sábado, 27 de dezembro de 2014

É DE ROSCA. (7)




Estilo: ficção

Modelo: mexicano

Natureza: novelinha

Fase: não sei se vale a pena ver de novo

Capítulo: 07 (mês de dezembro 2014) (um por mês)

O prefeito Déo andava meio preocupado, mas num instante bateu aquele estalo e ele não podia ficar com aquilo preso na garganta e foi logo em direção ao seu grande amigo, o ex-prefeito Dió, que, por coincidência corriqueira, encontrava-se no prédio da prefeitura e apresentava-se bem disposto, alegre e aberto para a troca de confidências.

- Ex-prefeito Dió! Eu achei uma maneira de promover-me perante a juventude desta terra; vou fazer uma coisa que ninguém nunca fez: vou trazer os aviões e a praça vai encher.

O ex-prefeito Dió sentiu a porrada, mas não entregou os pontos e foi logo botando a cabeça para funcionar rapidamente e pensou: “Esse sujeito está querendo ser candidato à reeleição!”. Na engrenagem desse raciocínio parou estarrecido, enquanto o prefeito Déo continuava suas explicações:

- Quando eu contrato três atrações de médio porte lá se vão trezentos mil e o povo fica criticando, então eu boto trezentos nos aviões, trago um palco de arrombar e um jogo de luz de primeiro mundo, pago bem pago e o povo fica satisfeito; todo mundo satisfeito.

O ex-prefeito Dió estava no meio do cipoal e começou a colocar velocidade no pensamento: “lá se vai mais de um milhão, com uma quebrada de 10% na comissão vai sobrar mais de cem caroços de milho; esse sujeito, só pensa na reeleição! Como é que eu vou tirá-lo do meu caminho?” E continuou ouvindo o prefeito Déo, que falava:

- Vê lá, ex-prefeito Dió! Se eu vou botar palco grande e sofisticado prá samba; eu boto é prá aviões que deixa a praça apinhada de gente.

O ex-prefeito Dió achou que não devia continuar dando ouvidos àquela conversa e foi disparando chumbo grosso e seco para cima do prefeito Déo:

- Se eu for candidato a prefeito eu tenho 15 milhões para gastar.

O prefeito Déo sentiu que aquela voz tinha a potência de um murro na boca do estômago e pensou em cima da bucha: “Esse elemento é candidato!” O mundo girava e sua cabeça rodopiava: “Como é que eu faço para tirar esse elemento do meu caminho?” E falou alto.

- Vamos aqui, ex-prefeito Dió! Vamos dar uma volta pelo município, vou lhe mostrar uma estrada espetacular, não é sonrisal, que eu fiz na entrada do Malhador – Quando chegaram em frente ao Matadouro de Ipirá, o prefeito Déo enfiou o pé no freio.

O ex-prefeito Dió quase bate a testa no parabrisa do carro, mas sentiu um susto maior ao ver o terreno do Matadouro de Ipirá todo limpo. O prefeito Déo tinha mandado passar o trator em volta do matadouro para impressionar o ex-prefeito Dió.

De repente uma voz, saída ninguém sabe de onde, esbravejou: “VOCÊS DOIS AÍ! RESOLVAM LOGO O PARANGOLÉ DE VOCÊS QUE EU QUERO FUNCIONAR, JÁ FUI DERROTADO ATÉ PELO METRÔ DE SALVADOR, VAI FICAR FEIO EU PERDER PARA A PONTE DE ITAPARICA. EU QUERO FUNCIONAR, NEM QUE SEJA PARA MATAR BENGO, DEPOIS BURREGO, MAIS TARDE BEZERRO, ATÉ CHEGAR EM BOI. EU QUERO FUNCIONAR.”

As duas autoridades ficaram assustadas. Ninguém nunca tinha ouvido aquela voz. O ex-prefeito Dió foi logo dando a sua palavra:

- Eu juro dona Voz que quando eu retornar a prefeitura, Sua Excelência, o Matadouro, vai funcionar, eu dou a minha palavra. Prefeito Déo! não bote esse bicho para funcionar, não faça isso, pois eu vou me sentir traído.

- Nunca, ninguém conseguiu inaugurar esse matadouro e eu vou inaugurá-lo, vamos começar matando preá, tilápia e teiú – disse o prefeito Déo.

O ex-prefeito Dió se espremia todo com aquela tortura e conseguiu balbuciar:

- Não faça um troço desse! Vamos fazer o seguinte; você vai ser o meu vice, com dois anos eu pego um cargo num Tribunal de Contas da Vida e você fica sendo prefeito.

- E isso dá certo? A macacada aceita? – perguntou o prefeito Déo.

- Embaçado foi da outra vez, deu certo, agora é que não falha – disse o ex-prefeito Dió.

A única e exclusiva testemunha dessa conversa é a Voz do Matadouro de Ipirá, ninguém mais sabe disso. Se o boi da foto souber, morre. O matadouro está limpo. Desde quando, passaram o trator e fizeram a limpeza da área. Por que e para quê? Coisa boa é que não é. Advinha, se tu é bom de presságio!

Suspense: e agora, esse matadouro sai ou não sai?

O término dessa novelinha acontecerá no dia, que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou, imediatamente.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo  e o povo brinca com eles.

 
 

sábado, 20 de dezembro de 2014

METENDO A COLHER NA SOPA!

Uma sessão na Câmara de Vereadores de Ipirá pegando fogo. O limite traçado para os vereadores de Ipirá é o de presidente da Câmara e no máximo vice-prefeito. Mais do que isso nem a pau. Candidatura de prefeito nem no sonho. Devido a isso, ser presidente da Casa é uma briga de foice e facão, mas democraticamente escrevendo, uma oportunidade única de dois em dois anos.

O panavueiro ocorreu, sem turbulência, bem mais no campo da situação que não conseguiu manter a unidade, muito menos a unanimidade. Duas chapas encabeçadas por vereadores de uma situação dividida bateram testa. Nesse balaio de gato como se comportou a oposição?

A oposição, mesmo com tudo nas mãos, estava mais dividida do que se possa imaginar e bem distante da máxima: ‘a união faz a força’. Demonstrou que não segue uma linha de ação unificada. Uma oposição de sete recebendo apoio de um vereador da situação ou dando apoio tornar-se-ia majoritária (7 + 1= maioria) no poder legislativo. Sem união, cada qual por si, a coisa ficou desse jeito: em uma chapa a jacuzada ficou com uma vice e a 1ª. Secretaria; na outra chapa, a jacuzada ficou com a 1a. e 2ª. Secretarias. Qual das duas é a mais representativa? Nas duas ficou sem o poder.

Será que o Poder Legislativo Municipal agiu com autonomia e independência? Não! Até porque os cabeças procuraram as lideranças. Então vamos ver quem meteu a colher na sopa pela atuação das lideranças dos jacus e macacos.

O prefeito Ademildo. Esse não é líder dos vereadores. Nesse aspecto é a pessoa menos indicada para qualquer decisão, é carta fora do baralho e não tem peso para meter o bico. O vereador que poderia ser uma referência da intenção do prefeito ausentou-se estrategicamente. Essa ausência leva a duas suposições indagativas: o prefeito é tão fraco que não consegue liderar nem o vereador do PT ou o prefeito, percebendo que seu candidato ia perder, refugou igual a mula quando vê cobra no caminho? Não se sabe ao certo quem o prefeito apoiou. Será que o Executivo lavou as mãos e deixou para o Legislativo resolver seus problemas? Tai uma coisa que eu gostaria de acreditar. 
  
