Posse de Trump. Um chapéu, um
nariz e uma boca. Primeira-dama. Chapéu na linha de corte dos olhos. Um
tapa-olhos. Um olhar sem horizonte, para baixo, mirando os pés. Um nariz para
cheirar, metálico-plastificado; filtrando, aquecendo e umidificando o ar nosso
de cada dia; sem meleca. Uma boca, em português, Mela, melada, lambuzada. Nia
cuida desta besta-fera.
Rio do Peixe. Silencioso. Um
supersônico corta o ar deixando um rastro de fumaça. Uma linha aérea São Paulo /
Fortaleza / Estados Unidos. Na modernidade, uma prova de alta tecnologia.
Rio do Peixe. Na caatinga. Um
caçador, uma espingarda e um cachorro. Na Era da Modernidade. Caçando camaleão
para comer. Pós-chuva. O camaleão sai para esquentar o Sol. Um caçador. Dono do
mato, dos bichos e da vida. Cautelosamente e discretamente, para não perder a
viagem. O cachorro avança. Abocanha minha ovelha. Uma bocada que esfrangalhou e
escangalhou minha ovelha. Tá certo isso?
Ipirá. Na era da caça. Um
sujeito chamado Sabiá adentrava na cidade, caminhando e se achando o bom da
boca; cachorro ao lado, uma espingarda e o cinturão lotado de caça. Em volta da
cintura, parecia uma saia bordada de perdiz e codorna. Cerca de quase quatrocentas
caças. O sujeito não errava um tiro. Ele e outros mais. Fizeram uma limpa. No
município de Ipirá raramente encontra-se uma perdiz e uma codorna. Só no susto.
Ipirá da modernidade. Volto a
clamar: SENHOR CAÇADOR! Deixe a caatinga do Rio do Peixe na sua calmaria e
venha catar camaleão na Praça da Bandeira, que tem um rebanho de camaleão dando
sopa. Venha que o prefeito Thiago Oliveira não se incomoda, não! Aqui, na Praça
da Bandeira, os filhotes de camaleão, descem das árvores e os gatos imóveis,
olhares fixos e determinados estão na espreita. É natureza contra natureza.
Senhor caçador! O senhor é
esperto, não deixa rastro como o supersônico. Pense bem, seu caçador! Do jeito que
o senhor é bom caçador, o senhor não vai deixar um camaleão, teiú, tatu no nosso
município; aí faço-lhe uma consideração e uma pergunta: o senhor exterminando
todas as caças, o senhor vai comer o quê?
O caçador não produz
alimento, simplesmente é um coletor. Quando ele exterminar o que ele retira da
natureza, ele vai se alimentar de quê? A natureza não repõe com brevidade. Aí o
caçador do Rio do Peixe vai regredir e ter um atraso na vida. Sem camaleão vai
ter que comer ensopado de calango, moqueca de calango e calango assado, até
virar uma besta-fera.
Chovendo no molhado. Terra encharcada.
Uma máquina da prefeitura de nosso município atolada. Outra vai socorrê-la.
Duas máquinas atoladas. Uma terceira máquina para retirar as duas. Três máquinas
atoladas. Com o atoleiro, um eleitor-macaco diz que as crateras do calçamento
da rua onde mora o ex-prefeito Marcelo Brandão só serão consertadas no próximo
ano. Uma simples opinião de um macaco.
O secretário da Infra
(Darlan) já agendou e a prefeitura já tapou os buracos da rua que não é do ex-prefeito
MB, simplesmente, um ilustre morador. A macacada já tapou os buracos de rua e
os buracos das contas do ex-prefeito MB. Tem nada mais meloso e prestativo que
macaco? Enquanto isso, o macaco-besta fica preocupado em perseguir o
ex-prefeito MB. Na chuva, a água molha as duas mãos.
Meu caro, leitor! Observe bem
o meu comentário. Eu venho comentando sobre um tripé que atrasa e atrofia o
setor produtivo rural no município de Ipirá: cachorro, ladrão e cachorro.
Ipirá. Um município pequeno
(grande territorialmente) de quase 60 mil habitantes, basicamente se sustenta
com os recursos de transferência constitucionais e voluntárias: o Fundo de
Participação dos Municípios FPM e as cotas do ICMS e a maioria de sua população
sobrevive de aposentadorias e repasses das políticas públicas no Brasil, como o
Bolsa-Família. Como progredir um município nessas condições?
Garantindo o desenvolvimento
do setor produtivo rural, que está esquecido e negligenciado pelo poder público
municipal, que não consegue implantar, programar e consolidar um setor de venda
de animais em Ipirá, de maneira que progrida e deslanche, para ser a base de
sustentação do comércio urbano que se estabelece de forma bem-vista e crescente
em Ipirá.
Não
podemos viver da caça e com a imensa população de cachorro-vampiro que assola
nossa região. Algo tem que ser feito pela prefeitura, pela justiça. Ipirá tem
que produzir para se autossustentar e garantir a existência e a sobrevivência
de seu comércio urbano. A produção de um município é a base que sustenta o
comércio e da prestação de serviços desse município. O chapéu que ‘tapa-olhos’
não permite ver o horizonte.
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