terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O TRIÂNGULO DAS ESTRELAS.


A pioneira foi Pintadas com a desistência de um dos grupos da politicagem, está no quinto mandato; depois, veio Baixa Grande, que está no terceiro mandato, com a divisão e enfraquecimento das duas oligarquias; agora, Ipirá por circunstâncias, é o primeiro mandato. Está formado o triângulo governado pelo PT.

Em Ipirá, o prefeito petista Ademildo Almeida estabeleceu como meta, no discurso, fazer de Ipirá um município pólo, uma cidade de referência regional. Esse é o querer de todo ipiraense. Eis a questão, como fazê-lo e com quem fazê-lo.

Penso eu, que ele tem um abacaxi para descascar. Não é fácil pegar uma herança perversa de mais de cinqüenta anos de administrações de jacus e macacos, que levou Ipirá a perder espaço, órgãos, força política, poder de reivindicação, visibilidade com os poderes estaduais e, depois de tudo isso, virar um abacaxi. Não adianta muito ficar arrebatado e em estado de exaltação com o dinheirão deixado, de boca, pelo ex-prefeito Diomário que diz que deixou um céu, porque o céu que o ex-prefeito deixou é do tamanho do inferno. Os parâmetros sociais de Ipirá são vergonhosos.

O caminho para fazer do município de Ipirá uma referência não é caminho reto, certinho e com tranqüilidade plena. Tem muitos embaraços pela frente. A chapa vencedora foi Ana/Ademildo, foi 22/13, foi PR/PT. A renúncia foi de Ana, do 22 e do PR; foi a renúncia da linha de frente da administração. Resta Ademildo, o 13, o PT e nenhum dos três quer assumir o poder. Quer manter o tempo de união. Quer manter a composição política liderada pela macacada. Quer manter o compromisso com o líder Antônio Colonnezi. São esses compromissos, seja quais forem, que serão obstáculos para que Ipirá vire o município que o prefeito quer no sonho.

Não se trata de dar um pontapé na macacada, não é nada disso. Qual é a linha administrativa que será executada? A do PT não envergonha, muito pelo contrário, tem dado certo em muitas localidades. A administração dos macacos não é paradigma para se ir muito longe, está no patamar da governabilidade das oligarquias. É necessário que se folguem essas amarras, que se saia desse nó cego, se realmente é um desejo fazer com que Ipirá dê passos adiante. A administração pública tem que ouvir e dar voz à sociedade organizada e ao povo para se contrapor ao governo voltado para os interesses oligárquicos.

Governar para todos os ipiraenses e não só para os que votaram na chapa vencedora é ir além dos enquadramentos e do que foi configurado na campanha. Governo popular nunca foi um princípio de administrações de jacu e macaco e o prefeito petista sabe muito bem disso. A macacada é um aliado que deve continuar na administração, mas não como entrave, não como impedimento para o que o PT objetiva para Ipirá. Para fazer Ipirá crescer é preciso ter vontade política de diferenciar-se da política oligárquica.

É importante que a carta principal do baralho seja a Educação Pública de Qualidade, mais importante é que isso não se torne apenas uma máxima que seja de utilidade e utilizada mais adiante no jogo político. Porque nesta questão um dos poucos atos da prefeita Ana foi sancionar o projeto aprovado pela Câmara de Vereadores que vetava a democracia nas escolas municipais, com o impedimento da escolha da direção pelos estudantes, pais e professores. A prefeita vetou, não o projeto, mas a gestão democrática. É assim que esse balaio funciona. O interesse do vereador é indicar uma direção que trabalhe como cabo-eleitoral do indicador. Educação Pública de Qualidade passa pela gestão democrática no âmbito das unidades escolares. O prefeito tem que perguntar aos vereadores se eles concordam com essa proposta. Não, não é assim não? Educação de qualidade tira o povo do cabresto eleitoral.

O prefeito petista Ademildo Almeida tem experiência como vereador e como Secretário de Saúde. Deve ter um programa de governo. Sem dúvida, ele tem noção do buraco em que está metido Ipirá. A relação com o Legislativo está no limite, oito a sete. O prefeito é conhecedor da casa e dos seus vícios, poderá muito bem saber equacionar essas demandas dentro dos limites éticos.