Entra em campo o trio de ouro: Diomário, Jurandy e Antônio. Aí o bicho pega e decide a parada. Se esse trio não interferiu de jeito nenhum, aconteceu um verdadeiro milagre em Ipirá: pela primeira vez, o Legislativo ficou livre e independente nessa secular história. Nem tomando um surra de cansanção eu acredito nisso.

Se esse trio interferiu foi para o lado vencedor, é óbvio. Deu um escanteio em Weima e Deteval. Um canto de carroceria daqueles que o sujeito não entende se a cacetada foi no lombo ou na cabeça. Os dois vereadores ensaiaram carreira solo, aí o trio deu aquele cascudo “oh, seus meninos! Respeitem o trio e perguntem antes o que vocês vão ter que fazer, oh pirralhos!” Só fica a vontade de dar o troco mais tarde, pelo menos foi rompido esse laço de fidelidade plena, absoluta e inquestionável.

Faça de conta que você não sabe de nada. Agora é a vez de Luiz Carlos, chefe da jacuzada, decidir. Vocês acham que ele vai ficar no lado oposto ao trio de ouro? Qual nada! Ele ficou contra Divanilson e seguiu o mesmo caminho do trio de ouro, garantiu e consolidou a vitória de Aníbal, reforçando a força do algoz (grupo adversário). Jacu e macaco engatado.

Politicamente, Divanilson articulou corretamente para o grupo. Qual seria a melhor opção para esvaziar o poder do adversário político para o próximo pleito? O chefe descaracterizou e desprezou a ação do vereador Divanilson, talvez, sem reunião e sem debater o assunto. Cacique também erra. Só fica a vontade de dar o troco mais tarde, pelo menos foi rompido esse laço de fidelidade plena, absoluta e inquestionável.

No sistema oligárquico, quem tem o controle do voto é o vereador, que é a alma do sistema. O vereador tem uma força que desconhece, mas também, tem uma necessidade ilimitada de recursos para fazer valer o clientelismo que é a garantia do voto, que dará status, poderio, força e prestígio político ao prefeito e ao líder. Vereador é o garimpeiro. O dono da mina é a liderança política.

Rebelar-se poderá ser um bom sinal. A busca de um novo caminho (uma terceira força) poderá ser um bom sinal de valorização, respeito e de liberdade. Fora isso, nesse sistema oligárquico, um vereador só chegará a prefeito se pegarem o prefeito Ademildo nos seus erros e equívocos administrativos. Aí teremos o seu afastamento e o presidente da Câmara, Aníbal, assumirá o cargo. Fora isso, queremos desearos a todos un feliz año nuevo. Para nosotros, 2015 será un año de ilusión y nuevos proyectos.

domingo, 14 de dezembro de 2014

PARABÉNS AO SAMBA!




Tudo tem um começo e uma razão de ser. Ipirá não era não; era uma caatinga 'braba' com perfume de Alecrim; veio o pisoteio do gado tangido dos canaviais, empurrado pelo canto do boiado que traz o lamento, a dor e a esperança alvissareira. O boiador virou vaqueiro.

A tortura cruel do pelourinho deixava dor. O sonho da liberdade era maior do que qualquer castigo. O negro em fuga ganhou as veredas. Ipirá não era não; a caatinga era o rincão da liberdade que acolheu quem de lá chegava; quem de lá vinha trazia o canto da chula, um lamento, uma dor e a esperança da liberdade alvissareira. O homem na caatinga ficou humanizado.

A caatinga acolheu o pisoteio, as passadas, o boiado misturado à chula e supriu o samba e a piega, essa é a raiz cultural mais profunda do lugar. Raiz centenária. Aniversário de dois anos do Samba na Praça de Ipirá, estabelecendo o resgate da identidade cultural e da liberdade. Essa é a riqueza cultural do lugar. Foi isso que trouxe a TV Record para a filmagem da festa.

O movimento do samba é popular, livre da custódia e das rédeas do poder público municipal. O palco e o som, prefeito Ademildo! Trouxe-me a lembrança dos tempos em andávamos juntos, com muitos outros companheiros, em carrocerias de caminhonetes e com o som limitadíssimo de Tonho Arrombado, que Deus o tenha em bom lugar, a levantarmos as bandeiras da participação popular e do resgate da cultura do povo de Ipirá. Tempos passados.

Hoje, os tempos são outros, talvez o prefeito faça questão de passar a esponja nesse passado, porque vive um momento lindo, está nas nuvens, só faz grandes eventos, nunca antes visto, com palco e som mirabolantes, gastando uma fortuna dos munícipes, mas em nenhum deles, apesar da fanfarronice, conseguiu atrair uma emissora de televisão para fazer uma cobertura, porque não passa de um decalque de segunda mão do que acontece em centros maiores, fazendo a festa do repeteco, da mesmice, da réplica e do genérico. O samba de Ipirá tem profundidade cultural e tem história.

O prefeito Ademildo não deixa de ser uma grande decepção. Agora, preste atenção prefeito! Esse som apresentado foi tão ruim que qualquer valor além de 150 reais é super caro, mas muito cuidado para não ser uma fatura de 2 mil reais para cima. Abra o olho! Na verdade o apoio do poder municipal foi pífio. O palco não foi do tamanho do samba, mas nos conformes da mediocridade das administrações jacu e macaco que assolam este município há décadas.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Re_ _ ixado; a_ _ltado; sI _ _caram.


Faltou assunto? É o que parece. Requeria milagre, nem prevalecia, nem merecia. Porque era milagre e mais um bando de coisa: botei a camisa pelo avesso; tênis emborcado; fiz um cinco-salomão; na falta de um pé de coelho coloquei um pé-de-galinha, a penosa é uma boa substituta. Tudo pronto, controle na mão e com fé eu vou.

Fui logo para a arena principal, os outros dois dependia desse, e os noviços atleticanos atiravam-se sem nada a perder ou temer, com botinas afiadas brocaram as redes da pescaria, 1 a 0; os palmeirenses espremidos ciscavam circulando imitando perus, deu para perceber que não sairiam da ordinária mesmice, jogariam uma semana e não alcançariam o triunfo. Nesse caso e assim sendo, os outros dois ganhariam vida própria. A primeira brocada do tricolor baiano elevou-o a permanência. Não mexe em nada, camisa pelo avesso, tênis emborcado e vamos que vamos.

A trajetória é sujeita a modificabilidade com bola na mão ou mão na bola, até mesmo no “renda-se sujeito”, o zagueiro palmeirense levantou as duas mãos e a bola acertou uma e não a outra, estava desarmado. O tricolor baiano  brocou duas vezes, podia ser dez brocações e não adiantava o outro lado da zona, os palmeirenses em marcha engatada empatou o jogo; empatou! Sabe como é empatar? Mornou, esfriou, gelou, nadou de nadar para nada. Nada é nada.

O tricolor começou a tricotar, já foi! O leão da Barra dependia, só e somente só, de si próprio, ou melhor de ‘uma’ vitória. Escorregando, o dependia de uma. Uma em casa era sagrada. O problema é a casa. Barradão ou barrado no baile? Finalizado no Palestra, acabou a fé; me arretei e desemborquei o tênis. Não deu outra, virada em Curitiba e os santos agiram e deram um pontapé para espantar as crendices, até no Barradão. Ficou melhor porque Jaia não pirraça Vicentinho e vice-versa.

