quarta-feira, 30 de julho de 2014

ATOLEIRO.

O efeito de uma pesquisa eleitoral pode não ser devastadora,  mas entorta até mourão de canto e bota muita gente no atoleiro. Os prejudicados não acreditam nem a pau; os favorecidos esbanjam sorrisos e certezas.   Quando é divulgada  uma pesquisa   o que martiriza alguns é a dúvida.   Pensam os que preparam o pulo (prefeitos e deputados): “será que é agora?”; pensam os que não podem pular (deputados e prefeitos):“ vou me lascá!”
 
Merece crédito ou não? Isso é mais quinhentos. Tem manipulação? Distante do pleito tudo é possível. Pesquisa no dia da eleição é que não pode distanciar-se da realidade, pois está inclinada a ser desmascarada pela prova dos nove fora do resultado oficial, caindo a máscara e charlatanice. Mas, fora isso, tudo é possível, até a dúvida.
 
Pesquisa que botou pilha no povo de Ipirá foi a da última eleição para prefeito. A propaganda eleitoral tinha encerrado na sexta-feira, antes do domingo eleitoral, por lei. No sábado, a jacuzada recebe uma autorização da  justiça eleitoral para divulgar uma pesquisa, registrada no cartório, favorável a MB (+ - 6,0%). Pela manhã a FM começou a divulgação de 15 em 15 minutos. A macacada foi a loucura.
 
Corre-que-corre, a macacada apresentou uma pesquisa, registrada no cartório, favorável a AV (+ - 13%); não tenho certeza se os números são exatamente esses, mas não é o caso, é o que menos conta depois de certo tempo; o que tem sentido é que, tanto jacu quanto macaco, estavam apresentando, nos seus interesses, uma pesquisa manipulada, falsificada, enganadora, malandra, maquiavélica com a sintomática intenção de enrolar o povo ipiraense. A Justiça é carente de sensatez, não quis enxergar que jacu e macaco  contrataram institutos de pesquisa chinfrins para montarem um engodo.
 
Prova? Tínhamos uma pesquisa com AV 34,8% e MB 34,4%. O Juiz indagou: “Se tínhamos pesquisa para divulgar?” Qual o interesse em divulgá-la? Indago eu. A macacada foi autorizada a divulgar sua pesquisa em carro de som.
 
Mais tarde, saiu a Ordem Judicial para a macacada colocar sua pesquisa na FM.  O pessoal da FM sumiu. Sábado,18 h, o Juiz interdita a FM, que para reabrir resolveu divulgar a pesquisa da macacada. Por volta das 20 h, a FM voltou a funcionar, o som não chegou no Ipirazinho, tinham baixado o volume.
 
Resultado oficial da eleição mostrou um quadro inesperado e invertido: a jacuzada cresceu na zona rural e caiu na sede. Era esperado o contrário. A diferença foi de 49 votos. Que fizeram lambança com pesquisas! Fizeram.
 
A divulgação de pesquisas falsas, manipuladas, mentirosas deveria se constituir um repulsivo crime eleitoral, ao qual a Justiça foi complacente por não ter a capacidade para verificar a contradição que havia no conteúdo. Fechou os olhos e acatou pesquisas, cujo único intuito, era propagar uma propaganda eleitoral barata que desrespeitava e ludibriava a cidadania ipiraense.
 
Pesquisa que segue. Um governador do Demo na Bahia será um verdadeiro atoleiro para o prefeito Ademildo de Ipirá nestes dois últimos anos. Pense num quebra-pote! Pensou? Pense agora, no prefeito Ademildo com os olhos vendados e um porrete na mão tentando quebrar um pote com um enxame de inchu virado do cão e preso dentro do pote. Triste Ipirá! Não por causa dessa situação, mas devido a situação do município no IDH nacional, está numa colocação atrás de 5.000 municípios  no país, uma vergonha e uma humilhação. É verdade prefeito!
 
