domingo, 24 de dezembro de 2017

2917 JÁ FOI!

Como foi 2017 em Ipirá, no plano político e administrativo? Final do ano, chegou a hora da prestação de contas. O prefeito Marcelo Brandão já o fez, utilizando-se do programa Papo Reto pela FM. Espremendo o que foi dito, podemos resumi-lo em duas partes: metade do tempo foi para sentar a ripa e alfinetar os 12 anos da macacada, como uma herança nefasta, deprimente, um tempo perdido. Parecia que o prefeito Marcelo Brandão estava num palanque.

Tirando o exagero e a extrapolação do prefeito, os doze anos da administração passada não foi, nem representa um momento propositivo para Ipirá, naquilo que é essencial, primordial e necessário para o município, no seu desenvolvimento de infra-estrutura, mobilidade e humano.

A outra metade do tempo foi tomada pelas obras que ele pretende fazer em 2018: o melhor hospital da região; o maior Centro de Abastecimento da região; UPA, Upinha, SAMU simples e complexa, etc e tal. Muito sonho para ser contabilizado. O prefeito é um sonhador, que vive enclausurado numa cortina de ilusão.

O primeiro destaque na fala ficou para a repetição insistente, continuada, da frase: “com recursos próprios”. Deixando transparecer que não tem obtido apoio, projetos e recursos nas esferas federal e estadual. Chorou nos pés do governador Rui Costa, “governador, lembre-se de Ipirá!”  

Conseguiu uma praça para o bairro Mirante com verba federal e só. O prefeito está com a cuia na mão e não consegue um projeto de porte, prioritário, que alcance e impulsione o desenvolvimento para Ipirá.

O segundo destaque fica para as obras realizadas e inauguradas: um açude no Salgado; limpeza de duas aguadas; calçamento da rua Eloi Marques; tapa-buraco em algumas ruas e estradas vicinais. Muito pouco, pouquíssimo, para um município que precisa de muito.

O ano de 2017 termina perdido. O ano de 2018 será um ano de eleições, começa na perdição. Se o candidato ao governo do Estado do prefeito for derrotado, adeus administração do grupo Jacu. Sendo assim, em 2018, ele vai apelar para a Reforma Tributária Municipal para escorchar os munícipes na cobrança do IPTU. Ninguém tira da cabeça do administrador essa mania de ser bon vivant e de grandeza para Ipirá.

2017, o prefeito realizou a maior micareta do município de Ipirá. Gastou o tão falado recursos próprios que tinha no cofre municipal na micareta e no São João. O município ficou liso, com a cuia na mão. O município ficou na pindaíba e o prefeito na ilusória convicção que Ipirá recebeu uma pequena fortuna do turismo chegante.

Hoje, aos noventa minutos de 2017, o prefeito Marcelo Brandão está recebendo boas bordoadas na rede social por não ter feito uma super programação para um super grande evento no Réveillon. Fazer o quê? O sonho do homem diluiu-se na falta de grana. Faz a festa que tem que ser feita na forma possível.

2017 foi péssimo para Ipirá no sentido político, pelo fato de ter deixado de existir, o RENOVA, como uma semente e alternativa política. O equívoco e a imaturidade levou Ipirá a sofrer essa perda, dano, prejuízo em detrimento do reforço do sistema oligárquico.

O município está embutido e prisioneiro de um sistema sórdido, sempre, dentro e nos conformes da podridão de um padrão de política que atola Ipirá nos paradigmas do beneficiamento e aproveitamento de alguns poucos, sejam eles, jacus ou macacos, que estiverem na situação. É antidemocrático e oligárquico na essência.

2017 foi um ano de sumiço da macacada. Escafederam-se. As suas lideranças não abriram a boca e não esboçaram a menor crítica. Escondem-se na zona de conforto e aguardam 2020 para ver como vai ficar o barco e a tempestade.

Em 2016, lançaram um ‘boi de piranha’ para tirar o grupo de uma situação incomoda de 12 anos de desgaste, sem ter na fina flor das suas lideranças quem tivesse a coragem e o desprendimento para salvar o grupo dos macacos, lançaram Aníbal, com atuação direta junto ao eleitorado e pertencente ao baixo clero da macacada.

