quinta-feira, 15 de maio de 2014

O PERIGO ESTÁ AO LADO.

 

Uma operação da Polícia Federal tenta eliminar uma organização criminosa, colocando na cadeia diversos prefeitos, ex-prefeitos, vereadores, secretários, funcionários e empresários envolvidos no desvio de recursos públicos do FUNDEB. Eram todos cidadãos acima de qualquer suspeita, longe disso, é uma trempe de malfeitores da pior espécie, daqueles que surrupiam até as ‘ovelhas de Cristo’.

O programa do Bocão, na Record, mostrou a vistosa corda de caranguejo mamador enchendo o camburão da P.F. com destino ao presídio de Feira de Santana. Uma vergonha carregada de cinismo e cara lavada sem tamanho.

Foram mais de 70 milhões de reais desviados (média de arrecadação anual de um município do porte de Ipirá) para os bolsos dessa turma de larápios. Um esquema criminoso aplicado em 20 municípios. Uma falcatrua que se espalhou igual a fogo em capim seco e grudou bem mais do que visgo de jaca. A que ponto a coisa chegou.

Os desvios aconteceram nas cidades de Fátima, Heliópolis, Ipecaetá, Aramari, Banzaê, Ribeira do Pombal, Sítio do Quinto, Água Fria, Novo Triunfo, Itiruçu, Ourolândia, Santa Brígida, Paripiranga, Itanagra, Quijingue, Sátiro Dias, Coração de Maria, Cícero Dantas, Lamarão e São Francisco do Conde.

Como esta organização criminosa atuava? Empresas de fachada e laranjas eram contratados para realizar serviços de engenharia, de transporte escolar e realização de eventos sociais para o grupo.

Os envolvidos nesta ação criminosa estão sujeitos a que penalidades? Os envolvidos devem responder por crimes de responsabilidade, malversação de recursos públicos, lavagem de dinheiro, peculato, organização criminosa, uso de documento falso e crimes da lei de licitações.

Quem tomou naquele lugar? A maioria são municípios pobres; sem saneamento básico, com esgoto circulando a céu aberto; com atendimento de saúde vergonhoso; com deficiente e negligente oferta educacional; com reduzida margem de serviços à cidadania; com uma população enterrada até o pescoço na vida precária, na miséria existencial e em condições sub-humana. Almas mortas, na periferia da sociedade, sentindo o cheiro do banquete faustoso dos que se fartam nas prefeituras. Os detentores do poder primam pela manutenção deste status “por cima da carne seca”. 

A massa da população afogando-se na precariedade, ao contrário dessa turma de marajás provincianos que mergulham nababescamente numa vida perdulária de farra e muita ostentação; de ganhos exorbitantes, de mais de 30, 40, 50, 100 mil reais, que dá direito a cuspir na cara do povo; de privilégios condescendentes, bastando uma simples alusão de pertencimento ao grupo.


Onde está a raiz desta peste contagiosa? Nasce com a campanha eleitoral de milhões de reais, onde o candidato para ganhar tem que gastar os ‘olhos da cara’ para comprar votos; e haja dinheiro para o clientelismo, paternalismo, assistencialismo. Tem agiota que empresta dinheiro na condição de devolução do mesmo capital se o candidato perder e pagamento dobrado em caso de vitória. Essa proposta é de uma imoralidade sem precedentes e os canalhas aceitam. Cabe aos cofres públicos vomitar esse dinheiro.
 

O esquema vitorioso impõe ao prefeito eleito que governe para o grupo. Aí fica do jeito que o diabo gosta e aquele esquema festivo de campanha vira uma tramóia criminosa de trapaceiros para assaltar os recursos públicos. Não tem município que agüente um troço desse. Fica a indignação de cada cidadão e a esperança que a Justiça tenha a duração necessária para que a justiça seja feita.

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