sábado, 16 de setembro de 2017

SUICÍDIO EM IPIRÁ

Quando o prefeito Marcelo Brandão assumiu a gestão municipal em Ipirá parecia movido por um entusiasmo novo e um propósito elevado, de fazer uma “Ipirá boa para se viver”. Embora muitos não acreditassem, não podemos negar esse impulso inicial.

O candidato Marcelo Brandão na sua arremetida em busca do voto, visualizou na juventude o seu alvo preferido e fez, praticamente, um pacto de sangue com a juventude ipiraense, de maneira que no seu livrinho de campanha assumia abertamente que o jovem seria a preocupação maior do seu governo. Teve muita gente que não acreditou em nada disso, embora, ninguém possa negar que esse era um dos seus mais elevados compromissos.

O ímpeto do administrador municipal Marcelo Brandão parece que esmaece na primeira pressão. Aquele arrebatamento súbito dos primeiros dias mostrou-se efêmero no desenrolar das semanas. Não custa nada lembrar, que os canais de oposição sistemática aos doze anos de governo dos macacos foram, justamente, este blog e o programa Conexão Chapada com o comando do locutor Marcelo Brandão.

Não é que deva prevalecer aquela máxima: “Quem com ferro fere, com ferro será ferido.” Vale muito mais a palavra ofertada e compromissada como um princípio básico e elementar das pessoas de bom senso e honradas. É justo que a juventude de Ipirá tem que ser uma das prioridades de qualquer governo que se preze nesse município.

Evidente, que o prefeito Marcelo Brandão não está administrando um paraíso, sem dúvida, ele tem nas mãos um município cheio de problemas estruturais de décadas e mais décadas, mas, sem a menor dúvida, tem também, problemas de hoje, de agora, urgentíssimos, que requerem uma solução imediata e urgente. E esses problemas caíram no colo de Marcelo Brandão, porque ele foi eleito prefeito do município e a ele cabe o esforço para solucioná-los.

Nessa hora, vale muito a maneira e o espírito de como o problema social deve ser encarado. O prefeito Marcelo Brandão parece que aderiu ao avesso do avesso. Não ouve e não dá voz à grande maioria dos que confiaram em sua capacidade, em sua pessoa e deram-lhe um voto de confiança. Está dando as costas a essas pessoas. Está mostrando um desprezo monumental pelos seus. Isso é o fio de navalha que corta qualquer pescoço.

Não se governa sozinho e com a cabeça de ‘Salvador da Pátria’. Quem assim o faz tem fôlego curto. Se o governante escuta e conversa com as pessoas, acata e contempla as reivindicações sociais da sociedade, ele estará fazendo o que o povo quer e, fazendo o que o povo quer, estará realizando um bom governo. Na ação democrática de quem administra está a solução dos problemas. O povo tem que participar.

O gestor Marcelo Brandão chegou ao poder municipal com o pensamento alto. O que poderá um gestor fazer com dez milhões de reais mensais?  Seu pensamento voa muito alto: ônibus de graça para os moradores da 20 de abril; sopão para quem passa fome; mesas na ladeira da Caboronga para piquenique; requalificar a cabeça do Monte Alto para turismo; açude na cidade para ofertar peixe; uma Praça de Turim na Praça da Bandeira; uma biblioteca no Puxa, etc e tal.

A realidade concreta pregou uma peça no prefeito Marcelo Brandão; não eram dez milhões todo mês e jogou no seu colo a reforma e manutenção dos ônibus que levam os estudantes para as Universidades em Feira; a reforma da Casa dos Estudantes de Ipirá em Salvador e a reforma do Mercado de Arte incendiado. O gestor ficou embananado, sem saber o que fazer. A Micareta e o São João deixaram a prefeitura sem lenço, sem documento e sem dinheiro. Já era. Já foi.

O ponto que eu quero chegar é o da Casa do Estudante em Salvador. É o maior patrimônio que a juventude popular de Ipirá possui. É um porto seguro e a certeza de um amanhã. O prefeito Marcelo Brandão tomou a atitude correta e alugou uma casa nos Barris para providenciar a reforma da casa no Tororó. Atitude necessária e inquestionável. Repentinamente, o prefeito voltou atrás; deu uma rabichola e preferiu fugir ao compromisso assumido e faltar ao prometido, a reforma. Abstraiu-se de conversar com os estudantes.

Isso é antidemocrático. As três reformas são prioridades para o município de Ipirá, porque são necessárias a setores da sociedade ipiraense e isso independe de quem esteja ocupando a cadeira de prefeito.

O gestor Marcelo Brandão tem que ter a capacidade de reabrir e manter o canal de conversação com os estudantes residentes na casa em Salvador. Tem que ter a sabedoria e a grandeza de um gesto democrático, o que demonstrará respeito ao povo de Ipirá e um compromisso amplo e verdadeiro com este município.

Eu vou ser muito sincero, prefeito Marcelo Brandão! Não podemos fechar os olhos para atitudes de arrogância, de desprezo, de capricho e superioridade de qualquer governante, seja ele quem for, macaco ou jacu, seja por infantilidade ou porque carregue no sangue o  DNA de coronel ou de oligarca.


A conversa é salutar e bem-vinda. Janelas e portas fechadas esconderão o cadáver de quem no desespero dá preferência ao suicídio político-administrativo, que deixará marcas de sombra de um prognóstico de desgraça e desventura. Um ato doloso de uma administração poderá trazer tristeza, angústia e amargura para uma juventude. O prefeito não pode ultrajar o lado democrático e esperançoso do radialista.

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