sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

TEM MESMO?


Em Ipira, aconteceu uma abertura solene e aula inaugural, que foi algo magnífico, “que nunca, em tempo algum tinha acontecido nesta terra,” esse é mais ou menos o tom. O que surpreende e muito, é que algo tão magnífico, de uma grandiosidade ímpar e uma conquista de alta envergadura do Poder Municipal e lá, naquele momento solene, não estavam presentes: o governador, o reitor da UFRB, o deputado federal Afonso, o deputado estadual Jurandy Oliveira, Diomário, Antônio Colonnezi e não tinha o povo de Ipirá. A ausência deixa dúvidas em relação a uma amnésia generalizada; ou a uma falta de convite, seria um lapso do cerimonial; ou talvez, porque são sabedores que antes de ter qualquer grau de magnificência é muito mais um grau contaminador de soberba e capricho. O certo é que, deixando essas dúvidas de lado, nenhum deles prestigiou esse momento histórico, mas lá, estava o prefeito em sua impávida caminhada particular e personalista.

Ipirá tem necessidade de uma universidade pública, presencial e de qualidade. Todo ipiraense concorda com isso. O problema maior é que as políticas públicas do Estado são canalizadas em outras vertentes e Ipirá não consta como prioridade por estar perto de Feira de Santana. Esse é o problemão. Como sair disso?

No tempo do prefeito Luís Carlos, ele achou um meio para resolver o problema. Conseguiu um curso de extensão da Uneb para Ipirá e a tropa dele fazia questão de dizer que Ipirá ganhou uma universidade. Dois anos depois, acabou o curso e acabou a universidade. Era uma mentira deslavada. Ipirá não tinha universidade, era um curso com valor equivalente a nível superior, mas indubitavelmente um curso de extensão e não uma universidade e quando o curso (só dois anos) acabou a universidade se picou, foi pra p. q. p. e ficou o oco no município. Ipirá continuava sem universidade.

O prefeito Diomário nem tocou nesse assunto. Vem o prefeito Ademildo que tem uma necessidade extrema de mostrar serviço, pois não é macaco puro-sangue e nem conta com simpatia popular. Tem que fazer acontecer para aparecer. Então, ele retomou a idéia da universidade para Ipirá talvez achando que fosse sopa no mel devido ao alinhamento político.

É bom reativar as memórias das pessoas. De início, a reivindicação estava em torno da extensão de uma unidade da Uefs ou da Uneb, descartadas em seguida. Com as duas estaduais fora de qualquer possibilidade a idéia foi canalizada para as federais do Recôncavo, logo rechaçada, a da Chapada e, posteriormente, a do Nordeste. A ansiedade era grande e maior era a falta de planejamento e de um projeto para se chegar  ao objetivo e a prova contundente disso foi a compra do terreno para a universidade sem ter nada seguro. Um grande mico. Aí o prefeito ficou num mato sem cachorro, essa universidade tinha que vir de qualquer jeito, até um cacete armado serviria.

Era reunião, encontro, audiência até desaguar naquele deslocamento de um grupo até Seabra para uma reunião prol Universidade da Chapada, um grande mico. Ipirá chegava depois que o mingau tinha sido servido. Não participou da luta pela conquista e queria abocanhar uma fatia do bolo. Ainda bem, que quem foi não deu uma viagem perdida devido ao Tur 0800 pela região e a federal da Chapada foi descartada.

Veio à tona a federal do Nordeste. Quem não tem memória curta deve lembrar-se do movimento que foi feito em Ipirá pela universidade, com uma passeata cheia de gente defendendo a bandeira da universidade pública para Ipirá, naquela ocasião, o pleito era em torno da Universidade do Nordeste. Muitas pessoas de pureza d’alma e boas intenções participaram daquele ato. Dá para tirarmos duas conclusões: arriaram muito rápido a bandeira de luta pela universidade pública ou aquilo tudo não era nada daquilo, pois aquilo era um jeito de chamar atenção para alguns candidatos. O certo é que a federal do Nordeste se foi e não chegou por aqui.

