domingo, 1 de novembro de 2020

O DIA EM QUE A IGREJA PECOU


 O debate foi engessado, prisioneiro de uma camisa-de-força, onde as regras eram mais importantes do que o contraditório. Foi tudo muito regrado, isso travou os três participantes.

 

Na verdade não foi um debate foi uma sabatina e a sabatina foi moderada, ordeira e civilizada, sendo que, os participantes merecem os parabéns por se conterem e se contentarem dentro do regramento acordado.  A sabatina foi bem organizada e atingiu seus objetivos. Os organizadores estão de parabéns.

 

Sendo uma contenda civilizada, não tinha porque o padre Roquelino Lomes fazer um quase mea-culpae por fim aos debates eleitorais promovidos pela Paróquia de Ipirá por tempo indefinido ou, pelo menos, até que os nossos paroquianos faceboqueiros mais exaltados fiquem um pouco mais civilizados. O padre Roquelino Lomes não tinha e não tem nada para se desculpar, a Paróquia fez e agiu corretamente para a formação da cidadania da população de Ipirá.

 

Não vejo motivos para o exagerado ataque ao padre Roquelino Lomes. As regras foram cumpridas e a prática foi democrática e transparente, inclusive no sorteio das perguntas. A população não deve e não tem o direito de agir como a turba insana que pediu a crucificação de Cristo diante de Pôncio Pilatos, sem querer saber de nada e exclamando ensandecida: Crucifica-o! Crucifica-o!. As torcidas do jacu e macaco querem ver o esquartejamento do candidato adversário. Ipirá é o que menos importa.

 

Na verdade, o momento da politicagem de Ipirá tornou-se um momento excepcional, de acirramento das paixões; de intrigas desnecessárias; de amor ou ódio dominador e cego; de entusiasmo ardente e muito vivo por alguma coisa que nem os participantes sabem bem de que se trata. Sem a lucidez e a razão necessária a falta de discernimento sobe à superfície, por isso o ataque ao padre. Esse é o combustível que alimenta o domínio e controle das oligarquias sobre o povo desta terra, que vira massa de manobra em todos os aspectos, menos na participação da administração do nosso município, aí a massa de manobra está longe, distante e ausente.

 

Querer saber o que o prefeito fará quando tomar posse em 2021 é querer tapar o Sol com a peneira. Nestas circunstâncias, o programa de governo não passa de um calhamaço de papel pardo embrulhando um produto ordinário e de péssima qualidade. O Brasil poderá entrar numa crise econômica sem precedentes, com recessão brutal, inflação galopante, desemprego avassalador, queda na renda dos trabalhadores, tudo isso em tempo de pandemia, aumentando a miséria da população, além do mais com queda na arrecadação pública em todos os níveis. E aí futuro prefeito de Ipirá, você vai fazer o que para tirar o município do atoleiro à vista? Terá que ser um bom motorista.

 

Por que quando um jacu deixa de ser jacu ele pula para a macacada? Por que quando um macaco deixa de ser macaco ele pula para a jacuzada? Isso é tão natural e faz parte do sistema de dominação das oligarquias. O exemplo ruim, que não deve ser dado nem seguido é caminhar para uma terceira via. Isso pode significar a liberdade. O sistema jacu e macaco é a maior farsa de Ipirá, trata-se de um jogo de interesse e conveniência. O jacu de hoje será o macaco do amanhã e vice-versa. Por que a birra? É disso que vivem as oligarquias de Ipirá.

 

Vamos ao debate. Tema: Matadouro de Ipirá, um elefante branco de trinta anos. O candidato macaco iniciou dizendo que vai fazer um estudo e levantamento minucioso do que está acontecendo com o matadouro assim que tomar posse em janeiro 21 e terminou dizendo que vai colocar o matadouro para funcionar em janeiro. Na agonia esqueceu de dizer se janeiro de 21, 22, 23, 24. O candidato jacu não perdeu a oportunidade e disse que fez uma concessão a uma empresa e que o matadouro vai funcionar em janeiro, se for eleito. Duas mentiras e uma única verdade: o Matadouro de Ipirá não funciona por questões técnicas.