Resta aconselhamento pelo diagnóstico: degolado por inaptidão, improdutividade, imprevidência, ficando pasmoso, depois inerte. Faltou o que? Treino. O tic-tac espanhol é treino. Bota essa turma para treinar totó que eu quero ver se eles não vão aprender que quando vai um zagueiro os outros três vão com ele. Totó neles. Time de perna de pau! Perna de pau neles, aquelas pernas com dois metros dos palhaços, eu quero ver se eles vão perder uma só bola chuveirada nas duas áreas. Muita motivação: Vocês são vencedores! Vocês saindo daqui, vocês irão para o maior campeonato do mundo! Aí, motivados, eles vão comer grama; vão deixar de torturar a bola; vão virar atletas de 100 m rasos. Depois, é só trazê-los para disputar o campeonato municipal de Ipirá, um campeonato aberto para pegar qualquer paranga, mas é o melhor campeonato do interior da Bahia.   

sábado, 6 de dezembro de 2014

CHUTEBOL.

Hoje, sábado 6/12, adiantando o lado como se domingo fosse, fica o Palmeiras cai o futebol baiano, seria a lógica e se lógica houver cai a dupla BA-Vi. Havendo mistérios sobrevoando os ares da tarde domingueira, a polícia na Paulicéia desvairada arrebenta todos e todas que pela frente houver arrebentado tudo; enquanto os vitorianos do Barradão trepidam tripudiando da tricolatria do fazendão que, religiosamente torcendo, invoca o desabamento dos céus para inverter as providências demarcadas e levantar uma nação a sacramentar o milagre de Nossa Senhora da Conceição para que haja o louvor na segunda-feira, 8 de dezembro, que é feriado em Salvador, havendo a coincidência da fé, ou a fé da coincidência. Já disse tudo.

A lógica futebolista continua. Tem dez anos que a turma de Coité comanda o futebol semi-profissional do interior da Bahia. Só vazou em 2013. Esse ano vai disputar com Cachoeira. Ipirá ficou no meio do caminho porque vacilou em nosso terreiro para os intrépidos cachoeiranos. Enrolamo-nos com a nossa organização; a dupla BA-Vi enrola-se com a organização deles. Coité fez a criatura, segurou-a por quatro anos e os filhotes espalharam-se e a criatura engoliu Coité. Uma questão de organização. A turma de Coité deita e rola no campeonato de Ipirá. Serão sempre bem-vindos. É a graça sem ser de graça.

Ipirá moderniza-se após meio-século de atraso (Feira iluminou o Jóia na década de 1960), põe os postes da iluminação do campo de futebol no chão. Vamos ver qual será a medida do tempo (dia, semana, mês, ano) usada para levantá-los e acoplar os refletores. Está mais perto do que nunca, eu coloco o numeral 1___ e vocês coloquem a marca do tempo. Por aí vamos nós, não peçam para eu colocar outro dígito: 10_____. Esqueça isso, vamos dar uma força e levantar os distintos que estão no chão.

Aí eu fico pensando o seguinte: “se com a luz natural o futebol ipiraense é deficitário com a iluminação dos refletores quem vai pagar a conta da energia?” O público do estádio dificilmente chega a 1.500 pessoas. O clássico da cidade de Ipirá é Bahia x União e é o que leva mais gente. Tem que ter um clássico das multidões, como Arrocha x Pagodão, cada um colocaria cinco mil pessoas. O campo de eventos pagaria sua própria conta; o campo de futebol não paga. É mesmo que discutir aberto ou fechado.

Fechado ninguém entra e vai pouca gente. É mais do que sabido que a turma de fora leva público, mas escancarado fica moleza para quem quiser compreender que quem tiver o custo da seleção campeã do intermunicipal 2014 (Santa Luz) no bolso, sessenta mil mensal, fará de Santa Luz a campeã daqui com a camisa do (Bahia, União, Independente, Vila Nova, Flamengo ou 20 de Abril, etc e tal), a não ser que milagres aconteçam e o Monte Alto desabe por cima do campo.

O futebol semi-profissional de Ipirá enrola-se na sua própria mortalha. Quem banca o custo? Quando quem banca cansar, quem bancará o custo? Impossível voltar ao tempo do amadorismo romântico, é possível contornar a ocasião sem fronteira, sem lenço e sem documento. Semi-aberto, limite de quatro, duas divisões, um só jogo, preliminar com as escolinhas, tudo isso faz parte da discussão. Não é possível que eu não acerte um prognóstico, seria uma inhaca do cão.

domingo, 30 de novembro de 2014

O MODELO DO ATRASO.


Ipirá é um município do semi-árido nordestino. A grande maioria da população sobrevive no varejo, ‘fazendo das tripas o coração’, como diz o dito popular. Predomina o Reino da Necessidade, um ambiente propício à grandes espertezas. Nessas condições, a politicagem oligárquica sedimenta-se e cria limo.

O poder oligárquico é controlado por uma família ou um pequeno grupo. O poder municipal em Ipirá é oligárquico, disputado em um esquema bipolarizado (jacu e macaco) com uma terceira força (Renova) buscando afirmação.

O esquema oligárquico envolve e se alimenta de uma rivalidade fictícia, bem arrumada e disposta na paixão, ódio, raiva, interesse, compaixão, na inconsciência e na despolitização. É dessa forma que a coisa se reproduz.

As oligarquias não dão prego sem estopa, sabem muito bem o que desejam e o que disputam: seis a oito milhões de reais mensais na conta-corrente da prefeitura. É vida ou sacrifício, vale tudo. A base é o jogo de interesse e o ponto mais forte dessa disputa é o assistencialismo para manter um cabedal de votação, isso custa os olhos da cara; acompanha o clientelismo e o paternalismo para a montagem de um contrato em mão dupla: amparo e protecionismo em troca de voto.

O problema é que a paixão deixou de ser cega e a fidelidade ganhou preço. Para bancar esse sistema com vereadores e cabos-eleitorais tem que ter muito dinheiro para disponibilizar. Neste aspecto, ganha força e consistência a frase: “ganha política quem tem dinheiro para gastar”. Decifrando em outras palavras: “tem voto quem gasta dinheiro fazendo assistencialismo”. Criaram um monstro e o bicho está engolindo o criador. Virou coisa de doido ou de trambiqueiro.

Nesta conjuntura, apareceram grupelhos de espertalhões que se prestam ao serviço sujo e menos sujo da campanha, mas que se configura em crime eleitoral, para mostrar serviço ao grupo e depois participarem do banquete. Serviços públicos são entregues a essa gente em troca dos feitos. A particularização do público é feita em nome do grupo que estiver na situação. Essa turma está se dando bem e satisfazendo seus interesses pessoais à custa do público em nome do grupo.

Voto de cabresto; curral eleitoral; astúcia e artifício de grupelhos da esfera secundária; satisfação de interesses pessoais. É assim que o sistema está posto. Um modelo com custo elevado. Um sistema caro; viciado e desgastante; corrupto e corruptor. Tudo isso bancado com o dinheiro público. Nestas condições o município não alcançará o progresso.

Ipirá está enroscado no bote do atraso. A jacuzada é um grupo genuinamente endógeno e tradicionalmente oligárquico; fechado em seu núcleo aristocrático; não se abre. Dificilmente estas características terão sucesso numa disputa de poder. A impermeabilidade não condiz com os novos tempos. Estão a doze anos fora do poder, visualizando dezesseis. Perderam por mais de dois mil e a última por 49; o que não apaga o mais de dois.

A macacada abriu-se e corre risco de esquartejamento. Quando disponibilizou-se e atraiu Diomário para ser o candidato tomou o poder e manteve a sequência por doze anos, prova de que aliança e coligações são fatores que não podem ser desprezados. Enveredou por um erro crasso ao forjar uma candidata que não era do ramo, deu no que deu, a prefeita eleita  preferiu a auspiciosa, brilhante e bem sucedida carreira de médica, do que ficar nesse lamaçal que é a politicagem de Ipirá. Se assim entendeu foi uma banana bem dada para a macacada. Desgastada a liderança oligárquica, Diomário e Ademildo botaram olho gordo no espólio.

