÍTICO. Quem está administrando Ipirá: é a macacada ou o modo petista de administrar? A prefeita Ana recebeu a votação de parcela do povo de Ipirá, foi eleita e renunciou. O vice Ademildo Almeida sem receber votos virou prefeito. Chegou ao poder municipal rebocado. O prefeito tem esse desconforto e vive uma baralhada do cão pelo fato de não ter a legitimidade de votos, daí ter uma necessidade urgente e vital de forjar um agrupamento leal que o respalde. Eis o dilema do prefeito.

Dentro da legalidade, mas sem a legitimidade necessária da votação, o prefeito ressente da falta de respaldo e apoio político das lideranças da macacada e de um grupo que lhe seja fiel. O prefeito sente que tem que ter um grupo sob sua batuta. Visualiza com inteligência esse problema e estabelece como sua meta política a articulação desse grupo. Como conseguir isso? Da jacuzada é impossível; desde quando, esse grupo conseguiu ficar em pé de igualdade eleitoral com a macacada e criaram uma perspectiva de visibilidade de poder. Só resta a macacada. E por que não? O prefeito Ademildo tem que sangrar e arrancar fatias da macacada para se consolidar como líder, nem que crie áreas de conflitos. Esse é o dilema da macacada.

O prefeito perdeu a maioria na Câmara de Vereadores. Os vereadores de oposição prometem novidades para esta semana (13/05). As lideranças macacas deixaram o prefeito entregue à própria sorte, que ele se vire no birro trinta e o prefeito deixou essas lideranças a ver navios, não os escuta para nada. O poder oligárquico vai-se escorrendo e concentrando-se no prefeito, que arcará com todas as glórias, inglórias e riscos. Para não ser incomodado, basta tratar o líder Antônio Colonnezi a “pão e ló”. Que triste destino é esse da macacada!

Desamparado pelas oligarquias, o prefeito petista vê como tábua da salvação o apoio absoluto, irrestrito e incondicional do governo estadual, com base na tese do alinhamento municipal, estadual e federal. Faz um esforço danado para alinhavar esse apoio. Até o momento, as reivindicações do prefeito não tem tido a ressonância desejada junto ao governo estadual, que demarcou a Bahia com a política de territórios. Um impasse. Ipirá não tem organização e articulação para transitar com desembaraço neste espaço. Perde para Pintadas. Além do mais, não existe nas políticas públicas estaduais à nível macro um projeto que atenda às grandes necessidades e alavanque Ipirá para o desenvolvimento. Estamos incrustados na área de atendimento ao assistencialismo. Ipirá está entregue aos seus e à própria sorte ou então vamos ficar olhando para o alto e aguardando a boa vontade do governador.

O JOGO ADMINISTRATIVO.   O objetivo do projeto da macacada para Ipirá é transformar este município num pólo regional. Como? De que forma chegaremos lá? Que fazer? Concretamente, sem virtualismo, como atingiremos esse patamar de pólo regional? Esse é o dilema do desenvolvimento de Ipirá.

O dilema político leva ao embaraço administrativo. O político trava o administrativo. Aí o gestor municipal sonha e quer que a população acredite no seu devaneio. No querer do prefeito, Ipirá será um pólo na região. No seu querer súbito, Ipirá já chegou lá: terá ruas asfaltadas; asfalto em algumas estradas rurais; hospital com UTI; SAMU funcionando (são oito meses na garagem sem utilidade); universidade (festa com universidade aberta – são três para ficar uma: Recôncavo/UNEB/Chapada); Banco do Nordeste (até o momento não encontrou um local em Ipirá, é bom frisar, vai perder por não ter um local em Ipirá!); Matadouro para bovinos (uma herança de vinte anos). Concretamente, nada. Palpável, nada. Perceptível aos sentidos, nada. Um rosário de promessa. Querem que o povo de Ipirá acredite em promessas. Inverte a significação tradicional da administração que atende às necessidades reais do município e sua gente com ações efetivamente reais para o que falam em suas determinações e querem que a população acredite.

A gestão pública está imobilizada e imobilizando-se. Procura suspirar com promessas. As realizações são contingenciais e recorrentes. Com reparos a calçamentos buscam recuperar obras “meia-boca” do prefeito Diomário. A lentidão é uma marca inexplicável, dois meses para fazer um passeio na frente da Montessori. A demora para fazer um calçadão num beco. A indecisão para abrir uma rua. A imprecisão no fechamento das licitações. A falta de transparência quanto aos gastos públicos com o São João. O paradeiro inexplicável do município. Os gastos da campanha não deixam de ser uma dor de cabeça. Só para a boca de urna foram mais de duzentos mil reais que a macacada tomou emprestado para cabalar votos. Quem pagará a conta? É uma injustiça imensa, brutal e leviana colocar essa conta nas costas do município. Esse é um grande dilema da macacada: gastou tanto dinheiro para deixar o poder com um petista. Que sina é essa da macacada?

