sexta-feira, 27 de maio de 2016

O DONO DO PEDAÇO


Dió continua em pauta, até porque, não é todo dia que participo de reunião com essa figuraça, então, tenho que aproveitar para torcer bem a roupa lavada, para não perder uma gota sequer de água.

Confesso, também, que estou preocupado com Dió, estou achando que ele está meio pra baixo, meio confuso, com a auto-estima muito xixilenta, desencantado com o mundo e um tanto borocoxô; só fica falando em doença, velhice, que não é mais candidato a nada, que não agüenta mais, que não tem mais disposição, etc e tal. Que é isso meu velho Dió! Levanta a cabeça, homem de Deus!

Eu compreendia muito bem, quando você era prefeito e chorava muito por causa do dinheiro da prefeitura: “Só nove milhões por mês!” Realmente, eu considero um nada, se fosse noventa milhões era muito pouco, nisso aí você tinha toda a razão e podia chorar à vontade, mas hoje, não.

Hoje, eu só posso considerar esse choro de Dió, transtornos emocionais graves, porque o sujeito vivendo em Praia do Forte; na beira desse marzão de meu Deus (o ser humano ainda não conseguiu privatizar o mar!); sem dá um prego numa barra de sabão; deitado numa rede, soltando peido para o vento carregar; só na maresia, água de coco, wisk, comendo lagosta e só fica dizendo que ta ruim a coisa. Não deixa esse xororô! Eu só penso que é prá gente que ta do lado de cá, com a nossa tripa assada na farinha, fique com pena e divida com ele o nosso pirão de todo dia.  Aí não, não é Dió! Não, com essa que não cola mais!

Mas, eu também, dou uma compensação, não é fácil o sujeito ficar sem fazer nada, só sentindo dor e cansaço no corpo. Telefona para o amigo governador, ouve: “estou ocupado”; para o amigo desembargador, “estou ocupado” aí o sujeito não tem nem com quem conversar; aí, convenhamos, não é fácil.

Uma cidade de mais de três milhões de habitantes e ninguém conhece o “Grande Dió”, prefeito duas vezes de Ipirá, três cacetadas no lombo da jacuzada e ninguém reconhece esses atos e fatos nessa cidade de São Salvador! Isso é doloroso. O anonimato da cidade grande é terrível e devastador, porque desumaniza.

Aqui, em Ipirá, pelo contrário, todo dia, o menino do rádio “é Dió pra lá, é Dió pra cá”, o sujeito do blog “é porque Dió...”, chegam a torrar a paciência, mas não esquecem o Dió.

Eu sinto que esse anonimato na cidade grande está deixando Dió triste e enfadonho, eu fico até pensando, que essa cidade grande poderá levar Dió a uma depressão profunda e, pense aí, Deus o livre e guarde, o nosso amigo Dió botar na idéia de que é atleta olímpico de natação e achar de dá um mergulho em Praia do Forte para sair na África! Deus o tenha sob seu comando!


Aí é só problema! Eu fico muito preocupado com essa situação do Dió, porque tem um vozeirão que só fica dizendo no meu pé de ouvido: “Para onde Dió for, você vai também!” Aí fica Dió todo alquebrado, só nesse chororô, parecendo que está pedindo para ir para ‘uma melhor’ e, ainda essa voz, dizendo que eu vou com Dió. Lá ele, que Dió vá só com Deus e fique numa boa, mas me deixe no meu canto sossegado! Queta com isso, meu velho Dió! Você ainda é um pé de Carvalho e tem no mínimo três centenários pela frente, nesse caso eu te acompanho para o que der e vier, nem que seja pra nós dois fazermos muita miséria nesse mundo.

terça-feira, 24 de maio de 2016

O JUMENTO

E agora, Fadigas? Com a devida precisão, eu posso afirmar, não votarei nem no jacu nem no macaco; nem em Santo Pedro nem em São José; nem no Diabo nem em Satanás, como vocês queiram. Aliás, esta questão do voto está nos limites da consciência ou da inconsciência de cada pessoa e a sua propagação não se faz necessário, mas as circunstâncias forçam certos esclarecimentos, sendo que, encerra-se o assunto.