E o prefeito não deixa dúvida: “não é questão de uma gestão, mas de uma Era”. Essa pesquisa não tem manipulação, é verdadeira. Foi essa situação que a política coronelística e o sistema do jacu e macaco deixou em Ipirá.  Uma vergonha e uma humilhação. Ipirá está perdida entre o pólo do prefeito e o atoleiro da realidade.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

O BILHETE.


Recebi um Ofício da Prefeitura Municipal de Ipirá, respondo com um bilhete. Pego minha caneta-teclado e escrevo essas mal traçadas linhas para dizer uma coisa bem simples: não sou dedo-duro.

Aproveitando a caneta-teclado, quero dizer mais uma coisa na minha santa ignorância: não tem por quê a minha pessoa comparecer a uma Comissão de Sindicância da Prefeitura de Ipirá, desde quando, eu não sou funcionário público da digníssima instituição. Não me vejo com a obrigação e o dever de fazê-lo.

Ainda mais, eu tenho no meu entendimento, mais ou menos precário, que o Poder Executivo Municipal não tem a prerrogativa de convocar as pessoas para prestarem informações, seria muito mais um papel do Poder Judiciário.

Estou percebendo que a Comissão de Sindicância não logrou êxito nas suas investigações e ficou perdida nesse emaranhado grupal, encontrando-se, talvez, no ponto de partida, quando tem que desenrolar o novelo e não sabe por onde. São questões de apuração interna.

O prefeito anda inquieto e ameaça ir a Justiça. É o prefeito entrando na Justiça e eu entregando ao Ministério Público, imediatamente, para que faça uma verificação mais apurada dos fatos. Convocado pelo Poder Judiciário terei que ir e o farei natural e tranquilamente.

Olhando friamente o problema dá para perceber que tem dois caminhos: primeiro, vamos supor que eu esteja mentindo, sendo portador de calúnia e de mentira serei penalizado, no querer de alguns, até com banimento, ostracismo, tortura, pena de morte, por ter falado da administração mais correta do mundo.

Segundo, vamos supor que eu esteja com a verdade, aí o prefeito vai ficar em uma situação um pouco delicada, porque ele não vai poder agir livremente e vai engolir seco, porque a questão envolve pessoas com poder de fogo no grupo macaco, com a qual o prefeito não pode se indispor, a não ser que não tenha juízo. O prefeito poderá viver uma crise em sua administração.

Encerrando meu bilhete, eu tenho a dizer que isso tudo está parecendo um jogo de pôquer, Alguém tem que pagar prá vê. Agir politicamente é melhor do que botar a mão no fogo, não desgasta e não cria crise.

domingo, 20 de julho de 2014

AGORA VAI!

Foi anunciado pelo prefeito Ademildo, um novo cemitério para Ipirá e, mais importante, não será obra para um mandato só, como fez o ex-prefeito Diomário com as gavetas funerárias que se encontram em excesso de lotação, além do mais, soltam um mal cheiro insuportável para a vizinhança que reside nas proximidades. Será uma obra para o futuro de Ipirá, para os próximos cinqüenta anos.

Até 2064. Quem, hoje, tiver mais de 40 anos e aqui residir, já está com seus sete palmos de posse garantido neste latifúndio chamado Terra. A realidade poder ser uma imitação da obra-prima de Dias Gomes, “O Bem Amado”; onde o prefeito de Sucupira, Odorico Paraguaçu teve uma dificuldade enorme para inaugurar sua grande obra: o cemitério.

Não é que será construído junto ao Parque de Exposição! Vê lá quem vai querer morrer para ser enterrado tão longe! Vai ser aquele jogo de empurra: “vai você primeiro, depois eu vou!” Fulano morreu, ai vem aquela pergunta: “Teve muita gente no enterro?” Esse é o problema. Em Ipirá, tem essa de ver o reconhecimento da pessoa pela quantidade de gente que acompanha o enterro. Agora, a coisa vai tomar um outro rumo, a contagem não vai ser mais pela quantidade de pessoas, mas de carros.

