Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Não sei se vale a pena ver de novo
Capítulo: 10 (mês de março 2015)(atraso de 3 meses) (um por mês)
O encontro aconteceu no Fórum da cidade, meio por acaso e mais ou menos com uma intencionalidade determinante porque o prefeito Déo tinha a convicção que não encontrando o ex-prefeito Dió no prédio da prefeitura ele estaria na Casa da Justiça e, justiça seja feita, lá ele estava.
Assim
que encontrou o ex-prefeito Dió, o prefeito Déo cumprimentou-o, ao tempo que,
observou com acuidade um livro de capa verde e título com letras pretas e
chamativas: MENTES PODEROSAS E ENDIABRADAS EM CONTENDAS METAFÍSICAS, escrito
por J.K.F. O prefeito Déo franziu a testa e disse:
-
Meu grande amigo ex-prefeito Dió! Eu já li esse livroO ex-prefeito Dió tomou aquele susto, ficou meio preplexo e naquele espanto exclamou sem saber o que dizer:
- Já!
- Li uma vez – completou o prefeito Déo.
O
ex-prefeito Dió procurou ativar a própria mente e veio-lhe a recordação de que
estava fazendo a décima leitura, o que fazia dele o ‘mestre dos mestres’.
Tranqüilizado, começou a pensar: ”10
a 1, essa é mole, não tem pra ninguém, eu vou ser o
candidato a prefeito 16 da macacada e
com todo mundo rogando aos meus pés para que eu aceite.”
O
prefeito Déo ficou sério e conseguiu captar a profundeza daquele pensamento que
estava sendo produzido à sua frente e partiu para o revide com um pensamento
inquisidor: “Veja só o que esse elemento quer ser, candidato a prefeito! E eu?
Eu que tenho direito à reeleição ser descartado desse jeito? Não é assim não!
Principalmente por quem disse que deixou a casa arrumada, com 9 milhões de
reais no cofre e era tudo conversa-mole; eu peguei foi um abacaxi.”
O
ex-prefeito Dió sentiu a força daquele pensamento, mas não titubeou e não
deixou de graça ao botar a memória para funcionar:”Veja que sujeito mais
ingrato! Eu dei uma prefeitura de graça a esse sujeito e ele ainda questiona o
que eu espalhei, não tem nada não, agora leve em conta a quantidade de obras
que eu deixei para ser inaugurada de oito em oito dias, dá para ir até o final
do mandato. V.Exa. só conseguiu um beco e um quebra-mola gigante.”
O
prefeito Déo torceu a cara e botou o pensamento para retrucar: ”Você começou e não
terminou uma obra sequer, foram todas concluídas na minha gestão e sou eu que tenho a
obrigação de inaugurá-las de quinze em quinze dias, é tanta obra que em 22
ainda estarei inaugurando-as e tem mais, vou inaugurar o Matadouro de Ipirá.”
Neste
momento a briga das idéias ganhou o quilate de uma luta de titãs e o
pensamento do prefeito empurrou o pensamento do ex em direção hospital, dando e recebendo
chutes e socos chegaram ao Parque de Exposição, embolando e enrolando chegaram
ao matadouro. O pensamento do prefeito Déo estava se sobrepondo e impôs ao
pensamento do ex-prefeito a sua vontade:”Agora, você vai ser o primeiro bicho a ser abatido
neste matadouro para nunca mais falar que é candidato. Faça o seu último
pedido.” O pensamento do ex-prefeito Dió chorando fez o seu pedido:”Eu quero
morrer junto com Chico Gunha” e desmaiou. O pensamento do prefeito não agüentou
o ferrão: ”Esse Chico Gunha acabou comigo” e desmaiou.
No
Fórum o prefeito Déo apertando a mão do ex-prefeito Dió foi enfático e disse:
-
Eu considero você como meu irmão, o que você fez por mim ninguém faz e eu sei
que você vai fazer mais ainda.
O
ex-prefeito Dió apertou mais ainda aquela mão do prefeito Déo e foi sincero ao
dizer:
-
Eu sei que V. Exa. não é uma pessoa ingrata e reconhece o que foi feito para
V.Exa. chegar à prefeitura e eu sei que V. Exa. vai reconhecer ainda mais.
Suspense:
e agora, esse matadouro sai ou não sai?
O
término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse
Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou, imediatamente.
Observação:
essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador
e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles
brincam com o povo e o povo brinca com eles.
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