 

O candidato macaco disse que vai buscar a faculdade para Ipirá e o candidato jacu esqueceu de dizer que sua faculdade tem 23 cursos. Estão mentindo para a população. A faculdade pública e gratuita de Ipirá está em Itaberaba e em Feira de Santana e a quantidade de ônibus necessária para dar estabilidade para a viagem a estas duas cidades será de oito ônibus como ponto de equilíbrio para os próximos anos. Na nossa triste realidade vamos que ter uma maior necessidade da oferta de transporte público, esse é o ponto de estrangulamento.

 

O candidato jacu disse que a saúde de Ipirá está funcionando de forma espetacular. O município de Ipirá não tem um leito de UTI; não tem condições de ter uma ambulância do SAMU funcionando porque depende da ajuda de Pintadas. As ambulâncias estão enferrujando na garagem. Feira de Santana precisa de ambulância do SAMU e em Ipirá tem duas paradas. O que fazer?

 

A saúde pública de Ipirá é deficiente em vários aspectos, uma maneira de dar oportunidade aos vereadores de utilizá-la como uma moeda de troca por votos e o que é contraditório, se não fosse o assistencialismo dos vereadores na saúde de Ipirá, esta seria uma calamidade. Estamos atrasados nos direitos à saúde pública de média e alta complexidade.

 

O candidato macaco se emocionou ao falar que ama Ipirá e que vai transformar essa localidade num pólo que vai ter o portal da cidade mais bonito da região. O candidato do jacu disse que segurança é obrigação do Estado, mas que a criminalidade baixou no município graças a sua gestão. É cada coisa sem coisa!

 

O candidato jacu é de uma oligarquia que defende os interesses de sua família em primeiro lugar e sua família tem árvore genealógica até por adoção, é Martins e não 25 como muita gente pensa. O candidato macaco é controlado por uma oligarquia de grupinho e o poder municipal está todo fatiado e compartilhado, antes mesmo da eleição.

 

Você que não aceita esta situação de ataque às pessoas e de achaque aos direitos da cidadania nesta terra pelo poder oligárquico, vote com a sua consciência para dar um basta nesta situação e Hugo Baiano é o candidato que representa esta posição de liberdade e resistência. Diga NÃO as oligarquias.

3 comentários:

  1. Jacu e macaco podem serem considerados farinha do mesmo saco que compartilha a rapadura?

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  2. Olá, parabéns professor, pelo texto, sempre consciente.. aproveito pra deixar aqui minha humilde opinião.

    Não acredito em uma terceira via, penso q as eleições deveriam ter apenas dois candidatos sempre, e q, para termos um bom candidato, ele deveria ser obrigatoriamente uma das duas opções... essa forma de organização das eleições e o q é permitido nas campanhas, as regras, isso é o maior problema e completamente ante democrático.. a quantidade de candidatos, o financiamento das campanhas tal como é, o uso de marketing em diversas formas e etc.. toda essa permissividade de atos absurdos q levam a política para o lixo das idéias.. tudo isso q temos durante o processo de seleção dos candidatos e durante as campanhas, foi estabelecido para conservar a dominação das oligarquias, dessa forma, não tem como termos um resultado diferente, o povo nunca vai votar em uma terceira via, o bom candidato tem q ser uma das duas vias.

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  3. O Professor Agildo Barreto, coloca o pingo nos "i(s)". Toca na ferida que continua aberta: esta disputa mentirosa entre os dois grupos que dominam Ipirá,apenas para beneficiarem cada grupo e suas famílias que sugam os recursos do município. É lamentável, o grau de cegueira das pessoas que se deixam enganar pelos líderes dos bichos, seja jacu, seja macaco.

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