domingo, 7 de junho de 2015

É DE ROSCA (9)


Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Não sei se vale a pena ver de novo
Capítulo: 09 (mês de fevereiro 2015)(atraso de 3 meses) (um por mês)

Véspera de uma fajuta Reforma Eleitoral na Câmara dos Deputados tira o sono de personalidades; tirando o sono, vem a insônia; com a insônia, vem uma ansiedade ‘braba’, dessas que deixa o personagem desnorteado. Era o que estava acontecendo com o prefeito Déo que, sem sono, pensava: “Três horas e nada de pegar no sono, vou conversar com meu amigo do coração, o ex-prefeito Dió.”

O ex-prefeito Dió estava naquele sono profundo, quando foi acordado pelo chamado estridente do celular. Acordou assustado: “Quem será a esta hora da noite? Deve ser algo de suma importância.”
- Alô! – pronunciou o ex-prefeito Dió.

- Meu grande amigo do coração, ex-prefeito Dió! Aqui é o prefeito Déo. Estou sem sono e resolvi ligar para o amigo, até mesmo, porque tenho um assunto importantíssimo para conversar com você e a oportunidade de ouro é agora. Entenda bem! O Congresso está fazendo uma reforma política e tudo indica que vai ter um mandato de prefeito com dois anos e eu acho que o melhor nome da macacada para mim substituir é o seu.

- Muito obrigado pela preferência, prefeito Déo! Eu sempre confiei plenamente no seu reconhecimento, afinal de contas, deu um trabalho desgraçado para colocar V.Exa. na prefeitura. Eu não estou acompanhando esta reforma, como é que vai ficar a questão do mandato? Vem um de dois e depois um de quatro?

- Entenda, meu grande amigo ex-prefeito Dió! Vamos ter um mandato de quatro anos agora, 16 a 20, depois um de dois, 20 a 22.

- Ótimo, prefeito Déo! Estou entendendo perfeitamente, eu serei o candidato quando seu mandato findar em 2016. Eu agradeço-lhe e farei o possível para que o impossível aconteça em 2020 com sua candidatura para os dois anos de mandato em 1920 a 1922.

- Entenda direito, ex-prefeito Dió! Não atropele a autoridade legítima, o candidato em 2016 serei eu com um segundo mandato até 1920 aí, ao finalizar o meu mandato, será a sua vez de retornar. É a estratégia do ping-pong. Entende?

- Para aí, prefeito Déo! A reeleição já acabou. Eu quero o próximo mandato, eu só penso nisso, estou me preparando para isso, será a minha última oportunidade, vou dar tudo de mim, inclusive porque a reeleição já acabou, se bem que eu merecia um tempo maior para fazer tudo de bom por esta terra que me acolheu tão bem. Depois você retorna para complementar os dois anos, terminando sua gestão, eu retornarei para mais quatro. Temos que nos deixar levar pelo ritmo de Tim Maia: ‘EU e você, você e EU’

- Ex-prefeito Dió! Assim não dá. Eu estou fazendo a maior administração que essa terra já teve e mereço a reeleição que não acabou para mim, não esqueça disso, deixe aí bem anotado na sua caderneta: EU TENHO DIREITO A REELEIÇÃO e tenho a caneta na mão. Essa conversa deixou-me irritado e com certeza não pegarei mais no sono. O que eu vou fazer para dormir?

- Meu nome está posto para a avaliação da macacada, agora para dormir o melhor remédio é um acalento para ninar. Esse seu telefone, nesse horário também me tirou o sono.

- Prefeito Dió! Você agora deixou-me agoniado na vida, eu não quero ouvir falar esse nome Nina na minha prefeitura, onde eu vou nessa cidade é Nina prá lá, é Nina prá cá e você ainda vem me lembrar esse nome! Não vou dormir mais. Agora para você dormir é fácil, pense no matadouro de bovinos em Ipirá e comece a contar a quantidade de ovelhas que serão abatidas nesse matadouro.

- Taí um idéia boa, obrigado prefeito Déo! Uma ovelha, duas ovelhas, três ovelha. Ovelha! Não tem desgraça de ovelha nenhuma, esse matadouro de Ipirá não vai funcionar de jeito nenhum e não tem quem faça essa desgraça abater um boi, carneiro ou ovelha – enfezado o ex-prefeito Dió desligou o celular.

Suspense: e agora, esse matadouro sai ou não sai?

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou, imediatamente.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.

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