Discussão
política em Ipirá é travada no interesse público, privado, particular, pessoal,
familiar, coletivo, grupal e ‘us cambal’: em qualquer esquina, rua, praça,
botecos, bares, mentes e corações, a coisa se desenrola ladeira abaixo e acima.
Vamos
começar pelos brilhantes analistas políticos que na atualidade e por ‘décadas e
décadas’ passadas, ainda viventes e os que já passaram para a história,
contribuíram e contribuem de forma significante para a consagração desse
formato imprescindível de pensamento político: “EB tá com a gente!”, “o ‘vereador
tal’ pulou para o nosso lado!”, “Fulano passou prá cá!”, “Beltrano pulou pra lá!”,
“cicrano vai votá no nosso grupo!”; “a família de RR está com a gente e é uma
família grande”, ”administração boa é da jacuzada”, ”administração ótima é da
macacada”. E assim, Ipirá agradece pela grandiosa contribuição.
Como
foi no passado, ainda hoje, ficam moendo e remoendo essas idéias profundas,
analíticas, alvissareiras para a população. “Fulano passou pra o nosso grupo.” Não
se desvinculam dessa esfera e especificação de pensamento. O que seria de Ipirá
sem essa discussão tão necessária e pertinente?
Não
podemos deixar de lado, enérgicos editorialistas da imprensa radialista que
buscam a formatação de um corpo de idéias que desponta dos reclames populares
em busca de reparos simples, essenciais e, talvez até, imprescindíveis à vida
cotidiana: “tem um buraco aqui na rua tal que engole um menino”, “o lameiro
aqui no bairro tá no meio da canela”, “a estrada do povoado tá pistiada de
costela de vaca”, “no hospital não tem esparadrapo!”, “o ônibus escolar da
linha tal carrega os estudantes em pé!”, “o esgoto ta correndo no meio da rua”.
Desse jeito, Ipirá só tem a agradecer pela grande contribuição.
Como
foi em passado recente, desde que surgiu o rádio neste município, essas idéias ficam
em constante e permanente ebulição, sem querer sair da pauta cotidiana, sem se
desgarrar da realidade viva, concreta, palpável do dia-a-dia, porque são
rigorosamente negligenciadas. “A estrada do povoado tá pistiada de costela de
vaca.” Ultimamente, essas reclamações pelas ondas radiofônicas se transformam
em clamor popular como um meio de acelerar o êxito do atendimento dessas
demandas, até mesmo, em configuração programática, para registro em papel. O que
seria de Ipirá sem essa discussão tão necessária e pertinente?
Não
podemos deixar no esquecimento, enérgicos editorialistas da mídia virtual ‘bloguista’
que buscam elencar uma série de questões que impactam com a realidade
estabelecida, que não quer deixar de ser uma realidade gritante e famigerada: “o
desenvolvimento não está na mão estendida e pedinte”, “a saúde está
estropiada”, “a educação carece de qualidade”, “a produtividade míngua na terra
apilada”, “a produção econômica está mirrada”, “a sociedade esgota-se no
assistencialismo viciante”, “a questão do trabalho e renda é a prioridade de
ontem”. Ipirá tem a agradecer por esta tentativa de discussão.
Em
passado recente, a ferramenta da NET veio apressar e acelerar em padrões inimagináveis
essas informações para um debate mais veloz, pena não ser caudatário de um
programa de metas com intuito de varrição. “A questão do trabalho e renda é a
prioridade de ontem”. O que seria de Ipirá sem uma discussão que faça desdém da
superficialidade.
Ipirá
agradece! Qualquer néscio pode dizer: que o que escrevo está longe de um
sentido verdadeiro. Não me aborreço com isso, muito pelo contrário, isso me
aquece para o ato de escrever e, até prevejo que, em 2016, poderemos ter extrapolação
de discussões efêmeras, com uma carga de debates no mais baixo nível, manchados
por um ódio recíproco, com acalorada troca de farpas (jacu x macaco), com muito
disse-me-disse, com debates menores e desvio de foco, alçando Ipirá... Para
onde? Quem serão os beneficiados?
A
baixaria em nada beneficiará o município, só servirá para atender aos
interesses escusos dos escroques que estão imiscuídos na politicagem de Ipirá. Quando
será superado este vazio agonizante? Será que Ipirá não está incomodada com
essa sensação de orfandade e abandono completo? Não é necessário que cheguemos
a uma penosa constatação de que o pior ainda está por vir, embora digam que
gostam de Ipirá!
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