Fizeram Ademildo prefeito. Um sanfoneiro em festa de rock. Faz de tudo para agradar as oligarquias do grupo macaco. Faz de tudo para tomar ou comer sopa de macaco pelas beiradas. Com tudo isso não deixa de demonstrar seu conservadorismo arraigado quando acabou uma praça para beneficiar o paupérrimo INSS, porque foi um terreno cedido pelas oligarquias.

É muito cheiro de personalismo no ar. Não deixa de querer ser o que não é, quando fica no discurso “nunca houve nessa terra”, aplicado até com a seleção de futebol, quando diz: “nunca uma seleção foi tão longe”. Vou dar três exemplos: a seleção de Ipirá que perdeu para Senhor do Bonfim lá dentro; a que empatou de 2 x2 com Serrinha aqui dentro e a que perdeu de 2 x 0 quando Santo Amaro invadiu Ipirá. Se não foi, uma coisa é certa, esse governo não é petista é macaquista.   

domingo, 23 de novembro de 2014

O SISTEMA.

O prefeito Ademildo não perde oportunidade para dizer que Ipirá está virando pólo. Como? De que? Não esclarece, divaga. Talvez pense que é fazendo qualquer obra ou pela boa vontade que a coisa vai acontecer. Como impulsionar o desenvolvimento de Ipirá? Eis a questão.

O dilema é o de sempre: fica no que está, vai para o atraso ou desenvolvimento? No aspecto regional estamos engolidos pela proximidade com Feira e Itaberaba que absorvem possibilidades e encaminhamentos jogando Ipirá na contramão, ao tempo, que impede ou inviabiliza investimentos públicos e privados relevantes em nosso município. Tudo ou o filé é canalizado para lá. Quase nada ou a carne de pescoço vem para cá.

A economia de Ipirá é o ponto que merece atenção, pois sendo um município rural vem sendo dilapidado pelas constantes secas. Buscar resultado em áreas de semi-árido é tarefa árdua e extenuante. O investimento tem que ser bem maior do que em regiões de chuvas permanentes. Aqui o investimento é exigente e a produção é precária. É uma agricultura familiar que fica na dependência da cobertura das políticas do Estado. Não se tem uma definição clara e transparente para o setor econômico produtivo em Ipirá. Falta um plano apropriado e auto-sustentável.

No plano social a fragilidade é uma constante. Mais de 80% da sociedade aufere rendimento de um salário para baixo. Mais de 15 mil famílias dependem da ajuda de políticas assistenciais, sendo que isso representa mais da metade da população. Então o município sobrevive da injeção da bolsa família e dos ganhos da aposentadoria. Suficiente para garantir a sobrevivência, mas inconsistente na fomentação de uma dinâmica desenvolvimentista equilibrada.

Onde está o gargalo que atrofia o município? Na precariedade da infraestrutura (água, energia, esgoto, lixões, aterro sanitário, resíduos seletivos, descarte, manipulação, abatedouros de animais, etc) que não atende e não permite que venha investimentos significativos no campo econômico para o município. Está na fraqueza da estrutura social que não preenche requisitos para dar sustentação ao crescimento e ao avanço necessário, por debilidade e carência de uma força de trabalho qualificada que a impulsão requer.

Não adianta crescer como rabo de cavalo. Não adianta inchaço de um bolo que leva muito fermento. Os problemas crescem mais do que aparecem na saúde e educação. O campo de trabalho é minguado. A renda é precarizada. A falta de segurança está incontida. Não podemos ficar na fantasiosidade de uma importância insignificante num território ilusório que é consumido pela realidade de Feira e Itaberaba. Não temos poder de competição e nem voz política popular consistente.

Estamos num campo de batalha. Ipirá necessita ter uma política concreta de geração de emprego e renda. Ipirá precisa de produção. A sustentabilidade das políticas públicas não é suficiente para promover o desenvolvimento econômico. Ipirá tem que ter capacidade para enfrentar essa disputa. Tem que saber o que é que quer. Os números podem ser suavizados, mas a realidade é cruel. É preciso fechar as contas e os investimentos. Onde está o ponto de estrangulamento de Ipirá? Na politicagem.

A politicagem deixou Ipirá com a cuia na mão. Montaram um esquema perverso de politicagem que se tornou devastador para o município. Essa politicagem de grupo ( tanto faz jacu ou macaco) que foi implementada e é reproduzida com as características que predominam tornou-se um câncer para o município de Ipirá. O município sofre uma espécie de seqüestro por um bando a cada quatro anos, deixa a prefeitura refém e o poder público paga o resgate.

A politicagem do grupismo: o grupo é tudo, é o mais importante e é a prioridade, inclusive a sua permanência e continuidade. Pelo grupo vale tudo, emprega-se acima do Índice da folha de pessoal em desrespeito à lei, porque é do grupo; empresários genéricos se locupletam, mas é do grupo e tem que ser assim. É a transformação do poder público em poder privado, solapando em nome de uma ética e legalidade grupal.

O caciquismo do grupo: o chefe se seguir a cartilha do grupo será bajulado, adorado e endeusado. O grupo tem dono e patrão, “quem pode manda, quem tem juízo e interesse obedece.” O chefe político e o gerente administrativo tratam o poder municipal como um condomínio privado do grupismo.

Uma politicagem particularista: empregar, beneficiar, agradar e agraciar os amigos; perversa, odienta e separatista para os inimigos. Enxergam Ipirá no crivo do amigo e inimigo do grupo. Esse particularismo dilacera o município. Subtrai-se dos munícipes a autenticidade de um poder popular e coletivo porque o atendimento aos interesses particulares do grupo é a essência e a prioridade. Esse é o projeto.

Uma politicagem cancerosa: uma campanha de milhões para se chegar ao poder. Tendo por base o assistencialismo e o clientelismo. A lógica é retribuir com apoio político os benefícios que recebem, significa o estabelecimento do estado de compromisso. Custa caro, muito caro e vira um gargalo. Tem que ter milhões para ganhar as eleições. Criou-se o monstro e o monstro engole todos os polítiqueiros.

Uma porta aberta para os oportunistas: “ganha a política quem tem dinheiro” é o lema consagrado do canalhismo. Um bando de oportunista cria uma galhofa na campanha, faz zoada e zoeira, depois querem virar empresários para atender as demandas e serviços da prefeitura, pior que conseguem, aí começa a divisão do espólio, saque e butim do dinheiro público, tudo conforme a lei e dentro da legalidade. É o preço cobrado pelos interesses individuais. Ipirá paga um preço caro. O custo elevado e dilacerante cria entraves gigantescos. Esse é um município cheio de proezas da boca para fora e carregado de dificuldades nas suas entranhas.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

METAFOREANDO.

O vereador Jaildo do Bonfim jogou a gasolina, eu acendi o fósforo e você fica imaginando “pegou fogo!”. Não! Não pegou fogo, nem explodiu, simplesmente, vieram à tona metáforas.

A metáfora do vereador no programa da Câmara de Vereadores na Rádio FM: “Os vereadores de Ipirá parecem leões adormecidos, não sabem a força que têm. Vereador de Ipirá não serve para ser candidato a prefeito como em outros municípios”. Uma constatação fácil de entender.

