sábado, 4 de maio de 2013

ADAB, SAVAK, TONTON MACOUTE na fogueira... do São João!


Feira livre em Ipirá, 5:30 h da manhã, a ADAB guarnecida pela gloriosa Polícia Militar apreende duas caçambinhas de galinha abatida na porta do Centro de Abastecimento. Algumas pessoas mais exaltadas começaram a protestar contra a ação. Um protesto insólito e meio tímido contra o prefeito e a polícia: “Por que vocês não vão prender os ladrões?” E mais coisas do gênero. Eu vi e presenciei os fatos.

Não presenciei, mas soube, que a diligente ADAB, guarnecida pela polícia, tomou galinhas caipiras e ovos de pessoas do campo. Indignado, procuro compreender. Uma senhora, produtora da agricultura familiar, traz uma galinha e duas dúzias de ovos para comercializar na feira de Ipirá. Agentes da ADAB saltam à sua frente; ela deve pensar: “Lá vem quatro freguês!” Os agentes tomam sua frente e gritam: “ Você não sabe que é proibido esse tipo de venda? Sua mercadoria está presa.” A produtora sem entender nada fica assustada e amedrontada com aquela situação, ao tempo que, sente um alívio quando vê a polícia e deve ter pensado: “Vou dá queixa na puliça contra esse desaforo.” A metralhadora apontada em sua direção e a autoridade bradando: “Fica onde tá, prá não ser pior.” Levaram a galinha e os ovos. Fizeram justiça. Lembrei-me de Vidas Secas de Graciliano Ramos. A opressão tem seus grilhões de ferro contra o catingueiro simples e humilde. Cometeram uma injustiça.

Alardeiam que são defensores da agricultura familiar e de seus produtos. Galinha, ovos e ovelha são produtos da agricultura familiar. Se esses produtos são interditados e perseguidos trata-se de um ato deliberado e evidente contra o produtor da agricultura familiar. Qual é o crime em vender uma galinha caipira na feira de Ipirá? Uma pessoa quando traz a sua produção para vender na feira não faz isso por pura brincadeira, é uma questão de sobrevivência e sustento da família; de obter dinheiro para adquirir a farinha e o pão para manter os filhos. É a procura de dignidade, mesmo em condições duras e difíceis. A sobrevivência em Vidas Secas é precária.

Tomaram galinhas abatidas, galinhas caipiras e ovos. Foram insensíveis, duros e desumanos. Atacaram na surdina e na espreita. Não perdoam e não dão a menor chance. São implacáveis. Sua Justiça é implacável. Quando ocorre, já tornou-se fato corriqueiro, de um bacana meter a mão no dinheiro público, seja na esfera municipal, estadual ou federal, essa Justiça tenaz, grandiosa, implacável, se embaraça, faz vistas grossas, fica míope, vira uma lesma, não consegue confiscar o que foi surrupiado, não consegue tomar o que foi roubado de forma provada e comprovada. Deixa cair a máscara. Quando é um catingueiro pobre, gente simples e humilde do semi-árido, a justiça dos poderosos agiganta-se, vira um bicho feroz, rouba, espezinha e humilha; subtrai a produção desse sertanejo pobre e não faz questão de querer entender a vida de sofrimento e de dificuldade do catingueiro. Não consegue repatriar os desvios públicos dos engravatados, mas apreende com ferocidade a produção do catingueiro simples. Não recupera um roubo do graúdo, mas rouba a produção do pequeno. A sobrevivência em Vidas Secas é cruel para o catingueiro pobre.

Que seja mentirosa essa análise tão quão à verdadeira situação que querem jogar o município de Ipirá, que tem que matar boi em Feira de Santana; ovelha em Pintadas; quiçá, galinha em Baixa Grande, pois que, há de persistir a falta de um matadouro e abatedouro por estas bandas e a notável ADAB insiste em não querer tomar conhecimento do fracasso administrativo dos jacus e macacos nesta bendita terra e esta ADAB na sua ação nefasta contra a gente pobre e trabalhadora deste Ipirá mantém insistentemente sua tarefa de tomar balanças na zona rural e galinhas abatidas e vivas para povoar o galinheiro do governador no palácio da Aclamação ou de Ondina. Observem como a mentira prolifera. A minha e a dos outros.

