Você
sabe onde fica esse troço da foto? Em Ipirá, ora bolas! Você sabe para que
serve esse troço aí da foto? Aí é que é problema! Problema por quê? Se o
distinto não serve para nada.
Porque
essa obra do governo estadual tem mais de 10 anos, foi inaugurada e nunca foi
utilizada a contento. Coisa estranha e habitual. Mas que é diferente do que se espera ou
se imagina, lá isso é. As administrações dos jacus e macacos não descobriram
ainda uma serventia para esse troço aí. Pelo menos, serve para testar a
paciência do povo.
Até
a década de 1950, o ensino regular e público, em Ipirá, era praticado com o
ensino primário na Escola Góes Calmon, inaugurada e utilizada desde a década de
1920 (ainda era Camisão). O ginasial passava à largo em Ipirá. Era um primário
respeitado, onde a turma aprendia a contar e a ler sem pisar na bola. Estava
estabelecido o limite da educação em nossa terra. Não ultrapassaria o campo do
primário. Uma sentença de condenação perversa para os que não se aventurassem
deixar a cidade por outras plagas. Por desacerto, não havia embargos
infringentes. Uma vez embargado, já foi. O primário era exclusivo para alguns
poucos.
Na
década de 1960, em Ipirá, até que enfim, com um atraso monumental e perverso
ocorre o rompimento dessa trincheira primária com a implantação do bem-chegado
Ginásio Ipiraense, que trouxe a possibilidade de quem completasse o primário
fazer o ginásio. Mesmo com a defasagem do tempo, foi um grande salto diante da
grande lacuna que havia. Ipirá merecia e fazia jus a esse direito.
Atendida
uma demanda vem outra necessidade: terminando o curso Ginasial qual seria o
passo adiante? Havia a necessidade de um curso Médio. Ipirá é contemplado com o
curso de Contabilidade e o de Magistério. O Científico? Nem atrás da serra.
Na
década de 1970, é fundada a Casa do Estudante de Ipirá em Salvador, um recurso
para suprir a demanda e em Ipirá é estabelecida a Escola Polivalente para o
curso ginasial, uma escola estadual pública, gratuita, de porte e qualidade
laboral, que atendia à demanda crescente pelo ensino fundamental em Ipirá. Foi
um salto da situação educacional de Ipirá, que agora contava com dois ginásios,
embora o Ginásio Ipiraense balançasse as pernas. Continuava reprimida a demanda
e a necessidade de um curso científico.
O
Polivalente era a excelência, o Ginásio Ipiraense, que não era gratuito,
controlado pelo SENEC, começou a perder fôlego. O Segundo Grau ficava por conta
do curso de Contabilidade. Parava por aí. Não havia o curso científico em nossa
cidade.
Na
década de 1980, a
rede estadual de ensino de 1º. Grau ampliou-se. O Cenecista dava mostras de
estagnação e o Polivalente mostrava fissuras, começava a cair pelas tabelas.
Neste período, foi implantado um famigerado curso de Administração, num colégio
fantasma, o João Durval, que não tinha sede, ou seja, não tinha local de
funcionamento. Imagina a bagaceira! O sem-teto invadiu o Polivalente. Foi uma
degeneração completa. Com esses arremedos, Ipirá continuava sem o curso Científico.
Ampliaram-se
as ofertas de escolas de 1º. Grau que mais tarde transformaram-se em escolas de
2º. Grau com a mesma estrutura física anterior. Ipirá era atendido no quesito
do Ensino Médio, estão devendo-lhe o Ensino Superior, gratuito e público.
É
nesta bagunça que apareceu um inusitado Colégio Luciano Santos, que ninguém
sabe que desgraça é, nem pra que veio, nem pra que serve. Veja que situação
esdrúxula. Antes foi curso sem escola, agora é escola sem curso. Coisa de
jacuzada e macacada.
E
tem mais, aquela grandiosa escola que foi o Polivalente, foi sendo depreciada
durante anos até chegar ao estado de sumiço e em seu lugar cair de pára-quedas
um tal de CETEP, uma cópia malfeita de escola técnica, um fantasma daquilo que
tinha sido o Poli. Tiveram a fértil imaginação de transformar o Poli em um
curso técnico estadual do território da Bacia do Jacuípe, sem ouvir a
comunidade, e virou essa geringonça falsificada, no melhor estilo Paraguai; um
técnico meia-boca; um faz de conta; ineficiente e desprovido de recursos; cheio
de construções inacabadas, com altos percentuais de evasão e sem poder de
atração. É o declínio para o ostracismo. Ipirá precisa de uma escola técnica
federal, mas infelizmente, a nossa está ali, em Itaberada, pelo que diz o
secretário-candidato Rui Costa, que não citou o técnico da Bacia, que ele sabe
que é uma embromação.
Em
muitas coisas dependemos muito mais do poder municipal do que da boa vontade e
da boa intenção do Estado, acontece isso no sentido do curso técnico em Ipirá.
Os resultados da educação em Ipirá são baixos, mesmo que as notas sejam
elevadas artificialmente nas unidades. O nível de aprendizagem não é
satisfatório. Não existe sintonia do aprendiz com o ministrado. O gasto é
elevado para um resultado medíocre. É um barro que não cola na parede.
Algo
tem que ser feito e burocracia já existe em demasia. A Prefeitura Municipal
poderia ousar enquanto há tempo. Por exemplo: contribuir para a formação
técnica de jovens e adultos, com um curso com mais prática que teoria, duração
de 3 meses, com 300 alunos e um custo abaixo de 40 mil reais mensais (muito menos
do que os 300 mil de boca de urna na véspera da eleição), onde fosse oferecido
uma profissão com alta capacidade de demanda, principalmente, devido à grande
quantidade de veículos em nosso município. Um curso de Mecânica de Moto,
completo e prático. Dando certo, estende-se para outras modalidades. Esse é um
caminho. Existem outros; um deles é o caminho do grupo de extermínio. Ipirá
poderá pagar um alto preço. O preço que se cobra pela omissão.
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