Um terreno comprado e nada de universidade. O que fazer? Tem que reparar o mico ou a falta de projeto administrativo, como queiram. A primeira coisa a fazer foi arriar a bandeira da universidade pública, presencial que é uma reivindicação legítima, verdadeira e necessária para Ipirá. Uma universidade à distância atendia aos interesses e ao capricho do prefeito. Ele trouxe um curso de Matemática, à distância pela UAB, e acha que resolveu o problema de Ipirá.

Curso à distância não é novidade aqui em nossa cidade. O professor José de Assis é mantenedor de diversos cursos à distância em Ipirá. Muitos cursos e isso há muito tempo. O prefeito deve argumentar que o único que ele conseguiu é público. Matemática está entre os cursos com maior índice de desistência nas universidades federais. Não tem demanda para duas turmas no nosso município. Se o curso for puxado não terminará com 5 alunos, se for uma baba, a qualidade despencará. Só pode ter outro vestibular quando terminar essa turma (o da Uefs é assim). O sonho do prefeito tornou-se realidade! Porque a realidade de Ipirá continua sendo a realidade do nosso município: Ipirá precisa de uma universidade pública, gratuita, presencial e de qualidade. Ou estou mentindo?

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

SÃO PAULO TEM QUE APRENDER COM IPIRÁ.


Coloquei essa afirmativa com a melhor boa intenção do mundo. Logo, vieram os esculachos: “Isso é conversa prá boi dormir, logo não ta vendo que Ipirá não tem nada para ensinar a São Paulo!” É mesmo? Vamos ver! Até aí eu vou levando na esportiva, agora, azuretado mesmo, eu fiquei quando eu ouvi: “Quem é Ipirá, para dar lição a São Paulo!” Uma espécie de repeteco do que diz  ‘azotoridade de Ipirá’ quando repicam igual a badalo de sino: “Quem é fulano para falar de mim!”
Arrogância não enche barreiro, mas para início de conversa, Ipirá não tem inveja dos 200 km de engarrafamento de São Paulo, até mesmo porque, quando tem um engarrafamento na rua de Cima, na sinaleira, com dez carros, é um ‘Deus nos acuda’, um aborrecimento que não tem tamanho. Inveja mesmo de São Paulo! Ipirá a tem quando observamos, pela televisão, as ruas da capital paulista alagadas: “Essa chuvarada não podia ser aqui?”

São Paulo era chuva demais; Ipirá é chuva de menos. Ultimamente, em Ipirá, tem cinco anos que acontece o seguinte, as chuvas de trovoadas, as mais aguardadas, chegam cedo, de outubro a dezembro, são setorizadas, enchem as presas e não tem sequência nos meses pós-chuva, aí ocorre o que estamos observando agora, choveu em novembro 14, não teve mais chuva até janeiro 15, as pastagens já estão sem alimento nesta área que vai até o Bravo. Seca é o cotidiano de Ipirá.

São Paulo está planejando a sua ação para enfrentar a crise hídrica, dois dias com água e cinco sem, na semana; Ipirá são cinco dias com água num mês; vivemos eternamente com ou sob a crise hídrica e sem solução com planejamento, espero que São Paulo não chegue lá. Nossa Embasa não brinca em serviço, vende vento e duvida de qualquer ser vivente que gasta pouca água. A Sabesp tem que sentar na mesa com a Embasa e aprender como sobreviver em tempos de pouca chuva e muito lucro.
Mas, vamos deixar de lero lero e partir para os entretantos que São Paulo tem tanto interesse em assuntar para aprender. No meu entender, o problema de São Paulo é que nas banda de lá, com a estiagem, entra um caneco de água e o gasto é dez baldes aí, tenha paciência, a conta não vai fechar. Ipirá vive décadas de estiagem, já aprendeu a fazer essa contabilidade, é simples.

Quando Ipirá era vila e a população ia aumentando, a solução encontrada foi fazer tanques em volta da povoação, era o tanque de Beber, tanque de Santana (para lavar roupa) e o tanque Velho, que era um campo de nudismo masculino para banho. É verdade que isso não dá certo em São Paulo, porque não deu aqui, era um centro de verminose, esquistossomose e outras esquisitices provocada pela contaminação a céu aberto. Entupiram os tanques.

