Ipirá
tem necessidade de uma universidade pública, presencial e de qualidade. Todo
ipiraense concorda com isso. O problema maior é que as políticas públicas do
Estado são canalizadas em outras vertentes e Ipirá não consta como prioridade
por estar perto de Feira de Santana. Esse é o problemão. Como sair disso?
No
tempo do prefeito Luís Carlos, ele achou um meio para resolver o problema.
Conseguiu um curso de extensão da Uneb para Ipirá e a tropa dele fazia questão
de dizer que Ipirá ganhou uma universidade. Dois anos depois, acabou o curso e
acabou a universidade. Era uma mentira deslavada. Ipirá não tinha universidade,
era um curso com valor equivalente a nível superior, mas indubitavelmente um
curso de extensão e não uma universidade e quando o curso (só dois anos) acabou
a universidade se picou, foi pra p. q. p. e ficou o oco no município. Ipirá
continuava sem universidade.
O
prefeito Diomário nem tocou nesse assunto. Vem o prefeito Ademildo que tem uma
necessidade extrema de mostrar serviço, pois não é macaco puro-sangue e nem
conta com simpatia popular. Tem que fazer acontecer para aparecer. Então, ele
retomou a idéia da universidade para Ipirá talvez achando que fosse sopa no mel
devido ao alinhamento político.
É
bom reativar as memórias das pessoas. De início, a reivindicação estava em
torno da extensão de uma unidade da Uefs ou da Uneb, descartadas em seguida.
Com as duas estaduais fora de qualquer possibilidade a idéia foi canalizada
para as federais do Recôncavo, logo rechaçada, a da Chapada e, posteriormente,
a do Nordeste. A ansiedade era grande e maior era a falta de planejamento e de
um projeto para se chegar ao objetivo e
a prova contundente disso foi a compra do terreno para a universidade sem ter
nada seguro. Um grande mico. Aí o prefeito ficou num mato sem cachorro, essa
universidade tinha que vir de qualquer jeito, até um cacete armado serviria.
Era
reunião, encontro, audiência até desaguar naquele deslocamento de um grupo até
Seabra para uma reunião prol Universidade da Chapada, um grande mico. Ipirá
chegava depois que o mingau tinha sido servido. Não participou da luta pela
conquista e queria abocanhar uma fatia do bolo. Ainda bem, que quem foi não deu
uma viagem perdida devido ao Tur 0800 pela região e a federal da Chapada foi
descartada.
Veio
à tona a federal do Nordeste. Quem não tem memória curta deve lembrar-se do
movimento que foi feito em Ipirá pela universidade, com uma passeata cheia de
gente defendendo a bandeira da universidade pública para Ipirá, naquela
ocasião, o pleito era em torno da Universidade do Nordeste. Muitas pessoas de
pureza d’alma e boas intenções participaram daquele ato. Dá para tirarmos duas
conclusões: arriaram muito rápido a bandeira de luta pela universidade pública
ou aquilo tudo não era nada daquilo, pois aquilo era um jeito de chamar atenção
para alguns candidatos. O certo é que a federal do Nordeste se foi e não chegou
por aqui.
Um
terreno comprado e nada de universidade. O que fazer? Tem que reparar o mico ou
a falta de projeto administrativo, como queiram. A primeira coisa a fazer foi
arriar a bandeira da universidade pública, presencial que é uma reivindicação
legítima, verdadeira e necessária para Ipirá. Uma universidade à distância
atendia aos interesses e ao capricho do prefeito. Ele trouxe um curso de
Matemática, à distância pela UAB, e acha que resolveu o problema de Ipirá.
Curso
à distância não é novidade aqui em nossa cidade. O professor José de Assis é
mantenedor de diversos cursos à distância em Ipirá. Muitos cursos e isso há
muito tempo. O prefeito deve argumentar que o único que ele conseguiu é
público. Matemática está entre os cursos com maior índice de desistência nas
universidades federais. Não tem demanda para duas turmas no nosso município. Se
o curso for puxado não terminará com 5 alunos, se for uma baba, a qualidade
despencará. Só pode ter outro vestibular quando terminar essa turma (o da Uefs
é assim). O sonho do prefeito tornou-se realidade! Porque a realidade de Ipirá
continua sendo a realidade do nosso município: Ipirá precisa de uma
universidade pública, gratuita, presencial e de qualidade. Ou estou mentindo?
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