Não custa nada lembrar que o cemitério vai ficando distante da Igreja Matriz, também não tem terreno perto, é verdade. O cortejo fúnebre a pé está com seus dias contados, esta prática e tradição não terão condições de serem mantidos por várias razões: a distância a vencer; a pista/rua é de terra e estreita, tem atoleiro nas chuvas e poeira na seca; tem um esgoto que nasceu no fundo da fábrica que está crescendo e ficando robusto. A obra não é só o cemitério, tem toda uma infra-estrutura até chegar lá.

Ninguém tem nada contra o local, mas uma coisa está ficando clara: Ipirá não tem um plano piloto para a cidade. Falta um projeto claro para o desenvolvimento local e está evidente a ausência de uma visão administrativa que anteveja o futuro. Tudo é feito no abstruso e no ‘vamo vê’. Vê lá se um município agüenta um arrocho desse!

Como seria bom se nesta área Ipirá tivesse sido presenteada com: fábrica de vidro de Joel; fábrica de calçados; galpão de Dudy; galpões e galpões para os fabricos de carteira; Posto August’s; Parque de Exposição com feira de animais; Matadouro. Na beira da Estrada do Feijão. Bela vitrine, boa chama. Uma benção! Seria, se o grande administrador Diomário não tivesse colocado, no meio do espaço, casas populares que poderiam muito bem serem construídas em outro lugar. O ex-prefeito matou o local, o prefeito atual vai fazer o que deve ser feito, um cemitério para enterrá-lo.

Ipirá está dominado. A via de desenvolvimento está bloqueada. Casas populares; cemitério, hipódromo, matadouro. Eles sabem que Ipirá não vai receber uma obra que gere emprego e produção. Por isso ... é bom que essa obra não demore cinqüenta anos.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

XEQUE-MATE NO CAVALO!


Qual seria a proposição que obteria incondicional aceitação da maioria dos ipiraenses? O prefeito falou que Ipirá vai tornar-se um pólo. É ruim! Ele mesmo passou o podão nessa sentença quando falou que tem gente que não quer. Uns querem, outros não. A idéia não convence à grande maioria, até porque, não é simplesmente uma questão de vontade; de querer ou não querer.

Ipirá não pode ser pólo muito mais por uma questão geopolítica do que por qualquer outro artifício. A proximidade com Feira de Santana e Itaberaba embaraça por demais a situação e esvazia qualquer propensão de Ipirá vir a ser um pólo.

Pólo de que? Ipirá não tem, efetivamente, potencial (infra-estrutura e produção) para ser pólo. Talvez a inquietude fosse menor se percebêssemos que, primeiramente, Ipirá tem que desenvolver. E não é pouco. Quem sabe se essa idéia não tem a força de atrair o desejo da grande maioria da população. Quem, nesta terra, não deseja ver Ipirá progredir e atingir um desenvolvimento continuado? Tenho a impressão que a grande maioria quer que isso aconteça.

Mas isso não é só desejo! Como chegar a isso, se nada acontece por acaso? Tem que ser com trabalho, que está preso aos alicerces da iniciativa privada, da iniciativa pública ou de ambas. Aí, vêm outras questões.

O que tem em Ipirá parece que estar de bom tamanho. Até parece. Uma fábrica de calçados e o setor de fabrico de carteiras. Fora isso, qual é a iniciativa privada que vem investir pesado, com alto capital, em Ipirá e montar indústria, fábricas e grandes empreendimentos? Nem no sonho. Não adianta pensar nisso. A iniciativa privada que investe aqui são os ipiraenses ou os que aqui se radicaram. São poucas médias empresas de fora atuando em Ipirá. É um esforço local. É a iniciativa particular e cada ipiraense buscando sobreviver, crescer ou empreender algo. Toda impulsão que acontece em Ipirá origina-se desse esforço. Surgem outras questões.

