Eleições à vista. Faltam sete semanas. Em Ipirá, a
figura que está bem na fita não é nem candidato, chama-se: Diomário Gomes de Sá.
Tem fama de estrategista ‘dos bons’, que o seja, impossível é negar-lhe a
condição de sujeito sortudo, embora, a sorte sozinha não represente a cereja do
bolo pronto. É preciso ter competência e eficiência. Isso, lá ele tem.
Começou sua participação na politicagem de Ipirá como
serviçal da jacuzada e manteve uma submissão com muita fidelidade, até o dia em
que teve preterida sua candidatura à prefeito pelo grupo dos jacus, que é uma
oligarquia fechada e exclusivista no quesito candidatura familiar. Diomário não
era da família como, talvez, sonhava.
Pulou para o grupo macaco e foi contemplado com a
candidatura. Conseguiu tirar muita gente da jacuzada e impôs uma derrota de
doze anos (até agora) aos jacus. Na macacada, Diomário soube atuar com
maestria: aquietando alguns tantos; neutralizando outros tantos e diluindo a
liderança de Antônio Colonnezi. Foi uma jogada de mestre.
Na última eleição, Diomário, que era o prefeito,
insistiu e manteve a candidatura de Antônio, quando encontrava-se
definitivamente improvável e com uma manobra forçada trocou-a pela candidata
Ana Verena que venceu às eleições, mas redundou num autêntico suicídio político
para a liderança de Antônio, devido a uma renúncia temerária e muito mal
explicada. A macacada foi enrolada e redundou no desgaste da liderança de Antônio. Por tabela, Diomário
tornou-se o grande beneficiado com a decaída do líder. Hoje, Diomário desbanca
Antônio para uma futura candidatura do grupo.
Assume a prefeitura o vice Ademildo, cheio de vontade,
querendo mostrar serviço e dizendo que está gostando de ser prefeito. Aí o
bicho pegou! Má notícia e nada disso é
conveniente para Diomário. Mais uma pedra para ser retirada do caminho. Como
afastá-lo da jogada? Para Diomário não é problema.
O prefeito Ademildo, com seu estilo brucutu, não tem
conseguido destravar o município de Ipirá, mesmo contando com o alinhamento
partidário em outras esferas. Tem feito um rosário de promessas, mas não tem
conseguido novos investimentos para o município e tem pautado sua administração
no âmbito das conclusões e inaugurações encaminhadas, ainda, na gestão Diomário,
que não perde usufruto desses acontecimentos para uma necessidade e comparação
posterior.
A administração Diomário deixou para o gestor Ademildo
uma tarefa ingrata e com alto poder de estraçalhar a imagem de qualquer
personalidade política: o ajuste da Folha de Pessoal da Prefeitura. Não deu
outra. O prefeito passou a ser visto como uma pessoa ruim, perversa e
perseguidora. A pretensão de uma boa imagem para o novo prefeito sucumbiu neste
momento e veio à tona uma personificação altamente negativa, depreciada e atravancada
com uma antipatia de grande proporção gestada no meio da macacada. O prefeito
ficou queimado e carimbado como ranzinza e sem coração. Marcado a ferro em
brasa, Diomário saiu ileso.
Está na hora de medir o prestígio junto ao governo do
Estado e da cúpula petista na Bahia. Prestígio que se mede com voto. Diomário é
depositário fiel de números eleitorais expressivos: vitória de JW por 19 mil a
seis; Afonso Florence 10 mil, Jurandy 8 mil. São marcas impossíveis de serem
alcançadas pelo atual prefeito: se RC perder aqui, em Ipirá; se AF não alcançar
5 mil (vários vereadores e um grande líder estão com Fernando Torres); se
Jurandy cair para 6 mil, a culpabilidade recairá sobre a poupança ($) de
Ademildo. Diomário sairá ileso e bem lembrado.
O atual prefeito de Ipirá, Ademildo Almeida, que em
sua propaganda é o visionário do futuro e o exemplo de administrador para o
presente; o que governa em parceria com o povo; o que mais fez com recursos próprios
nesta terra; se esta magnitude e magnificência não tiver direito à reeleição,
como a lei permite, ficará evidente e clara a negação da sua gestão, que será
vista como um borrão que manchou e não serve nem para a própria macacada. Diomário
já projetou que está disposto a fazer mais um sacrifício pelo grupo macaco.
O prefeito Ademildo tem um cargo, mas falta-lhe voto,
que no sistema da macacada é controlado pelo grande líder, apesar de ferido de
morte eleitoral, vereadores e cabos eleitorais. Falta-lhe autoridade para
manter a unidade do grupo macaco, coisa que Diomário tem de sobra. Falta-lhe
poder de decisão, no frigir dos ovos, aceitará qualquer coisa para não ver
Marcelo Brandão chegar à prefeitura e esmiuçar suas contas. Mas, é assim mesmo,
quando os acontecimentos não se apresentam como tragédia, ocorrem como farsa.
Faltam sete semanas para os novos acontecimentos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário