sábado, 29 de agosto de 2015

QUEIMOU O FILME.

O PeTismo em Ipirá encontra-se na rodilha da cobra. Teve uma chance de ouro, trocou as mãos pelos pés. Numa política de aliança fez uma gestão desarrumada no parecer da população; no estilo brucutu desmantelou e criou a desavença no seio da macacada com a pura intenção de brocar suas lideranças e substituí-las. Futucou um ninho de mandaçaia com vara curta, trocando em miúdos, com apenas 6% dos votos da macacada.

Foi engolido e digerido no antro da macacada. Não é opção do grupo da macacada para ter o candidato a prefeito 2016. Não é, nem era. Nem se comenta essa alternativa. Quem te viu e quem te vê PT de Ipirá! Perdeu a pose e aquela postura intrépida de lançar o candidato pela sigla. Ficou invisível. Está subjugado, sem independência e sem autonomia.

O PT de Ipirá, na situação em que se encontra, não pode mais aplicar aquela tática da prática chantagista da última eleição municipal: “quem dá mais”, quando a vice da macacada era do PT local, não precisava aquela exposição indecente. Ou não foi assim? Para 2016, pela conjuntura, nem a vice pegará, só se a macacada não encontrar outro grupo.

O PT foi fundado em Ipirá como uma alternativa política e administrativa de esquerda para o município. Conseguir viabilizá-la não era, não é, nunca foi, nem será tarefa fácil. Por ironia da história o PT de Ipirá chegou ao Poder Municipal após uma renúncia espontânea, voluntária e sem explicação de alguém que tinha o doce na boca. Dessa forma, com surpresa e sem explicação, o PT local chegou à Prefeitura, chegou e se trumbicou. Findou o poder com um desgaste popular gigantesco.

O PT no Brasil surgiu com base na construção de uma proposta libertária, com atuação das comunidades eclesiais de base, movimentos sociais, sindicatos e trabalhadores do campo e da cidade. Com um projeto de poder de centro esquerda o PT alcançou o governo da Nação e no Estado da Bahia.

O PT local não soube tirar proveito político desta conjuntura. Por pressão ou inocência o PT local outorgou todos os dividendos e legado positivo da política petista a um grupo da oligarquia local (a macacada), que era e é adversária ideológica da política petista em todos os níveis e estágios. Uma aliança com uma turma que não vacilará em ser a favor do impeachment da presidente Dilma se a balança pender para esse lado.

O PT local achou, por inocência ou comodismo, que seria possível administrar Ipirá, um município extremamente desigual e complicado, com sinais claros de ranços de uma politicagem atrasada e coronelística, formada em cima do manto sagrado do grupismo jacu e macaco, com uma política de conciliação e acomodação de interesses de alguns setores da macacada para angariar simpatia e apoio, tudo isso sem enfrentar temas e questões cruciais para o desenvolvimento do município.

O PT local caiu num buraco e mergulhou no vácuo. A primeira experiência de uma administração petista em Ipirá foi consubstanciada com a afirmativa de que não era uma gestão petista, mas da macacada. Além de um delírio, foi a melhor forma de excluir os petistas locais de qualquer participação nas decisões da administração. Estava estabelecida a cara de um governo centralizador e com nuances de uma marca personalística.

As grandes necessidades e os mais complicados problemas do município foram combatidos e solucionados com simples formulações virtuais e de boca. No blefe. Da boca prá fora Ipirá virou um pólo. O gestor reduziu a política à politicagem e quem não era macaco era jacu. Uma redundância estreita que engoliu o próprio PT local ao demarcar tudo no espírito do jacu/macaco.

A fórmula achada pelo gestor para abalar e rachar o sistema jacu/macaco foi desferindo golpes nos vereadores da situação, enfraquecendo-os, negando-lhes ajuda e diluindo seus poderes para substituí-los, em futuros pleitos, por vereadores petistas. Foi disputando a liderança da macacada com lideranças de matiz macaca. Esse era o traçado. Mas nem tudo se ajusta como se quer. O tiro saiu pela culatra e o gestor entrou numa situação vexatória com um isolamento perceptível até no fato de não ter pessoas de peso para ocupar as secretárias. Nunca houve um prefeito com um desgaste tão visível.  O vácuo do poder só fez aumentar.

