sábado, 12 de setembro de 2015

É DE ROSCA (12)


Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Não sei se vale a pena ver de novo
Capítulo: 12 (mês de maio 2015)(atraso de 4 meses) (um por mês)

O prefeito Bal tomou todas as providências para se livrar de qualquer inhaca que estivesse impregnada na prefeitura e mandou fazer uma pintura geral. Um funcionário, meio displicente, derramou uma lata de cola no assento da cadeira principal do gabinete do prefeito. O prefeito Bal, sem perceber, sentou na cadeira, pronto, estava colado.

O ex-prefeito Dió passando pelas proximidades do Centro Administrativo, se assim podemos chamá-lo, e com o peito carregado de saudade, assim pensou: “vou fazer uma visita ao meu amigo prefeito Bal.”

Adentrando ao gabinete, sem bater na porta, o ex-prefeito Dió pegou na mão do prefeito e falou:

- Levante prefeito Bal, para falar com o maior administrador que essa terra já teve!

- Não posso, ex-prefeito Dió! Já tentei diversas vezes e não consigo.

O ex-prefeito Dió pegou na mão do prefeito Bal e deu um sacolavão conseguindo movimentar o prefeito e a cadeira também. Não solucionando o problema e pressentindo que o problema era sério, o ex-prefeito Dió pensou: “esse sujeito tem quinze dias sentado nessa cadeira e já está com tanto gosto, que não quer mais sair. Imagine, ficando um ano! Vai querer ficar mais quatro. E eu, onde fico? Vou tomar providências agora mesmo.”

O ex-prefeito Dió dirigiu-se ao pátio da prefeitura e chamou cento e cinquenta homens que estavam sem fazer nada e levou-os ao gabinete. Fizeram o maior esforço e não conseguiram arrancar o prefeito Bal da cadeira. O ex-prefeito Dió pensou: “já sei o que vou fazer!”. Pegou o celular e telefonou para o seu amigo e governador De Costa.

- Pense bem, governador De Costa! Para Ipirá, eu cobro medidas urgentes e não tenho sono enquanto não as tenho atendidas; inclusive, neste momento, temos uma urgência urgentíssima, que é não deixar o prefeito Bal tomar gosto pela cadeira que está sentado, nós temos que arrancá-lo logo, antes que ele bote na cabeça que é um direito que pode ser estendido a qualquer pessoa simples e queira ficar sentado mais quatro – disse o ex-prefeito Dió.

- Certíssimo, grande líder ex-prefeito Dió! – respondeu e continuou falando o governador De Costa – Para Ipirá, eu não nego nada. Não durmo enquanto não atendo aos pedidos de Ipirá. Vou mandar um guindaste holandês, fabricado pela Mammoet Bliebherr, uma máquina de última geração, com potência para levantar 500 toneladas. Essa máquina só falta falar.

Dez carretas trouxeram o guindaste gigante de 200 m de altura, que tinha duas letras de cinco metros, um M e um B, estampados bem na frente. Ao chegar em Ipirá, em frente à prefeitura, aconteceu um verdadeiro milagre; o guindaste falou:

- Eu vou tirar esse prefeito dessa cadeira.

O ex-prefeito Dió assustado com o tamanho das letras MB, que o guindaste gigante carregava, foi proferindo em voz altissonante e grave:

- Eu sei perfeitamente que MB significa Maquinas Brasileiras, mas goste quem gostar, esse guindaste dessa firma MB, ou melhor ainda, essas letras MB não entra nessa prefeitura de jeito nenhum, nem aos 49 minutos do segundo tempo!

O guindaste com o letreiro MB deu um pinote e falou:

- Eu não sei onde é que estou que não esmago esse sujeito. Para evitar confusão, eu vou, agora mesmo, para aquele matadouro e vou botar aquilo lá para funcionar.

Quando o guindaste com as letras MB partiu em direção ao matadouro, o ex-prefeito Dió entrou no gabinete do prefeito Bal, relatou o que ocorreu e chamou-o para ir ao matadouro. O prefeito Bal replicou:

- Da minha cadeira eu não saio.

- Vai V. Exa. e a cadeira – retrucou o ex-prefeito Dió.

Quando a comitiva do prefeito Bal, sentado na sua cadeira, chegou ao matadouro, o guindaste, com as letras MB, estava cravado no asfalto em frente ao matadouro e o guindaste gigante esticou o braço e pegou um boi na fazenda de Canjinho no Rio do Peixe. O ex-prefeito Dió quando viu aquele boi numa altura de 200 m ficou preocupado e pensou: “esse guindaste, dessa firma MB, pensa que é prefeito e vai inaugurar esse matadouro de Ipirá e isso não pode acontecer!”

O ex-prefeito Dió olhou para o lado e viu um macaco, que é bicho ligeiro e pula de galho em galho com uma facilidade que não tem equiparação, e ordenou-lhe:

- Suba nesse guindaste da firma MB e fure os olhos dele, senão ele inaugura o matadouro.

Suspense: e agora, esse matadouro sai ou não sai? E agora Ipirá? Será que agora vai? Será que o fazendeiro Canjinho vai deixar seu boi inaugurar o matadouro? Será que o macaco vai furar os olhos do guindaste da firma MB, a famosa firma Mammoet Bliebhen? Êta novelinha complicada. Será que o prefeito Bal não vai ter o direito de continuar na cadeira?

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou, imediatamente.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.

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