Todo o empreendimento posto em Ipirá é muito individualizado, o que é uma característica muito forte no município, evitando-se o esforço coletivo, o consórcio, o cooperativismo que une forças e recursos criando condições para fomentar investimentos vigorosos e de monta em grandes iniciativas.

Ipirá é um município grande e pobre. Quem segura a onda da grande maioria da sociedade são as aposentadorias, salários públicos e o bolsa-família. É isso que forma o lastro do poder aquisitivo no município. Quem joga mais dinheiro na praça de Ipirá é o INSS, depois a prefeitura numa ordem diferencial de mais ou menos 10%.

Retomando a questão do desenvolvimento: o que o Poder Público pode fazer pelo progresso de Ipirá? O federal e o estadual vão ter que escalar o município na sua agenda, sem isso nada é nada. O Poder Municipal se embaraça na prestação de serviços. Com uma máquina administrativa inchada e a folha de pessoal aquecida, sem artifício, acima do recomendado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, somado a outras despesas, fica pouco recurso livre, muito pouco, fica uma ordem de 15%.

Em pleno século XXI, Ipirá está iniciando, praticamente, ações de infra-estrutura: saneamento básico, esgotamento sanitário, tratamento de dejetos, calçamento e é precário na questão da água e na potência da energia elétrica. Mas, por que o município de Ipirá está metido nessa camisa de força? O que mantém Ipirá nessa desgraceira é justamente a politicagem do jacu e macaco que impera neste município.

Porque é uma política de grupo, de favorecimento de grupo. Não importa se grupo macaco ou grupo jacu. Porque nessa política de grupo, os cofres do município ficam refém do grupo e o prefeito atua não em benefício do interesse coletivo, mas no fatiamento do bolo, concedendo monopólios especiais aos seus apadrinhados; facilitando extravagantes privilégios ao empresariado genérico que atua junto à prefeitura.

Aí, o grupo que está fora do poder municipal fala em alternância de poder como solução. Alternância de grupo não se constitui em mudança efetiva e verdadeira, desde quando, as mesmas mazelas serão mantidas com outras pessoas e é isso que faz a desgraça de Ipirá. É necessário uma mudança de conceito e postura na gestão pública. A política de grupo é deletéria, capciosa e corrupta até a alma.

Aí, vem a proposta de mega-eventos para tirar Ipirá da situação em que se encontra. Veja que situação! Qualquer produtor de eventos que fizer uma produção com um cantor de 500 mil reais em Ipirá, quebra a cara e tem prejuízo. Agora, o município pode! Imagine uma zorreta dessa!

Esse Ipirá parece um tabuleiro de xadrez, em que o cavalo é quem toma o xeque-mate. Nessa situação de gestão de grupo, sem projeto; sem plano diretor para a cidade; sem programa e sem cabeça que pense, discuta e ouça, a degringolada é o caminho mais próximo.

Eu não duvido de mais nada; tudo pode acontecer. É bem capaz que algum administrador ainda resolva fazer um CEMITÉRIO entre as casas populares e o Parque de Exposição, no sentido do grandioso hipódromo, naquele terreno que era muito mais apropriado para um pequeno parque de fábricas. Como nada disso vai acontecer, pelo menos, se o cavalo morrer no parque, vai ter onde ser enterrado.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

MINEIRÃOZAÇO!


Mineirãozaço. Uma humilhação. O Maracanazo deixou uma tristeza enfadonha na nação brasileira. 2 x 1 para o Uruguai, dentro de casa. Copa em casa, 7 a 1 foi uma intensa humilhação. Certa feita, o Bahia tomou 7 x 0 do Santos; no outro jogo, dormiu no ponto e levou 9 a 1. Era o Santos de Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Fenomenal. Vitória da superioridade.