Apareceu um cidadão, conhecido por Dé Fonseca, não tem nem nome de rua na cidade, que bolou um inusitado e auspicioso sonho de trazer água das nascentes da Caboronga para a zona urbana por gravidade. Ninguém acreditava, mas ele trouxe. A cidade entrou na era da lata na cabeça, carote e barril rolando pela cidade. Eu fico imaginando São Paulo com engarrafamento de barril carregando água e a impaciência de carros e motos num buzinaço terrível achando-se donos das ruas. Os carros são donos das ruas. Barril é barril, chega de problema.

Chegou a água do rio Paraguaçu em Ipirá. Isso rendeu voto que foi uma beleza, não era para menos. Com a água veio a Embasa. Com a Embasa chegaram as contas de água e vento. A crise hídrica não parou de existir. Na falta de chuva, Vavazinho, que foi o mais determinado e aguerrido preposto da Embasa em Ipirá, corria para fazer barragem de saco de areia em um braço do rio Paraguaçu. Foi um período de um dia de água por rua e por mês. Se São Paulo chegar a esse ponto vai ver o que é bom pra tosse.

Hoje, em Ipirá, estamos no céu, damos descarga com água da Embasa. Empurramos água tratada no esgoto para ‘purificar o esgoto e poluir a água’. Temos uma costela de serra que vai do São Roque a Nova Brasília (uns 40 km), boa de vento e não utilizamos um sistema eólico; temos sol o ano todo e não utilizamos placas solares; temos riachos e rios intermitentes e não fazemos a perenização com pequenas barragens. Quando chove esquecemos da seca. Quando estamos na seca temos pouco a fazer. É nossa cultura. Planejar não é nossa horta.
 
Aqui é assim, uma cisterna de captação de água deve ficar em torno de R$ 1.500,00 acontece que o produtor rural não dispõe desse recurso para fazê-la, tem que ser assistido. São Paulo não tem essa problemática da falta de recursos, mas o sistema de captação de água por cisternas é praticamente impensável. Carro-pipa virou a solução daqui e tornou-se a de lá.
São Paulo não siga nossos passos; faça o que não conseguimos fazer. Não bebam essa água do Cantareira, eu observei pela televisão, que tem gado bovino bebendo e despejando dejetos nessa água que está poluída com tanto detrito plástico e lixo. Se for possível um bom conselho, eu digo, poupem água, no banho peguem um caneco de água que é o suficiente para limpar o quiquio, também conhecido, em nossas bandas, por subaqueira (sovaco), depois atochem um perfume e vamo que vamo. Se vive também de aparência, pelo menos para pagar o que fazemos de errado, sem eficiência e organização.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

PETROBRÁS, UM CASO DE SOFRÊNCIA.

Tempos atrás.
Domingo - RPBA-DISUL-Candeias / São Francisco do Conde.
Vai saindo da área, um caminhão de uma empresa terceirizada; na gurita, o vigilante deu o sinal para o motorista parar: “Tem alguma coisa aí em cima da carroceria?”
- Um tonel vazio – respondeu o motorista.
- Um momento! – disse o vigilante que subiu na carroceria para examinar o tonel.
- Encosta o carro – gritou o vigilante enquanto descia.

 
Chegaram dois Volks do setor de vigilância e o caminhão foi escoltado para a delegacia de São Francisco do Conde. O motorista e o capataz (chefe de setor / turma) foram trancafiados numa cela depois de lavrado o Ato de Infração. O capataz Zé C. de Santo Amaro ficou preso uns dois meses, além de ser demitido por justa causa e proibido de entrar na área da empresa. Era um tonel de nafta, um produto que na oficina era utilizado para limpeza de peças sujas de óleo. Esse caso foi para a Justiça e eu não sei exatamente qual foi o desfecho final.