O PT local abriu uma porta em casa alheia, por medo ou incapacidade política não se deixou permitir abrir a administração para fora do sistema jacu/macaco. Foi engolido. Transformou-se num apêndice da macacada. Hoje, não tem como lançar candidato petista na falta de democracia da oligarquia dos macacos. A tática de chantagem petista de ameaçar cair fora ficou em desuso. Para obter a vice só se a macacada não atrair nenhum outro grupo. O nó é cego.

Se eleger só um vereador ficará no mesmo patamar do seu início. A aliança PT com macacos, sem outros grupos, tem tudo para sofrer uma derrota eleitoral no próximo pleito. A credibilidade do PT resume-se ao campo do seu coligado macaco. Pelo andar da carruagem esta análise é praticamente ‘chover no molhado’, porque sem força de articulação, eles estão sendo articulados pelo doce sabor do veneno do poder.

sábado, 22 de agosto de 2015

TÁ BEM FALADO.

 
Quem diria! Ultimamente, a bola da vez, a ‘persona’ mais comentada na política de Ipirá é o prefeito Aníbal. Na verdade todos estão preocupados com a atitude que o prefeito venha tomar. A população com as medidas administrativas que ele venha adotar. Os afeitos à politicagem com as futuras pretensões políticas do prefeito. É mais ou menos isso e tem muita gente traçando o caminho que o prefeito deverá percorrer daqui para  frente.

Todo debate consequente é chamativo e importante por tratar-se de uma necessidade e da busca por entender a essência do sistema jacu/macaco. Muitos dizem: “Aqui, em Ipirá, só tem jacu e macaco e acabou; uma terceira via só tem um pouco mais de dois mil votos”. Vamos lá que seja. Ipirá tem em torno de 45 mil eleitores inscritos no Sistema Eleitoral. Só comparecem às urnas 34 mil. Portanto, 11 mil não comparecem por diversos motivos. Dos votos válidos, jacu e macaco não passam de 15 mil cada um. Vamos colocar 29 mil votos para o sistema jacu/macaco. Sendo assim, 6 mil votos ficam para a oposição, nulos e brancos. O pensamento contaminado não enxerga nada disso.

Considero o vereador a viga-mestra do sistema. O pensamento grupista, tanto faz jacu ou macaco, pensa e fala assim: “Quem tem voto é o grupo (jacu/macaco) e não o vereador.” A conta é simples e não deixa muita dúvida: dos quinze vereadores, só três ou quatro não possuem reduto, para esses a dificuldade é e será muito grande. Por que a Câmara de Vereadores de Ipirá não sofre uma renovação substancial de 50% das suas cadeiras? Será que não tem profissionais liberais nos grupos jacu/macaco interessados num provento de 7 mil reais? É claro que tem. Não vai porque o buraco é mais embaixo, não é nada de grupo, quem se propuser vai ter que gastar uma grana pesada. Quem tem o controle e o monopólio do voto nestes redutos é o vereador.

Para os que possuem redutos a conversa é outra e está num patamar mais simples, porque eles controlam de forma sistemática o voto. Convivem com a comunidade. Compartilham com as pessoas das suas necessidades. Por isso, possuem o poder de influência na localidade. O único e grave problema é justamente o fato de que para bancar esse assistencialismo é preciso muito bambá, muito garangau, muita bufunfa. Sem tê-los na devida quantidade o vereador vira um pedinte aos pés do Executivo. Como esmoler do Executivo o vereador torna-se dominado, submisso, humilhado e subalterno à vontade daquele poder. Dizer que o vereador não tem voto é algo solto no ar. O sistema jacu/macaco precisa dos subalternos e não de rebeldia.

