domingo, 31 de maio de 2015

REGULAÇÃO: O CORREDOR DA MORTE.


Infelizmente, em questão de saúde, no Brasil, a contradição não deixa duvidas, é muito transparente e a exclusão também. Se alguém cair em um avião no meio de um pasto, rapidamente um helicóptero vem socorrê-la e não falta avião com UTI à bordo para levá-la ao Sírio-Libanês. Saúde de primeiro mundo. Basta ter muito dinheiro.

Se alguma pessoa cair de uma moto na zona urbana e conseguir chegar a um hospital no interior da Bahia, vão colocá-la numa tal REGULAÇÃO, que não é um sistema de eficiência, mas um verdadeiro “corredor da morte”. Basta não ter dinheiro.

Estes fatos realísticos vimos sobejamente nos últimos dias. Principalmente aqui, em Ipirá, onde joga-se com as palavras e se ilude com quimeras, enquanto a população quer respostas claras e urgentes para os seus problemas.

Folha do Estado (12-5-15): “O deputado Solla (PT) ingressou com uma representação no Ministério Publico contra a Prefeitura de Feira de Santana. O parlamentar denunciou o descumprimento de acordo firmado em 2012 pra o inicio das operações da Central de Regulação de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU – deixando 10 ambulâncias paradas há dois anos e meio.” As duas ambulâncias de Ipirá estão paradas há mais de quatro anos.

Ainda na Folha do Estado: “Conforme consta na denúncia, em 2010 a prefeitura de Feira de Santana assumiu acordo para sediar a Central de Regulação de Urgência de toda a região.” É aí que entra Ipirá. Veja que mangue! Por que o acordo não foi feito diretamente com Ipirá? Enquanto isso, as duas ambulâncias estão paradas e todo mês vai acontecer inauguração de ambulância e nada vezes nada. Não tem SAMU em Ipirá.

O ex-governador Wagner prometeu U.T.I. com cinco leitos para o Hospital de Ipirá. Deixou o governo e nada. Nada vezes nada. Começaram uma reforma no hospital e até hoje não foi concluída. U.T.I foi conversa fiada e sem o mínimo de crédito. Não tem U.T.I em Ipirá.

O prefeito Ademildo fica dizendo que a saúde de Ipirá é isso e aquilo, que tem PSF em todo povoado e que tem uma UPA Tríplice para ser inaugurada. Quando? Ninguém sabe. Vai funcionar? Ninguém sabe. Essa coisa no pretérito futuro não tem nenhum fundamento porque ninguém sabe se essa UPA não vai levar uma década para entrar em funcionamento. Não tem UPA em Ipirá.

O prefeito Ademildo falou, em seu programa, que Ipirá irá correr atrás de uma Policlínica. Ainda bem, que não falou que ganhou uma Policlínica. Jornal A Tarde 12/5/15: “Questão de grana – Rui Costa vai ter algumas dificuldades para implantar as 28 policlinicas a partir de consórcios com os municípios. A presidente da UPB e prefeita de Cardeal da Silva, Maria Quitéria, diz que a idéia é boa mas o problema está nos custos – cada uma vai custar R$ 700 mil /mês, os municípios vão tirar dinheiro de onde?” É Ipirá que vai ter? Onde é que Ipirá vai ganhar um troço desse? Só na conversa pra boi dormir.

O quadro atual da saúde em Ipirá é uma barafunda. Um hospital precário, caindo pelas tabelas e cheio de mazelas. Num ato irresponsável foi municipalizado na administração do gestor Luiz Carlos Martins, com o aval dos vereadores da época e aí está o resultado do ato inconseqüente. Mas, também, não é de se duvidar, que se estivesse no controle do governo do Estado encontrar-se-ia na mesma situação em que se encontra hoje.

O povo de Ipirá não quer muita coisa não, quer somente uma medicina que atue em prol da vida, do bem-estar das pessoas e da comunidade, garantindo o direito de acesso universal, integral e equânime a serviços assistenciais conforme previsto na Constituição e em leis específicas. Só isso.

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