Estilo:
ficção
Modelo:
mexicanoNatureza: novelinha
Fase: Não sei se vale a pena ver de novo
Capítulo: 11 (mês de abril 2015)(atraso de 3 meses) (um por mês)
O ex-prefeito Dió passava apressado pelo pátio da prefeitura quando foi abordado por um funcionário:
-
Bom dia, grande líder! Passa assim não fala com ninguém!
-
Bom dia, Cintra! É que estou enxergando pouco com esse olho direito, mas você
mora no meu coração e não deixaria nunca de reconhecê-lo. Também, estou
apressado para encontrar meu amigo prefeito Déo em seu gabinete para
conversarmos um jeito de acabar com essa tal novelinha do blog.
O
ex-prefeito Dió chegou ao gabinete e não bateu na porta, foi entrando e tomando
um susto inesperado: na cadeira do prefeito estava o vereador Bal. O
ex-prefeito parou e sem perder a compostura foi dizendo:
-
Vereador Bal! Eu estava indo para o gabinete do prefeito Déo e terminei, não
sei como, entrando no gabinete do presidente da Câmara. Já estou enxergando
pouco com estes dois olhos. Perdoe-me, depois eu converso com você.
-
Não, ex-prefeito Dió! Você está certo, aqui é o gabinete do prefeito.
-
Ah, é! E você? Está fazendo o que sentado nesta cadeira do prefeito?
-
É que agora eu sou prefeito.
-
Prefeito! Como? Não me disseram nada.
-
Quem me conduziu para essa cadeira foi a lei, ex-prefeito Dió!
O
ex-prefeito Dió ficou perplexo e procurando entender bem as coisas para tomar
pé da situação e ficou refletindo “esse sujeito tem sangue forte e é esperto!”
começou a botar o juízo para funcionar e ficou relembrando: “ah! Vejam só! Na
campanha, quem primeiro levou a foto de Toinho na frente com Déo atrás foi esse
vereador Bal; o de trás derrubou o da frente; a prefeita não quis o vice atrás;
e caiu, assumiu o vice, que caiu. Agora, eu estou entendendo! Quem derrubava
todo mundo não era o ex-prefeito Déo, era o sangue desse vereador, que ganhou a
presidência da Câmara com eu e o ex-prefeito Déo contra. Agora foi que eu vi.”
O
ex-prefeito Dió não queria perder o controle da situação que ele manipula de
forma tão eficaz desde o tempo que Luiz era prefeito e para não perder tempo
recebeu uma luz que o levou a pensar rapidamente: “tenho que fazer algo urgente
ou vou perder o poder que tenho” e foi dizendo:
-
Vou ensinar você a administrar e não vou cobrar nada.
-
Não precisa não, ex-prefeito Dió! Uma coisa que eu vou fazer é botar o
Matadouro de Ipirá para funcionar.
O
ex-prefeito Dió tomou aquele susto e quase desmaiou, mas o pensamento funcionou
imediatamente: “é o fim do mundo! Não se faz mais prefeito como os de
antigamente. Esse sujeito vai botar tudo a perder; vinte e três anos sem esse
Matadouro de Ipirá matar uma preá e vem esse prefeito de noventa dias querendo
botar esse elefante branco para funcionar.” O ex-prefeito Dió foi dizendo:
-
Não faça isso que o povo não vai reconhecer seu esforço. Administre como nosso
líder Toinho, que tem como obra relevante o asfalto de Ipirá ao distrito do
Bonfim, que só existiu no Diário Oficial da União, mas ele continua líder.
-
Não quero nem saber, vou fazer o matadouro operar em noventa dias.
-
Não seja cabeça dura! Administre como Luiz, que no Brasil Quinhentos Anos fez
quinhentas obras em Ipirá e não é mera coincidência.
-
Eu vou administrar como o povo quer, vou inaugurar o matadouro em noventa dias.
-
Não vá por esse caminho! Ouça quem tem experiência comprovada. Administre como
eu, o Dió, o maior prefeito que essa terra já teve, eu fiz duas praças de dois
milhões que é coisa de primeiro mundo e está aí para todo mundo vê.
-
Não me diga nada; eu vou inaugurar esse matadouro em noventa dias.
-
Não seja cabeça-dura! Administre como a ex-prefeita Ana, que foi a prefeita de
um ato só e de uma canetada acabou com a eleição para diretor de escola.
-
Eu não tenho nada com isso; eu vou botá esse matadouro para funcionar em
noventa dias.
-
Prefeito Bal, entenda o que eu quero dizer. Para você ser um grande prefeito
administre como o ex-prefeito Déo, faça sem obras (cem com esse mesmo), que
ninguém vê e perceba como Ipirá tem duzentos quilômetros de asfalto na cidade.
É assim que se governa, de boca.
-
Eu vou botá esse matadouro para funcionar em noventa dias e tem mais; esse
matadouro vai matar carneiro e ovelha, goste quem gostar.
O
ex-prefeito Dió sentiu aquela frase entrar no seu coração e desmaiou, mas ficou
tentando falar e a palavra não lhe saia da garganta: “prefeito Bal, aqui em
Ipirá só se governa de boca, de boca, da boca prá fora, de boca prá boi dormir,
não jogue areia na coisa nostra, isso aqui tá tudo dominado, não queira...”
Suspense:
e agora, esse matadouro sai ou não sai? O prefeito Bal é determinado e pode
surpreender. O ex-prefeito Dió, em estado de desmaio, está pensando como vai
atacar. Êta, que essa novela promete! E promete um bom bocado.
O
término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse
Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou, imediatamente.
Observação:
essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador
e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles
brincam com o povo e o povo brinca com eles.
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