O vereador e o cabo-eleitoral são as peças mais importantes no esquema oligárquico que domina Ipirá. A grande maioria do eleitorado, principalmente o jovem, não conhece os chefes das oligarquias políticas de Ipirá, se conhece não tem acesso, se tem acesso é restritivo. O vereador é quem tem contato direto, constante, permanente e com acesso aberto e escancarado para atender as necessidades prementes desse eleitorado.

O assistencialismo e o clientelismo são a alma do controle do voto. O porreta é o chefe da oligarquia, agora quem domina o voto é o vereador. A conclusão é simples: o vereador é quem tem voto. A pergunta é mais simples ainda: e por que o vereador não serve para ser prefeito? Porque não pertence à cúpula das famílias que controlam o esquema e não tem poder, mas é a peça chave da manutenção e reprodução do sistema oligárquico.

A metáfora do vereador foi a do “leão adormecido”. A metáfora do blogueiro é a do “vaqueiro”. Toda fazenda grande tem dono, capataz, administrador e vaqueiro. Cada vaqueiro conhece pessoalmente o rebanho de mil a duas mil cabeças. É quem está de olho em cada cabeça, é quem tem intimidade e conhece cada mania e a mutreta de cada unidade. É quem tem o controle para o rebanho não dispersar e não acontecerem perdas. O vaqueiro está marcado para ser eternamente, enquanto vida tiver, ou melhor, voto tiver, o vaqueiro. Está consagrado para ser o que é no sistema:  a alma da coisa sem saber a força e a importância que tem.

Metaforeando podemos dizer que Ipirá é uma fazenda controlada por oligarquias (três famílias), que criaram um esquema de bipolaridade, com dois grupos (jacu e macaco) para não perderem o controle férreo e absoluto. Antônio Colonnezi é o dono da macacada. Luiz Carlos Martins é o herdeiro da jacuzada. Jurandy Oliveira é o ilustre beneficiado desse sistema. Diomário Sá é o capataz e Ademildo Almeida é o administrador que busca mostrar serviço para ser agraciado. O vereador é o vaqueiro. O povo é quem está condicionado a ter o comportamento de gado.  

Metaforeando, podemos dizer que o vereador é o burro de carga desse modelo de dominação, leva quatro anos cuidando diuturnamente e benevolentemente de cada cabeça, fazendo das tripas, coração, para manter o rebanho no cercado e, de quatro em quatro anos, prestar contas tim-tim por tim-tim, para o agrado do dono da fazenda: “ lá no meu roçado teve mil e duzentas cabeças”. Os donos da fazenda adoram isso. Precisam disso. Se não fosse isso o dono da fazenda estaria em maus lençóis; só e somente só, os vaqueiros podem dar conta dessa sustentação. 

Deixando de lado as metáforas, o papel principal do vereador em Ipirá é sustentar e manter um sistema oligárquico que não permite que ele ultrapasse esse limite e essa condição a que está sujeito. O trabalho mais importante do vereador é a prática da assistência ao eleitorado que está no seu controle. O vereador é cria do sistema, seu trabalho alimenta e reproduz esse mesmo sistema. Isso é o paradigma da loucura ou do vício sem saída, porque o assistencialismo é muito caro, requer muito dinheiro, que ultrapassa e muito os proventos do vereador, daí o apelo ao administrador municipal para a situação. Os opositores se viram como podem.

No sistema oligárquico não tem abertura. O vereador será sempre o vereador, desde quando ele se preste a fazer o que a oligarquia desenha para o seu ofício. Obediência e subserviência. Não ao administrador, mas ao sistema oligárquico. Caso contrário, o sistema muda o vaqueiro. Esse jogo de metáforas é incompreensível e não é fácil entender o que se quer das coisas, principalmente, quando o vereador diz que é macaco e vai continuar macaco, se fosse jacu seria a mesmíssima coisa, pois é justamente o mecanismo jacu e macaco que não deixa nenhum vereador de Ipirá nem pensar em ser candidato a prefeito.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

UAU!

Deu chabu. Literalmente, a promessa não foi cumprida. O vestibular era para ser feito em agosto. Não aconteceu. Estamos em novembro, que se encontra amarrado às inscrições. Este ano já foi. O foguete não subiu, chabuteou.

O canto do galo. Indaguei a 480 alunos quem desejava fazer o curso de Matemática à distância; não apareceu uma só alma. Pensei, refletindo: “Se os de casa não se entusiasmam, imagine os da circunvizinhanças! Ninguém quer ser distancieiro.” Indaguei: quantos queriam fazer “cursos universitários” em Feira de Santana? Apareceram 80 passageiros. O Poder Público tem que providenciar mais dois ônibus para o próximo ano. Terreiro que tem galo para cantar, o povo madruga.

Goela abaixo. Sem opção, 400 alunos vão ter que engolir Matemática goela abaixo é o que deseja o poder municipal, da mesma forma que Ipirá vai ter que engolir uma faculdade à distância goela abaixo porque é o que deseja o poder estadual.

Bicuda na canela. Estou pensando em uma turma de 40 alunos fazendo Matemática em Ipirá, à distância, (se é que vão consegui-la. Dois anos consecutivos é totalmente impossível) sem nenhuma vocação, sem nenhum interesse, sem nenhum comprometimento, fazendo-o por não ter outra opção; sem base, sem régua, sem esquadro e compasso. É redemoinho em pé de umbuzeiro, o chão fica carregado de umbu. O curso de Matemática é por natureza complexo, complicado, côncavo e convexo. Na maratona do curso de Matemática nas federais dão partida 40 alunos, cruzam a linha de chegada uma meia-dúzia. Cálculo 2 e 3 engolem 90% dos catedráticos. Em Ipirá, se ensinarem cubar terra já está de bom tamanho.

Comendo coelho por lebre. Ipirá precisa e necessita é de um curso universitário presencial, público, gratuito e de qualidade. Presencial e não à distância. A melhor e mais adequada reivindicação para Ipirá seria um Campus da Uneb, isso não é qualquer outra coisa. Essa universidade à distância não preenche a nossa necessidade e não contempla a nossa precisão. Sem vontade política, os poderes políticos jogam o barro na parede para ver se cola, não percebem que a parede é de taipa.

O grande mico. O prefeito Ademildo apresentou o terreno do campus universitário como se a universidade já estivesse na mão e fosse uma realidade concreta, palpável e verdadeira. Que fora! É nenhuma, meu rei! Entortou a boca. Pagou o maior mico.

Escaldando o gato. Remenda empurrando uma universidade à distância, com um enigmático curso de Matemática e ainda quer que o povo de Ipirá bata no peito e diga orgulhoso: “Ipirá tem universidade”. Uma coisa é indiscutível: Ipirá tem faculdade de Medicina, Enfermagem, Veterinária, Direito, Administração, etc, se eu for citar uma a uma vou levar uma semana, então vou parar por aqui e dizer o seguinte: Ipirá tem todos esses cursos, todos presenciais, porém com a devida ressalva, também é à distância, pois ficam em Feira de Santana, a nossa salvação. Prefeito! Mantenha e aumente o número de ônibus para 2015 e V. Exa. estará sendo coerente, pois está suprindo uma deficiência de nosso município. Sem escaldar o gato, Ipirá continua precisando de uma universidade presencial e pública.

sábado, 8 de novembro de 2014

O PLANO DAS DEMISSÕES.

 

A contradição é cabeluda; cabeludíssima. O prefeito Ademildo não mediu a língua para fazer apologia ao encaminhamento do Plano de Cargos e Salários dos Servidores Municipais com a tinta que lhe foi conveniente, sempre no linguajar do ‘nunca, jamais, isso foi apresentado’. Agora não, isso foi feito e que o seu governo tinha apresentado à Câmara de Vereadores o mais importante benefício aos funcionários.