Certas recordações são fantásticas. Fadigas era guarda da Sucam e tinha por desregramento habitual, obstinado, chegando a ser uma teimosia da qual ele não conseguia escapar, fazer uma fezinha no jogo do bicho. Fazia-o diariamente, não perdia uma corrida. Tinha o hábito de fazer seu jogo com Neném Maçarico, sempre trazia um sonho para ser decifrado e o cambista, com sua experiência e perspicácia, sempre dava um jeito de chegar a uma dezena.

-  Seu Neném! Eu tive um sonho meio encabulado. Sonhei com um jegue carregado de açúcar na ladeira da Caboronga, sem dono e sem tangedor. Qual é o grupo? – quis saber Fadigas.

-  Seu Fadigas! Não adianta esperniar, o jegue tem quatro patas, quem desce e sobe ladeira é bicicleta, quem vende bicicleta é a Radiofone, a Radiofone é de Arapiraca, o número da loja de Arapiraca é 75, então jogue 75 uma semana sem saltear que vai dar.

Passaram-se trinta dias e nada. Fadigas não falhou um dia, o palpite de Maçarico falhou trinta. Fadigas foi a Neném e reclamou, com razão, evidentemente.

-  Mas, seu Fadigas! O senhor disse que o jegue estava na ladeira da Caboronga, não falou se estava parado pra mijar ou esperando uma jeguinha; não falou se estava deitado prá descansar; não falou se ia prá riba ou de cabeça abaixo; não falou se o açúcar era prá comer ou vender; não disse nada disso, então, quem está na ladeira quer subir ou descer e quem sobe e desce é bicicleta, sendo desse jeito, eu estou certo e o seu sonho atravessado.

- Certo o quê, seu embusteiro de primeira linha! Eu vou agora mesmo dá uma queixa sua ao delegado Felix Mota.

Fadigas soube que em matéria de decifração de sonhos, dona Hosana era a especialista do lugar, acertava todas e não errava nenhuma. Tomando conhecimento desse fato, Fadigas dirigiu-se a dona Hosana, narrou-lhe o sonho e deixou-a pensativa, muda e concentrada por um bom tempo.

A casa de dona Hosana era uma espécie de santuário, durante o período natalino ela armava o presépio mais visitado na cidade e o resto do ano transformava-se no oráculo que detinha os segredos e comunicava os desígnios dos sonhos, também, interpretava os mistérios dos pesadelos humanos. Depois de longas horas de espera, Dona Hosana voltou a falar:

- Vosmicê me diz que é um jegue, certo? Na ladeira da Caboronga, certo? Carregado de açúcar, certo? Adveras de seu sonho sonhado tem muito a levar em consideração que açúcar vem da cana e cana tem nó e o jegue tem venta, vosmicê pode seguir sem pestaneja o noventa.

Fadigas deu um pinote e com confiança plena não parou de jogar, era noventa todo santo dia. Dona Hosana era dessas figuras carismáticas que enfrentava a vida pelo lado das suas dificuldades, mas sempre com a generosidade e a sabedoria que a vida nos dá, não deixando de dá suas estocadas sobre a existência humana: “ A inteligência é larga e percorre caminho; a burrice está amarrada num mourão, presa a uma paixão, não sai da rodilha, pensa que sabe e não sabe o que pensa.” Assim, dona Hosana passava os dias entre a sabedoria e os sonhos. Fadigas jogou a dezena noventa por tinta anos, cansado, desistiu numa quinta-feira, na sexta, noventa bateu no primeiro prêmio, deu o grupo do jumento, burro, jegue e semelhantes.

Esta estória deixou-me com uma certa impressão esclarecedora, porque comecei a ter uma visão mais abrangente e botei meu raciocínio para andar, comer poeira, como se diz no sertão, daí eu não ter a menor dúvida: se eu tiver pela frente um jacu e um macaco, eu prefiro o jumento, basta simplesmente, eu digitar 90 e confirmar. Assim vai ser, assim será.

Eu quero ver o jumento governando essa terra. Não prego voto nulo, porque na proporcional o meu voto é revolucionário, será dado com muito orgulho, eu não abro nem para um trem carregado de bomba atômica e no comando deste voto está Arismário. Disso ninguém tenha a menor dúvida.


