domingo, 9 de outubro de 2022

NA TRILHA PARA 2024

No primeiro turno das Eleições Gerais no município de Ipirá compareceram para enfiar o dedão na urna 36.890 eleitores.

 

Tomaram um chá de sumiço 9.721 (20,86%) eleitores, que não foram assinar o ponto e não disseram a motivação.

 

O voto que o eleitorado deu com mais certeza e errou menos foi o de presidente. Foram 1.888 nulos (5,12%) e apenas 447 (1,21%) apertaram a tecla branco.

 

Aí não deu outra, Lula baixou o sarrafo com 26.950 votos(78%) contra 5.830 (17%)de Bolsonaro (frente 21.120 votos). Ciro 844; Tebet 602; Soraya 257; totalizando 1703 votos. O candidato do Novo teve 36 votos e o padre candidato laranja 20 votos. PCB/UP/PSTU faturaram onze votos.

 

O voto que teve mais erro foi o nulo de senador 5.585 (15,14%), deve ter sido fruto do voto casado. Os brancos ficaram em 5,05% (1.862 votos).

 

Teve mais voto nulo para governador 2.749 (7,45%) do que para deputado federal 2.256 (6,12%) e nulo para estadual 2.078 (5,63%)

 

O voto em branco (o eleitor tem que apertar a tecla branco) deputado federal 1.905 (5,16%), deputado estadual 1757 (4,77%) e para governador 829 (2,25%).

 

Deixando essa parte mais estatística de lado, vamos para a boataria dos números.  Você sabe quantos deputados federais foram votados em Ipirá? Simplesmente 337 candidatos. Na faixa de 1 a 100 votos 197 candidatos foram votados.

 

172 candidatos a deputado estadual foram votados em Ipirá. Na faixa de 1 a 100 votos 142 candidatos arrancaram votos.

 

Até pouco tempo isso era impossível. O sistema jacu e macaco formava uma carapaça impermeável e blindada que não permitia a entrada de muitos deputados de fora. Já houve eleição (no papel) que jacu e macaco faziam um acordo e dividiam entre eles até os votos brancos e nulos, chegando a fazer dois deputados estaduais daqui e os federais saíam daqui com uma carreta de votos.

 

Já foi o tempo em que o sistema jacu e macaco era impenetrável, hoje com a mobilidade de parte do eleitorado para estudar e trabalhar fora, com a ação das redes sociais, com a independência e conscientização do eleitorado é impossível fechar a cancela e impor ‘goela abaixo’ a vontade do chefe político.

 

A indicação do chefe vai ficando frágil. Os vereadores estão tomando noção da sua força e sabem que podem conseguir Emendas Parlamentares com seus deputados sem a interferência do chefe, então estão procurando contato direto e trazendo deputados sem ouvir o chefe.

 

Observe a situação da jacuzada; o líder Luiz Carlos Martins fraquejou na condução do processo, quando não conseguiu a unidade do grupo: ele disse que Jota Oliveira não era candidato a federal do grupo jacu e Jota conseguiu 1.963 votos, enquanto ele obteve 1.433 para seu federal, que era Marcelo Guimarães, considerando-se que não tinha apoio dos vereadores, que são os verdadeiros possuidores dos votos, mas Jota, também, não tinha esse apoio. Isso é fruto da insubordinação das pessoas, que questionam a indicação ‘goela abaixo’ do chefe.

 

Para estadual, a grande maioria dos vereadores do grupo apoiava a candidatura de Luciano Simões e a fatura foi de 2.664 votos, muito pouco quando comparado com a votação da macacada. Resta para a liderança abraçar uma posição política de extrema-direita ou de grande ingenuidade que emerge do seio da jacuzada, com 1.841 votos para Roma, 1877 para a deputada federal e 5.830 para Bolsonaro, quando a liderança do grupo jacu não teve força para abortar. É assim que se perde mais uma vez o trem da história, depois de ter apeado do vagão principal nos idos da ditadura militar, como se grande ato fosse. Quem se habilitará a conduzir o cabedal bolsonarista nesta terra?

 

Tem que ficar claro que nadará à braçadas contra a correnteza em um município que é lulista em sua maioria esmagadora. A melhor votação da jacuzada foi o estadual Luciano Simões 2.664. O eleitorado do município de Ipirá deu a resposta devida: Lula 26.958 votos; Jerônimo 20.411 contra 10.947 votos de Neto (frente 9.464 votos), deputado estadual da macacada (Adolfo 6.687) + (M. Oliveira 5.870) somando 12.557, a votação dos estaduais do PT (3.940). Além dessa situação, o grupo vem de uma lavagem na última eleição municipal com 6.094 votos de frente.

 

Os federais da macacada arrancaram 8.185 com Oto Filho; o PT alcançou 4.397 votos, enquanto a jacuzada não mostrou votação, nem na dobradinha com Jurandy Oliveira no apoio a Cajado (3.127), com o líder Luiz Carlos fora desse jogo. Mais do que nunca o grupo depende da vitória de ACM Neto para governador, uma candidatura que tinha 72% contra 6% de Jerônimo e escapou de perder por meio ponto. Será que essa lição não explica nada de nada.

 

A vitória do candidato estadual do prefeito Dudy contra a candidatura do deputado Jurandy Oliveira pode ser considerada uma ‘vitória de Pirro’, obtida a um preço elevado e potencialmente provocará prejuízos irreparáveis, como a divisão da macacada, a debandada da vice-prefeita e o gosto azedo de uma resposta que está entalada na garganta. O prefeito pouco se importa com isso e está deixando a frigideira desandar e caminha na pegada do “eles vão ter que engolir”. A vice ficou sem lenço e sem documento.

 

O deputado Jurandy Oliveira pendurou a chuteira definitivamente. Não haverá candidatura de deputado estadual, com chances de eleição, tão cedo em Ipirá, por isso os vereadores estão de prontidão e os chefes das oligarquias que torçam os narizes.


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