terça-feira, 30 de junho de 2015

A ESCRITA E A FALA

Não é crime discutir o município de Ipirá. Não é proibido discutir suas dificuldades e seus problemas. Feio mesmo é quando os problemas permanecem desconhecidos, embaixo do tapete, e não apareçam com força nos debates. Triste mesmo é quando a discussão permanece superficial, transitória e, na maioria das vezes, sem maiores conseqüências práticas. Doloroso é quando não se discute a problemática da cidade. A perspectiva não desabrocha e não vem à tona. Tudo vira ponto cego.

A importância do debate sobre os problemas de Ipirá é tão óbvia e verdadeira quanto o pouco que se faz para que ele aconteça, talvez o descaso ou o medo de enfrentá-los de forma crua e verdadeira, seja o mantenedor dos pontos cegos.

Setores dominantes esquivam-se desse debate, da mesma forma que o cão foge da cruz. Não é interessante, nem do interesse destas camadas levantarem o tapete desta discussão. A democracia é o berço do contraditório e o leito da vigorosa proteção à liberdade de expressão.

Por que esse debate está travado e obstruído? Por vários motivos, mas vamos deixá-los de escanteio. Vamos ver se o debate é possível. Eu não sou do ramo, mas escrevo. Ele é do ramo e fala, fala bem. Pela escrita, eu coloco que o desenvolvimento de Ipirá tem que passar pela capacidade de produção do município. Se produzir vai, se não produz não vai. Pela fala, ele diz que o desenvolvimento de Ipirá passa pela realização de grandes eventos. Com grandes eventos o município prospera, sem grandes eventos fica estagnado. Ninguém é dono da verdade. Quem sabe se não será pelas duas coisas?


Ninguém falou isso; nunca falaram isso; mas eu vou escrever uma idéia esquisita, improvável e fora de sintonia, mas trata-se de um grande evento: Se Ipirá pagar, com dinheiro público, 700 mil reais ao Vasco, poderá trazer o clássico-baba da zona do rebaixamento Flamengo X Vasco para o nosso estádio, que é de primeiro mundo. Vai ser um reboliço na região. Dá para alcançarmos um público de 16 mil pessoas (em arquibancadas de madeira improvisada, no nosso caso). Dá ou não dá? Foi o que aconteceu neste domingo (28 de junho) na Arena Pantanal em Mato Grosso. Agora, pensando bem, um grande evento esportivo resolve o problema do desenvolvimento sustentável de Ipirá? Sim ou não? Não é pecado discutir Ipirá. Vamos fazê-lo. Dá para se fazer um bom debate.

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