Como desenvolver esta terra? Eis o problema. O caminho para desenvolver Ipirá não é largo. Quais são os caminhos necessários? Chegou a vez do Estado perceber que Ipirá existe de verdade. A administração petista em Ipirá depende necessariamente do apoio irrestrito, determinado e comprometido do governo petista do Estado. Isso é imprescindível para fomentar o desenvolvimento de Ipirá e estabelecer o impulso que o município deseja e precisa. A administração municipal não pode ficar órfã da administração estadual. A administração municipal petista não pode ser um burrego enjeitado pelo governo estadual. Ficar no “reme-reme”, “vamo vê”, “sei lá o que”, não adianta nada. A coisa tem que ser concreta e imediata. E não é ficar exclusivamente montada só nesses projetos sociais de assistência e amparo da subsistência, isso é só manutenção sem salto para o futuro.

Outro caminho é ver todas as possibilidades do município andar com as próprias pernas. O que é possível fazer com recursos próprios? O que é necessário ser feito para Ipirá dar passos adiante, com suas próprias possibilidades e sem ficar esperando só pelo governo estadual? É nisso e para isso que a população tem que participar da administração de Ipirá. O Renova Ipirá tem uma visualização clara neste aspecto do desenvolvimento econômico de Ipirá, com dois projetos simples, possíveis, não é coisa de outro mundo, e executáveis com custos irrisórios: o Parque de Venda de Animais no Parque de Exposição e a transformação do Mercado do Álcool num Pólo Têxtil. Coisa simples e promissora. Ipirá tem que se livrar desse ódio barato, mesquinho e ridículo, criado, fomentado e mantido pelas oligarquias do jacu e do macaco, que transforma o povo de Ipirá em escravos dos interesses dessas oligarquias do jacu e do macaco. Ou não é isso prefeito?

Ipirá não pode conviver com o tempo dos engodos. O prefeito Diomário propagou que deixou quase nove milhões nas contas (90% convênios). Livre, novecentos mil, só para dizer que deixou dinheiro nos cofres. Não falou dos débitos. Vou citar dois: o da Clínica de Fisioterapia que não recebe desde outubro/12 e o do Escritório de Contabilidade, 6 mil reais e ele deixou pendurado. Deve ter muito mais. É assim que o sujeito tira uma de porreta, mas que deixou de pagar em dia, deixou!

O governo de Diomário foi sustentado por convênios com a união. Ganhou fama pelo pagamento em dia e especializou-se em servir às “empreiteiras mui amigas” que saíram fazendo porcaria pelo município com obras precárias e utilizando material de segunda. Concentrou tudo em sua pessoa para o bem e para o mal. O escândalo da Assistência Social é o resultado da incompetência gerenciando o que não tem condições de tocar. Apelou para promessas vãs (UTI no hospital – SAMU só ambulância) para embromar as pessoas. Deixou Ipirá atravancado no lugar que encontrou. Foi a mesmice. Um desastre.

Agora tem início uma nova administração. Que não seja do PT, que não seja de Ademildo, mas tem a sua assinatura e o seu carimbo. Ele deve estar ciente de que será o administrador mais cobrado, acompanhado e bisbilhotado que já houve nesta terra por causa de sua ação na Câmara de Vereadores e por ter sido implacável na fiscalização das administrações de Luiz Carlos e de Antônio Colonnezi, quando colaborou para sujar a ficha dos dois. Essa administração não pode falhar na questão da ética. Essa administração não pode e não deve ser complacente com nenhum tipo de corrupção. As oligarquias querem o troco. Essa prefeitura vai virar a casa do Big Brother, a casa mais vigiada de Ipirá, por isso é importante que se quebre paradigmas. Ipirá precisa desenvolver.

O prefeito petista governará para quem? Se for governar para o grupo da macacada estará governando para a mesmice. Se for governar para o povo de Ipirá estará descortinando horizontes e alimentando esperanças. Não tem confusão: é só ampliar a capacidade de participação do povo.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

OTARIPANOS.


A vida é semelhante a um filme ou podia ser. O começo: no enterro de um ex-prefeito, outro ex-prefeito disse para alguém que mora em Brasília “vou deixar o PT na prefeitura de Ipirá.” Impossibilitation, impossible, impossível. Seria o enterro da macacada, não na acepção vulgar desta palavra, porque seria uma morte súbita com a grandeza da ressurreição. Seria um milagre.