Um alô para seu Tineck! alô Nei Beleza! Um alô para tantos outros que assim queiram caminhar! Faço o que posso e posso pelo que faço.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

PORQUE DIOMÁRIO É DIÓ.

O Renova Ipirá ouviu o canto da sereia e caiu no conto do pato. Tudo começou com um aceno de vice-prefeito feito tanto pelo jacu como pelo macaco. Vice do que vai ganhar ou vice do que vai perder? Uma esparrela. Uma ou outra divide e quebra o grupo, não só no núcleo diretor como na base, o que é pior e onde mora o estrago. O racha tem proporções de extermínio, rompe com a unidade, dilacera e faz desaparecer.

A pior escolha é ir para uma aliança com uma oligarquia numa condição subalterna, submissa, coadjuvante porque perde a identidade, a autonomia e a firmeza nos propósitos e, antes de tudo, porque dobra-se nos princípios e cede no essencial. Aliança com essas oligarquias só na condição de protagonista, essa é a principal condição para não se quebrar a cara.

Levou a melhor a macacada. Concedeu a vice e ofereceu um bando de coisa. A macacada parecia aquele disco de Roberto Carlos: “Eu te darei o Céu meu bem e o meu amor também!” Quando a esmola é grande desconfia-se do santo. Eu acho que essa macacada está blefando, isso está parecendo promessa de quem não tem nada para dar e dá tudo o que não tem. O sujeito está no buraco, perdido e oferta o paraíso para qualquer romeiro salvador. A turma do Renova que não é besta caiu dentro. Quem é o homem que vai garantir o prometido? O mundo quase desaba: “aqui só tem homem que honra a palavra!” Essa frase está entrando na conta do prefeito Aníbal, de Diomário, de Antônio e Dudy. O Renova é o vice da macacada, coisa consagrada pelos homens de palavra da macacada.

Para a base do Renova pode ficar parecendo que o Renova jogou a toalha. Não tenha dúvida, jogou. A situação do Renova é delicada e complicada, está no olho do furacão, virou macaco. No dia três de outubro, vamos ver quem tem razão: os que não aderiram ou os que foram para as hostes da macacada. O resultado das eleições é quem mostrará quem agiu corretamente. Agora, é bom frisar e deixar bem claro que respeito a posição dos companheiros e eles respeitam a minha.

O olho do furacão foi essa reunião com a macacada. Minha expectativa era Diomário, para esse eu tiro o boné, um especialista em politicagem de jacu e macaco, sabe tudo e conhece de tudo, que na sua categoria chegou mais ou menos com quinhentos liderados para a macacada e disse: “Estou aqui para ser o prefeito da macacada.” E foi. Soube ser protagonista. O Renova com 2.200 votos chega para a macacada e diz:”Quero ser vice.” E é. Só soube ser coadjuvante. No meu haver, seria protagonista ou nada.

Neste momento, a macacada encontra-se numa situação complicada. Verena (com a renúncia) colocou o macaco na UTI; Ademildo desligou todos os aparelhos; agora vem Renê querendo fazer exame de sangue para salvar o bicho; enquanto o PT local, no lado de fora, fica acendendo vela para que o macaco sobreviva. O momento era para chegar um médico ou uma enfermeira e enfiar um bisturi de meio metro bem na jugular e mandar a desgraça para o inferno, aí a outra desgraça (jacu) acompanhava e essa terra tomaria ares de humanidade.

Voltando a Diomário, quando começou a falar, apurei os ouvidos, esse merece atenção redobrada, porque tem substância, é o ninja, pensa com sagacidade e expõe suas idéias com inteligência e propriedade, sempre com uma agudeza mais aprimorada do que qualquer outro ipiraense, tem o meu profundo respeito e vamos ao erudito Diomário que começou como ardoroso defensor do centralismo democrático. Olha só em que doutrina ele foi beber água! Que sujeito esperto! Está querendo mim enquadrar.

