sábado, 7 de junho de 2014

FOGUETE SEM FLECHA VIRA ESPADA.

A discussão corria solta sobre a programação do São João de Ipirá. Eu considero uma boa grade de programação, principalmente, devido as presenças de Adelmário Coelho, Alcimar Monteiro e Paraíba do Acordeom. Embora, convenhamos que este não é o principal problema de Ipirá, quisera que o fosse, estaríamos nas nuvens.

Discussão mais séria é a que trata da questão da saúde e sob todos os aspectos: no prático é uma lástima; no teórico é um pavonismo impressionante. O Poder Público Municipal constatou que o maior crime, nestes termos, cometido em Ipirá foi ter municipalizado o Hospital. Este argumento soa como uma sentença categórica: o município não tem condições para tomar conta de um hospital. Serrote limado e com os dentes virados.

Aparece o outro lado da moeda: só o Estado tem condições de tocar esse hospital. Até aí tudo bem entendido, mas acontece que o Estado deixou uma bomba no colo do município e não quer nem troco. Que o município exploda! Mas a saúde no município não tem verba própria carimbada e o dinheiro não vem? Tem e vem. O município recebe a verba e diz que não dá e talvez não dê. Você pode até indagar: “Mas que jogo de empurra é esse?” É verdade! Coisa de compadre que não tem responsabilidade com o filho da comadre. Ninguém quer fechar a conta.

Aí o pensamento do Poder Municipal entra em contradição irremediável, ao imaginar que o hospital está maravilhoso, mas não tem condições de manter essa coisa maravilhosa; ao constatar que o Estado não aceita essa coisa espetacular de volta; aí no devaneio, vem a fantástica idéia de terceirizar esse excelente prestador de serviços da saúde pública. É assim que se ajustam os problemas e da confusão mental aparece a idéia da terceirização, sem debate, sem conversa, sem reflexão e sem discussão. É desse jeito que a banda toca e cada qual vai cometendo o seu crime particular contra Ipirá.

Passa-se o calote em clínicas que prestaram serviços; atrasa-se o pagamento dos serviços de saúde; fecham-se Clínicas particulares. Enclausura-se duas SAMUs condenadas a cumprirem penas numa garagem; desentendem-se quanto a instalação da U.T.I. no hospital, nem eles mesmos acreditam. Por que iriam acreditar?

É verdade! Lá em Belo Campo surgiu o movimento: “Eu quero é ver” para as promessas de santo que não cumpre o milagre prometido. Agora imagina tudo isso, numa terra (Ipirá) que a melhor moeda para abocanhar voto é a precariedade no atendimento de saúde, quando a doença é sinal verde para se cabalar a cidadania do doente e da família. Em época de festejos juninos, chego até a pensar que foguete sem flecha vira espada sem direção e sem objetivo, nem só por isso, é que pressinto que esta discussão da saúde tem uma importância bem maior do que aquela outra.

Nenhum comentário: