quinta-feira, 30 de agosto de 2012

DISCURSO EMBAÇADO, SEM SAL E SEM AÇÚCAR


Essa politicagem local dá e deixa. Palanque montado, o discursador desembesta uma correria desordenada, arrebatada e diz: “o maior líder; o mais carismático; o mais popular; a maior liderança.”è Isso não podia ficar de fora, estava no script, afinal de contas, tem largo reconhecimento; uma fina gratidão; um tempero de bajulismo e um nobre pedido de perdão, senão, um arrependimento tardio, por erro ou falta que se comete falando, por inadvertência, descuido ou falha de memória.

A culpa no cartório leva à adulação: “saudar o grupo; esse calor, essa energia; com essa expectativa de vitória. O partido e o grupo juntos não tem para ninguém” e acrescentou: ”O partido enche a bola do grupo e o grupo enche a bola do partido.”è O grupo é amplamente majoritário. O partido local um agrupamento que tem a obrigação de engordar dentro dos quadros do grupo.

Exaltada as qualidade do grande líder e louvada a sua trupe, passamos às idéias preconcebidas com intencionalidade de convencimento: “o homem público passa por duas situações; a coragem e a credibilidade” e complementa: “para assumir determinada posição tem que ter muita coragem.” è Parece-me que o termo coragem não cai bem, ou seja, fica mais adequado o termo cara-de-pau que é mais do que coragem. “Tem que ter coragem para fazer o enfrentamento e projetar o futuro.” è Principalmente se esse futuro só permite ver vantagens e poder.

“Tem que ter credibilidade.” è Credibilidade não se compra num balcão de quitanda. Depende do julgamento dos outros e não de uma avaliação própria. A confiança que se busca na nova trupe é a mesma que se perdeu em outras esferas. A hipocrisia é quem dá confiança a credibilidade que se almeja ou que se pretende tê-la.

“Política é feita de composição.” è Não tem a menor dúvida, mas substanciada em critério e de forma programática. “A aliança entre o partido e o grupo está consolidada.” è Andar pelo grupo contrário atrás de uma boca e depois retornar para, só então, consolidar a tão bela aliança, transparece muito mais oportunismo do que a tão perfeita ética que se pretende pregar.

“Não existe mais espaço para o xingamento, o discurso vazio, sem proposta e agressivo.” è Aqui está o repúdio ao que se fazia antes de forma sistemática. Aqui põe-se uma pá de cal no criticismo, porque continua existindo espaço para a denúncia dos casos que não comportam o respeito e a ética com a coisa pública. “Estamos amadurecidos para compreender o passado e projetar o futuro”. è Esta é uma boa reflexão para quem não faz autocrítica e vê no futuro mais cor do que no passado.

“Quem não tem governo, não bota uma pedra.” è É verdade! O partido não tem colocado uma pedra no município, evidentemente, excluindo-se as questões particulares e corporativista, porque na realidade quem bota pedra é quem tem o poder e, nesse caso, é o prefeito que tem suas ligações com o governador, que quer manter o sistema eleitoral e por aí vai.

“Continuar o projeto que está transformando o município, continuar o projeto do prefeito, que moralizou a administração pública; que acabou com os agiotas; que não atrasou os salários dos funcionários.” è Devagar com o andor que o santo é de barro. Querer apagar o passado do seu atual candidato faz com que perca o sentido falar do passado do adversário, então, tudo isso é mais ladainha e engodo para enganar a população do que a verdade dos fatos.

“Discutindo política com a sociedade. Debater o município e o futuro, também as diferentes políticas públicas.” è Esse é um caminho, sem naturalmente tapar o céu com a peneira, sem descuidar e abrir a guarda para quem tem ficha suja ou para quem, presumivelmente, não gozar de plena confiabilidade.