Eu digo assim: Pela primeira vez um vereador de reduto virou prefeito. Se o atual prefeito tiver a capacidade de articular uma política de conciliação com os vereadores; se atender algumas necessidades da zona rural; se mantiver um assistencialismo atendendo as pessoas carentes, naturalmente, sem dúvida, esse prefeito, com direito à reeleição será um forte candidato a prefeito em 2016, principalmente, por ter surgido da base municipal que sustenta o poder das oligarquias que se dão bem no sistema jacu/macaco.

Taí uma coisa que eu gostaria de ver: Um candidato a prefeito, com apoio de 10 vereadores, com o Executivo na mão e saindo do Poder Legislativo. Tenho a impressão que uma das oligarquias seria obrigada a apoiá-lo, ou então, teria que haver um acordo de tirar a máscara do jacu com o macaco para tentar evitar a derrota, não de um grupo, mas do sistema.

Os jacus dizem assim: “Que boa oportunidade tem o prefeito atual de se fazer para o resto da vida. Seria o vice de MB, ganharia as eleições e o salário de vice, colocaria uma pessoa da família na vereança com eleição garantida e ficaria folgado o resto da vida.” Observem bem! Esse pensamento é uma tentativa de colocar o vereador num plano secundário, de submissão e de subalternidade diante das oligarquias, inclusive, ratificando aquela idéia oligárquica de que vereador não pode ser candidato a prefeito. Aí ficaríamos naquela balela de que só se tem voto dentro dos grupos jacu/macaco.

Os macacos dizem assim: “Se o prefeito atual apoiar e bancar o nosso candidato DGS ganharemos as eleições. Ele não pode ser candidato a vereador, mas colocaria alguém da família na Câmara e pegaria uma secretaria e ficaria numa boa.” Uma situação idêntica ao pensamento anterior. O limite do vereador em Ipirá é a vice e não pode passar disso. É isso o que determina o sistema jacu/macaco. Nunca pensam de forma diferente, nem mesmo quando encontram-se na maior pindaíba, num desgaste galopante, numa situação de derrota eleitoral eminente, como é o quadro atual dessa macacada, nem assim, pensam diferente, nem mesmo recebendo um candidato caído do céu, como o atual prefeito, eles pensam de outra forma. Candidato a prefeito tem que ser da nata familiar ou do grupo. E só, somente só.

Observem que eu escrevi, no início, que o prefeito Aníbal é a bola da vez.  Todo mundo querendo traçar o caminho que o prefeito atual deve seguir. O caminho da subserviência ou o caminho da rebeldia. Não é coisa fácil definir uma trajetória. Pela primeira vez um homem da zona rural, filho de lavrador, sem ser médico ou advogado, chegou à prefeitura de Ipirá. Poderá ser uma administração responsável, com os pés no chão e eficiente para o bem-estar da população do município. Assim sendo, por que esse administrador não tem o direito de ser candidato à reeleição, se a lei faculta-lhe esse direito? O impedimento só poderá vir da cartilha oligárquica e preconceituosa do sistema jacu/macaco.

 

sábado, 15 de agosto de 2015

É DE ROSCA (11).


Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Não sei se vale a pena ver de novo
Capítulo: 11 (mês de abril 2015)(atraso de 3 meses) (um por mês)
O ex-prefeito Dió passava apressado pelo pátio da prefeitura quando foi abordado por um funcionário:

- Bom dia, grande líder! Passa assim não fala com ninguém!

- Bom dia, Cintra! É que estou enxergando pouco com esse olho direito, mas você mora no meu coração e não deixaria nunca de reconhecê-lo. Também, estou apressado para encontrar meu amigo prefeito Déo em seu gabinete para conversarmos um jeito de acabar com essa tal novelinha do blog.

O ex-prefeito Dió chegou ao gabinete e não bateu na porta, foi entrando e tomando um susto inesperado: na cadeira do prefeito estava o vereador Bal. O ex-prefeito parou e sem perder a compostura foi dizendo:

- Vereador Bal! Eu estava indo para o gabinete do prefeito Déo e terminei, não sei como, entrando no gabinete do presidente da Câmara. Já estou enxergando pouco com estes dois olhos. Perdoe-me, depois eu converso com você.