As coisas da vida acontecem como num filme. Quando o então prefeito Diomário chegou com um pacote de papel e colocou em frente ao líder Antônio Colonnezi e disse: “eis as provas dos ministros; você só não é se não quiser.” O líder ingenuamente acreditou que era o que não era; se assim não o fosse não teria acontecido a fotografia do líder paspalhão e sua trempe. Naquele exato momento, a legião de macacos era vista e transformada num ajuntamento de otaripanos. Você sabe o que é isso? É aquele boneco Mané-Mole que só faz sacudir os braços e as pernas e tem o juízo gelatinoso, porque pensa pouco ou quase nada, mas não é por falta de inteligência, é simplesmente porque tem preguiça de pensar. Aí vira boneco, marionete, mamulengo e no dizer das lideranças que os controlam, bestas.

Nem todo mundo é besta o tempo todo como os sabidos querem que sejam. Faltando vinte dias para as eleições, quem era passou a não ser. Acertaram com Dudy que desejava ser e desembarcou em São Paulo sendo para retornar deixando de ser por não rezar o ABC da cartilha que trazia a impossível lição “o PT na prefeitura de Ipirá.” Faltavam votos e dinheiro.

A busca da vitória traz a ansiedade que não deixa pensar bem pensado e vira burrice. Empurraram uma candidata que não queria ser e foi. O Blog dizendo: “cuida da medicina que eu cuido da administração.” O Facebook rebatendo: “acorda, Agildo.” Meia palavra basta para bom entendedor. Boca de urna com duzentos mil reais emprestados ou ofertados para a campanha, belo presente dos amigos, assegura a votação nem que seja na marra. Grupo Macacada votando sem pensar e fazendo prefeita sem querer ser.

14.891 votos para um mandato de 15 dias. Uma quinzena extremamente estressante com os macacos aloprados na cola; atanazada no juízo pelos macacos viciados; perturbada pela macacada mal intencionada; sofrendo achaque de malfeitores macacos; chantageada por macacos; coagida pela intendência diomarista; assombrada com o que viu e aterrorizada pela assombração do diomarismo. Essa macacada faz muita lambança. Não tem quem agüente. É alta pressão para pressão alta, a medição vai de 50 por 30 com exagero e tudo. Outdoor estampado “ 14.891 votos para renovação da política de Ipirá”. PT na prefeitura de Ipirá.

O ex-prefeito Diomário, no seu interesse, articula bem. O líder dos macacos, no interesse do grupo, articula pessimamente mal. É boca aberta, não sabe onde pisa, não tem firmeza, não sabe saber, mas é líder, fazer o quê? Líder de grupo que pensa pouco em grupo e lança candidata que pensa menos ainda em grupo, desiste no meio da empreitada, mas tem liderados, fazer o quê? Diomário deu um nó tático na liderança da macacada. A liderança da macacada deu um chega prá lá nos liderados, mas ainda quer ser líder, fazer o quê? Os interesses pessoais são mais poderosos que os interesses grupais, fazer o quê?

Na contabilidade é que os interesses pessoais se agigantam, crescem bem mais, muito mais, do que os interesses grupais. O salário de um trabalhador da medicina está na casa dos trinta para cada um; o gestor em torno dos dezesseis para um só. Os interesses pessoais são mais poderosos que os interesses grupais, pelo menos na contabilidade. Na matemática não tem comparação.

Na vida existem circunstâncias em que é muito difícil fazer uma escolha. Vacilo foi de quem colocou uma candidata que não pediu para ser, não queria ser e nunca quis ser. Correram o risco. A ex-prefeita Ana Verena foi uma pessoa determinada e de caráter. É preciso ter coragem para ter caráter. Não aceitou ser uma “Maria vai com as outras”; uma marionete nas mãos de quem quer que seja; não aceitou ser manipulada pelo grupismo que assola e atola Ipirá; não acatou os “arranjos descarados” do afastamento em série. Foi justa na ação e dúbia na mensagem. Não quis dizer o que não pode ser dito, fazer o que? Assim caminha a humanidade no planeta dos macacos: um dia macaco, logo passa a ser otaripano, depois vira petista, passando a ser gente. Deixar de macaquice. Deixar de ser massa de manobra e ser cidadão livre e com direitos. Eis uma lição para quem gosta e não tem medo de aprender.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

QUEM VAI RENUNCIAR PRIMEIRO?