Não teve quem não levasse uma bordoada homérica. Num domingo, o Botafogo de Garrincha massacrou o Santos por 3 a 1, no domingo seguinte, foi esculachado, tomou 5 a 0. O Flamengo engoliu 7 a 1 no Maracanã. A superioridade era flagrante e determinante. Indiscutível.

Em Ipirá, uma das maiores goleadas, senão a maior, que aconteceu no campo de futebol, foi aplicada pelo Elite F.C. de Zezinho, Zé Cumbuca, Val e Ramiro Taco Roxo, 11 a 2 contra o Grêmio do Ginásio, que parecia ‘onze meninos Bernard’ contra ‘onze homens Thomas Muller’. A superioridade era visível, clara e transparente.

Se a Alemanha não tivesse puxado o freio de mão e se poupado para a finalíssima contra a Argentina, o placar poderia ter sido bem mais elástico. Tiveram pena do Brasil, que estava prostrado, abatido e inteiramente dominado. Os alemães pouparam uma derrota fragorosa ao futebol. Reconheceram e respeitaram a história do futebol arte, aquele dos tempos áureos e um pouco distante.

O futebol brasileiro vive de oba-oba. Criam-se um mise-en-scène e fatura-se em cima do mesmo: “Brasil é o melhor futebol do mundo”. Tudo é canalizado para engordar essa sentença. Antes do jogo jogado um corpo de idéias é produzido e propagado pela Mídia para que essa afirmativa ganhe o respaldo popular, que será embalado para o encantamento. A massificação ganha terreno, o fantasioso vai além da realidade.

O emocional é atiçado. A partida vira uma batalha. A honra da nação está a deriva; os jogadores são heróis de uma nação combalida. O patriotismo está arraigado na arena, no canto do hino à capela, na força da expressão da vontade dos heróis. O ufanismo explode coração. A fanfarronice estremece. O charlatanismo engrandece.

Jogo jogado esclarece. O hexa é imprescindível para o gigante. Dentro de casa existe a obrigação de ganhar. A cultura é de campeão. A responsabilidade de ganhar em casa é do dono. “Vamos impor o maior futebol do mundo e vencê-los.” 5 a 0 no primeiro tempo. “Isso é inexplicável” dizia o badalado locutor. “Isso é um esporte, temos que saber perder e temos que reconhecer...”; o locutor retornava à realidade 7 a 1: “é meus amigos, o hexa foi adiado!” Na crueza da realidade: é a maior derrota da história do futebol brasileiro. O maior fracasso de uma seleção brasileira.

Com humildade deu para notar que o futebol é um simples esporte, uma pequena parte do todo, por mais importância que lhe incorpore. Esse futebol mundial é uma grande colcha de retalhos, representando o tempo de cada escola futebolística, a do Brasil tem cinco grandiosos retalhos; a laranja mecânica tem o seu, mesmo sem título; o tic-tac espanhol foi um retalho recente. Quem sabe se agora não é a vez de um retalho alemão que teve a honra e a glória de infligir um verdadeiro vexame ao futebol brasileiro. Ser o maior do mundo é coisa forçada, atende a interesses e deixa muita gente cega e embriagada pela soberba.

Penso no atual prefeito de Ipirá, “o maior prefeito que está terra já teve”, que entre o orgulho e a vaidade cambaleia numa terra que está amarrada para o desenvolvimento. Qual é a grande empresa que quer vir fazer investimento em Ipirá? Qual é o grande projeto do Estado que será implementado em Ipirá? O jogo jogado: Ipirá x Magagogipe. Aqui em Ipirá, esgoto sanitário, 42 milhões de reais contra 4 bilhões de reais em Maragogipe , estaleiro de São Roque. Só posso dizer o seguinte: prefeito Ademildo, cuidado com o urnaço!

sábado, 5 de julho de 2014

DESCENDO A LADEIRA.