Enfim, chegamos às propostas: “o povo quer uma Bolsa Família Municipal complementando a bolsa família federal”. è Bolsa Família tem que ser uma proposta transitória, o que tem que ser definido é um projeto de desenvolvimento para o município, que diminua o assistencialismo provisório e não efetivá-lo e robustecê-lo pelo simples fato de que isso é uma mina de votos. O município tem 8.000 bolsista familiar e será um município próspero e bem melhor quando tiver zero de BF.

“ Vamos lutar pelo campos da Universidade Federal da Chapada, com sede em nosso muncípio.” è Ainda bem que falou “vamos lutar” em vez de dizer “vamos trazer” como diz seu colega de chapa. Tem gente que não quer compreender que isso demanda muita e muita força política, coisa que o município não tem, por mais que se queira dizer o contrário. O município está enquadrado no patamar dos que receberão do governo do estado aquilo que condiz com o patamar do município na ótica do governo do estado. Estamos no patamar do CETEP e não de universidade.

Para quem acha que CETEP é uma das maravilhas deste mundo, este é o debate, que tem que ser franco e direto, porque, existem doze grandes obras do governo estadual em nosso estado, nenhuma em nossa cidade, porque o estado só investe onde tem retorno, e aqui, o nosso município, está sendo projetado como um município inviável a nível de desenvolvimento econômico, portanto, nada mais justo que mantê-lo num nível de assistencialismo social, para que essa população não arribe para perturbar a paz nos grandes centros de desenvolvimento. O nosso município precisa de mais BF ou de desenvolvimento? Este é o debate e eu topo este debate.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

AÇUDE DO CAJUEIRO.

Açude do Cajueiro! Estivemos lá. Desde março 2012 que está nestas condições mostradas nas fotos. A comunidade do Cajueiro já requisitou da Prefeitura Municipal de Ipirá que retirasse a lama que entulha o açude, isse desde o mês de abril. Até hoje, a prefeitura de Ipirá não deu a mínima, demonstrando o descaso que é a administração do prefeito Diomário com a zona rural na questão da água. Uma administração que tem um déficit na questão de fazer aguada, mas é insistente na forma como atua com determinação e eficiência na transformação de açudes em lagoas. A prefeitura não cava para tirar o entulho, não se mobiliza para retirar a lama e, dessa forma, faz a sua grande obra na zona rural: transforma açudes em lagoas. A água é o maior bem da zona rural. O prefeito Diomário não entende assim. Esses buracos que vocês estão vendo nas fotos foi o trabalho e esforço de uma pessoa da comunidade que cavou duas valas por contra própria e sem receber nada. É assim que a administração do prefeito Diomário trata a questão da água em Ipirá. É vergonhoso.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O AÇUDE DA LAGOA DAS PEDRAS.

Estivemos lá. O açude é objeto de particular consideração e é especialmente estimado por todos na região. Tem um valor imensurável, acumula água. É o bem essencial que susteta e permite a existência humana e animal na região. A água lamacenta contaminou o açude, virou um caldo preto e pegajoso. O lameiro chega a quase dois metros. Está na hora da limpeza, a população clama faz tempo.

O açude quando cheio acumula água por 6 km e tem uma duração de três anos para secar se não houver chuvas. Tudo indica que com 400 h de trator limpa-se o açude, ficando com um valor aproximado de 40 mil reais, uma bagatela. O prefeito Diomário mamparreia, chora, esquiva-se com subterfúgios. Tudo indica que ele tem a intenção de fazer a sua grande e imortal obra na região: uma LAGOA.

Se o açude não for limpo, a lama vai ficar sólida, virar chão e entupir o buraco do açude, assim sendo, vai virar uma boa e imensa LAGOA, que durará três meses para secar; mas enfim, uma grande obra da administração que governa Ipirá. Mas, para o bem da comunidade da região, a nossa visita foi o suficiente para despertar o prefeito, que mandou o maquinário para fazer o serviço. Vai perder a sua grande obra na região, que seria a LAGOA, mas a comunidade vai continuar usufruindo do seu maior bem: o açude.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

ACREDITE SE QUISER.