Dizia o poeta: “Triste Bahia! Oh quão dessemelhante.”
Nasci nesta cidade de Ipirá e não quero fazer essa paródia com a minha cidade, com a nossa cidade: “Triste Ipirá! Deveras é semelhante.”
Não quero e não devo, por isso faço esse manifesto, não sei se de alerta ou de desabafo.

O papa Bento XVI renunciará no dia 28 de fevereiro. O papa está sendo coerente,  justo e magnânimo na medida em que, percebendo que o corpo não permite ir além de seu próprio limite vai abdicar, assim sendo, expõe o seu apreço pela Igreja Católica, da qual é o sumo sacerdote.

Em Ipirá, (16/02/13) a situação está nebulosa. É engraçado observar como “os macacos” estão confusos e têm pouco a dizer sobre o que está acontecendo. O edifício de suas crenças desabou. Suas referências não mais servem, frente à força dos fatos. Alguns, mais espertos, estão calados esperando o furacão parar de soprar. Outros, menos precavidos, enchem os ouvidos das conversações que dispõem, com um monte de bobagens. Poucos sabem o que está por acontecer.

Ipirá espera da prefeita Ana Verena uma atitude coerente. Não é fácil tomá-la. Às vezes é mais difícil do que se imagina. A comunidade ipiraense espera uma atitude sensata. Longe de ser a conduta melindrosa de uma adolescente pirracenta querendo impor o impossível por mero capricho, ou a ação impulsiva de uma criança birrenta que quer por que quer que as coisas aconteçam no seu querer. Não é por aí. Prefeita, Ana Verena! Ipirá quer bom senso e respeito; só isso, respeito e bom senso.

Todo ipiraense sabe as dificuldades em que vive o município. O município de Ipirá estava sendo castigado e derrubado por uma seca prolongada e inclemente. As chuvas vieram no início de novembro, amenizou a questão da água; em janeiro, choveu em algumas regiões, em outras não, o fato é que nos deparamos cotidianamente e rotineiramente com a estiagem ou com suas graves conseqüências que colocam o nosso município em xeque-mate, ou na berlinda, ou no corredor da morte, como queiram.

A verdade é que a economia rural de Ipirá está estagnada. Tem que acontecer uma atitude séria para se combater e se reverter essa situação lastimável. Isso é vital. Ipirá, como um todo, é dependente inevitável dessa economia rural. Onde está o poder público municipal? Não está no seu devido lugar. Está vivenciando uma crise de identidade e de governabilidade. Prefeita, Ana Verena! Tem questões prementes no município que exigem uma ação imediata e grandiosa de seus administradores e a bola não pode estar dividida. Não brinquem com Ipirá.

Ipirá tem problemas sociais graves. As questões de saúde pública e educação são problemas mal resolvidos em nosso município. Não minimizem Ipirá e suas necessidades. Não tratem Ipirá de forma irresponsável. Ipirá precisa de administradores que trabalhem em tempo integral; que sejam incansáveis vigilantes; que sejam íntegros nos seus afazeres constantes e diuturnos para destravar e conseguir dar passos para o desenvolvimento. Chega de quem não tem apreço pelo trabalho. Chega de quem não gosta e não quer se doar pelo município. A ação do Servidor Público no.1 tem que ter ressonância com as necessidades e com os interesses do município, caso contrário o óbvio torna-se contraditório.

Dizer que não existe uma crise de governabilidade para o “benefício de Ipirá” é querer tapar o céu com uma peneira. O administrador tem que ter vontade e dispor-se de corpo e alma para administrar Ipirá. Essa tarefa exige o tempo precioso do administrador. Ipirá não é um bode expiatório para servir de brincadeira para incautos.

Governar em benefício de grupo não é muita coisa, é simplesmente governar em benefício de grupo e isso não apaga os problemas corriqueiros que espremem e agridem Ipirá. Isso urge solução e a solução não virá sem a temperança, sem o denodo, sem a insistência, sem a boa vontade de quem se propõe a governar este município. O governo do município tem que ter a responsabilidade necessária e requerida para que se resolva e se solucione as demandas complicadas e complexas que ocorrem no dia-a-dia de um município do porte de Ipirá.

