sexta-feira, 28 de abril de 2023

JÁ FOI, PREFEITO DUDY!

Quem disser que é culpa do prefeito Dudy, do governo estadual ou federal está completamente enganado.

 

 

Na realidade, o que está acontecendo?

 

 

A notícia não é boa. A fábrica estava em situação de Recuperação Judicial, no melhor português, estava com as pernas bambas. Nesse período, tinha uma dívida de 500 milhões de reais, mas tinha uma receita (vendas) de 2 bilhões de reais. De lá prá cá, com a pandemia, a coisa não melhorou, sem dúvida piorou e muito.

 

 

Fruto de quê? De uma gestão administrativa equivocada e de desvio de capital do empreendimento para atividades aleatórias e outras finalidades improdutivas. Se não deu para entender, pense numa coisa simples: o sujeito é rico, mas joga dinheiro pela janela, achando que vai ficar mais rico como corredor de carro de corrida. Não era piloto, se lascou e lascou com quem dependia dele.

 

 

Quando aconteceu o desvio de recursos, criou-se um problema de caixa, que redundou em dívidas, que se tornaram impagáveis à curto prazo. Se apertar o parafuso a casa desaba.

 

 

Quando o jegue estanca fica a indagação: e agora, José?

 

 

O que era uma situação de Recuperação Judicial poderá (porque ainda não é) tornar-se uma massa falida.

 

 

Sem capital, poderia pegar dinheiro no sistema financeiro e resolver o problema. Num país de juros altos, se o empresário pegar dinheiro no banco ele se atola de vez. Se pegar! Porque o banco foge de empresa pré-falimentar como o diabo foge da cruz.

 

 

Sem capital, com divida, sem financiador e sem investidores que queiram resolver o problema não tem solução. A burguesia não compra abacaxi com cheiro de banana podre.

 

 

Sem capital, com grande dívida, sem empréstimo de bancos, sem investidor, como vai comprar matéria-prima para a produção? Os fornecedores fecharam as portas. Qual é o fornecedor que vai abrir as torneiras para fabricantes sem capital para adquirir matéria-prima? Os fornecedores vão vender e entregar matéria-prima aos concorrentes estáveis nesse momento. Aos embananados só fornecem com dinheiro à vista e a prioridade é dos que estão numa boa.

 

 

Sem capital, com grande dívida, sem banco, sem investidor, sem fornecedor, parou a produção. Sem poder produzir, as grandes marcas (grandes clientes) suspendem os pedidos e não adiantam valores financeiros antecipados pela produção. Não tem jeito, assim vai perder os grandes clientes, ou seja, marcas de expressão. Você acha que os grandes clientes devem ajudar uma fábrica que não tem couro, linha, cola, etc, para produzir? Estes vão fazer seus pedidos às unidades de produção capazes de atendê-los. Essa é a lógica capitalista.

 

 

Sem capital, com grandes dívidas, sem bancos, sem investidores, sem fornecedores, sem produzir e sem grandes clientes, como sair dessa enroscada? Como tem patrimônio, vendendo metade para salvar a outra metade.

 

 

Até agora, não apareceu comprador para essa massa quase-falida. Aí só aparece comprador avarento, querendo comprar bolacha quebrada e enfiando a faca até o cabo. Sem lenço e sem documentos, portanto existem poucas saídas.

 

 

Resumo do big brother: sem capital, com grandes dívidas, sem bancos, sem investidores, sem fornecedores, sem produzir, sem grandes clientes e sem compradores, a gigante prostrou-se de quatro e não tem outro recurso a não ser a concordata e a falência. O fechamento é uma questão de tempo. A fábrica já foi! Na boca do desespero estão os trabalhadores.

 

 

Sobrou para os trabalhadores. E agora, José?

 

 

Agora, eu só posso relatar a ironia da história. Os operários da fábrica em Ipirá estão na iminência de tomar um toco ou um ‘derruba’, um provável calote. Nesse momento delicado, quem é o melhor defensor e orientador para a classe operária de Ipirá? O seu sindicato. Quem nunca valorizou o sindicato, estava totalmente equivocado em sua maneira de ver ‘como defender os interesses e direitos da classe operária.’

 

 

Mas, tem um advogado trabalhista de larga experiência nesse conflito de luta de classe, que sempre esteve ao lado dos trabalhadores na defesa de seus interesses e direitos, principalmente, nos momentos mais decisivos e nos embates judiciais mais complexos e embaraçados. Trata-se de um dos maiores advogados trabalhistas da Bahia.

 

 

O advogado e militante político das causas e lutas dos trabalhadores é o advogado Carlinhos Oliveira (conhecido por Carlinhos de Bartolomeu), que, também, é ipiraense e um dos fundadores do Sindical em Ipirá.

  

 

A história é caprichosa. Muitas vezes, o companheiro que é colocado na geladeira no jogo político, mas quando o fogo atinge a proporção de incêndio, ele é o mais indicado para queimar as mãos, pois é o mais qualificado e preparado, justamente, por ter sido forjado na luta pela causa dos trabalhadores.

 

 

Ipirá está vivenciando a sua terceira experiência (Nestlé e Parmalat) de uma grande empresa capitalista que fecha as portas aqui em Ipirá, isso ao vivo e à cores. E a sociedade nunca acordou e nunca parou para discutir com profundidade esse tipo de problema. O ‘sistema de politicagem jacu e macaco’ cegou nossa comunidade.

 

 

Nesse quadro, o município de Ipirá fica com a corda no pescoço. A situação vexatória em que se encontra a fábrica de calçados não é nada interessante para o nosso município. Sua economia será atingida fortemente e a sociedade sofrerá uma baixa irreparável, pois a classe operária estará sofrendo baixas de parcelas significativas em seus quadros, ao perder para o desemprego. Um colapso.

 

 

No regime capitalista liberal é assim mesmo, quem não se estabelece com competência que se lasque. É um princípio do mundo capitalista. O governo vai dá dinheiro público para empresário incompetente ou ladrão para sair do buraco? Não pode e não deve.

 

 

Com Ipirá na beira do abismo; com a classe operária ipiraense na beira do precipício; eu coloco um título totalmente fora da ordem: já foi, prefeito Dudy!  Explico.

 

 

Se Ipirá está com a corda no pescoço, a gestão do prefeito Dudy está com o cadarço do sapato enrolado e apertando o próprio pescoço com esta definição:

 

STF invalida leis do DF que tiravam terceirização na saúde dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal

Para o Plenário, o regime estabelecido nas normas é contrário ao da LRF

 

Por unanimidade de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucionais dispositivos das leis de diretrizes orçamentárias do Distrito Federal para os exercícios financeiros de 2017 e 2018 que excluíram dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) gastos com contratos de terceirização na área da saúde pública. A decisão se deu na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5598, proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR), julgada na sessão virtual finalizada em 24/3.

Em voto pela procedência do pedido, a relatora da ação, ministra Rosa Weber...  Segundo a ministra, a LRF determina que contratos de terceirização de mão-de-obra devem ser contabilizados sob a rubrica de despesas de pessoal.

 

 

Prefeito Dudy! V. Exa. já parou para pensar em que buraco seus amigos o colocaram?

Esse artigo será postado no dia 1º. de maio (segunda-feira)

 

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