 
Naquele tempo, nem de longe se conhecia quem dirigia aquela empresa, a maior e mais importante do Brasil; na proximidade, o contato maior da peãozada era com a casta de engenheiros, mesmo assim, esporadicamente e mantendo uma distância razoável, de forma que não manchasse o status e a bendita hierarquia daquele digníssimo setor dirigente. Era tudo separado. Uns lá, outros cá.

 
Essa era a fronteira invisível estabelecida para que a nódoa do óleo não espezinhasse aqueles almofadinhas de colarinho branco. Nem pensar, nem imaginar, que ‘aqueles lá’ estavam do outro lado. Era uma elite dirigente na empresa, mas que comungava com a base operária na inquestionável valorização da empresa, que todos carregavam com um orgulho imenso no peito, principalmente, por ser uma empresa do Estado brasileiro e da nação brasileira.

 
Aqui começa uma grande encrenca. Setores do capitalismo neo-liberal não aceitam o Estado intrometido na economia, querem entregar todas as atividades à iniciativa privada e com o petróleo não é diferente. O Brasil tinha muitas empresas estratégicas estatais. Os setores governistas privatistas e entreguistas criaram diversas estratégias para minar a força e a potencialidade dessas empresas, até no crivo do gerenciamento de encomenda com a finalidade de boicotar para não dá certo. Em seguida, a campanha de difamação, do perjúrio, da quebra de credibilidade e a potencialização da incompetência e da ineficiência formaram o tapete que descambaram nas privatizações. Um dos maiores escândalos desse país. A Petrobrás escapou. Naquele tempo, escapou por pouco.

 
Tempos atuais.
As investidas continuaram. Eu nunca vi tanto ladrão junto na direção de uma empresa. Na alta direção, é bom que se diga. Encharcaram a Diretoria Executiva de propineiro, salafrário, bandido e mercenário. Detonaram a empresa. Teve diretor que devolveu oitenta milhões de reais que se serviu no propinoduto. A compra de Pasadena causou um prejuízo à empresa de 792 milhões de dólares. A refinaria de Abreu Lima é outra cacetada. Calcula-se um acumulado de dez bilhões de dólares desviado por essa quadrilha.

 
O assalto aos bens da empresa patrimônio dos brasileiros ocorre no preço pago por Pasadena, no superfaturamento, nas negociatas escandalosas, na rolagem de propina. O roubo escandaloso está no desvio e na falcatrua. A cupidez e o canalhismo estão em cláusulas contratuais omitidas no relatório. As desculpas esfarrapadas e as ilações estão na boca e no cinismo dos envolvidos.

 
Gabrielli pede para ser excluído do processo, juntamente com outros dez ex-integrantes da Diretoria Executiva da estatal. Sem dúvida, por inocência. O processo determinou o bloqueio de bens dos executivos responsáveis pela compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Ele deve achar que não tem nenhuma responsabilidade.

 
Gabrielli defende a compra de Pasadena como algo normal e natural das transações comerciais, sempre há propensão a risco, dizendo que na época foi um bom negócio e que os lucros já cobriram os gastos. Um pedido para passar a esponja. Lembra-me aquela história do sujeito que rouba o leite de vaca, mas no dia seguinte o peito está cheio, então, não aconteceu nada.

 
Gabrielli diz que em momento algum foi demonstrado dolo ou culpa da direção da Petrobrás. Pense num sujeito bem intencionado! É esse aí. Tudo indica que a culpa é do rabudo Satanás! Tem um porém, eu estou achando que ele não quer é sofrer sozinho, aí ele solta a língua e diz: “Caso o seu pedido não seja aceito, solicita que o Conselho de Administração, que autorizou o negócio em 2006, seja responsabilizado pelo prejuízo da compra e tenha o mesmo tratamento dos ex-diretores: todos precisam ser ouvidos no processo e ter o patrimônio congelado.” Lembro-me daquela música: O Olodum pirou de vez. Botou todo mundo na boca da bigorna.