Vejam só! Quando interessa aos seus anseios ele vai à essência da matéria e coloca-a ao critério rigoroso de seu interesse. Duvido muito que Diomário aplique o conceito de centralismo democrático em sua pratica política como um todo, até mesmo pelo seu espírito autocrático, mas quando é para o enquadramento às suas conveniências ele traz à tona uma questão basilar dos partidos marxistas leninistas. Esse sujeito parece uma cobra fumando cachimbo, quem entrar aberto ele tora no meio.

Logo em seguida, Diomário fez referência ao chapão dos macacos, a coisa mais perfeita do planeta, eu pensei até que fosse alguma comida com recheio de carne de macaco, que a pessoa come com molho chantilly ou coisa do gênero. Eu pensei assim: “Olha onde esse sujeito veio molhar o bico. Será que esse Diomário já foi camelô?” 

Não é nada disso, chapão é a arapuca para pegar candidato a vereador principiante, tolo e desavisado para eleger vereador macaco. É isso! Para encher o coeficiente de vereador macaco.  Sem coeficiente não tem vereador e o preenchimento da última cadeira fica por conta do saldo e Diomário disse que no chapão da macacada é que o vereador de baixo rendimento eleitoral tem vez. Quem é que agüenta um sujeito desse? Seu nome agora vai ser Dió.

A esperteza de Dió resume-se nessa capacidade nata que ele carrega consigo, se tiver um ingênuo pela frente ele derruba no papo. E o que ele falou do locutor da rádio? Aí eu não posso dizer senão esse blog vira um espaço de fuxico, mas eu vou colocar uma coisa que neste momento faz certo sentido. Marcelo Brandão se perder esse pleito de outubro merece ser deportado de Ipirá, só com uma passagem de ida, com uma mala carregada de pedra, para o deserto de Saara e só retornar a este município se conseguir atravessa o deserto com um cantil de água e comendo somente caldo de pimenta malagueta.

Respeito a posição dos companheiros do Renova. A partir deste momento não terei nenhuma influência ou participação nas decisões do grupo neste período eleitoral. Espero que os companheiros tenham juízo suficiente para não levar um chabu.


Resta-me apenas fazer um parágrafo para contemplar a indignação autorizada de Jolival Soares, de Genesito Santiago, minha (Agildo Barreto) e de todos os eleitores do Renova que se sintam órfãos por não ter uma opção concreta e verdadeira de voto. Inclusive, Jolival Soares deixou uma mensagem dizendo: “Não se tira a esperança das pessoas, pois ela é o alento da vida.” O Renova era essa esperança.

domingo, 15 de maio de 2016

AOS AMIGOS DO PT DE IPIRÁ.

De uma hora para outra, os tempos tornaram-se difíceis e poderão ficar amargos na esfera da política eleitoral, inclusive na local. Como terminará o PT local o ano de 2016? Com UM único vereador e mais nada! Mas, essa era a situação da década de 1990! Qual foi o ganho eleitoral obtido com a aliança com a macacada?

Vocês poderão dizer: manter o que já temos ta de bom tamanho. É mesmo? É verdade? Eu vou mais adiante: vocês tiveram o gestor do município; tiveram secretarias; tem um vereador e vários cargos na administração e de repente sair do pleito eleitoral 2016, SÓ apenas SÓ com UM único vereador, tudo isso dentro da mesma aliança com a macacada, é ter crescimento nada, é crescer como rabo de cavalo.

Não se zanguem comigo, meus caros amigos! Estou apenas fazendo uma análise. Vocês poderão dizer: um só vereador é muita coisa, pior é nada. É verdade! Pior é o nada do nada! E não pensem os senhores que o PT local não corre esse risco não. Porque corre. O chapão da macacada é a arapuca para acabar com o PT local. É uma questão muito simples de matemática misturada com a política do aperto.

Nestas eleições 2016, em Ipirá, quem está num aperto desgraçado é a macacada, a situação da jacuzada está bem mais confortável. A atual Câmara de Vereadores a macacada tem 8 a 7. O grupo que ganhar para prefeito, naturalmente, será vencedor na proporcional. Se a jacuzada ganhar, terá a seu favor 8 a 7, (a macacada perde um), sem muito alarde o vereador Arnor estará disputando esta sétima cadeira.