Não é fácil romper com o que está posto. Não é fácil sair da estrada costumeira, mesmo estando infectada. Não é fácil arredar-se do grupismo espúrio que está impregnado em nossa cidade, isso é pior do que o vício do crack. Não é fácil desgrudar-se da tramóia sórdida imposta. Não é fácil separar o joio do trigo no vigor do lamaçal. Sem o alerta, sem a vigilância necessária e precisa, quando menos se espera, está-se enroscado na engrenagem de um jogo politiqueiro sujo e indecente. Isso brilha como falsa realidade. Brilha e impregna. Impregna e suja. Suja a decência e a dignidade.

Quando o Servidor Público no. 1 menos espera, ele encontra-se atolado em um estado de sujeição; preso nas entranhas de pequenas máfias, talvez, de médios mafiosos que bradam que a coisa pública é “ COSA NOSTRA” e, às vezes, quem teve uma orientação ética precisa e sólida ao ver-se imiscuída nessas entranhas sente a náusea mortificante e o pudor vivificante. A vida é coragem e mudança. É necessário que existam pessoas diferentes. Diferentes e que tenham coragem e queiram as mudanças. Ipirá quer mudança e renovação. O Servidor Público no.1, seja quem for, não pode ser refém dos chantagistas que se proliferam nos grupos (jacu / macaco), nem dessa máfia que se incorpora no grupismo (jacu /macaco), que se formou e se consolidou em Ipirá e querem solapar os recursos públicos. È preciso dizer NÃO para os salteadores e SIM para o povo trabalhador de Ipirá.

Esse pequeno manifesto é um simples gesto pessoal, de uma pessoa que nasceu e gosta de sua terra, além disso, quer vê-la plena em desenvolvimento humano, no patamar de uma democracia política, também econômica e, mais do que nunca, social. Não quero e não devo cantar: “Triste Ipirá! O quanto é semelhante.” Não sei se você concorda com isso?

domingo, 10 de fevereiro de 2013

BBB - BOTOU A BOCA NO BOCÃO.



A situação de Ipirá é complicada, ou seja, está complicadíssima. Os macacos chegaram ao poder municipal e não se entendem. Estão batendo cabeça e dando chute na canela, deles mesmos.

Assim que assumiram o poder deram uma bicuda na canela do ex-prefeito Diomário, quando trouxeram ao conhecimento do público as mazelas e descarações da Secretaria de Assistência Social. Foi coisa de deixar cabelo em pé; sumiço de programas de computadores, fraude em contrato, desvio disso e daquilo, manipulação de sorteios e coisas que até o diabo duvida. É bom lembrar que quem espalhou essa maracutaia foi o próprio pessoal da secretaria. O ex-prefeito Diomário pio. Nada vezes nada.

O escândalo da Assistência Social ganhou as ruas. Onde tem fumaça pode haver fogo. Não fizeram a necessária auditoria para apurar a veracidade dos fatos. A Lei do Silêncio ganhou prioridade. Pela Lei da Conveniência havia a urgente necessidade de apagar-se a fumaça.

A prefeita licenciada foi a primeira a botar a boca no microfone:” Não tem nada disso; a prefeitura não está inadimplente; está tudo em ordem... e o ex-prefeito Diomário é meu convidado e conselheiro...”

Era o que o ex-prefeito Diomário precisava ouvir. O ex-prefeito começou a falar e o pessoal da secretaria que vinha falando começou a ficar mudo, foi adotada a Lei da Mordaça. Diomário botou a boca no site Ipirá Negócios (eu ouvi) e foi abrir o seu vozeirão no Bocão (como é que eu perco essa entrevista?). Eu soube por outras bocas que no Bocão ele deixou transparecer que foi convidado para ser conselheiro e que fez questão de não indicar ninguém no novo governo. Que cara-de-pau! Assim qualquer um é gostoso e vira santo.

No site o ex-prefeito afirmou em bom-tom e com todo bocão que deixou R$ 8.926,882,02 nas contas da prefeitura. Vixe, bichim! A nova prefeita não tem o que falar, tem dinheiro pegando picula no cofre da prefeitura. Por falta de dinheiro ela não vai deixar a prefeitura.