A his

A história da administração petista na Bahia começou em Jaguaquara, o primeiro município a ter vivido essa experiência administrativa na Bahia e tem continuidade na pequena e aguerrida Pintadas, que sofreu todo tipo de retaliação e perseguição dos governos carlista, tornando-se um centro da resistência democrática ao autoritarismo, em pleno sertão.

O povo soberano de Pintadas elegeu um governo petista para administrar o município; foi o suficiente para sofrer o rancor do carlismo que governava e dominava o estado. O carlismo não admitia essa ousadia e Pintadas passou a sofrer um cerco e uma perseguição maldita junto às esferas administrativas mais elevadas. Tudo parecia perdido, era só dificuldade.

O bloqueio e o desprezo por Pintadas agigantou essa gente simples da caatinga, que ficou destemida, resistente, insistente, determinada, valente e partiu para a luta disposta. Pintadas estava estrangulada e precisava de apoio para dar continuidade aquela experiência de governo popular. Os ventos da solidariedade e do humanismo começaram a soprar e uma nova aurora despontou sobre as terras do bem-virá. A sensibilidade humanística tocou muita gente e veio apoio da Europa; de ONGs; de professores e estudantes da UFBA e UEFS; de democratas baianos, como o médico Luís Humberto e outros mais, que no esforço gigantesco de uma corrente de solidariedade se dedicaram de forma voluntária, humana e de grandiosa generosidade em dar apoio técnico, moral e substancial para a manutenção e sustentação da vontade soberana, cidadã e democrática do povo de Pintadas.

Essa história recente e digna de Pintadas não foi construída do nada; foi fruto de uma sensibilidade humanística e de uma solidariedade que foi avivada e ativada com grande esforço e pelas mãos dadas de muitos. Foi o esforço e a bravura de um povo humilde para soerguer e garantir de forma viva a dignidade de sua gente. Foi uma luta de bravos que deram sua parcela de contribuição e sustentação na esperança de manter vivo o sonho e a grandeza humana de uma comunidade. Essa é a grande marca e exemplo de Pintadas. A generosidade humana foi a fiel escudeira da esperança de um povo simples.

Os poderosos que dominavam o governavam a Bahia enfrentaram o destemor de uma gente. Pintadas construiu e tem uma história de resistência; esse é seu grande tesouro e é isso que diferencia Pintadas de Ipirá. Pintadas não é um município qualquer. Pintadas carrega na alma de sua gente simples a bravura de uma resistência. Pintadas não se vendeu, não se rendeu e não se dobrou à opressão, à discriminação, à prepotência e à arrogância do carlismo na Bahia. Pintadas tem um povo destemido, que os poderosos não conseguiram reduzir, nem diminuir, muito menos decompor. O povo de Pintadas não se deixou submeter. Essa história tem que ser respeitada por todos os combatentes, principalmente pelos petistas. Infelizmente não é isso que acontece.

Tem petista em Ipirá que estufa o peito e fica por aí gabando-se de ser “petista de luta”. Tem petista em Ipirá que não dá a menor importância a essa história. Isso não é nada, para ele. Abrindo e vasculhando a Internet fiquei surpreso ao deparar-me com um processo 0001559-67.2011.805.0106 na qualificação de REU Município de Pintadas-Ba Rep. Pelo Prefeito Municipal – qualificação AUTOR José Carlos Matos de Oliveira. Para! Para aê!

Um presidente petista! O presidente do Diretório Municipal do PT de Ipirá entrar com uma ação judicial contra a administração municipal petista de Pintadas! Na minha consciência isso é uma falta de vergonha na cara, para não colocar uma palavra mais dura e verdadeira, é uma traição.