Vamos apertar o cinto para espremer o gato. Coloque 9 a 6, (a macacada fica com menos dois), a cadeira número seis será uma disputa de sair lasca de fogo entre Arnor e Jaildo (poderá ser outros, evidentemente, e eu estar enganado), mas uma coisa é certa, a linha de corte do último vereador poderá ficar acima de mil votos e o restante, com menos de mil, ser simplesmente enchedor de lingüiça de macaco. O PT local corre esse perigo. Para qualquer pessoa sentir a política do aperto, basta colocar os nomes dos vereadores da macacada e levantar qual deles tem menos de 1100 votos. É suposição? É, mas tem coisa que faz sentido e é verdadeira, vereador de 900 votos não será eleito no chapão da macacada, o PT de Ipirá poderá ser fritado nesse chapão.

Qual foi o ganho político eleitoral que resultou para o PT local esta aliança com a macacada? Só o resultado eleitoral de 2916 dirá, mas eu desafio: eu quero ver o PT local fazer dois vereadores. Não fará, porque o sistema não deixa. Fará no máximo um. Estourando vai manter o que tem, correndo sério risco de ficar fora, ficar zerado, sem prefeito petista, sem vice petista, sem secretaria, sem cargos municipais, até sem a vereança e o sistema pouco se importa com isso. Isso não está longe de acontecer, basta dar um passo errado, basta escorregar na banana, basta cometer um vacilo nestas convenções de junho 16.

A fase PT no Brasil passou. Não é passar de ano, acabou mesmo. O conluio da oposição com situacionistas deram um golpe e tiraram a presidenta petista do poder federal. A ampla maioria do consórcio da República de coalizão parecia um castelo de areia, não suportou um sopro.  O PT não conseguiu 172 votos na Câmara e só conseguiu 22 no Senado. O desmantelo foi grande. O “Fora PT” foi um movimento de massa. Está evidente que a fase petista durou quatorze anos. Qual chance tem o PT de fazer uma aliança em condições de retomar o poder já em 2018? Está muito difícil. O golpe institucional parece que foi assimilado.

2018 – O prefeito macaco eleito em 16 pelo PT em Ipirá estará na dúvida, não sabe se ficará com as forças golpistas que apresentaram um candidato forte e competitivo para o governo do Estado ou se ficará com o governador Rui. Se a banda virar para o outro lado, a conversa descambará ladeira abaixo: “É, Rui não fez nada por Ipirá e eu tenho que me juntar ao governador dos golpistas para fazer alguma coisa por esta terra”

2020 – Eleições Municipais. Macacada com as forças golpistas, ninguém dá murro em ponta de faca. Jacuzada com as forças golpistas, com o discurso de que estes salvaram o Brasil. Quatro gatos pingados do PT local e do Renova tentando levantar uma bandeira de oposição. Se alguém perguntar: “Cadê aquela militância pequena, mas aguerrida, que eles tinham por volta da década de 1990?” alguém poderá responder até com certa razão: “eles foram cuidar de seus patrimônios, política não dá camisa a ninguém!”

2016 - Terminando, meus amigos petistas de Ipirá! O nó da gravata pode apertar o pescoço. Pensem direito! O PT local não elegerá dois vereadores no chapão da macacada, fará um vereador brigando na zona do rebaixamento e poderá sair zerado, sem lenço, sem documento e sem rumo. Observem bem o prefeito licenciado Ademildo, ele pode não ter feito uma boa gestão, mas fez um trabalho excelente ao quebrar a macacada no meio.


Chegou a hora da verdade, as previsões que faço estão no campo das possibilidades, mas uma coisa é certa, tudo isso é um pesadelo para quem faz militância na política por mudança social. Um pesadelo. Um grande abraço, amigos petistas de Ipirá!

sexta-feira, 13 de maio de 2016

ENTRE A RAMPA E A RIBANCEIRA.

Um movimento de rua com dois milhões de pessoas espremendo-se na Avenida Paulista é forte o suficiente para colocar ribanceira abaixo qualquer governo. Disso não se tem dúvida. A marca preponderante e norteadora foi o ‘Fora Dilma’, ‘Fora Lula’, ‘Fora PT’. Não teve nada como indicativo de ‘Fica Temer’ ou ‘Fica PMDB’. Nada, nem um trapo de faixa.