Mais esperto do que sariguê comedor de ovos, a contabilidade do ex-prefeito só tem a conta CAIXA (Receita) e não apresenta o que tem A PAGAR (Débitos) e assim sendo, a situação da prefeitura está um mar de rosas. O ex-prefeito Diomário deixou tudo em dias e sem débito. A prefeita vai pegar tudo na mais perfeita ordem no universo da ordem perfeita. Por que será que esta bendita prefeita está esconjurando a prefeitura? Retorne, prefeita! Com tanto dinheiro nas contas e sem dever a ninguém é só voltar e trabalhar. Sem trabalho não tem dinheiro que faça milagre.

O ex-prefeito maliciosamente apresentou o crédito e não mostrou o que a prefeitura deve. Sonegou o débito ao público. Não mostrando o que tem a pagar ele levantou a guia de sua administração, para todo efeito ele é o bom da boca. Todo mundo só vai lembrar que as contas da prefeitura estão abarrotadas de dinheiro. Mas não fez questão de dizer que são contas de convênios. É verba carimbada, que não pode ser direcionada para outra necessidade qualquer. Quase tudo (R$ 7.926.882,03) dinheiro marcado. Seria mais proveitoso se ele dissesse quanto deixou em dinheiro vivo nos cofres da prefeitura (R$ 954.774,07). E a dívida é quanto?

Vou exemplificar: na conta da Secretaria da Educação ficou um montante de (Educação 25% - 36.300,89) + (Educação 40% - 4.434,84) + (Educação 25% - 114.637,59) + (Fundeb – 394.530,50) total = 549.903,82, mas a Prefeitura Municipal de Ipirá não teve R$ 80 mil reais para contratar os ônibus, no mês de janeiro, para trazer os alunos da zona rural para estudar. Aí vem a eterna desculpa “isso não é obrigação municipal”. É isso que tem que botar bocão.

Na conta (Fundo Especial – 243.493,12) + (Recursos Livres – 118.379,12) ficando um montante de R$ 361.872,24, mas a Prefeitura Municipal de Ipirá não teve dinheiro para manter os carros-pipas abastecendo a zona rural na maior seca já vivenciada em nosso município. Aí vem a eterna desculpa “não tinha verba para isso”. É isso que tem que botar bocão.

Na conta (Construção Matadouro 31.500,10) + (Construção Matadouro 372.886,23) + (Equipamento Matadouro – 569.668,56) total R$ 723.744,48. E esse dinheiro não dá para terminar as obras e botar esse troço para funcionar, mas a Prefeitura Municipal de Ipirá não tem dinheiro para investir no matadouro. Aí vem a eterna desculpa “não tem verba para isso”. Aí vem mais aditivo, vem mais comelança para se fazer uma obra que já gastou os olhos da cara e que continua no acabamento sem acabar. O povo tem que botar bocão.

Aí a macacada, que não tem nada com isso e que não está nem aí, vê um depoimento desse, dizendo que a prefeitura tinha mais de oito milhões nas contas e que o ex-prefeito num espetacular exemplo de honestidade não gastou um centavo da prefeitura na campanha da prefeita, vai dizer o que? Só pode ser isso: “onde essa desgraça enfiou tanto dinheiro?” É só pensar um pouco mais: tem coisa que só os sabidos podem saber e o rebanho de besta ainda tem que bater palmas.

Mas se tudo o que está escrito aí em cima é enganação de bocão, naturalmente, que este blogueiro também tem o direito de enganar com uma boquinha pelo menos. Vou soltar minhas mentiras começando pela Lei da Mordaça. Supondo que esta macacada só sabe bater cabeça e que já exista um desejo camuflado de dois pretendentes à candidatura de deputado (o deputado e o ex-prefeito), naturalmente, um é pouco e dois é demais, como ajeitar as coisas? Arranja-se arranjando uma vaga para o deputado no Tribunal de Contas, seria um fechamento de carreira honroso e brilhante; o ex-prefeito filia-se ao PT e vem morar em Ipirá, coisa que ele não queria quando era prefeito. Para ficar em evidência compra as cotas do deputado na rádio AM e está tudo preparado para a candidatura que necessitaria de um aval petista lá de baixo. É assim que aparece a Lei da Mordaça e o povo da Assistência Social, pio. Não houve nada da mesma forma que esse parágrafo não quer dizer nada. Prevalece a Lei da Mordaça.