 
Sede da Petrobrás, Rio de Janeiro. A Limousine preta e reluzente levando o presidente da empresa vai saindo, o vigilante indica para o motorista parar e solicita que a mala do carro seja aberta para averiguação, o motorista retrucou dizendo que estava vazia, o motorista foi conferir e, logo após, ordenou que a Limousine ficasse estacionada. O vigilante pirou de vez, ficou louco. O presidente pegou um revolver e deu um tiro na própria cabeça. Teve seu momento de fraqueza, mas tinha vergonha na cara. Era um grande e honesto cidadão! Era.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

FOLHINHA 2015.

O deputado Jurandy Oliveira ficou bem na folhinha 2015 (recebi uma lá em casa, obrigado deputado). O deputado está com alguma estratégia na cabeça: fazendo atividades no fundo do mercado; lançando candidatura a prefeito; aparecendo em folhinha. Tudo indica que 2015 começou a todo vapor. Tem gente que pensa assim: “Essa alma ta querendo alguma coisa!” Eu penso diferente: “O deputado não está querendo nada, joga prá torcida.”

E por que eu penso assim? Sou obrigado a explicar. No tocante à candidatura para a Assembléia Legislativa o deputado Jurandy tem fôlego longo. São muitos mandatos. Pegando os números eleitorais (por cima, sem precisão) de Ipirá, dá para observar que ele começou com um patamar de votos na casa dos 10 a 14 mil votos; teve uma eleição que caiu para um pouco mais de dois mil votos (2.200 a 2.300). Não foi a queda vertiginosa e definitiva que se esperava, prova disso foi o último resultado eleitoral, ele teve mais de nove mil votos sem o apoio incondicional do prefeito Ademildo.

Dito isso, a corrida para a Assembléia Legislativa do Estado da Bahia é um campo aberto para o deputado Jurandy Oliveira. É imbatível nessa esteira. Não tem concorrente na disputa de voto no município de Ipirá. Conhece todos os trâmites do sistema. Sabe como funciona o esquema da cata de voto. Faz questão do apoio dos líderes do grupo Antônio Colonnezi e Diomário Sá. Sabe como conseguir apoio dos vereadores e cabos-eleitorais. Atua com desenvoltura na busca do voto a varejo. Não exigiu muito do prefeito Ademildo, apenas o suficiente: que o prefeito não fizesse muita campanha para ele (Jurandy), para ele (Jurandy) não perder muito voto. Fora de Ipirá, Jurandy sabe compensar as perdas de municípios. Não dá um bote errado. E assim, Jurandy Oliveira segue que segue deputado.

Candidatura a prefeito? O deputado lançou seu nome para 2016. Por um instante vamos esquecer o deputado e sua candidatura 2016, porque estamos em 2015 e eu vou pelo inverso da questão. Será que o município de Ipirá mereceu ou merece os administradores que governaram essa terra no último meio século? Ouviram as demandas do município? Atenderam às súplicas do progresso? Resolveram as carências da sociedade? Supriram as necessidades da população? O que tem mais relevância: esses questionamentos ou o lançamento de um nome para prefeito para fazer o que o ‘salvador da pátria’ tem na cabeça?

Ipirá precisa de pretensão ou de algo que vá além das aparências? O poder de jacu e macaco não está apto para implementar o desenvolvimento do município de Ipirá. Uma campanha custa os olhos da cara e quem tem que pagar a conta é o erário público. Esse poder provinciano está canalizado para atender aos interesses individuais de algumas pessoas do grupo que estiver no poder. Atender as demandas particulares de um pequeno grupo de macacos ou jacus, dando ênfase, privilegiando e favorecendo a esperteza, o compadrio, o grupismo, a malandrotopia, a capadoçagem. Esse sistema é uma doença crônica que provoca o surrupiamento do público e a detonação da viabilidade do município.

Neste emaranhado, encontra-se enfiado o administrador Ademildo, que pensa estar vivendo um belo sonho enquanto o município arrasta-se num tremendo pesadelo. Não é à-toa que ocorre tanto chute do prefeito atual para ver se Ipirá atinge as nuvens. Nessa engrisilhada toda, o nome do deputado para prefeito não quer dizer nada, absolutamente nada.

sábado, 3 de janeiro de 2015

CRAVADO 2015.