O presidente do Diretório Municipal de Ipirá, Carlinhos Baiano foi uma pessoa que trabalhou para a histórica e pioneira experiência administrativa petista na Bahia (Pintadas), prestando serviços e foi remunerado (não tenho nada contra isso); foi beneficiado pela oportunidade de trabalhar numa administração petista, junto a uma grande rede de organizações sociais, sindicatos, associações e comunidades. Aproveitou bastante, ganhou visibilidade pessoal e profissional. Não tenho dúvida, que o presidente do Diretório Municipal de Ipirá não enxergou e não viu a grandeza que aquilo representava.

Acionou a administração petista de Pintadas na Justiça. Pode ser e não deixa de não ser um direito seu, por um pleito seu, que não foi atendido como prestador de serviços, como funcionário público, como advogado, como o que quiser ser, desde quando seja prejudicado, não entro no mérito da questão, o senhor pode estar coberto de razão e de direito, mas como presidente do Diretório Municipal de Ipirá, V. Exa. não devia ter feito isso; V. Exa. foi duro e cruel com a administração petista. V. Exa. foi extremamente individualista, só pensou exclusivamente no seu interesse e não levou em conta a história e caráter político dessa administração petista de Pintadas, que tem um valor inestimável, que muito contribuiu para a própria honra, dignidade e amor-próprio do povo de Pintadas.

V.Exa. acionou a administração petista de Pintadas na Justiça. V.Exa. pode até achar que não é nada de mais, que é simplesmente requerer um direito, uma coisinha boba e que eu estou fazendo estardalhaço. É bem possível! Talvez, até eu esteja exagerando nas minha colocações, mas também, eu tenho minhas convicções e não posso deixar de explaná-las, até mesmo, porque não podemos negar a verdade histórica e isso tem peso, assim sendo, é natural que eu pense do jeito que eu penso, e na medida em que, o povo de Pintadas agiu com disposição, empenho, energia, na medida em que foi bravo e corajoso em determinado momento de sua vida, nada mais justo que se valorize isso, nada mais justo que se aja contra essas pessoas, com o máximo de ética, moral e coerência.

Não sou e não quero ser a palmatória do mundo, mas o que me impressiona é que V.Exa. agiu com um sentimento de orgulho e vaidade muito excessivo. Eu acho que V. Exa. não foi elegante, faltou-lhe as qualidades de magnânimo e de  generosidade que um dia, na história, foi a seiva que sustentou o povo de Pintadas. Esse negócio de que “tudo pode” só para uma personalidade cínica. V. Exa. deveria renunciar à condição de presidente do Diretório Municipal do PT de Ipirá. Essa é minha opinião, não sou dono da verdade.

sábado, 4 de agosto de 2012

QUANTO CUSTA UM PREFEITO EM IPIRÁ?


Uma bagatela. Você não acredita? Vamos começar pelo candidato que caiu. Não pense que ele escorregou numa casca de banana e pimba. Não foi. Caiu pela forma como procedeu na gestão pública. Por falta de probidade administrativa e moralidade. Isso é mais crime do que pecado. Foi desonesto e faltou integridade moral no trato com a coisa pública. Você queria o quê? Que ele fosse premiado? Foi irresponsável e virou ficha suja.


Por uma dessas trapaças do tempo, a pedra no caminho do candidato foi justamente o seu atual vice. É interessante! foi seu vice quem vasculhou a administração do candidato e denunciou suas falcatruas. Botou fervendo. Queria ver o quedaço do prefeito na época, não conseguiu, mas que viu o tombo do candidato esta semana, viu.


O vice tem responsabilidade no acontecido; senão vejamos, quem enfiou a faca foi o vice, que era vereador na época, quem deu a cacetada foi a Justiça (na Instância local), mas o candidato titular é o verdadeiro responsável pela sua própria queda, justamente por sua irresponsabilidade. Hoje, vivem um affaire de companheirismo, mas não passa de uma excentricidade passageira, a mais pura treta do gato e o rato. É Lé e Creu.


Vamos aos fatos: o fato da queda não é irreversível, desde quando é passível de recurso. Isso é concreto. Deixando o concreto de lado, vamos para as ilações, conjecturas e hipóteses para clarear os fatos.