Predominou a lei do pouco esforço, as altas lideranças cruzaram os braços e entregaram o resultado ao tempo e à sorte. O equívoco político do Renova e do PT de Ipirá salvou a macacada de uma derrota esmagadora, mas não resguardou Aníbal, que em fins 2017, já é carta fora do baralho para qualquer empreitada com possibilidade de vitória da macacada.

Neste novembro 2017, quem botou a cara na rua foi o grande líder e pensador da macacada, o Diomário Sá, isso depois que a Polícia Federal andou escarfunchando as administrações passadas. Como sempre, o ex-prefeito mostrou-se habilidoso e com maestria mostrou que sua administração nunca teve nenhuma relação com essa empresa investigada, isso é lá com as administrações que vieram depois, daí não ser problema do Dió.

Dió argumentou várias vezes: “Por que esse ódio, essa raiva contra o Dió? Tudo agora é o Dió. Não pode acontecer nada, é culpa do Dió...” Pense num sujeito esperto! Esse aí dá nó em pingo d’água, antes da mistura das moléculas de H2O. Tirou o dele da reta. Eu tenho a impressão que o Dió será santificado.

Outro que teve um 2017 obscuro foi o PT de Ipirá. Há muito se absteve da ação política aberta e enfrentamento  para ficar na maciota. Deixou de desempenhar um papel protagonista na política local. Tornou-se um apêndice da macacada e ficou submisso aos interesses dessa oligarquia, ensaiando e justificando o apoio com a argumentação de que os macacos são favoráveis ao governo petista no Estado. Se a eleição para Rui for favorável pelas pesquisas, naturalmente, eles são favoráveis, caso contrário, eles ficarão na moita, quem apostar o contrário perde.


Em 2017, quem teve uma atuação política qualificada, responsável e primada na ética foi o vereador Caryl Ribeiro. Está no primeiro mandato e teve um ótimo desempenho na Câmara de Vereadores. O vereador Caryl Ribeiro tem um perfil tranqüilo, combativo, com um discurso reflexivo e primando e resguardando os interesses do município e da população de Ipirá. Está com um desempenho bastante positivo, canalizado para o engrandecimento do papel da Câmara como um poder independente e focado no desenvolvimento e progresso de Ipirá. 2017 já foi, que venha 2018.

domingo, 17 de dezembro de 2017

PEDÁGIO NA CONTRAMÃO

A Estrada do Feijão é uma das mais importantes rodovias estaduais da Bahia, não resta a menor dúvida. A notícia a seguir é uma bomba ou bombástica para a região. O governador Rui Costa enviou em regime de urgência à Assembleia Legislativa da Bahia (AL –BA) um projeto de privatização da BA – 052, a Estrada do Feijão.

Um deputado oposicionista acha que o chefe do Executivo quer aprovar a proposta na “calada da noite” sem discutir com a população. Não vi nenhuma propaganda do governo alardeando este projeto.

Diz um deputado oposicionista que é: "Muito estranha essa pressa em uma questão tão delicada, que envolve muito dinheiro e municípios importantes, como Feira de Santana, Irecê e Morro do Chapéu.” Esqueceu de citar Ipirá como importante, ou tem razão? Não o é?

Continua o oposicionista: “Não é possível pensar em um projeto como esse sem que haja uma discussão prévia com os principais envolvidos. Talvez isso seja medo da repercussão que a medida terá." Vê lá se governante está preocupado com discussão prévia para tomar decisão, decidiu no balcão de negócios e já foi.

Segundo o oposicionista: “A proposta do governo repercute ainda nos municípios de Ipirá, Baixa Grande, Mundo Novo, Morro do Chapéu, Irecê e Xique-Xique.” Eu mesmo não tinha nenhum conhecimento desse projeto e não vi ninguém com essa informação, até lê essa notícia no site Bahia Notícias.