- Não, ex-prefeito Dió! Você está certo, aqui é o gabinete do prefeito.

- Ah, é! E você? Está fazendo o que sentado nesta cadeira do prefeito?

- É que agora eu sou prefeito.

- Prefeito! Como? Não me disseram nada.

- Quem me conduziu para essa cadeira foi a lei, ex-prefeito Dió!

O ex-prefeito Dió ficou perplexo e procurando entender bem as coisas para tomar pé da situação e ficou refletindo “esse sujeito tem sangue forte e é esperto!” começou a botar o juízo para funcionar e ficou relembrando: “ah! Vejam só! Na campanha, quem primeiro levou a foto de Toinho na frente com Déo atrás foi esse vereador Bal; o de trás derrubou o da frente; a prefeita não quis o vice atrás; e caiu, assumiu o vice, que caiu. Agora, eu estou entendendo! Quem derrubava todo mundo não era o ex-prefeito Déo, era o sangue desse vereador, que ganhou a presidência da Câmara com eu e o ex-prefeito Déo contra. Agora foi que eu vi.”

O ex-prefeito Dió não queria perder o controle da situação que ele manipula de forma tão eficaz desde o tempo que Luiz era prefeito e para não perder tempo recebeu uma luz que o levou a pensar rapidamente: “tenho que fazer algo urgente ou vou perder o poder que tenho” e foi dizendo:

- Vou ensinar você a administrar e não vou cobrar nada.

- Não precisa não, ex-prefeito Dió! Uma coisa que eu vou fazer é botar o Matadouro de Ipirá para funcionar.

O ex-prefeito Dió tomou aquele susto e quase desmaiou, mas o pensamento funcionou imediatamente: “é o fim do mundo! Não se faz mais prefeito como os de antigamente. Esse sujeito vai botar tudo a perder; vinte e três anos sem esse Matadouro de Ipirá matar uma preá e vem esse prefeito de noventa dias querendo botar esse elefante branco para funcionar.” O ex-prefeito Dió foi dizendo:

- Não faça isso que o povo não vai reconhecer seu esforço. Administre como nosso líder Toinho, que tem como obra relevante o asfalto de Ipirá ao distrito do Bonfim, que só existiu no Diário Oficial da União, mas ele continua líder.

- Não quero nem saber, vou fazer o matadouro operar em noventa dias.

- Não seja cabeça dura! Administre como Luiz, que no Brasil Quinhentos Anos fez quinhentas obras em Ipirá e não é mera coincidência.

- Eu vou administrar como o povo quer, vou inaugurar o matadouro em noventa dias.

- Não vá por esse caminho! Ouça quem tem experiência comprovada. Administre como eu, o Dió, o maior prefeito que essa terra já teve, eu fiz duas praças de dois milhões que é coisa de primeiro mundo e está aí para todo mundo vê.

- Não me diga nada; eu vou inaugurar esse matadouro em noventa dias.

- Não seja cabeça-dura! Administre como a ex-prefeita Ana, que foi a prefeita de um ato só e de uma canetada acabou com a eleição para diretor de escola.

- Eu não tenho nada com isso; eu vou botá esse matadouro para funcionar em noventa dias.

- Prefeito Bal, entenda o que eu quero dizer. Para você ser um grande prefeito administre como o ex-prefeito Déo, faça sem obras (cem com esse mesmo), que ninguém vê e perceba como Ipirá tem duzentos quilômetros de asfalto na cidade. É assim que se governa, de boca.

- Eu vou botá esse matadouro para funcionar em noventa dias e tem mais; esse matadouro vai matar carneiro e ovelha, goste quem gostar.

