domingo, 17 de dezembro de 2017

PEDÁGIO NA CONTRAMÃO

A Estrada do Feijão é uma das mais importantes rodovias estaduais da Bahia, não resta a menor dúvida. A notícia a seguir é uma bomba ou bombástica para a região. O governador Rui Costa enviou em regime de urgência à Assembleia Legislativa da Bahia (AL –BA) um projeto de privatização da BA – 052, a Estrada do Feijão.

Um deputado oposicionista acha que o chefe do Executivo quer aprovar a proposta na “calada da noite” sem discutir com a população. Não vi nenhuma propaganda do governo alardeando este projeto.

Diz um deputado oposicionista que é: "Muito estranha essa pressa em uma questão tão delicada, que envolve muito dinheiro e municípios importantes, como Feira de Santana, Irecê e Morro do Chapéu.” Esqueceu de citar Ipirá como importante, ou tem razão? Não o é?

Continua o oposicionista: “Não é possível pensar em um projeto como esse sem que haja uma discussão prévia com os principais envolvidos. Talvez isso seja medo da repercussão que a medida terá." Vê lá se governante está preocupado com discussão prévia para tomar decisão, decidiu no balcão de negócios e já foi.

Segundo o oposicionista: “A proposta do governo repercute ainda nos municípios de Ipirá, Baixa Grande, Mundo Novo, Morro do Chapéu, Irecê e Xique-Xique.” Eu mesmo não tinha nenhum conhecimento desse projeto e não vi ninguém com essa informação, até lê essa notícia no site Bahia Notícias.

O papo é o de sempre: privatizada, a estrada vai ficar em ótimas condições de tráfego. Chupe uma laranja e pense que está comendo uma banana. A BR-324 (Salvador-Feira) tem dois pedágios em 100 km de estrada. A Estrada de Feijão tem 459 km de extensão, para manter essa malha em perfeito estado de tráfego, serão necessários quantos pedágios?
Para manter uma extensão asfáltica de 459 km em boas condições, quanto será cobrado nos pedágios? O tráfego na BR-324 é denso, pesado e movimentado. Na Estrada do Feijão o movimento é bem menor. Os empresários da Estrada do Feijão aceitarão os mesmos valores cobrados nos pedágios de lá para trechos equivalentes aqui (100 km)? Tenho a impressão que o preço aqui vai ser mais salgado.
O que eu quero ver mesmo é: como vai votar o deputado Jurandy Oliveira? Nascido em Ipirá, o deputado vai ficar a favor ou contra? A estrada pode ser de alta qualidade e ter o controle do Estado, é possível. Para ser estrada boa, não tem que ser necessariamente privada. O Estado quer lavar as mãos e sair de problema e responsabilidade. 
Privatizada, os transeuntes vão ter que pagar. Falando em pagar, a população sente no bolso, aí geme, porque tem que custear cotidianamente pela estrada possível. A população é contrária até o acontecimento virar fato consumado e cair no esquecimento, virando uma coisa banal.

Mas, até que esse dia chegue, como votará o deputado Jurandy Oliveira? Será interessante observar o deputado dando pinote na ponta do florete do esgrima. Se a pessoa for favorável ele vai dizer que sim, se a pessoa for contra ele vai dizer que não concordou. 
O jogo do deputado é semelhante a bola de pingue-pongue, ninguém sabe para onde vai. Penso eu, que o deputado vai ficar fidedigno ao seu verdadeiro princípio, é um deputado de um único e eterno partido, o Partido do Poder, ou melhor, o Partido que estiver no Poder, embora tenha passaporte carimbado em várias siglas, vai votar com o governo. Vai dizer amém ao governo. Quem apostar nessa pule ganha, enquanto o povo ipiraense vai ter que pagar a sua parte na conta da Estrada do Feijão.

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