Começou a Copa do Mundo no Brasil; mesmo tendo iniciado um mês atrás. Agora, só joga quem tem farinha no saco. Brasil x Alemanha; (estou fazendo o prognóstico antes dos jogosè) Argentina x Holanda.

Começou a seca em Ipirá; mesmo tendo iniciada a cinco anos atrás. Agora, só suporta quem tem farinha no saco, ou seja, quem tem recursos para aguentar quatro meses, no mínimo, de estiagem, caso contrário, é mais dor de cabeça. Ipirá entre a última Copa e esta, foi atingida por duas calamidades: a pirâmide e a seca.

A pirâmide afanou de nossa praça mais de dez milhões de reais. Um golpe bem arquitetado, preparado com uma velhacaria tão aguda, que as pessoas lesadas aceitaram o golpe sem esboçar a menor reação possível, caíram num silêncio absoluto, até mesmo porque, qualquer ação jurídica tramitará no distante Estado do Acre, sendo que, até esse desfecho deve ter sido presumido no mirabolante plano de roubo dos estelionatários profissionais. O que era para ser um Eldorado virou um pesadelo. Ipirá sofreu um baque com esse laço desonesto.

A seca castiga violentamente a nossa região. Dilapida a economia e devasta o setor produtivo. Conduz o município a um estado de pobreza e insolvência. Nenhum município desenvolve se não tiver um setor produtivo eficiente. O nosso principal setor de produção está completamente dilapidado devido às constantes secas que incidem sobre a nossa região. Com a pecuária claudicante a situação econômica no geral degringola.

A discussão sobre a realidade do município é surreal. Discutem sobre festa como se Ipirá fosse um pólo turístico. Um prefeito afirma que não é irresponsável para contratar banda de quatrocentos mil reais para tocar no São João num município que está em estado de calamidade. Justo, justíssimo. Ao mesmo tempo, promete que fará um grandioso São João no próximo ano, no Parque de Exposição. Dá para imaginar, gastos de mais de um milhão de reais e contrato dos aviões da vida por 390 mil reais, num município em estado de calamidade. Não deixa de ser contraditório.

O outro prefeito acha que para tirar Ipirá da dificuldade em que se encontra, a prefeitura tem que fazer megaeventos, contratar “atrações” de quinhentos mil reais; gastar milhões em festa que isso aqui vai virar um paraíso. Imagine que situação. É assim que Ipirá está enfrentando o presente e o futuro: com a cabeça no mundo da lua.

Com um espalhafatoso e outro espetaculoso, Ipirá tem seu destino entregue a essa gente de olho num convidativo banquete de oito milhões de reais mensais e muita conversa mole com a devida gabolice dos merecimentos pessoais. Personificam com inteireza a vaidade e a fanfarronice. É assim: entre o extravagante e o fantástico, a população de Ipirá tem que ficar maluca e delirante para poder suportar essa caminhada para o ...

quarta-feira, 2 de julho de 2014

É DE ROSCA. (2)


Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Não sei se vale a pena ver de novo
Capítulo: 02 (mês de julho 2014) (um por mês)

O prefeito Déo observou que o ex-prefeito Dió estava perambulando pelo pátio da prefeitura e ficou pensando: “esse sujeito não sai da prefeitura, não quer largar o filé”, aproximou-se e tirou uma onda com o ex-prefeito:

- Você não faz mais nada não é ex-prefeito Dió? Procure uma roupa para lavar.

O ex-prefeito Dió tomou aquele susto, sentiu o impacto daquela estocada, tremeu no fundo da alma e começou a chorar:

- Ui,ui,ui! É verdade, quem fui eu nessa terra! Hoje, sou humilhado sem o menor remorso! É verdade! Ui, ui, ui!

O prefeito Déo sentiu aquela reação e logo se arrependeu do que falou, tentou contornar a situação e procurando amenizar o ambiente, fez um quase pedido de desculpa:

- É brincadeira, ex-prefeito Dió! Até você, ta parecendo que não é companheiro das antigas! Vamos falar do que interessa: você que tem mais tempo livre do que eu; como vai essa Copa do Mundo?