A briga é no campo do TRE. Dizem eles, que “advogados amigos” vão fazer a defesa. Acredite se quiser, ou faça de conta que acredita. Advogado de graça? Nem que seja macaco! Com qualquer resultado, ainda é passível de recurso. A final será em Brasília no campo do TSE, aí é mais quinhentos.


Um escritório de advocacia para atuar no TSE numa questão eleitoral desta envergadura cobra em torno de 2 milhões. Ninguém é besta. Quem vai pagar a conta? Se for o dinheiro público da prefeitura é crime. Se for dinheiro de empresas amigas que participam de licitações municipais, trata-se de má-fé, pois traz, com a intenção, a escamoteação de interesses escusos de lotear os recursos da prefeitura.


Se for do bolso de correligionários locais transparecerá crime eleitoral, desde quando o gasto de campanha está estipulado em 500 mil reais, tornando-se contraditório um gasto de 2 milhões, só para botar um candidato na condição de candidato. Se for de seu próprio bolso entrará em contradição com sua declaração patrimonial na Justiça Eleitoral.


Manter o candidato custará os olhos da cara. Esse candidato vai ficar mais caro do que o ouro de Serra Pelada. Nestas condições existem duas possibilidades: a primeira, a proposta de substituição, que leva em conta os riscos do percurso e uma outra, que é a proposta de insistência com o candidato (impugnado na Zona Eleitoral) até a última instância; esta é a proposta vencedora no grupo. Esta é a proposta do prefeito.


Por medida imperativa do prefeito Diomário tem que ser esse o candidato. É o candidato do esquema do prefeito que é um esquema que difere do esquema macaco no final da linha, coisas da política. O candidato vai ter que ficar sangrando, sangrando, dando tudo que tem e o que não tem, de força eleitoral e energia, para depois, no finalzinho do jogo, pertinho das eleições, apresentar-se “um outro nome qualquer” e emplacar as eleições em cima do número e da foto do candidato, que vai servir de boi de piranha.


Vão dizer que isso é plano de um grande estrategista; do grande e sabido estrategista prefeito Diomário. Se der certo será um grandioso plano, caso contrário, será a tática do embananamento. Não deixa de não ser uma perversidade sugar um candidato enquadrado no manancial da dúvida jurídica. O que pesa é a vaidade do prefeito e não a razoabilidade da efetividade; pouco importa o grau da possibilidade; o que vale é a razão intolerante de quem usa o tutelado. Assim anda a roda da politicagem.


Não dá para entender os donos do poder. Eles acham que podem tudo. Agem de acordo com seus interesses, mesmo que seja uma barca furada e apresente imensos prejuízos. Por ironia do destino, seguro e garantido só mesmo o vice, que foi o pivô da queda do candidato, que está num esparro maior do que o mundo e nesse contingenciamento todo, o povo não deve ser ludibriado, mas está sendo enrolado. Isso é uma tragédia ipiraense. O povo tem que saber a verdade e não deve ser massa de manobra de quem quer que seja. Não é justo que o cidadão-eleitor de Ipirá vote num macaco e eleja um lagartixa. Não enrolem o povo de Ipirá.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

VOCÊ SOFRE DE AMNÉSIA?


“Ganha eleições quem tem dinheiro”. Por causa dessas idéias compram-se votos em grosso e a varejo, assim sendo, isso virou uma exigência da economia que gira em torno das eleições, que envolve muitas atividades especulativas do mais alto grau de esperteza. O município de Ipirá tem 83,2% da sua população com renda de um salário mínimo para baixo. A carência das pessoas é o melhor cliente dessa especulação eleitoral. Na medida em que você sofre de amnésia não lembra e nada disso importa.

