domingo, 8 de dezembro de 2013

VIVA A MORDOMIA!


Um sonho! Seriam remanejados seis milhões de reais para a Saúde. Juro que fiquei otimista, isso significaria um hospital em Ipirá mais equipado, pegando por baixo, no mínimo mais asseado, com lençóis limpos, toalhas novas, com um aspecto mais digno para o ser humano. Um sonho!

Bem distante de um Orçamento Participativo, uma marca do petismo gaúcho, a iniciativa de remanejamento no orçamento, prevista pelos vereadores de Ipirá, tornou-se auspiciosa e salvadora. Um benfazejo sonho. Transfeririam dois milhões do Gabinete do Prefeito para a Saúde. Não mais que de repente, nada disso era nada, ficou como estava.

Voltamos ao que era: 2 milhões e 700 mil reais para o Gabinete do Prefeito. O Hospital de Ipirá tem um custo de 800 mil reais mensais. Seriam quase três meses de sustento. A verba do Gabinete dá 225 mil reais por mês; dinheiro suficiente para o prefeito comer caviar e hospedar-se no hotel de Zé que não é Dirceu em Brasília, só para chupar laranja, caso assim o deseje e não precisa ficar com remorso.

É dinheiro para mordomia. Prefeito também vive de mordomia. Já se foram os tempos que prefeito frequentava o Hotel São Bento em Salvador e forrava a barriga com tripa de bode torrada e farinha de mandioca, acompanhada de torresmos, na pensão de Tomaz Aquino. A minha preferência é simples, prefiro lençóis limpos no hospital de Ipirá do que um prefeito bem cevado.

Resta a inusitada reclamação e indignação do eleitorado que votou no vereador vacilante, que ficou cambaleante e bandeou para a posição contrária. Se o eleitor fosse um pouco mais atento não ficaria tão chateado da vida, bastaria um pouquinho mais de compreensão para não se sentir traído, nem lesado.

A coisa está contida e encurralada na natureza do sistema de “jacu e macaco.” Quanto gasta um vereador para se eleger? Quanto custa a um vereador manter o eleitorado cativo?

Um vereador para ser eleito tem que executar a política do “serviço prestado” em larga escala, ou seja, tem que se enquadrar numa prática de clientelismo que custa os “olhos da cara” e os proventos de um vereador em Ipirá, na ordem de sete mil reais, não dá nem para melar, muito menos, para manter e sustentar uma comunidade, durante 4 anos, em todas as suas necessidades e dificuldades, daí é imprescindível o amparo e a ajuda do grupo ou da prefeitura, para reproduzir esse sistema de controle de votos.

Na qualidade do que é necessário e fundamental para manter o feudo eleitoral, torna-se inevitável que o vereador atue de forma concreta pelo que lhe parece útil e neste sentido entra a conveniência pessoal como marco definidor da sua atuação legislativa. Paciência. É o limite que está demarcado e tem mais importância do que uma exigência mais apurada de qualquer eleitor que seja.

O vereador é parte essencial, determinante e fundamental no sistema oligárquico jacu/macaco. Sem sua participação e atuação o sistema degringola. O vereador é a garantia da sobrevivência e da reprodução do sistema que beneficia as oligarquias ipiraenses. Não tem como escapar desse círculo vicioso e viciado.

Manter esse troço faz o vereador virar um assistente social ou um louco varrido, que está preso e amarrado às engrenagens do sistema com sua rede de casuísmo, que dirige e sacramenta o comportamento dos edis. Ele só tem voto se fizer o clientelismo. Isso tem custo elevado. De onde vai sair esse apoio financeiro?  O eleitor tem que exigir qualidade é do seu próprio voto. Eis a questão.

Um comentário:

  1. Nossa CÂMERA DE VEREADORES é uma vergonha livrando poucos,sem compromisso nenhum com o povo e sim com interesse pessoal deles vereadores o povo sabem muito bem quem são os vereadores que realmente trabalha em beneficio do Município de Ipirá,Professor Agildo Barreto seu comentário esta corretíssimo,os eleitores tem que esta atento novas eleições vem ai pra os políticos ta prometendo céus e mares e continuando a enganar o povo.

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