O poder público municipal tem que agir para resolver o problema em benefício de Ipirá e de sua gente. Não se vende nada no Centro de Abastecimento de Ipirá toda semana, exceto às quartas-feiras, o dia da feira livre. Os balaeiros sobem para o centro da cidade, onde é proibida a venda. O impasse está criado. A tarefa é revitalizar o Centro de Abastecimento de Ipirá. Não tem outro caminho, apesar de difícil e complexo.

Conversar com os feirantes do Centro é imprescindível, ouvi-los se configura na única saída. Contratar, com dinheiro público, milícia para ir de encontro aos trabalhadores pobres do Centro de Abastecimento com ameaças: “Saiam de baixo que eu vou chegar arripiando!” e mesmo, com pancadaria, não representa uma saída viável, pois de repente o poder público municipal estará estabelecendo em Ipirá uma Savak, a temida polícia do regime de Reza Pahlavi no Irã, ou mesmo, uma abominável Tonton Macoute, uma gorilagem do ditador do Haiti, François Duvalier, o “Papa Doc”, que não serviram para nada, a não ser estabelecer um braço fascista no poder das duas ditaduras. Exemplos nefastos não devem ser seguidos. Segurança Pública é uma obrigação do Estado. Abra os olhos, prefeito petista!

Nesse vexame todo, a Prefeitura Municipal solicita que os comerciantes de Ipirá ajudem a bancar os festejos de São João. O comércio de Ipirá vive também a sua crise, talvez a sua grande crise num município que não tem produção rural e que vive dos proventos do INSS, ou seja, das aposentadorias. A politicagem e os interesses do jacu e do macaco têm atolado o município de Ipirá. O dinheiro público tem sido a “galinha de ouro” de vários grupelhos organizados dos macacos (porque é a bola da vez no poder), que querem meter a mão nesta grana de qualquer jeito e de qualquer maneira. Tiraram a banda de 80 mil reais, mas a comissão dos intermediários entre o Poder Público e a Empresa de Irecê é intocável e sigilo absoluto, coisa que a população não pode ficar sabendo por nada neste mundo e o comércio ainda tem que gemer na gemedeira.

O gasto da campanha? Quem vai pagar esta conta, ainda pendente? Para a boca de urna no sábado da eleição foram tomados emprestados mais de 200 mil reais. Quem vai pagar esse empréstimo? Qual é o município que agüenta um saque desse porte em suas contas para atender aos interesses politiqueiros de grupos que atuam no sistema perverso do jacu e macaco? E o comércio tem que ajudar a bancar o São João, porque o município, coitadinho, não tem dinheiro!

O maior devedor de impostos em Ipirá é essa tal de Empresa de Cooperativa de Transporte, que ganhou tubos de dinheiro em Ipirá sem colocar um só ônibus e deixou um rombo na receita pública. Coisas do prefeito Diomário. Por isso que esses grupelhos de macacos que atuam nas licitações querem as linhas do transporte escolar, mesmo sem ter ônibus. Com quanto essa empresa vai contribuir para o São João? Com quanto a Bahiatursa contribuiu para o São João de Ipirá? E o comércio de Ipirá ainda tem que ajudar para se fazer um São João em Ipirá! Seria melhor chamar a ADAB, pelo menos a galinha caipira estaria garantida.


Um comentário:

Unknown disse...

estamos vivendo em um município abandonado, o poder público está virando as costas para seu povo, não temos a quem recorrer,as pessoas humildes estão sofrendo o descaso do poder público, o prefeito está indo pela mesma cartilha do ex-prefeito, que tinha muita conversa e pouca ação.Ipirá está pedindo socooooooooorro!