A apresentação à Câmara foi colocada como uma espécie de respeito ao funcionalismo, um resgate à dignidade do funcionário sonegado a largo tempo e que não poderia perdurar essa injustiça e desrespeito. Pá e bife. Reconhecimento e crédito ao valor do funcionário público. Sinal claro de novos tempos administrativos, da evolução e progresso de Ipirá ao regulamentar a vida funcional do empregado municipal. Modernidade ao incorporar e atender aos anseios dos trabalhadores.

Tudo reconhecido e encaminhado, mas só pode entrar em vigor em meados do próximo ano (2015). Quando o funcionário pensa que está entrando no céu, vem a frustração: só no ano que vem! Enfeitou e confeitou o bolo com cereja e só vai servi-lo daqui a um ano! Vê se pode? Um doce para menino olhar! Galinha gorda assando em televisão de cachorro para uma pessoa com fome admirar! Tanta grandiloqüência para encher os olhos e a boca na metade do próximo ano.

Agora não pode. Quem garante que será possível no ano que vem? Que palavra merece confiabilidade? Que aval é merecedor de credibilidade? Quem poderá dar garantias de que daqui a um ano a situação financeira da prefeitura estará estabilizada e em boa acolhida? Será que vai acontecer algum milagre?

O enterro não cabe no buraco. O sistema engole tudo, as belas palavras e até as boas intenções. O sistema enquadrou as contas do município no limite do estrangulamento. A administração bate cabeça. A Lei de Responsabilidade Fiscal bota o gestor na parede. Tem que haver demissões para ficar enquadrado no limite de 54% da arrecadação.

Ao mesmo tempo que demite para diminuir o índice, faz concurso que elevará o índice que tem que cair; ao tempo que apresenta o Plano que aumentará mais ainda o tal índice que tem que cair. Durma com um barulho desse! As demissões já estão no mural da prefeitura; o concurso já está oficializado; só sobra o Plano de Cargos e Salários para ser empurrado com a barriga. Grande presidente do Sindicato dos Servidores, Iaiá, abra os olhos e deixe-os bem aberto, porque a cada ano tem sempre ‘na metade do ano que vem’. Na maioria das vezes é melhor ser combativo do que vacilão.

Entra administração, sai administrador na prefeitura de Ipirá e o problema não é eliminado. Continua acontecendo  o triste e famigerado bota-fora de funcionários públicos. Quando aproxima-se o Natal e o final do ano acontece a dispensa. Centenas de funcionários são postos no olho da rua. Os demitidos culpam o prefeito, que culpa a Lei de Responsabilidade Fiscal, que quer ser cumprida, nada mais do que isso. É um tormento para quem perde o emprego. Para o prefeito é uma dor de cabeça. Para a Lei é um desrespeito.

Esse é o tripé: o prefeito, os demitidos e a lei. O gestor sabe que tem a lei, mas de forma dolosa atulha a prefeitura de empregados para ganhar votos, depois procurará ludibriar a lei; o demitido, vivendo no aperto do reino da necessidade, topa qualquer parada, até ser funcionário tampão; a lei, dizem que é para ser cumprida; o Plano de Carreira do Funcionalismo Municipal de Ipirá se onerar a folha será engavetado; se impactar a folha será rasgado; se for objeto de enroleixones, já deve estar preparando a carreira. O Plano de Cargos e Salários tem um grande e mafioso inimigo: o grupismo.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

BUSCANDO UM TÍTULO.


Estou buscando um título para esta postagem que aborda circunstâncias atuais com desdobramentos futuros. Qual é o argumento mais forte e preferido do prefeito Ademildo? A tese do alinhamento dos poderes municipal, estadual e federal. Com esse argumento para Ipirá dá certo, crescer e desenvolver na pauta, o prefeito ganha uma preferência inequívoca e inquestionável dentro da macacada, contando só com uma sombra, Diomário, que tem um prestígio, também inquestionável, junto à cúpula petista estadual. Um bom título: O prefeito Ademildo dispara na frente.

Outra idéia que o prefeito Ademildo gosta de explicitar é a de que sua gestão é a maior administração obreira de todos os tempos em Ipirá: “Ipirá é um canteiro de obras. Nunca, jamais, houve tanta obra com recursos próprios como nesta administração atual.” Se colar colou. Se pegar pegou e desmantela o pensar contrário. Como a macacada teria a coragem de repudiar e não querer novamente, em dose dupla, a melhor administração que Ipirá já teve? Seria dizer que o gestor mente, ao tempo que, significa botar na lata de lixo a administração atual. Um título adequado: O prefeito Ademildo sentado num pé de goiaba.

Juntando os dois pensamentos básicos do prefeito Ademildo, a tese do alinhamento e o êxito exitoso da administração atual, coloca-o um passo à frente de Diomário no processo sucessório, desde quando, o grupo da macacada não atue de forma preconceituosa, com exclusividade e exclusão do que foi positivo e deu certo. Se a macacada manter-se dentro de um agendamento racional o escolhido será o prefeito atual. Se a macacada não acatar mais uma oportunidade estará negando a administração atual e se o prefeito Ademildo não se opor a uma decisão desse quilate estará passando um atestado de um administrador fracassado, que acata o crivo do poder decisório de uma cúpula e não se dá ao direito de se apresentar ao julgamento popular. O título seria: O prefeito Ademildo poderá engolir o próprio cuspe.

Reunião na casa do deputado Jurandy Oliveira, o prefeito Ademildo não foi convidado, também pudera, foi reunião da macacada. Se beneficiado houve, foi Diomário. Essa conversa de candidato novo é chover no molhado. O governo petista do Estado não pode perder a prefeitura de Ipirá por ser estratégica e as candidaturas da confiança do governador concentra-se em Ademildo e Diomário. Essa macacada não pode ser tão estúpida de romper com o governo estadual em troca de nada. Um título adequado: O prefeito Ademildo escorregou na casca de banana.

O prefeito Ademildo come espeto do ‘brabo’ quando tem que tomar medidas de alto poder de antipatia, como as demissões de funcionários. Isso é tão fatal como um tiro no pé. Óbvio que é uma imposição da Lei de Responsabilidade Fiscal. Óbvio que quem perde o emprego geme barbaridade e sacode o porrete no lombo do prefeito, mas nada é mais esclarecedor que essa é uma herança cavernosa e maldita que o prefeito recebe do gestor anterior que se utiliza da prática dolosa de entupir a máquina pública com excesso de funcionários para ganhar votos. O título que cai bem: O prefeito Ademildo engoliu um bagunço de jaca.

Está tudo muito bem explicado: o prefeito Ademildo obedece a lei; aperta o cinto; pisa no freio; engole um bagunço de jaca; dá um tiro no pé; bota a corda no pescoço; pula em pára-quedas que não abre e cai num ninho de gorilas. Já foi.  

domingo, 2 de novembro de 2014

É DE ROSCA. (06)


Estilo: ficção
Modelo: mexicano
Natureza: novelinha
Fase: Não sei se vale a pena ver de novo
Capítulo: 06 (mês de novembro 2014) (um por mês)

O ex-prefeito Dió demonstrando certa preocupação com a situação administrativa local, pensou: “Tenho que acompanhar este hospital a todo instante para que os aloprados do PT local não façam bobagens.”

Na portaria do hospital, o ex-prefeito Dió encontrou um menino com uma barriga do tamanho de uma gravidez de oito meses, indagou-o:

- O que é que você tem na barriga?

- É bola – respondeu o menino.

O ex-prefeito Dió afastou-se desesperado e começou a telefonar para o prefeito Déo:

- Excelência! Aqui no hospital tem um menino com ebola! Estamos no mato sem cachorro.

- Calma, ex-prefeito! O hospital vai ter que fazer o exame para comprovar se é realmente ebola. Faça o seguinte: pegue amostra de cuspe, saliva ou dejetos do paciente, pegue com a mão e sem luva e leve para o laboratório do hospital.

O prefeito Déo ficou dando risada e pensando: “Se for ebola esse ex-prefeito Dió desaparecerá da minha frente, se não for serve de propaganda; nem ebola consegue matar no hospital daqui.”

O ex-prefeito Dió apontou para o menino e mandou o guarda pegá-lo:

- Pegue esse menino da barriga grande para tomar injeção.

O guarda pegou o menino que ficou esperneando e gritando: “Mi sorta disgraça qui eu não vou tomá injeção!”

- Vai sim, trem ruim! Qui tu não mais home do que ninguém.

Enquanto isso, na zona rural, numa reunião política, um sujeito resolveu acabar o ato cívico, sacou uma arma e assacou do palavrório: “Esse rebanho de ladrão só vem aqui pedi voto, o que eu tenho prá esse povo é bala, é bala, é bala.” E tome-lhe tiro a torto e a direito, ferindo um cidadão no pé, que foi socorrido imediatamente.

Enquanto isso, em outro local, tomando um litrão de cerveja, começou uma confusão entre várias pessoas e um policial foi ferido na mão com estilhaços do pára-brisa de um automóvel. Imediatamente foi dado o socorro.

No hospital, o menino esperneava, gritava e dava mordida. O ex-prefeito Dió ordenou que o mesmo fosse amarrado na mesa de cirurgia. Quando o médico ia tirar a camisa do menino, ouviu-se uma gritaria no corredor do hospital: “Uai, uai, uai! Vou morrer”. Era o ferido no pé. O médico deixou o menino e foi atender o paciente vitimado de bala.

Neste exato momento, chegou o soldado com ferimento na mão querendo ser atendido. Ao saber que não tinha médico disponível, sacou a arma e começou a dar tiros prá cima.

- Lá vem o atirador terminar o serviço! – gritou a enfermeira que começou a correr pelo corredor, sempre acompanhada pelo médico e saltaram o muro do hospital.

O menino conseguiu desatar os laços que o prendia à cama e seguiu para o corredor, ficando de frente à correria do ex-prefeito Dió, que vinha embalado. O menino falou:

- Seu home! Essa bola é minha e eu não dou a ninguém.

-Sai da frente seu ebola disgraçado – gritou o ex-prefeito.

Atrás do ex-prefeito Dió vinha o soldado dando tiro e gritando:

- Nessa disgraça não tem médico para atender não? Comigo é bala; lá vai bala.

Uma bala pegou na barriga do menino que estourou e o garoto começou a chorar: “Uai, uai, uai! Sua disgraça! Você pocou minha bola.

- Atingiu a barriga do menino! – Gritou o porteiro.

O prefeito Dió ficou pensando no ebola se espalhando, aí foi que o ex-prefeito disparou: “pernas pra te tenho”, pulou o muro do hospital parecendo atleta de salto com vara; acelerou na frente da fábrica; ultrapassou todos os carros na subida do parque; emburacou no matadouro; estava exausto, deitou-se querendo botar as tripas pela boca e pensou extasiado: “Veja quem foi que me salvou! Logo quem, o Matadouro de Ipirá! Ainda bem que ele não funcionou até hoje e fica o prefeito Déo dizendo que vai inaugurá-lo; ainda bem, que eu sei que ele diz isso de boca, só de boca, isso aqui não vai funcionar nunca.”

O ex-prefeito Dió observou que tinha algo estranho no seu braço e indagou em voz alta:

- O que é que esse carrapato de ovelha quer no meu braço?

Nem tinha terminado e ouviu uma voz grossa e firme: “Me respeite seu ex-prefeito! Eu sou é mosquito e não carrapato de ovelha! Eu sou é o terrível Chico Gunha e vou lhe dá uma picada.”

- Uai, uai, uai, - gritou o ex-prefeito.

O prefeito Déo sabendo do ocorrido no Matadouro de Ipirá, deu a ordem:

- No meu hospital está suspensa qualquer operação e quem chegar com Chico Gunha não entra de jeito nenhum – depois pensou: “Agora eu quero ver se esse sujeito não sai da minha frente.”

Suspense: e agora, esse matadouro sai ou não sai?

O término dessa novelinha acontecerá no dia que acontecer a inauguração desse Matadouro de Ipirá. Inaugurou! Acabou, imediatamente.

Observação: essa novelinha é apenas uma brincadeira literária, que envolve o administrador e o matadouro e, sendo assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Eles brincam com o povo e o povo brinca com eles.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

UM RECADO VIA SEDEX PARA ...!



O candidatíssimo Marcelo Brandão pode até ter pensado que esse recado não foi dado por mim (a urna) porque eu coloquei 19 a 9 para Dilma. Pode até ter pensado! Mas a macacada não deve carregar nenhuma dúvida porque o resultado em Ipirá foi: Dilma 20.549 contra 9.878 de Aécio. 11.426 eleitores não deram nem ousadia de comparecer. 404 enfiaram o dedo no branco. 1.350 erraram, anularam, não acertaram, não validaram o voto. Eu (a urna), em Ipirá, fui desse jeito, agora meu recado é para a macacada.

Quero dirigir esse recado ao candidatíssimo... Como é o nome dele? É ...

Prezado candidato... da macacada.

Jurandy Oliveira, não! Esse é o coringa do time, começou jogando com a camisa 1, hoje está com a 9, fica fazendo lançamento, nunca fez um gol para Ipirá e ainda quer jogar com a 10 e a 11. Quer jogar em todas as posições. Posição de prefeito, não! Vamos fazer de conta que agora é jogo de buraco e o coringa é carta fora do baralho.

Ana Verena, não! Aquela renúncia, que até hoje não foi explicada e esclarecida, foi um enterro político melancólico. Qualquer que tenha sido a motivação: doença temporária (injustificável), amarelou (deplorável), negociata (imperdoável). Já foi!

O líder Antônio Colonnezi, não! Um líder que carece de base ideológica, sem capacidade de articulação, sem uma formação política consistente, um vacilão que teve uma projeção de líder de grupo no reino da necessidade alçado pelo clientelismo da consulta grátis e do esquema político mercantilista utilizado pelo favorecimento paternalista.

Um líder de triste memória e história abominável. Foi um gestor público encravado no âmbito da mediocridade nas questões do município e da irresponsabilidade. Sem argúcia política, não tem noção do campo político que está enfiado e toma decisões totalmente escabrosas e incompatíveis nesta conjuntura de aliança com o PT. Fez exigências para subir no palanque de Rui; deixou de apoiar o federal do prefeito; apoiou Aécio numa batalha de vida ou morte para o petismo no Brasil. Crucificou-se. Deixa sair pela língua-solta que o PT é a desgraça do Brasil. Desgraçou-se.

O grande líder Antônio já deve ter percebido que não sai barato ser líder nestas condições: tem que gastar muito dinheiro; tem muito aborrecimento e desgaste; tem que trabalhar de graça e ser cativo a um sistema sórdido e cheio de vícios. Vivendo na ‘zona de conforto’ deve refletir sobre o que encanta e é prazeroso distante do ‘poder de província’. O grande líder nasceu, cresceu e está vivendo sua derrocada de liderança por ser um emérito vacilão. Está sofrendo um processo desconstrução e decomposição de sua liderança no miolo do próprio grupo, vai ficar só a casca.