O ex-prefeito Dió sentiu aquela frase entrar no seu coração e desmaiou, mas ficou tentando falar e a palavra não lhe saia da garganta: “prefeito Bal, aqui em Ipirá só se governa de boca, de boca, da boca prá fora, de boca prá boi dormir, não jogue areia na coisa nostra, isso aqui tá tudo dominado, não queira...”        

Suspense: e agora, esse matadouro sai ou não sai? O prefeito Bal é determinado e pode surpreender. O ex-prefeito Dió, em estado de desmaio, está pensando como vai atacar. Êta, que essa novela promete! E promete um bom bocado.

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou, imediatamente.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.

 

domingo, 9 de agosto de 2015

PREFEITO ANIBAL RAMOS ARAGÃO.

Pela primeira vez, na história de Ipirá, uma mulher chegou ao poder municipal; durou quinze dias. Pela primeira vez, na história de Ipirá, um petista chegou ao poder municipal; durou dois anos e oito meses. Pela primeira vez, na história de Ipirá, um homem simples, da zona rural, vereador, chegou ao poder municipal de Ipirá; com uma previsão de duração de noventa dias. Os dois primeiros eram médicos e não deram certo como administradores públicos. O último carrega a experiência da vida e as elites do município não possuem nenhum interesse que sua gestão dê certo. Não tem que dá certo! Não é para dar certo! Não pode servir de exemplo nem, muito menos, como alternativa popular. Já o povo pensa diferente, tem que dá certo para o bem de Ipirá.

Esse entendimento é simples e lógico. Faz mais de quarenta anos que o município de  Ipirá só é governado por médico ou advogado. Por que isso acontece? Porque o sistema foi montado e armado para funcionar desse jeito. Só os profissionais liberais dos dois grupos (jacu-macaco) podem administrar o município e fazem o revezamento do poder. É um sistema de exclusão, desde quando, desenvolvem e estimulam a idéia de que pessoas das camadas populares não possuem aptidões para administrar nosso município. Fomentam esse preconceito para alimentar sua ideologia exclusivista e opressora.

Por circunstâncias do destino, o Poder Executivo do município caiu no controle de um homem simples e foge completamente às arrumações e ao senso comum divulgado pelo esquema montado; não é médico, muito menos, advogado, é vereador. Mas, não é do grupo? É. E qual é o problema? Não pertence às famílias oligárquicas, nem à elite do sistema. No esquema jacu/macaco foi estabelecido um papel determinado para os vereadores e cabos-eleitorais, que não podem passar dessa demarcação. O papel do vereador é secundário, subalterno e de coadjuvante, nunca de protagonista. Por ironia do destino essa regra sofreu uma ruptura e, a depender dos acontecimentos, poderá ser desmascarada e enterrada.

As oligarquias e seus asseclas devem estar com uma grande preocupação. E se essa administração do novo prefeito Aníbal Aragão for eficiente? Seria um péssimo prenúncio para as oligarquias, pois, além de um exemplo significativo seria o desmascaramento e o desmanche de um poder de mando com controle exclusivo e absoluto dos profissionais liberais de jacu/macaco. Aníbal Ramos Aragão, vereador, da zona rural, jamais teria a oportunidade e a chance de ser candidato a prefeito do jacu ou do macaco; hoje é prefeito. Isso aconteceu por determinação da Lei e à revelia dos interesses oligárquicos, que, agora, ruminam a preocupação: “e se essa administração funcionar bem?”

Poderá ficar uma grande lição para o povo de Ipirá. A simples lição de que pessoas simples podem governar Ipirá e não só os doutores, pondo abaixo uma exclusão perversa que só beneficia as famílias e elites das oligarquias jacu/macaco. Que fique bem entendida a lição sofrida pelo prefeito licenciado Ademildo, nenhum petista poderia governar bem esse município para não servir de exemplo.

O boicote dos macacos deixou o gestor com uma aprovação de um dígito. O prefeito Ademildo pensou que ia quebrar o sistema disputando a liderança de um grupo sem rumo com Diomário. Pensou que ia quebrar o sistema botando os vereadores da situação debaixo da botina, brigou e humilhou o Poder Legislativo como um todo. Pensou que ia botar o sistema abaixo bajulando a oligarquia macaca em troca de atenção e favores (a tática de Diomário para comandar o grupo). Pensou que o Executivo era o rei. Pensou!

