Como
fazem as torcidas futebolísticas quando abocanham um caneco de campeão: “O
campeão voltou, o campeão voltou ô...” Seis meses após uma derrota acachapante,
o ex-prefeito Marcelo Brandão voltou a fazer um pronunciamento político pela
rádio Ipirá FM.
O
ex-prefeito Marcelo Brandão não deixou barato, fez um pronunciamento carregado
de verdade, meias-verdades e muita tentativa de ‘forçação da barra’ para fazer
e levantar um castelo de areia que não suporta o menor sopro da verdade dos
fatos.
Ele
criou uma versão sem humildade, com excesso de soberba e muito personalística,
que virou uma ‘narrativa quatro f’: fantasiosa, fantasmagórica, faraônica e farsesca.
Destaca
a soberania popular como árbitro legítimo, legal e apropriado na questão
eleitoral. É verdade que ele aceita a soberania popular do voto. Afirma que todos
têm que acatar o poder de decisão do povo, mas por necessidade de sobreviver
como político mergulha numa contradição visível, na medida em que precisa
esvaziar o potencial e a força da soberania popular para poder continuar
existindo como político com alguma possibilidade.
A
soberania popular impôs uma histórica diferença de 6.094 votos contra a sua
reeleição. Como explicar esse fato? Ele foge dessa questão da mesma forma que o
diabo foge da cruz.
Ele
tem que considerar os 6.094 votos de diferença como não sendo contra sua
gestão, embora ele fosse o prefeito e candidato à reeleição em 2020. Se aceitar
a verdade das urnas significará assinar o atestado de óbito como ‘político com
alguma chance’.
Assim
sendo, ele é obrigado a criar um castelo de areia ao afirmar que sua gestão foi
exemplar, excelente, responsável e cheia de realizações positiva em todos os
sentidos, que Ipirá progrediu como nunca, ao atender muitas aspirações da
população. Na sua cabeça, sua gestão foi sensacional, fantástica e fora de série.
Sua
gestão emplacou o ORGULHO DE VIVER AQUI como uma verdade absoluta. Essa é a sua
(subjetiva) mais pura verdade e, portanto, inquestionável na sua cabeça.
Se
a ‘verdade de sua cabeça’ é verdadeira, por que MB tomou a maior lavagem
eleitoral em Ipirá?
Aí
ele tem que justificar com uma justificativa inapropriada: o povo não tem
capacidade e não pode julgar uma administração tão boa, ótima e positiva como a
dele. A sua derrota foi um erro da população.
Com
esse argumento ele acha que a população não sabe o que quer, joga no escuro,
não tem discernimento, não sabe escolher e definir. Quando escolheu o outro,
escolheu errado e a prova é o fracasso representado pela administração atual em
apenas cinco meses. É assim que raciocina para expor sua argumentação ‘tapa o céu
com a peneira’ na tentativa de justificar sua derrota e acalentar o sonho do
retorno à prefeitura.
O
povo tem um comportamento solto, equivocado, impreciso, não sabe agir, tem memória
fraca, esquece com facilidade, não internaliza suas ações e comportamento. No
imediatismo, simplesmente esquece, não tem memória e quem perdeu por seis mil,
poderá ganhar por oito mil em 2024. Argumento na tentativa de justificar o sonho
do retorno.
Para
não ficar esquecido e relegado no campo político, o ex-prefeito MB argumenta
que perguntam se ele será candidato à deputado estadual em 2022. Observa que
apesar da grande expectativa existente, ainda não tem inspiração nesse sentido.
Mais
uma fantasia do ex-prefeito MB. Sem lastro eleitoral no Estado da Bahia não tem
a menor condição concreta de sucesso. Além de não perceber que está em queda
eleitoral e de popularidade no município de Ipirá devido ao momento de desgaste
acentuado sofrido em razão da sua administração.
Argumenta
que não atendeu as questões pessoais de muitos correligionários por ter dado
prioridade ao coletivo, motivo pelo qual foi abandonado por essas pessoas. Assim
justifica o abandono de mais de 4 mil eleitores em quatro anos (dezoito mil
caiu para quatorze mil) e a queda de popularidade. Será que todos, sem exceção,
abandonaram o grupo jacu por esse motivo?
Quem
desarma o ex-prefeito MB é o seu próprio líder Luiz Carlos Martins. O líder
argumentou na reunião com o Ministro das Cidades, que indicou como uma necessidade
para o grupo jacu, a união para sair da crise em que vive e o melhor caminho é a
renovação com uma nova candidatura a prefeito. O descarte do ex-prefeito MB
veio com o dedo apontado para o principal responsável pela situação em que se
encontra o grupo da jacuzada.
A
realidade desmente as colocações do ex-prefeito MB. A diferença de 6094 não foi
uma resposta ao acaso. Foi uma resposta clara e objetiva à pessoa de Marcelo
Brandão como gestor do município de Ipirá, com embasamento na insatisfação
popular e na avaliação de sua administração.
A população
direcionou, apontou e registrou sua insatisfação, sua revolta, sua indignação,
sua decepção e sua frustração com aquele jeito de administrar Ipirá (Dudy que
se cuide ou será a próxima vítima). A atitude eleitoral da população é
intencional e trata-se de um recado direto, sem qualquer subterfúgio. Foi um
julgamento com um veredicto direto, objetivo e firme.
Não
entendendo assim, o ex-prefeito MB pede para a população não comer regue, nem o
H de Mairí, muito menos cair no canto da sereia, para evitar sentar na graxa,
ser vítima de um blefe ou sucumbir no conto do vigário. Uma grande lábia,
apenas lábia.
’O
locutor voltou...’ não deixa de ser uma grande esperança para Ipirá. Se ele
conseguir descer do pedestal e cair na real sobre a dura resposta da soberania
popular livre, democrática e decisiva; aí sim, ficará inquestionável a mais
pura rejeição à sua gestão, porque:
Será
mais um para lascar a língua nessa administração desastrosa que se implantou em
Ipirá há seis meses e que faz de tudo para imitar a gestão MB até nos
malanhamentos. Coisas do jacu e macaco.