O líder dos macacos recebeu um presente na Assembléia Legislativa do Estado. Uma mão lava a outra. Também cabe: é dando que se recebe. 2014 teremos eleições para governador e JW precisa eleger seu sucessor. A administração do prefeito querendo receber obras do Estado para o município. As coisas não se encaixam. O gestor confia desconfiando na macacada, traz a companheirada de fora. Enquanto tudo isso acontece, o município de Ipirá entra em crise econômica profunda e jamais vista, com a quebra da produção rural e talvez, a falência da zona rural.

O gestor municipal quer ser o “Salvador da Pátria” porque pagou o transporte do milho da Conab. A administração local quer propalar que atende, que atua e que dá apoio aos produtores rurais de Ipirá. Longe disso, prefeito! É aí que mora o perigo, o engano e a enganação. Essa questão é o câncer maldito que as administrações de mais de 60 anos, do jacu e macaco, deixaram como herança para seu governo. Nunca fizeram um matadouro, nem um parque de vendas de animais neste município, deixando a produção rural de Ipirá entregue à própria sorte. Nenhuma administração irá transformar Ipirá em pólo regional, nessa sistemática e condição de município que não produz nada na sua principal atividade econômica, que é a pecuária. Não tem milagre; é ledo engano.

E aí, os adeptos do prefeito entram em desespero: “vamos ter paciência com a administração, gente! Não tem cem dias ainda!” e vão mais longe, “essa administração em dois meses já fez mais do que quatro anos da administração passada”. Aí é complicado. Está virando uma questão de crença. Diz o gestor: “Vamos fazer tantas obras, que não vamos ter tempo para inaugurá-las. Nossos adversários não perderão por esperar.” A população de Ipirá espera e aguarda.

O município de Ipirá não é uma questão de acreditar ou deixar de acreditar. Ipirá é um município complexo com seu bolsão de miséria e complicado com sua política oligárquica. Não é a mesmice administrativa que tirará Ipirá dessa situação, muito menos a vontade abstrata. A questão passa por ter um projeto claro, definido e real para o município, senão vamos ficar na eterna fixação de que estamos vivenciando a melhor administração de todos os tempos e atolados na eterna ladainha de sempre: propaganda, propaganda, propaganda e a população ouvindo “Ixagerado”. Se a administração atual não abrir os olhos, o povo de Ipirá não estará a inquirir a melhor administração, mas a mais desastrosa. Ainda bem que está só no começo.

sábado, 4 de maio de 2013

ADAB, SAVAK, TONTON MACOUTE na fogueira... do São João!


Feira livre em Ipirá, 5:30 h da manhã, a ADAB guarnecida pela gloriosa Polícia Militar apreende duas caçambinhas de galinha abatida na porta do Centro de Abastecimento. Algumas pessoas mais exaltadas começaram a protestar contra a ação. Um protesto insólito e meio tímido contra o prefeito e a polícia: “Por que vocês não vão prender os ladrões?” E mais coisas do gênero. Eu vi e presenciei os fatos.

Não presenciei, mas soube, que a diligente ADAB, guarnecida pela polícia, tomou galinhas caipiras e ovos de pessoas do campo. Indignado, procuro compreender. Uma senhora, produtora da agricultura familiar, traz uma galinha e duas dúzias de ovos para comercializar na feira de Ipirá. Agentes da ADAB saltam à sua frente; ela deve pensar: “Lá vem quatro freguês!” Os agentes tomam sua frente e gritam: “ Você não sabe que é proibido esse tipo de venda? Sua mercadoria está presa.” A produtora sem entender nada fica assustada e amedrontada com aquela situação, ao tempo que, sente um alívio quando vê a polícia e deve ter pensado: “Vou dá queixa na puliça contra esse desaforo.” A metralhadora apontada em sua direção e a autoridade bradando: “Fica onde tá, prá não ser pior.” Levaram a galinha e os ovos. Fizeram justiça. Lembrei-me de Vidas Secas de Graciliano Ramos. A opressão tem seus grilhões de ferro contra o catingueiro simples e humilde. Cometeram uma injustiça.

Alardeiam que são defensores da agricultura familiar e de seus produtos. Galinha, ovos e ovelha são produtos da agricultura familiar. Se esses produtos são interditados e perseguidos trata-se de um ato deliberado e evidente contra o produtor da agricultura familiar. Qual é o crime em vender uma galinha caipira na feira de Ipirá? Uma pessoa quando traz a sua produção para vender na feira não faz isso por pura brincadeira, é uma questão de sobrevivência e sustento da família; de obter dinheiro para adquirir a farinha e o pão para manter os filhos. É a procura de dignidade, mesmo em condições duras e difíceis. A sobrevivência em Vidas Secas é precária.