O que está acontecendo com o grupo macaco? A macacada vive um momento especial em dois sentidos: está numa boa, pois lambuza-se no poder municipal e ao mesmo tempo, internamente, passa por um arranca-rabo silencioso e secreto, que é a briga de foice nos bastidores para ver quem fica no comando do grupo. Isso ocorre em qualquer agrupamento.

A situação vivida é contraditória e saliente, pois trata-se do poder de decisão dentro do grupo, os macacos de raiz estão tendo seus poderes esvaziados e encurtados. O papel do líder está sendo solapado pela dupla de estranhos que assaltou o ninho dos macacos. O candidato para 2016 passará pelo aval e crivo da confiabilidade do petismo estadual.

As antigas lideranças macacas ficaram à direita no campo político e contraditoriamente se posicionaram contra Dilma no Segundo Turno eleitoral. A falta de tato político levou-os a cometerem um erro político imperdoável. Estão fora de sintonia com a massa do grupo que não quer e não deseja ficar sem a proximidade do poder petista. Nesse equívoco fenomenal, resta para Ademildo e Diomário comer o pão pelo miolo. Antonio Colonnezi está sendo tranformado num cabo-eleitoral de luxo, justamente por falta de uma formação política. Está tomando um nó tático dos dois estranhos no ninho da macacada. Não tenho como dirigir esse recado a um destinatário. 

A macacada está cheia de candidatos para prefeito, dois no máximo (Diomário e Ademildo). Acabou por aí, não tem possibilidade para mais ninguém por razões óbvias. Quem além desses dois tem respaldo junto à cúpula petista da Bahia? Se Diomário filiar-se ao PT estará cravando a candidatura por óbvias razões.

A escolha de uma candidatura a prefeito não se trata mais de uma decisão simples e municipalizada, requer a participação do parceiro do poder mais graduado, o governo do estado, que tem interesse e quer influenciar no desenrolar da questão local. Querem que o próximo candidato seja 13 e Diomário será o titular se vestir essa camisa. Por uma questão de princípio, 13 só passa para 13. É a lógica do PT. Isso tudo que foi escrito só virá à tona igual a furacão doido daqui a certo tempo. Isso tudo é nenhuma, por enquanto. Não tenho para quem mandar o recado personalizado.

Ademildo deu conta do recado eleitoral. Poderá compor com uma vice de relação social mais branda (por exemplo a ex-secretária Nina) formando uma chapa competitiva. Da mesma forma, o petista Diomário compondo com Nina será uma chapa consistente e difícil de ser vencida. Nessa condição ficará chupando o dedão do pé o PT de Ipirá. Esse é um embaraço. Essas coisas para acontecerem passarão por um puxa-estica que vai ser uma delonga. Se a jacuzada ceder a cabeça de chapa a Nina, o jogo pegará fogo.

Assinado: a Urna.

sábado, 25 de outubro de 2014

UM RECADO VIA SEDEX.

Cada eleição tem um DNA diferente, é bem verdade e não se discute, mas deixa uma lição clara para quem se dispuser aceitá-la. As urnas 2014 mandam dois recados via Sedex: um para a jacuzada e outro para a macacada. O da jacuzada é o que segue; o próximo será o da macacada.

Prezado Marcelo Brandão, emérito candidato da jacuzada.

Da última vez que nos vimos, em 2012, eu fui até benevolente com vosso anseio e por pouco, muito pouco mesmo, eu não desagüei no seu colo; foram apenas 25 eleitores a mais prá lá e a menos prá cá.

De lá para cá a situação da jacuzada ficou agradável porque o prefeito ciscou demasiado esparramando os filhotes da macacada. A impressão que ficava era que a jacuzada absorvia os expurgos. Impressão! Mera impressão.

A votação 2014 não foi nada animadora para a Vossa pretensão. A derrota de Paulo Souto no Estado foi um grande prejuízo, significou um balde de água fria na sua pretensão racional de vencer a primeira etapa para chegar lá na frente bem mais forte e com garantias. Esse caminho está fora de cogitação.

Estas derrotas do Paulo Souto e do caminho inviabilizam a revoada de vereadores de lá para as bandas de cá, ninguém é besta de ficar contra o governo e perder os votos gerados pela luz no campo, cisternas, brindes de tratores, etc. Observe como o caldo começa a engrossar.

Resta o outro caminho: o do enfrentamento aberto contra os três poderes, diretamente o municipal, ali o estadual e lá o federal. Uma parada dura, difícil e indigesta. Tem que ter muito garangau disponibilizado para fazer o enfrentamento.

Que o futuro e impreterível candidato Marcelo Brandão não veja assim, tudo bem, mas que a derrota do Paulo Souto, em Ipirá, é no mínimo um sinal de alerta, isso é plausível e inquestionável, pois a coisa não está tão tranqüila para Marcelo Brandão, como vinha se apresentando até então. Vai ter que dar testa aos dois poderes, o daqui e o do estado. Não vai poder jogar uma gota de água fora da bacia. Não é nada fácil.

Desta vez, o inquestionável e candidatíssimo Marcelo Brandão fez campanha sistemática, diuturna, determinada e espezinhadora, via Conexão Chapada, contra a administração petista nos três níveis, a bem da verdade, foi contra as maracutaias do petismo, mas isso foi pouco convincente, não gerou frutos, nada foi quase nada. Paulo Souto tomou 16 a 10 e Dilma ganhou de 17 a 6, aqui no nosso terreiro.

Isso tem um significado visível: a tecla da mudança tão badalada e orquestrada, via Conexão, não foi tão cativante no nosso município; a política social do petismo tem boa aceitação nas camadas de baixa renda no município de Ipirá. Isso é um problemão para quem tem esperanças na ilusão da espessura e profundidade de uma expectativa para 2016. O melhor remédio nesta condições locais é o famoso garangau e tem que ser um pacotaço.

Fica mais difícil, porque o grupo do jacus tem uma rigidez e uma inflexibilidade de largo traçado. Os jacus estão voltados para si, só enxergam o próprio topete. A jacuzada fica de butuca esperando quem está a chegar para elevá-los ao trono. Está acorrentada ao domínio oligárquico de maneira inquestionável. A macacada abriu-se e corre risco, a jacuzada não corre risco de retornar ao poder municipal por não perceber que sozinho não tem força para suplantar o poder dominante e só admite coadjuvante.

O futuro candidatíssimo deve pensar na possibilidade de esmagar os estagnados 49 votos do último pleito e isso é natural que esse pensamento assim venha a ser. Porém tem quem pense em dificultar; o petismo estadual quer ver o 13 teclado no pleito municipal (Diomário vai se filiar ao 13); não acontecerão os mesmos erros ocorridos na campanha passada; ele ou ela; 11 ou 22; fica ou vai e tralalá. Pelos números de 2014, a que vem em 16 não vai ser fácil.

Não adianta o candidatíssimo Marcelo Brandão querer descaracterizar meu recado dizendo-o improcedente, por não ser candidato a nada neste momento e que 2016 está muito longe. Não adianta dizer isso, porque este terreiro do Camisão não vive, nem sobrevive, sem a política. Aqui é assim, termina a de presidente começa a de prefeito. Em Ipirá não pode ser de outro jeito, come-se, rumina-se e vomita-se política. E para o candidatíssimo da jacuzada não pensar que eu não sou eu, ou seja, a urna, observe com que certeza eu coloco o resultado eleitoral de Ipirá para amanhã, dia 26, Dilma 19 x Aécio 9, isso no sábado, dia 25, 15:00.
Assinado:  Urna do 2º. Turno de 2014.