- Nessa Copa do Mundo eu estou Souto, não torço para ninguém. O que eu gostei foi que Costa tomou uma sapecada, perdeu e já foi – disse o ex-prefeito Dió.

O prefeito Déo sentiu que o chão desapareceu e parecia que Ipirá tinha sofrido a ação devastadora de um terremoto trazendo o presságio de que tempos tenebrosos adviriam. O prefeito chorava igual ao capitão da seleção brasileira. Eu juro, que nunca vi um sujeito chorar tanto: chora quando toca o hino, no jogo, nos pênaltis, quando o jogo termina. Quando mais se espera dele, ele chora.

- Uai, uai, uai! Com essa derrota de Costa, o que será de minha vida nestes dois anos? Eu tô lascado, ex-prefeito Dió! Uai, uai, uai – choramingava o prefeito Déo.

- Eu pensei nisso, prefeito Déo! V. Exa. está entrando num caldeirão fervendo; sua salvação pode ser cair numa Mata sem cachorro e sua sorte é se essa Mata der fruto e sombra para o segundo tempo do jogo, porque uma coisa é certa: pode considerar perdido todo o Marfim que tinha na Costa.

O prefeito parou por um minuto, raciocinou e falou:

- Oxente, ex-prefeito Dió! Costa que eu estou falando nunca teve Marfim, é bem Rica, lá isso é, tem muita bomba pra detonar no segundo tempo do jogo e sua maior torcida são os prefeitos e vereadores.

- Foi até bom V. Exa., prefeito Déo, falar em riqueza; eu queria que V.Exa. me liberasse para eu assistir o jogo Costa Rica e Holanda em Salvador.

- Em Salvador, Costa não perde! Fique lá uns três meses, Costa precisa muito de você. Vamos mudar de assunto, eu consegui uma universidade pública para nossa terra, a UAB, coisa que esse rebanho de prefeito que veio antes de mim não conseguiu.

- UAU! – exclamou o ex-prefeito Dió.

- UAU não, é UAB! Você que é um homem das letras jurídicas poderia estudar Matemática na nossa UAB e se tornar um grande homem dos números – disse o prefeito Déo.

- UAI! – exclamou o ex-prefeito Dió.

- Não é UAI, seu burro! É UAB! Vê se entende, U A B. Procure decorar; UAB! Vê se decora: U de urubu; A de arapuca e B de Brandão! Pense, bem pensado! Pense em Brandão montado num urubu e caindo numa arapuca. Entendeu? – indagou o prefeito Déo.

- UI, ui, ui! – choramingou o ex-prefeito Dió.

- Ui, ui, ui, uma desgraça! É UAB e não adianta que você não vai fazer Medicina na nossa universidade – falou retado da vida o prefeito Déo.

- Uei, uei, uei! Eu não gosto de ver sangue, Medicina não! – choramingou o ex-prefeito Dió.

- Pare com esses guinchos de macaco! Não fique esculhambando a nossa universidade não, porque lá não tem sangue, onde tem sangue é no matadouro e sangue de boi.

- Uai, uai, uai! Não fale nas promessas que eu fiz e nunca realizei, isso estragou meu retorno a prefeitura. Eu vou jogar no time da Holanda contra Costa em Salvador.

- Vá, vá, e fique por lá! Antes da final da Copa eu inauguro esse Matadouro de Ipirá, coisa que em quarenta anos nenhum prefeito fez – disse o prefeito Déo com toda a transparência e o que ele fala se escreve.

Suspense: e agora, esse matadouro sai ou não sai? Será que a Copa do Mundo era o que estava faltando para botar nosso Matadouro em funcionamento? Vamos nessa, Matadouro!

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou, imediatamente.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.