Quem
diria! Ultimamente, a bola da vez, a ‘persona’ mais comentada na política de
Ipirá é o prefeito Aníbal. Na verdade todos estão preocupados com a atitude que
o prefeito venha tomar. A população com as medidas administrativas que ele
venha adotar. Os afeitos à politicagem com as futuras pretensões políticas do
prefeito. É mais ou menos isso e tem muita gente traçando o caminho que o
prefeito deverá percorrer daqui para frente.
Todo
debate consequente é chamativo e importante por tratar-se de uma necessidade e
da busca por entender a essência do sistema jacu/macaco. Muitos dizem: “Aqui,
em Ipirá, só tem jacu e macaco e acabou; uma terceira via só tem um pouco mais
de dois mil votos”. Vamos lá que seja. Ipirá tem em torno de 45 mil eleitores
inscritos no Sistema Eleitoral. Só comparecem às urnas 34 mil. Portanto, 11 mil
não comparecem por diversos motivos. Dos votos válidos, jacu e macaco não
passam de 15 mil cada um. Vamos colocar 29 mil votos para o sistema jacu/macaco.
Sendo assim, 6 mil votos ficam para a oposição, nulos e brancos. O pensamento
contaminado não enxerga nada disso.
Considero
o vereador a viga-mestra do sistema. O pensamento grupista, tanto faz jacu ou
macaco, pensa e fala assim: “Quem tem voto é o grupo (jacu/macaco) e não o
vereador.” A conta é simples e não deixa muita dúvida: dos quinze vereadores,
só três ou quatro não possuem reduto, para esses a dificuldade é e será muito
grande. Por que a Câmara de Vereadores de Ipirá não sofre uma renovação
substancial de 50% das suas cadeiras? Será que não tem profissionais liberais
nos grupos jacu/macaco interessados num provento de 7 mil reais? É claro que
tem. Não vai porque o buraco é mais embaixo, não é nada de grupo, quem se
propuser vai ter que gastar uma grana pesada. Quem tem o controle e o monopólio
do voto nestes redutos é o vereador.
Para
os que possuem redutos a conversa é outra e está num patamar mais simples,
porque eles controlam de forma sistemática o voto. Convivem com a comunidade.
Compartilham com as pessoas das suas necessidades. Por isso, possuem o poder de
influência na localidade. O único e grave problema é justamente o fato de que
para bancar esse assistencialismo é preciso muito bambá, muito garangau, muita
bufunfa. Sem tê-los na devida quantidade o vereador vira um pedinte aos pés do
Executivo. Como esmoler do Executivo o vereador torna-se dominado, submisso,
humilhado e subalterno à vontade daquele poder. Dizer que o vereador não tem
voto é algo solto no ar. O sistema jacu/macaco precisa dos subalternos e não de
rebeldia.
Eu
digo assim: Pela primeira vez um vereador de reduto virou prefeito. Se o atual prefeito
tiver a capacidade de articular uma política de conciliação com os vereadores;
se atender algumas necessidades da zona rural; se mantiver um assistencialismo
atendendo as pessoas carentes, naturalmente, sem dúvida, esse prefeito, com
direito à reeleição será um forte candidato a prefeito em 2016, principalmente,
por ter surgido da base municipal que sustenta o poder das oligarquias que se
dão bem no sistema jacu/macaco.
Taí
uma coisa que eu gostaria de ver: Um candidato a prefeito, com apoio de 10
vereadores, com o Executivo na mão e saindo do Poder Legislativo. Tenho a
impressão que uma das oligarquias seria obrigada a apoiá-lo, ou então, teria que
haver um acordo de tirar a máscara do jacu com o macaco para tentar evitar a
derrota, não de um grupo, mas do sistema.
Os
jacus dizem assim: “Que boa oportunidade tem o prefeito atual de se fazer para
o resto da vida. Seria o vice de MB, ganharia as eleições e o salário de vice,
colocaria uma pessoa da família na vereança com eleição garantida e ficaria
folgado o resto da vida.” Observem bem! Esse pensamento é uma tentativa de
colocar o vereador num plano secundário, de submissão e de subalternidade
diante das oligarquias, inclusive, ratificando aquela idéia oligárquica de que
vereador não pode ser candidato a prefeito. Aí ficaríamos naquela balela de que
só se tem voto dentro dos grupos jacu/macaco.
Os
macacos dizem assim: “Se o prefeito atual apoiar e bancar o nosso candidato DGS
ganharemos as eleições. Ele não pode ser candidato a vereador, mas colocaria
alguém da família na Câmara e pegaria uma secretaria e ficaria numa boa.” Uma
situação idêntica ao pensamento anterior. O limite do vereador em Ipirá é a
vice e não pode passar disso. É isso o que determina o sistema jacu/macaco.
Nunca pensam de forma diferente, nem mesmo quando encontram-se na maior
pindaíba, num desgaste galopante, numa situação de derrota eleitoral eminente,
como é o quadro atual dessa macacada, nem assim, pensam diferente, nem mesmo
recebendo um candidato caído do céu, como o atual prefeito, eles pensam de
outra forma. Candidato a prefeito tem que ser da nata familiar ou do grupo. E
só, somente só.
Observem
que eu escrevi, no início, que o prefeito Aníbal é a bola da vez. Todo mundo querendo traçar o caminho que o
prefeito atual deve seguir. O caminho da subserviência ou o caminho da
rebeldia. Não é coisa fácil definir uma trajetória. Pela primeira vez um homem
da zona rural, filho de lavrador, sem ser médico ou advogado, chegou à
prefeitura de Ipirá. Poderá ser uma administração responsável, com os pés no
chão e eficiente para o bem-estar da população do município. Assim sendo, por
que esse administrador não tem o direito de ser candidato à reeleição, se a lei
faculta-lhe esse direito? O impedimento só poderá vir da cartilha oligárquica e
preconceituosa do sistema jacu/macaco.
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