sábado, 21 de setembro de 2013

RADIOGRAFIA 16.


Você sabe onde fica esse troço da foto? Em Ipirá, ora bolas! Você sabe para que serve esse troço aí da foto? Aí é que é problema! Problema por quê? Se o distinto não serve para nada.
 
Porque essa obra do governo estadual tem mais de 10 anos, foi inaugurada e nunca foi utilizada a contento. Coisa estranha e habitual. Mas que é diferente do que se espera ou se imagina, lá isso é. As administrações dos jacus e macacos não descobriram ainda uma serventia para esse troço aí. Pelo menos, serve para testar a paciência do povo.

Até a década de 1950, o ensino regular e público, em Ipirá, era praticado com o ensino primário na Escola Góes Calmon, inaugurada e utilizada desde a década de 1920 (ainda era Camisão). O ginasial passava à largo em Ipirá. Era um primário respeitado, onde a turma aprendia a contar e a ler sem pisar na bola. Estava estabelecido o limite da educação em nossa terra. Não ultrapassaria o campo do primário. Uma sentença de condenação perversa para os que não se aventurassem deixar a cidade por outras plagas. Por desacerto, não havia embargos infringentes. Uma vez embargado, já foi. O primário era exclusivo para alguns poucos.

 
Na década de 1960, em Ipirá, até que enfim, com um atraso monumental e perverso ocorre o rompimento dessa trincheira primária com a implantação do bem-chegado Ginásio Ipiraense, que trouxe a possibilidade de quem completasse o primário fazer o ginásio. Mesmo com a defasagem do tempo, foi um grande salto diante da grande lacuna que havia. Ipirá merecia e fazia jus a esse direito.
 
 
Atendida uma demanda vem outra necessidade: terminando o curso Ginasial qual seria o passo adiante? Havia a necessidade de um curso Médio. Ipirá é contemplado com o curso de Contabilidade e o de Magistério. O Científico? Nem atrás da serra.
 
Na década de 1970, é fundada a Casa do Estudante de Ipirá em Salvador, um recurso para suprir a demanda e em Ipirá é estabelecida a Escola Polivalente para o curso ginasial, uma escola estadual pública, gratuita, de porte e qualidade laboral, que atendia à demanda crescente pelo ensino fundamental em Ipirá. Foi um salto da situação educacional de Ipirá, que agora contava com dois ginásios, embora o Ginásio Ipiraense balançasse as pernas. Continuava reprimida a demanda e a necessidade de um curso científico.
 
 
O Polivalente era a excelência, o Ginásio Ipiraense, que não era gratuito, controlado pelo SENEC, começou a perder fôlego. O Segundo Grau ficava por conta do curso de Contabilidade. Parava por aí. Não havia o curso científico em nossa cidade.
 
Na década de 1980, a rede estadual de ensino de 1º. Grau ampliou-se. O Cenecista dava mostras de estagnação e o Polivalente mostrava fissuras, começava a cair pelas tabelas. Neste período, foi implantado um famigerado curso de Administração, num colégio fantasma, o João Durval, que não tinha sede, ou seja, não tinha local de funcionamento. Imagina a bagaceira! O sem-teto invadiu o Polivalente. Foi uma degeneração completa. Com esses arremedos, Ipirá continuava sem o curso Científico.
 
Ampliaram-se as ofertas de escolas de 1º. Grau que mais tarde transformaram-se em escolas de 2º. Grau com a mesma estrutura física anterior. Ipirá era atendido no quesito do Ensino Médio, estão devendo-lhe o Ensino Superior, gratuito e público.
 
 
É nesta bagunça que apareceu um inusitado Colégio Luciano Santos, que ninguém sabe que desgraça é, nem pra que veio, nem pra que serve. Veja que situação esdrúxula. Antes foi curso sem escola, agora é escola sem curso. Coisa de jacuzada e macacada.
 
E tem mais, aquela grandiosa escola que foi o Polivalente, foi sendo depreciada durante anos até chegar ao estado de sumiço e em seu lugar cair de pára-quedas um tal de CETEP, uma cópia malfeita de escola técnica, um fantasma daquilo que tinha sido o Poli. Tiveram a fértil imaginação de transformar o Poli em um curso técnico estadual do território da Bacia do Jacuípe, sem ouvir a comunidade, e virou essa geringonça falsificada, no melhor estilo Paraguai; um técnico meia-boca; um faz de conta; ineficiente e desprovido de recursos; cheio de construções inacabadas, com altos percentuais de evasão e sem poder de atração. É o declínio para o ostracismo. Ipirá precisa de uma escola técnica federal, mas infelizmente, a nossa está ali, em Itaberada, pelo que diz o secretário-candidato Rui Costa, que não citou o técnico da Bacia, que ele sabe que é uma embromação.
 
Em muitas coisas dependemos muito mais do poder municipal do que da boa vontade e da boa intenção do Estado, acontece isso no sentido do curso técnico em Ipirá. Os resultados da educação em Ipirá são baixos, mesmo que as notas sejam elevadas artificialmente nas unidades. O nível de aprendizagem não é satisfatório. Não existe sintonia do aprendiz com o ministrado. O gasto é elevado para um resultado medíocre. É um barro que não cola na parede.
 
 
Algo tem que ser feito e burocracia já existe em demasia. A Prefeitura Municipal poderia ousar enquanto há tempo. Por exemplo: contribuir para a formação técnica de jovens e adultos, com um curso com mais prática que teoria, duração de 3 meses, com 300 alunos e um custo abaixo de 40 mil reais mensais (muito menos do que os 300 mil de boca de urna na véspera da eleição), onde fosse oferecido uma profissão com alta capacidade de demanda, principalmente, devido à grande quantidade de veículos em nosso município. Um curso de Mecânica de Moto, completo e prático. Dando certo, estende-se para outras modalidades. Esse é um caminho. Existem outros; um deles é o caminho do grupo de extermínio. Ipirá poderá pagar um alto preço. O preço que se cobra pela omissão.
 
 

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