O papo é o de sempre: privatizada, a estrada vai ficar em ótimas condições de tráfego. Chupe uma laranja e pense que está comendo uma banana. A BR-324 (Salvador-Feira) tem dois pedágios em 100 km de estrada. A Estrada de Feijão tem 459 km de extensão, para manter essa malha em perfeito estado de tráfego, serão necessários quantos pedágios?
Para manter uma extensão asfáltica de 459 km em boas condições, quanto será cobrado nos pedágios? O tráfego na BR-324 é denso, pesado e movimentado. Na Estrada do Feijão o movimento é bem menor. Os empresários da Estrada do Feijão aceitarão os mesmos valores cobrados nos pedágios de lá para trechos equivalentes aqui (100 km)? Tenho a impressão que o preço aqui vai ser mais salgado.
O que eu quero ver mesmo é: como vai votar o deputado Jurandy Oliveira? Nascido em Ipirá, o deputado vai ficar a favor ou contra? A estrada pode ser de alta qualidade e ter o controle do Estado, é possível. Para ser estrada boa, não tem que ser necessariamente privada. O Estado quer lavar as mãos e sair de problema e responsabilidade. 
Privatizada, os transeuntes vão ter que pagar. Falando em pagar, a população sente no bolso, aí geme, porque tem que custear cotidianamente pela estrada possível. A população é contrária até o acontecimento virar fato consumado e cair no esquecimento, virando uma coisa banal.

Mas, até que esse dia chegue, como votará o deputado Jurandy Oliveira? Será interessante observar o deputado dando pinote na ponta do florete do esgrima. Se a pessoa for favorável ele vai dizer que sim, se a pessoa for contra ele vai dizer que não concordou. 
O jogo do deputado é semelhante a bola de pingue-pongue, ninguém sabe para onde vai. Penso eu, que o deputado vai ficar fidedigno ao seu verdadeiro princípio, é um deputado de um único e eterno partido, o Partido do Poder, ou melhor, o Partido que estiver no Poder, embora tenha passaporte carimbado em várias siglas, vai votar com o governo. Vai dizer amém ao governo. Quem apostar nessa pule ganha, enquanto o povo ipiraense vai ter que pagar a sua parte na conta da Estrada do Feijão.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

O AMIGO DO REI

Um ex-prefeito do grupo Jacu disse a um médico que trabalhava na prefeitura: “no meu governo você não trabalha.” O médico deixou de trabalhar e recorreu à Justiça e ganhou mais de 2 milhões de reais (atualizando, uns 5 milhões de reais). O médico demitido faleceu num acidente e o dinheiro ficou para a viúva. Esse dinheiro saiu dos cofres da Prefeitura de Ipirá.
Faça uma reflexão: Qual foi a vantagem do município de Ipirá neste caso? Nenhuma. A demissão estúpida criou uma questão trabalhista, que gerou um precatório, que a prefeitura foi obrigada a pagar. Se o médico tivesse prestado seus serviços, teria recebido seus vencimentos mensalmente e a comunidade teria sido assistida; mas não, a vontade intempestiva do prefeito, descartou o médico, que não trabalhou em benefício da comunidade, mas recebeu uma fortuna do erário público. Uma mostra do descaso e da irresponsabilidade com o dinheiro público. Jamais, em tempo algum, ele cometeria um ato dessa natureza em sua empresa particular.
Um ex-prefeito do grupo Macaco criou um aumento salarial numa secretaria para que uma pessoa fosse beneficiada, desde quando ela aproveitaria aquele salário para atingir um teto elevado na aposentadoria. E assim aconteceu. A pessoa tinha afinidade com o gestor. Isso é um descaso e muita irresponsabilidade com o dinheiro público.
Um ex-governador do Rio de Janeiro reclamou de um presente de empresário, que ele chama de puxa-saco, um anel de oitocentos mil reais para sua esposa e, num cinismo impressionante, ele critica a situação de sucateamento das viaturas do Rio de Janeiro. O sujeito detonou o dinheiro público de um Estado e quer mudar o foco da situação, parece que não está neste mundo, além de pensar que todo mundo é besta.
Um ex-presidente do Brasil reclamou que as prisões de ex-governadores do Rio de Janeiro estão sendo um exagero. Esses elementos faliram um Estado, chuparam todo dinheiro público e ainda tem quem ache que eles estão sendo injustiçados. É querer tapar o Sol com a peneira.
Observaram que não toquei em nomes. Eu fiz esse ‘cerca Lourenço’ para poder chegar ao prefeito atual de Ipirá, o gestor Marcelo Brandão, pelo seu último ato, um aumento salarial ‘carreira solo’ de 445% para o Chefe de Gabinete, com a complacência da Câmara de Vereadores.
Será que o prefeito, em conluio com a maioria na Câmara, tem prerrogativas constitucionais para oferecer um aumento isolado e direto para um apadrinhado?  Se não as tem, é caso de Justiça. Basta verificarmos o seguinte: ”Todo aumento deve respeitar prescrições estabelecidas na Lei Orgânica do Município; na Constituição do respectivo Estado; bem como na Constituição Federal.” Tem que ser dentro da Lei.
Observe bem esse enunciado: “A Justiça liberou aumento salarial de 26% para os vereadores da Câmara Municipal de São Paulo, que estava travado desde janeiro de 2017, devido a AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE proposta pela OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil).
Veja como as palavras de um desembargador de São Paulo, nesta ação acima, caem como uma luva na proposta do prefeito Marcelo Brandão: “Mostra-se incompatível com os primados da moralidade, da proporcionalidade, da razoabilidade e da economicidade, em especial ao considerar-se ter sido levada a efeito em momento a exigir cautela absoluta no trato das receitas públicas.” São palavras de um desembargador.
Foi o maior índice de aumento estabelecido no Brasil. Nem o presidente da República tem tanta autonomia para direcionar um aumento com o potencial desse índice. Nem o Poder Judiciário conseguiu um percentual estratosférico de aumento nesse patamar. Nem o Legislativo, que faz o seu próprio salário não tem coragem de afrontar a população com um aumento desse porte. Os professores do Estado da Bahia quando recebem aumento é de 4% dividido em três parcelas. E aumento saiu de pauta, agora é curso pelo computador.