Nestas circunstâncias, o PMDB, um partido chupa-sangue, que gruda nas tetas do poder para ficar mamando em todo governo e a maioria do Congresso Nacional de forma oportunista e sorrateiramente pongou no movimento das ruas e começaram a articular a derrubada da presidenta Dilma. Era o golpe do Eduardo Cunha.

Era a vontade de Cunha recheado da mais suculenta vingança. Os ingredientes do golpe estavam postos: a maioria do Congresso e a vontade soberana de Cunha. Teria Eduardo Cunha envergadura moral para conduzir um processo dessa natureza? Eu creio que não. Este Cunha, com uma capivara quilométrica, que vai de chantagista a propineiro de 52 milhões de reais, tornou-se um pombo-sujo engravatado disponível para fazer o jogo sujo.

Cunha tinha dezenas de Pedidos de Impeachment, escolheu o de Janá, justamente o que não tocava na Operação Lava Jato, focava em pedaladas e não autorização da Câmara. Cunha estava atolado até o pescoço na Lava Jato, pela solicitação de Janaína o Cunha poderia se salvar lá na frente e a maioria do Congresso já estava de cabeça feita para torrar a presidenta por qualquer pretexto, mesmo deixando fora as graves denúncias da Lava Jato que envolvem meio mundo político.

Chegou a vez de Janaína, ‘a nêga de lá ele’, apresentou-se fagueira e fogosa, não perdeu tempo: “todos os senadores devem levar em conta a delação premiada”, isso não constava na sua peça inquisitorial. Mas a batata de Janá estava assando, o senador Randolfe Rodrigues apresentou um catatau de decretos que apresentavam despesas de bilhões de reais, sem autorização da Câmara, mas não disse quem assinou-os.

Êta, que a sapeca Janá, cheia de saracoteio, não perdeu tempo: “Isso é crime de responsabilidade, eis a prova.” O senador agradeceu e disse que as assinaturas foram do vice Temer. Taí o que Janá não esperava e ciscou prá lá e prá cá, arrancou uma pérola: “Assinatura do vice não vale.” Como assim? Assinatura do vice não vale nada? Ah, Janá, tu deu na pinta! Tu tem lado, tu é Temer. Depois, ficamos sabendo que Janá deu uma mordida no recheio do sanduíche no valor de quarenta e cinco mil reais para fazer a peça para a oposição que queria ganhar no golpe. Janá não tem o que temer, ela é Temer desde pequenininha.

A maior bandeira do golpe sujo era Cunha. Eis o problema e a vergonha escancarada do golpe institucional, que teve em Cunha o seu mentor e executor e que se tornou um entulho após a execução do processo golpista. O que fazer? STF 11 a zero.

Assume a presidência da Câmara o deputado Maranhão querendo ser o contra-golpe do golpe. Num dia, ele mostra as manobras sujas do golpe; no dia seguinte, ela passa a esponja no que tinha dito no dia anterior. Dá prá entender uma barafunda dessa? Eu peço até ajuda a quem conhece esse presidente chamado Maranhão. Esse cidadão gosta de uma canjibrina? Não dá para entender o poder que tem um presidente da Câmara, tem mais poder do que o diabo no inferno. Se o sujeito for chegado a um goró ele faz miséria.

E Picciani? Votou contra o impedimento e na mesma semana estava reivindicando o Ministério dos Esportes no projeto Temer. Essa gente não tem nada a temer é tudo do time de Temer, que parece mais uma quermesse, tem leilão para todo gosto. Para eles tanto faz o consórcio petista ou o balcão de negociata de Temer. Tanto faz!


Presidenta Dilma não desceu a rampa, seu mandato popular e constitucional de quatro anos ainda não acabou, preferiu descer a ribanceira com 54 milhões de votos obtidos nas eleições. Os golpistas abocanharam o poder. É isso que está em jogo: o Poder Político. Agora, será empurrado goela abaixo do povo brasileiro um projeto que não passou pela discussão nem pelo voto popular. Assim acontecem os golpes.