O prefeito Aníbal, penso eu, deverá fazer uma gestão com a participação dos vereadores. O prefeito Aníbal, penso eu, deverá fazer uma gestão conversando e ouvindo a população. O prefeito Aníbal, penso eu, poderá montar um conselho suprapartidário (jacu/macaco/Renova/independentes) para ajudar a destravar e desemperrar a administração desse município. O prefeito Aníbal poderá visitar o governador com a maior comitiva de vereadores já vista. O prefeito Aníbal, com os pés no chão, sem blefe, poderá fazer mais do que imagina e imaginamos por Ipirá.

O licenciamento do prefeito Ademildo é temporário, mas ele precisará de tranqüilidade e paz para preservar sua saúde. O poder é um gerador de complicações para quem necessita de um repouso duradouro, se assim for, qualquer retorno precipitado seria para atender aos caprichos, a uma necessidade de sobrevida da oligarquia macaca e de uma futura candidatura de algum advogado da cúpula.  

O prefeito Aníbal poderá ter um tempo mais longo e pela primeira vez no município de Ipirá, um vereador da zona rural chega ao Executivo. Uma coisa é bem clara: é o vereador quem controla grande parcela dos votos no município com base no assistencialismo; é quem tem o contato direto com o eleitor. Agora os vereadores terão o controle e acesso ao poder Executivo. Serão protagonistas.
 
Se for articulada uma aliança dentro da Câmara Municipal e houver a união concreta de dez vereadores poderemos ter um candidato a prefeito com dez mil votos na partida; com uma gestão satisfatória, teríamos um candidato com grande potencial eleitoral e surgido da base de um poder, o Legislativo. Assim poderemos ter um grupo da politicagem local (a macacada) vivendo um grande drama e uma profunda angústia ao deixar de ser protagonista, impositor e patrão de uma esfera de força importante (os vereadores). Tudo o que o prefeito Ademildo queria fazer e não fez por andar na contramão da história, amarrado e atado pela macacada. Não se governa só fazendo obras mas, também, derrubando muros.

domingo, 2 de agosto de 2015

OLHA BEM O QUE OS SENHORES ESTÃO FAZENDO COM IPIRÁ!

Senhoras e senhores! Observem bem o que vocês estão fazendo com Ipirá! O que eu quero dizer para vocês é algo muito simples: Ipirá não é qualquer coisa para ter um tratamento qualquer; Ipirá não é uma ninharia para ser conduzida de qualquer jeito, por cima de pau e pedra, muito menos, trocando os pés pelas mãos. Entendam o que eu quero dizer.

Economicamente, Ipirá não vive um espetáculo. Estes anos subseqüentes de secas atrofiaram a produção rural do município provocando a redução ou o esgotamento de recursos econômicos do setor produtivo rural do município. Essa precarização criou uma sociedade empobrecida, sem poder de investimento e a mercê de programas governamentais. Na esfera urbana, com a grande maioria da população que trabalha sobrevivendo no leito da baixa renda, com um desemprego elevado e uma pobreza volumosa, Ipirá vai vivendo do programa de Bolsa Família e dos benefícios da aposentadoria. Este é o limite de Ipirá. Se não produz não desenvolve.

A grande crise de Ipirá é administrativa, que se funde no aspecto da politicagem. O sistema político de Ipirá é o do jacu e macaco, que se formata e sobrevive, por décadas, deste condicionamento precário da sociedade e da debilidade da economia. Dessa deficiência econômica e dependência social, nasce e desponta o elemento mais forte do sistema jacu /macaco: o assistencialismo, que gera voto e cria dependência, mas custa os olhos da cara; só a Casa da Moeda para sustentá-lo.

