sexta-feira, 30 de outubro de 2020

O METEORO QUE ABALOU IPIRÁ


Até que enfim Ipirá apareceu no Jornal Nacional da Rede Globo como notícia boa, devido ao meteoro, um tiro que passou bem longe, mesmo com o locutor afirmando que passou raspando a trave, caso pudesse haver comparativo com jogo de futebol.

 

A última vez que Ipirá apareceu no JN da RG foi quando aconteceu o assalto aos bancos. De lá para cá nada. O meteoro jogou Ipirá no top da mídia nacional. Por incrível que pareça, disseram que Ipirá fica no Baixo Sul da Bahia.

 

Tiraram Ipirá da boca da seca e colocaram-no na boca da mata. Gafe? Desconhecimento ou insignificância de Ipirá? Parece que essa banda de cá é tão insignificante para a banda de lá, que pouco interessa onde está localizado. Para eles não tem a menor importância, nem tiveram o trabalho de pesquisar.

 

Para quem mora nesse torrão, isso aqui tem certo significado, talvez nem tanto, mas para tanto temos que correr atrás de um significado. O debate tem que ser o caminho do significado.

 

O debate deste sábado (31) pelo que está posto nas suas regras amarra o município ao sonho e despreza o pecado de cada qual, na sua capacidade de gerir um município. Evidente que dá para se prever o jogo com chutes nas partes baixas: você acabou com Ipirá nesta sua gestão de quatro anos! diria o candidato macaco, que seria replicado pelo candidato jacu que não deixaria de graça: a gestão de doze anos da macacada enterrou Ipirá e eu fui a salvação deste município! Esta é a ladainha da politicagem em Ipirá e seria a tônica no debate se a corda estivesse frouxa.

 

O erro é sempre do outro, do lado de lá; a salvação é do lado de cá, sou eu (jacu ou macaco)! dizem até que: Eu (jacu ou macaco) sou do bem! numa alusão de que o resto é do mal, uma fórmula bem simples de simplificar o pecado de cada qual diante de nossa comunidade. A regra do debate rechaça esse lengalenga.

 

Tudo será colocado no plano do sonho. Qual será o melhor sonho para o município de Ipirá? Programa para a gestão é um calhamaço para ser esquecido no primeiro dia de gestão. Isso não é novidade.

 

Acredite quem quiser: os candidatos do sistema jacu e macaco vão pavimentar a entrada de Ipirá no paraíso, enquanto isso, a realidade é dura e angustiante para a maioria da população.

 

Um percentual elevado de famílias vive de bolsa família e de auxílio emergencial. O desemprego é avassalador, sendo que o subemprego e o trabalho informal apresentam-se como uma válvula de escape. O IDHM do município de Ipirá é baixo.

 

O poder administrativo municipal do jacu e macaco possuem uma dívida muito grande com a população de Ipirá: não conseguiu colocar duas ambulâncias do SAMU para funcionar; não existe um único leito de UTI no hospital de Ipirá; o atendimento na saúde pública é usado como moeda de troca pelos vereadores.

 

Temos que agradecer a Feira de Santana e Itaberaba pelo ensino universitário presencial, a nossa universidade lá está. A reforma da Casa do Estudante de Ipirá parece uma obra do outro mundo.

 

O matadouro de animais nunca funcionou e a feira de animais regrediu por falta de apoio. Falta a continuidade administrativa nas ações tomadas. São mais de cinqüenta obras feitas pelos dois grupos que não servem para nada, significando dinheiro público jogado fora.

 

O sistema jacu e macaco, que impera nesta localidade, tem as suas manhas e matreirices, que convém à manutenção e reprodução do próprio sistema para ter vida longa. Temos muito para debater nesta terra, apesar de todos os limites e do enorme desinteresse, até da grande mídia nacional, que está se lixando para isso aqui. 

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