“Queda da inflação nos últimos meses obrigará governo a rever previsão de aumento do piso salarial de 3,4% para 2,4%. Elevação deve ser de R$ 22, bem abaixo dos R$ 42 previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2018.” Correio Braziliense.

Mas, o prefeito Marcelo Brandão está mostrando que é bom para dar aumento. O gestor demitiu centenas de funcionários; está cortando a periculosidade e a insalubridade dos funcionários públicos; o prefeito está criando uma nova categoria de funcionário público, o funcionário que é dispensado, tem que trabalhar de graça dois meses, para aventurar ser admitido novamente em fevereiro; o gestor não sabe se vai pagar o décimo terceiro salário dos funcionários no dia certo, pode até parcelar, tudo em nome da dureza do tempo. Vê se pode uma coisa dessa?
Se esse aumento fosse concedido para o Chefe de Gabinete do próximo mandato (a partir de 2020) seria impessoal, pois não se sabe quem o será, mas para esse mandato, torna-se um aumento dirigido e pessoal, sabe-se para quem vai. Mas o prefeito é bom de aumento. O Chefe de Gabinete saltou de 1,9 para 9 mil reais. A Secretária do Prefeito não vai ter aumento? Não merece? Ganha 2,0 e vai continuar 2,0? E os outros cargos de confiança?
Os trabalhadores da Educação do município têm que ficar com os olhos bem abertos, porque o gestor público não aceita perder essa grana do Fundef e esse Fundo Municipal da Educação pode ser uma tremenda arapuca; os funcionários municipais vão ter que ficar bem atentos, porque o gestor tem a intenção de desmantelar o Plano de Carreira conquistado com tanta luta.
A administração municipal precisa de dinheiro, aí tem que escorchar a população com esse Código Tributário empurrado goela abaixo da população. O IPTU vai servir para cobrir que tipo de despesa? O rei precisa de recursos públicos para realizar o que carrega na cabeça. A população não precisa participar de nada, só serve para pagar a conta.

O esquema Jacu/Macaco já deu o que tinha que dar. Colocaram uma viseira no povo de Ipirá; jogaram-no num túnel escuro, em meio a um tiroteio de metralhadora, para que tudo seja possível, tolerável, aceitável e engolido. Mas, eu vou ser sincero: eu nunca observei uma coisa ser tão comentada, tão mal falada, como esse aumento do prefeito Marcelo Brandão. Talvez seja a semente da indignação, porque a população não é trouxa.