Tomaram galinhas abatidas, galinhas caipiras e ovos. Foram insensíveis, duros e desumanos. Atacaram na surdina e na espreita. Não perdoam e não dão a menor chance. São implacáveis. Sua Justiça é implacável. Quando ocorre, já tornou-se fato corriqueiro, de um bacana meter a mão no dinheiro público, seja na esfera municipal, estadual ou federal, essa Justiça tenaz, grandiosa, implacável, se embaraça, faz vistas grossas, fica míope, vira uma lesma, não consegue confiscar o que foi surrupiado, não consegue tomar o que foi roubado de forma provada e comprovada. Deixa cair a máscara. Quando é um catingueiro pobre, gente simples e humilde do semi-árido, a justiça dos poderosos agiganta-se, vira um bicho feroz, rouba, espezinha e humilha; subtrai a produção desse sertanejo pobre e não faz questão de querer entender a vida de sofrimento e de dificuldade do catingueiro. Não consegue repatriar os desvios públicos dos engravatados, mas apreende com ferocidade a produção do catingueiro simples. Não recupera um roubo do graúdo, mas rouba a produção do pequeno. A sobrevivência em Vidas Secas é cruel para o catingueiro pobre.

Que seja mentirosa essa análise tão quão à verdadeira situação que querem jogar o município de Ipirá, que tem que matar boi em Feira de Santana; ovelha em Pintadas; quiçá, galinha em Baixa Grande, pois que, há de persistir a falta de um matadouro e abatedouro por estas bandas e a notável ADAB insiste em não querer tomar conhecimento do fracasso administrativo dos jacus e macacos nesta bendita terra e esta ADAB na sua ação nefasta contra a gente pobre e trabalhadora deste Ipirá mantém insistentemente sua tarefa de tomar balanças na zona rural e galinhas abatidas e vivas para povoar o galinheiro do governador no palácio da Aclamação ou de Ondina. Observem como a mentira prolifera. A minha e a dos outros.

O poder público municipal tem que agir para resolver o problema em benefício de Ipirá e de sua gente. Não se vende nada no Centro de Abastecimento de Ipirá toda semana, exceto às quartas-feiras, o dia da feira livre. Os balaeiros sobem para o centro da cidade, onde é proibida a venda. O impasse está criado. A tarefa é revitalizar o Centro de Abastecimento de Ipirá. Não tem outro caminho, apesar de difícil e complexo.

Conversar com os feirantes do Centro é imprescindível, ouvi-los se configura na única saída. Contratar, com dinheiro público, milícia para ir de encontro aos trabalhadores pobres do Centro de Abastecimento com ameaças: “Saiam de baixo que eu vou chegar arripiando!” e mesmo, com pancadaria, não representa uma saída viável, pois de repente o poder público municipal estará estabelecendo em Ipirá uma Savak, a temida polícia do regime de Reza Pahlavi no Irã, ou mesmo, uma abominável Tonton Macoute, uma gorilagem do ditador do Haiti, François Duvalier, o “Papa Doc”, que não serviram para nada, a não ser estabelecer um braço fascista no poder das duas ditaduras. Exemplos nefastos não devem ser seguidos. Segurança Pública é uma obrigação do Estado. Abra os olhos, prefeito petista!

Nesse vexame todo, a Prefeitura Municipal solicita que os comerciantes de Ipirá ajudem a bancar os festejos de São João. O comércio de Ipirá vive também a sua crise, talvez a sua grande crise num município que não tem produção rural e que vive dos proventos do INSS, ou seja, das aposentadorias. A politicagem e os interesses do jacu e do macaco têm atolado o município de Ipirá. O dinheiro público tem sido a “galinha de ouro” de vários grupelhos organizados dos macacos (porque é a bola da vez no poder), que querem meter a mão nesta grana de qualquer jeito e de qualquer maneira. Tiraram a banda de 80 mil reais, mas a comissão dos intermediários entre o Poder Público e a Empresa de Irecê é intocável e sigilo absoluto, coisa que a população não pode ficar sabendo por nada neste mundo e o comércio ainda tem que gemer na gemedeira.

O gasto da campanha? Quem vai pagar esta conta, ainda pendente? Para a boca de urna no sábado da eleição foram tomados emprestados mais de 200 mil reais. Quem vai pagar esse empréstimo? Qual é o município que agüenta um saque desse porte em suas contas para atender aos interesses politiqueiros de grupos que atuam no sistema perverso do jacu e macaco? E o comércio tem que ajudar a bancar o São João, porque o município, coitadinho, não tem dinheiro!

O maior devedor de impostos em Ipirá é essa tal de Empresa de Cooperativa de Transporte, que ganhou tubos de dinheiro em Ipirá sem colocar um só ônibus e deixou um rombo na receita pública. Coisas do prefeito Diomário. Por isso que esses grupelhos de macacos que atuam nas licitações querem as linhas do transporte escolar, mesmo sem ter ônibus. Com quanto essa empresa vai contribuir para o São João? Com quanto a Bahiatursa contribuiu para o São João de Ipirá? E o comércio de Ipirá ainda tem que ajudar para se fazer um São João em Ipirá! Seria melhor chamar a ADAB, pelo menos a galinha caipira estaria garantida.