A notícia do final 14 que foi uma bomba e deve ter causado um certo impacto surdo foi a predisposição do deputado Jurandy Oliveira em colocar seu nome para prefeito em 2016, daqui a dois anos.

Daqui a dois anos! E ele já está pensando em ser candidato a prefeito! É o típico político profissional que dorme e acorda pensando em eleição. Pensando bem, na eleição dele. Tem que ser ele. Nunca se observa Jurandy lançando um outro nome. Tem que ser o dele e só deixa de ser pretendente na cinza, quando é colocado de escanteio pelo grupo e não tem mais jeito; aí ele se conforma parecendo um bom menino, mas encontrando a porta aberta quer entrar.

Não é que o deputado Jurandy não tenha esse direito. Tem! Mas, venhamos e convenhamos, Jurandy é o deputado que tem mais mandato estadual na Bahia, correndo atrás de Manoel Novaes, o Rei do São Francisco, que tem doze mandatos federais e, Jurandy somando mais um mandato entrará direto no guiness book como o único a ter nove, dez, onze, sei lá, mandatos. Neste aspecto, Jurandy tem a preferência, não tem concorrente à altura e não se descarta o direito adquirido.

Agora, prefeito! O deputado tem esse direito dentro da legalidade? Tem. É no mínimo questionável a prerrogativa do direito decorrente da autoridade de quem já foi. Algumas perguntas que não se tem o costume de fazê-las, mas que deveriam ser postadas como critérios à escolha dos pretendentes: Qual é o perfil que deve ter um candidato a prefeito de Ipirá? Os grupos em Ipirá precisam renovar suas candidaturas? O município de Ipirá necessita e tem que dar chances a jovens e promissoras experiências? O município ganha esperança e renovo com essas candidaturas batidas e vezeiras?

Que a pretensa candidatura à prefeito do deputado Jurandy não seja fruto do orgulho, da vaidade pessoal e do personalismo excludente. Que não seja! Que não seja um blefe! Que não seja um barro na parede para ver se cola! Que não seja nada disso.

Que sejam razões políticas. Aí é outra conversa. Uma conversa bem simples e direta. A possibilidade do grupo da macacada lançar um nome puro-sangue, representativo e da própria essência dos macacos esgotou-se, é zero cal, principalmente, depois da famigerada e mal explicada renúncia de Ana Verena. Só resta, justamente, o deputado Jurandy Oliveira. Diomário é laranja na estrada.

Outra conversa bem simples e nutritiva começando com algumas perguntas: Por que essa pretensão se o atual prefeito Ademildo ainda falta dois anos de administração? Essa conversa não é precipitada? Essa conversa não desgasta o atual prefeito Ademildo? O que representa politicamente uma conversa dessa?

No mínimo, a macacada está doida para que o prazo de validade do prefeito Ademildo passe logo; que termine logo; que voe feito um Boeing no oceano Índico em período de tempestade. Uma pergunta bem simples: Mas, a administração do prefeito Ademildo não é a melhor administração que já aconteceu em Ipirá? Só na cabeça do prefeito Ademildo, para a macacada não. Espremendo o bagaço da laranja fica um suco vencido para ser jogado fora. Ademildo não é o candidato do agrado da macacada nem a pau.

Com um nome forte (Jurandy) apresentando-se para a sucessão, resta quase nada ao prefeito Ademildo, a não ser precaução. Não aceite pesquisa, nem votação para a escolha; porque você será derrotado e bem derrotado, ai vai ter que faltar com a hombridade e a lealdade à ética, tendo que acatar a vontade da jacuzada por vingança. Não vá por aí! Só tem uma chance para o atual prefeito Ademildo ser o candidato da macacada: no grito, com o podão e o facão na mão e cortando pescoço. Não sendo assim, Jurandy Oliveira lançou seu nome para pavimentar e asfaltar a candidatura de Diomário. O grupo da macacada não tem muita saída à vista.