quarta-feira, 27 de agosto de 2014

PRONATEC.


Observe como a coisa acontece em nossa terra. O prefeito de Ipirá, Ademildo Almeida, recebeu um telefonema do deputado federal C. M. do PMDB de Feira de Santana, que lhe disse:  “Prefeito! V. Exa. quer um Pronatec para Ipirá? Basta a prefeitura conseguir o terreno.” Telefonema claro, explícito e transparente como gosta o prefeito.

Pronatec é o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, foi criado pelo Governo Federal, em 2011, com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica. Bastava o terreno. Onde seria? Onde estaria esse terreno? Em alguma Praça? Esse prefeito já gosta de acabar uma praça! Parece que terreno é coisa do outro mundo em Ipirá. O prefeito deve ter pensado um bocado, tanto que chegou a ferver os neurônios. Imagine onde ele foi procurar esse terreno?

Indagou se a Paquetá poderia doar o terreno que fica na área da fábrica. Essa atitude chama atenção para dois fatos, sem dúvida, vergonhosos: primeiro, a doação. Será que a Prefeitura de Ipirá não tem recursos para comprar um terreno? Tem que pedir! O segundo, o local. No terreno da fábrica Paquetá! Ele nem pensou em mais nada.

O terreno da fábrica pertence ao Estado. O prefeito correu para cima do Estado. Imagine, onde isso vai parar! Mas, vamos a questão do local. O tamanho do terreno solicitado representa metade da área da fábrica. Significaria a estagnação completa da fábrica a nível de crescimento, não teria mais para onde fluir e, consequentemente, crescer, ficaria reclusa e circunscrita a área utilizada atualmente. Observe bem, recentemente, a fábrica solicitou um galpão para mais 400 empregos, não conseguiu e teve que ir para Riachão. Ipirá perdeu essa oportunidade de emprego com carteira.

Observe o mais grave: na medida em que a produção da fábrica em Ipirá não pode mais crescer à altura do potencial econômico do país, naturalmente, esta fábrica ficará inviabilizada aqui, por não ter nem uma simples área para ampliação; assim acontecendo, prevalecerá a lógica, a fábrica irá montar sua maquinaria onde houver potencialidade para concentrar uma massa operária de três ou quatro mil pessoas. Esse é um raciocínio simples e que as pessoas não podem se furtar em compreendê-lo.

Se você subtrair terreno da fábrica, você reduz, limita e impede qualquer outra possibilidade de ampliação da linha de produção na fábrica, de crescimento da produção e obstrui a oferta de emprego. Ipirá, hoje, depende mais dessa fábrica do que de qualquer outra empresa. Não se pode tirar a perspectiva de crescimento da fábrica, impondo limite, criando obstáculo, porque isso atrofia a geração de emprego no município de Ipirá.

A área da fábrica não significa um espaço vazio; representa muito mais do que isso, sem dúvida alguma é um espaço vital, de perspectiva e estrutural que não pode ser descartado por um gesto temerário e impensado. O espaço da fábrica é aquele e único, ao contrário, dos espaços de Ipirá, não é só aquele e são inúmeros. Se você provoca a redução de uma área industrial sem necessidade alguma e sem nenhuma justificativa plausível, você está cometendo uma burrice sem precedentes e improcedente.

Ipirá não suporta esse tipo de gestão “tiro no escuro”, é necessário que se tenha uma visão estratégica, com metas estabelecidas, com planejamento e projeto bem fundamentado. Ipirá não é nenhuma roça para ser levado a toque de caixa. Ipirá não é uma vítima para sofrer ações completamente equivocadas e perdidas.

Uma escola junto de uma fábrica. O local é indevido, impróprio e inadequado para uma escola. Seria uma estupidez. Não se pode trocar os pés pelas mãos. Ipirá é um município complicado e complexo. A gestão que toca Ipirá não pode ficar limitada às questiúnculas da politicagem do jacu e do macaco, porque o risco que corre o pau, pode não ser o mesmo risco que corre o machado. Quem está na prefeitura está no filé, mas os operários de Ipirá não podem perder o emprego. Abra a cabeça, prefeito! Que você verá um bocado de terreno disponível. Que venha o Pronatec.

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