quarta-feira, 5 de outubro de 2022

BATEU NA TRAVE

O voto da urna é uma imagem em HD, com foto em alta definição, sendo que, a pesquisa pode ser uma foto borrada. Resultado mesmo, do Brasil e da Bahia, só no dia 30 de outubro, no segundo turno.

 

A última pesquisa colocou 50 para Lula, dentro da margem de erro de 2 pontos para cima ou para baixo, deu 48. Para o capitão, a pesquisa colocou 36, com a margem de erro 38, pulou para 43, não percebeu o crescimento.

 

Na Bahia, foi que a foto borrou de vez. A pesquisa colocou Neto na frente, com 51 a 38. No frigir dos votos na urna, Jerônimo, O Herói do Sertão, não levou por 0,5 ponto, indicando que a pesquisa deixou de apontar e levar em consideração a subida continuada do petista e a queda vertiginosa do carlista.

 

Tem comentário que aponta o desvio da rota na abstenção de 20% nas eleições. Com qual garantia? O mais provável é que seguissem a tendência do voto que saiu da urna. É impossível colocar voto na urna de quem não compareceu, da mesma forma que é impossível acertar na loteria sem ter feito o jogo. É puro abstracionismo.

 

Na verdade, procurei saber o resultado das urnas de uma forma diferente, passando por algumas ruas preferenciais. Na rua onde mora o deputado Jurandy Oliveira observei que havia um silêncio sepulcral e as luzes estavam apagadas em sua residência.

 

Deu para sacar o tamanho do estrago: imaginei o fechamento da cortina e o encerramento da carreira gloriosa de um deputado de dez mandatos, que não conseguiu vencer a corrida com obstáculos para transferir votos para o filho, que era candidato.

 

Isso significa um grande tranco para a vice-prefeita Nina, que politicamente perdeu um deputado, dois vereadores, espaço no governo municipal e, naturalmente, força no xadrez político. Se o deputado e a vice não avaliarem o que e como aconteceu não sairão do miolo do redemoinho em que se meteram e ficarão trancafiados na ilusão dos tempos gloriosos, sem perceber que a força política de ambos declina dentro do grupo que militam até suas vozes ficarem roucas.

 

Ouvi os estampidos na direção da residência do prefeito Dudy. Pensei: “nem vou passar por lá!” Fiquei imaginando a casa cheia, com sorrisos, abraços e muitos mimos; afinal, o prefeito deu uma surra no deputado e por tabela na sua vice-prefeita, sem procurar aplainar as arestas, nem nivelar as saliências do grupo. No tabuleiro de xadrez, um chega prá lá comparado a um xeque-mate na base do ‘tome sua porradinha de leve e fique caladinha’.

 

Chega de confusão, eu vou é para a rua de Delorme, lá tem duas residências, que dá para eu compreender o que está acontecendo. Na residência do líder Luiz Carlos Martins, verifiquei que a luz era de penumbra, com meia-luz, naturalmente, com o líder coçando a cabeça para descobrir o que foi que aconteceu. Como é que seu grupo tomou um chá de sumiço e não compareceu às ruas ou às urnas? Ora, ora nem debaixo do pé de pau tinha um jacu para fustigar os macacos, que fizeram um meio-círculo de cadeiras e estavam tomando cerveja.

 

Na outra residência, a do grande chefe ex-prefeito Dió que, sem dúvida, estava descansando na cadeira de balanço, com um foco de luz direcionado para sua cabeça, um sorriso entrecortado entre os lábios e um cochilo não continuado, que mostrava a força política pensante dentro de um grupo que parece um bando de loucos, que graças ao seu critério arrancou 12.200 votos para o seu deputado estadual.

 

O que teria feito o ex-prefeito Dió? Não sei! Se conselho é coisa boa e se tem sentido depois do pleito, eu teria dito ao ex-prefeito Dió, para colocar o santinho de Menezes em um bolso e de Oliveira no outro e saísse distribuindo à torto e à direita, se isso não desse mais de doze mil votos, eu diria que essa macacada está fraca de dá dó.

 

Como ninguém está comendo esse H que coloco na tela, eu vou para casa olhar os resultados das eleições e fazer a minha avaliação mostrando quem tem farinha no gibão e dessa vez, com a certeza e a convicção dos votos que saíram das urnas e não com as previsões e incertezas de uma pesquisa que apenas procura ser uma alma penada que morre de inveja da verdadeira fala dos números. Aguardem e leiam a minha conversa com os números; não guardarei segredo.

 

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