O prognóstico de gasto de cada uma das duas oligarquias que pretendem governar a prefeitura de Ipirá é de 500 mil. Não deve causar espanto anunciarem tanto dinheiro para conquistar uma prefeitura minúscula e inexpressiva como a de Ipirá, não está posto que: “ganha eleições quem tem dinheiro”. Tratando-se da prefeitura de Ipirá, o que está em jogo não são inexpressivos 100 mil reais mensais, mas uma bolada gorda de quase 6 milhões mensais. Não tem nada a ver com o interesse público ou amor a Ipirá, por mais que sua amnésia não permita que você visualize essa demanda.

“O pessoal acaba esquecendo”, essa é a esperança da cúpula da politicagem.  É bem provável que o indiciado, munido de um punhado de ordens judiciais, se eleja prefeito novamente, afinal de contas, você sofre de amnésia. Ao final das contas, as pessoas acabam esquecendo e nada melhor do que o esquecimento para que a encenação da politicagem atinja o seu apogeu na intensidade máxima do seu sentimento e emoção, leitor e eleitor, que nada tem a ser afetado pelo fato de Ipirá ter 83,2% de sua gente em estado de pobreza e abaixo da linha de pobreza. A amnésia não deixar ver essa chaga.

Se existe um inocente útil e ingênuo por natureza é o portador de amnésia. Seis milhas mensal é um oásis em meio à pobreza. No capitalismo, as pessoas querem ser ricas, bilionárias, trilionárias, é a essência do sistema. Para ficar rico em um lugar de pobreza o caminho mais pavimentado é a prefeitura. As oligarquias locais colocam-se como as únicas com pleno poder, capacidade e condições de governar o município de Ipirá. Os sofredores de amnésia comem esse H.

As oligarquias locais apresentam-se divididas em duas chapas: a “chapa branca” (oficial) e a “chapa da família real”. Embora, ambas, sem gozar de confiança e credibilidade, devido a uma prática espúria e um passado tenebroso, acham-se investidas de uma missão especial “salvar Ipirá”. Mas é jogo de poder, que envolve cobra criada e lacaios de toda ordem.

A Oligarquia controla o grosso do dinheiro público e tenta driblar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Meia-dúzia de cupinchas apresentam-se como empreiteiros nas licitações públicas (construções, transporte, lixo, merenda, etc.), para darem uma bocada no bolo; outra meia-dúzia, como comerciantes atrás do cliente prefeitura, para darem a sua mordida. Uma parcela mínima do grupo vende a alma em busca de uma pequena oportunidade junto ao poder (emprego assalariado, aluguel de um carro, de uma casa, etc). 83,2% do povo de Ipirá continua vivendo na pobreza e abaixo da linha de pobreza, necessitando de assistencialismo de toda ordem. Essa é a espinha dorsal do esquema político numa localidade pobre.

Para chegar ao poder a oligarquia tem que ludibriar o povo. O vereador e o cabo eleitoral são os elementos mais importantes no esquema. São os controladores dos votos dessa população que vive na pobreza e tem que ficar na pobreza para serem objetos de manipulação eleitoral. Os vereadores são os vaqueiros do rebanho da oligarquia. Não é à-toa que os oligarcas dizem que possuem um patrimônio de treze mil votos. O vereador quer o seu quinhão no sistema e nada mais. Estão no seu limite como bons serviçais das oligarquias.

É um jogo de interesse. Os interesses das oligarquias e sua turma contra os interesses públicos da população. A parcela de pessoas conscientes e independentes em Ipirá toma corpo, resiste e atua contra esse esquema oligárquico. É uma pena que o petismo local tenha embarcado nesse jogo de “farinha pouca, meu pirão primeiro”, esquecendo inclusive o bravo tempo em que seu vereador “Buscando a Cidadania” numa atuação exemplar, de vigilância e defesa do bem público, combatia as mazelas de prefeitos do tipo LC e AC, dignos representantes das nefastas oligarquias locais, inclusive, dando origem aos processos que os tornaram fichas sujas. Querer negar isso, só se a população tivesse esquecimento congênito. Dizer que não foi assim, só tendo muita cara-de-pau para achar que a população de Ipirá sofre de amnésia.