sábado, 23 de setembro de 2017

NO OLHO DO FURACÃO

A administração do prefeito Marcelo Brandão está batendo a cabeça no prego, e o pior, dentro do próprio governo. Pela manhã deu entrada num ofício solicitando uma licença; à tarde, deu entrada em outro ofício revogando o primeiro. O governo solta nota: "As notícias veiculadas levianamente de que o prefeito de Ipirá havia pedido afastamento do cargo, é simplesmente mentirosa...Mas, o líder do governo na Câmara deu entrevista e confirmou a existência da solicitação da licença. Observe que lambança!

Não é bem um pedido de afastamento do cargo, isso pode ser mentiroso, mas um afastamento por licença pode ser bem verdadeiro; isso faz parte da lambança. Nove meses de gestão e o governo já está cansado e precisando de uma licença. Férias com nove meses, vê se merece? Até agora, a administração não disse para que veio, apesar de mostrar que veio para muita conversa mole. Nisso tudo, nem uma obra para destacar.

A administração do prefeito Marcelo Brandão parece que corre perigo, mas perigo maior corre Ipirá. Os macacos fizeram de Ipirá uma casa de farinha; a jacuzada fez de Ipirá uma casa de fazenda. Isso apareceu como alegorias dos últimos festejos juninos, ficou até bonito, mas eles amarraram a cidade nesse mourão e parece que o município tem um jegue na boca de um sapo e estão enterrados nesse chão. Mas que macaco & jacu representam a desgraça de Ipirá, lá isso, eu não tenho duvida e explico.

Observe o esparro que jacu & macaco estão preparando para Ipirá. O macaco acionou a administração do jacu Marcelo Brandão no TRE, até aí tudo normal. O macaco canta vitória com placar de 7 a 0.  Aí começa o aperto do gestor Marcelo Brandão e a desgraça de Ipirá. Vou colocar o carro na dianteira dos bois. Que não seja uma ilação e tenha fundamentação jurídica, o prefeito Marcelo Brandão terá direito a recurso numa instância superior, o TSE.

No Supremo, uma questão como essa não poderá correr à revelia, senão a casa cai, então, tem que ter um causídico de excelência. Quanto cobra um advogado para atuar no Supremo? Tenho a impressão de que é algo em torno de um milhão de reais. Quem vai bancar isso para salvar o mandato do prefeito Marcelo Brandão? Se Geddel estivesse na ativa seria uma boa opção, mas no momento, ele está preso e liso, motivo pelo qual é carta fora do baralho.

Será que a ‘Sagrada Famíla’ tem cabedal disponível para bancar essa causa? Um milhão e cinqüenta e seis mil reais é o que ganha um prefeito em seu mandato de quatro anos em Ipirá. No frigir dos ovos, significa que o prefeito vai trabalhar mais de três anos de graça.

Mas, o problema é que significará muita humilhação perder a cadeira de prefeito de graça e sem reação. Quem vai pagar esse almoço de pato? A ilegalidade empurra para o dinheiro público bancar a conta. Como é que a prefeitura municipal vai patrocinar um mandato que parece que não vale dois tostões? Na ótica e prática de jacu & macaco tudo isso é normal, natural e legal, mesmo sendo uma escrachada sem-vergonhice. Os recursos públicos são verbas para a saúde, educação e melhorias da cidade.

Observe, leitor, que o prefeito Marcelo Brandão foi eleito pelo voto do povo. Chama mais atenção, que os chefes da macacada estão silenciosos; o deputado Jurandy Oliveira não move um dedo; Antônio Colonnezi não faz questão; Diomário Sá não se abala. Por que? Porque a trama para dominar Ipirá e tirar todas as vantagens possíveis passa pela aceitação da regra do jogo dos dois grupos, o jacu & macaco: a campanha tem por base a compra de voto e a administração é um meio de tirar proveito próprio, em detrimento da população.

Sabe quando Marcelo Brandão vai denunciar, na Justiça, toda falcatrua que houve nos doze anos da macacada? Nunca. Sabe quando a macacada vai agir e denunciar, na Justiça, contra as irregularidades da gestão Marcelo Brandão? Nunca. O que consegue vir à tona servirá de teatro mundano e chinfrim no período de campanha. Esse pacto silencioso, restrito a um domínio reservado para alguns poucos, impenetrável e incompreensível para o povão em virtude do jogo de interesse financeiro que o cerca. Esse esquema jacu & macaco é o câncer que atrofia o município de Ipirá.

E quem tomou a iniciativa? O PT-macaco. Está quebrando o pacto e jogando lama no esquema jacu & macaco. Se essa ação tiver resultado prático positivo, sujará e romperá o contrato subentendido, que está no interesse, na prática e na mente das elites que conduzem o esquema jacu & macaco, embora não esteja expresso, nem legalizado cartorialmente. A quem favorece essa causa? O PT-macaco o fez no sentido de agradar aos graúdos, às oligarquias dos macacos. Agiria contra candidato macaco nas mesmas condições? Não. Quanto custará a causa, se vencedora? Quem pagará o pato? Mais uma vez a prefeitura está no alvo.

Mas, a gestão de Marcelo Brandão bate com a marreta na própria cabeça quando, na prática administrativa, dá a palavra e assina o documento que vai reformar a Casa do Estudante Ipiraense em Salvador; de repente, voltou a palavra e jogou sua assinatura na lata de lixo, como se faz com uma assinatura falsificada, ‘do Paraguai’. Age de forma reprovável e irresponsável administrativamente. Uma lambança sem tamanho.

Certo, que a ‘Sagrada Família’ nunca precisou, nem precisa da Casa dos Estudantes. Quem precisa da Casa dos Estudantes são os filhos das camadas populares de Ipirá. O filho e filha de dona Maria, de seu João, de seu José, de dona Joana; os filhos do povo.

A Câmara de Vereadores de Ipirá teve um posicionamento correto, responsável, louvável e grandioso ao ficar solidária aos estudantes carentes de Ipirá; significa que estão do lado das famílias humildes que elegem os vereadores, pois essas pessoas, em potencial, são as que precisarão da residência, não os ricos das famílias abastadas. O prefeito não vê assim, não reconhece assim, porque não pensa assim.

Os vereadores ficaram do lado do povo e são intermediários e mediadores legítimos nessa retomada de conversação democrática entre o prefeito e os estudantes. O prefeito Marcelo Brandão não mostra um posicionamento democrático, está preso ao retrovisor do atraso, quando fica num rem,rem,rem sem fim:  “por que vocês não reivindicaram a reforma da casa nesses doze anos?” Reivindicaram, inclusive, no programa do locutor Marcelo Brandão. Agora, a casa está caindo. V.Exa., Marcelo Brandão é o prefeito, não pode esquecer disso.


O município de Ipirá tem problemas; a sociedade carente de Ipirá tem reivindicações; o prefeito tem que começar a administrar o município de forma democrática e com participação popular. Esse é o seu grande problema e não as férias.

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