Nesta situação de assistencialismo, criaram um monstro e este monstro está engolindo todos eles. A situação é da macacada. Chegaram ao poder com uma vitória aos 49 do segundo tempo. Uma renúncia mal explicada e a desculpa esfarrapada de uma doença desconhecida parecida com “amarelou na prefeitura” deixou Ademildo como prefeito de Ipirá e lá se vão dois anos e sete meses.

Ademildo entrou nesse barco furado: administrar sozinho, rodeado de macaco, um município complicado como o de Ipirá. Herdou do ex-prefeito Diomário as obras que inaugurou na sua gestão e a parte maldita de cumprir os acordos de campanha; colocar no olho da rua os funcionários que inchavam a folha de pagamento e dar guarida na manutenção do esquema de sustentação de empresários-macacos criado na gestão anterior. Foi aí que o prefeito engoliu o que não viu e o desgaste foi avançando, até chegar à impopularidade em que se encontra hoje.

Fora as obras (Ponto Cidadão, Banco do Nordeste, quadras, Upas) que Diomário tinha conseguido e a gestão atual inaugurou, Ademildo tem pouca coisa a apresentar de sua própria órbita: o asfalto da entrada do Malhador; o beco da palhocinha; o elevado da sinaleira; a abertura do beco da rua Nova; o hipódromo; a mudança da feira de animais; a ampliação de um lado da Praça São José; cemitério novo; a sede da Casa de Passagem; a pista de skate e, talvez, mais uma ou outra coisa. Na verdade, na verdade, os governos petistas (estadual e federal) deixaram o prefeito Ademildo a ver navios, Ipirá não conseguiu nada relevante e de peso destas instâncias no seu governo.

O prefeito Ademildo entrou numa aventura: não conseguiu se desligar do grupismo; não se livrou de sua sombra (Diomário); não politizou o processo, ficou com um discursozinho atrasado do ranço jacu/macaco; deixou de fora das decisões o PT local, não deixa de ser um menosprezo; não teve a habilidade para arregimentar pessoas fora das hostes macacas que participassem na administração de Ipirá; não procurou diluir as tensões internas e externas, pelo contrário; não compreendeu a essência e o sentido do boicote da macacada ao seu governo; empreendeu uma queda de braço com a sua base de vereadores que culminou na disposição de não aprovarem suas contas pela sua bancada. Observe que situação esquisita. Assim navegou o prefeito nesse ninho de macacos, em verdadeiro clima de tensão e muita pressão.

Com as contas na berlinda, o prefeito vai pedir uma licença de 75 dias. Assume o presidente da Câmara de Vereadores Aníbal Aragão. Não acho que para administrar Ipirá a pessoa tem que ser doutor, basta ter compromisso verdadeiro com o povo e o município, até mesmo porque, desde 1976, esse município só é governado por doutores do jacu e do macaco e não tem avançado na questão do desenvolvimento e do bem-estar social da população. Sem dúvida, mais um elemento para servir de comparativo. Qual foi a melhor gestão: dois anos e sete meses de Ademildo; quinze dias de Verena ou 75 dias de Aníbal?   

Teve um vereador, não me lembro quem, que disse que quem tem voto é o vereador e se o conjunto da Câmara de Vereadores resolvesse lançar um candidato a prefeito seria difícil ser derrotado. Concordo com esse dito. São os vereadores que conhecem e convivem com o eleitor. São os vereadores que praticam o assistencialismo de mão cheia na defesa e controle do voto. Se um vereador tornar-se prefeito e tiver a maturidade para formar um quadro administrativo com base na capacidade das pessoas, ao tempo que, conseguir fazer uma aliança consubstanciada, no âmbito da Câmara, para fazer uma gestão atendendo às reivindicações dos vereadores para suas regiões e seus eleitores, onde não falte a gasolina para levar doentes para Salvador, etc. e tal, por um ano e cinco meses, com direito à reeleição, será o despertar de uma força que não podia demonstrar o poder que tinha. É tudo o que a macacada quer e espera. Que o prefeito Ademildo se restabeleça o mais rápido possível.