Infelizmente,
em questão de saúde, no Brasil, a contradição não deixa duvidas, é muito
transparente e a exclusão também. Se alguém cair em um avião no meio de um pasto, rapidamente um
helicóptero vem socorrê-la e não falta avião com UTI à bordo para levá-la ao
Sírio-Libanês. Saúde de primeiro mundo. Basta ter muito dinheiro.
Se
alguma pessoa cair de uma moto na zona urbana e conseguir chegar a um hospital
no interior da Bahia, vão colocá-la numa tal REGULAÇÃO, que não é um sistema de
eficiência, mas um verdadeiro “corredor da morte”. Basta não ter dinheiro.
Estes
fatos realísticos vimos sobejamente nos últimos dias. Principalmente aqui, em
Ipirá, onde joga-se com as palavras e se ilude com quimeras, enquanto a
população quer respostas claras e urgentes para os seus problemas.
Folha
do Estado (12-5-15): “O deputado Solla (PT) ingressou com uma representação no
Ministério Publico contra a Prefeitura de Feira de Santana. O parlamentar
denunciou o descumprimento de acordo firmado em 2012 pra o inicio das operações
da Central de Regulação de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU –
deixando 10 ambulâncias paradas há dois anos e meio.” As duas ambulâncias de
Ipirá estão paradas há mais de quatro anos.
Ainda
na Folha do Estado: “Conforme consta na denúncia, em 2010 a prefeitura de Feira
de Santana assumiu acordo para sediar a Central de Regulação de Urgência de
toda a região.” É aí que entra Ipirá. Veja que mangue! Por que o acordo não foi
feito diretamente com Ipirá? Enquanto isso, as duas ambulâncias estão paradas e
todo mês vai acontecer inauguração de ambulância e nada vezes nada. Não tem
SAMU em Ipirá.
O
ex-governador Wagner prometeu U.T.I. com cinco leitos para o Hospital de Ipirá.
Deixou o governo e nada. Nada vezes nada. Começaram uma reforma no hospital e
até hoje não foi concluída. U.T.I foi conversa fiada e sem o mínimo de crédito.
Não tem U.T.I em Ipirá.
O
prefeito Ademildo fica dizendo que a saúde de Ipirá é isso e aquilo, que tem
PSF em todo povoado e que tem uma UPA Tríplice para ser inaugurada. Quando?
Ninguém sabe. Vai funcionar? Ninguém sabe. Essa coisa no pretérito futuro não
tem nenhum fundamento porque ninguém sabe se essa UPA não vai levar uma década
para entrar em funcionamento. Não tem UPA em Ipirá.
O
prefeito Ademildo falou, em seu programa, que Ipirá irá correr atrás de uma
Policlínica. Ainda bem, que não falou que ganhou uma Policlínica. Jornal A
Tarde 12/5/15: “Questão de grana – Rui Costa vai ter algumas dificuldades para
implantar as 28 policlinicas a partir de consórcios com os municípios. A
presidente da UPB e prefeita de Cardeal da Silva, Maria Quitéria, diz que a
idéia é boa mas o problema está nos custos – cada uma vai custar R$ 700 mil
/mês, os municípios vão tirar dinheiro de onde?” É Ipirá que vai ter? Onde é
que Ipirá vai ganhar um troço desse? Só na conversa pra boi dormir.
O
quadro atual da saúde em Ipirá é uma barafunda. Um hospital precário, caindo
pelas tabelas e cheio de mazelas. Num ato irresponsável foi municipalizado na
administração do gestor Luiz Carlos Martins, com o aval dos vereadores da época
e aí está o resultado do ato inconseqüente. Mas, também, não é de se duvidar,
que se estivesse no controle do governo do Estado encontrar-se-ia na mesma
situação em que se encontra hoje.
O
povo de Ipirá não quer muita coisa não, quer somente uma medicina que atue em
prol da vida, do bem-estar das pessoas e da comunidade, garantindo o direito
de acesso universal, integral e equânime a serviços assistenciais conforme
previsto na Constituição e em leis específicas. Só isso.
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