No primeiro turno das Eleições Gerais no município de Ipirá
compareceram para enfiar o dedão na urna 36.890 eleitores.
Tomaram um chá de sumiço 9.721 (20,86%) eleitores, que não
foram assinar o ponto e não disseram a motivação.
O voto que o eleitorado deu com mais certeza e errou menos
foi o de presidente. Foram 1.888 nulos (5,12%) e apenas 447 (1,21%) apertaram a
tecla branco.
Aí não deu outra, Lula baixou o sarrafo com 26.950 votos(78%)
contra 5.830 (17%)de Bolsonaro (frente 21.120 votos). Ciro 844; Tebet 602;
Soraya 257; totalizando 1703 votos. O candidato do Novo teve 36 votos e o padre
candidato laranja 20 votos. PCB/UP/PSTU faturaram onze votos.
O voto que teve mais erro foi o nulo de senador 5.585
(15,14%), deve ter sido fruto do voto casado. Os brancos ficaram em 5,05%
(1.862 votos).
Teve mais voto nulo para governador 2.749 (7,45%) do que para
deputado federal 2.256 (6,12%) e nulo para estadual 2.078 (5,63%)
O voto em branco (o eleitor tem que apertar a tecla branco)
deputado federal 1.905 (5,16%), deputado estadual 1757 (4,77%) e para
governador 829 (2,25%).
Deixando essa parte mais estatística de lado, vamos para a
boataria dos números. Você sabe quantos
deputados federais foram votados em Ipirá? Simplesmente 337 candidatos. Na
faixa de 1 a 100 votos 197 candidatos foram votados.
172 candidatos a deputado estadual foram votados em Ipirá. Na
faixa de 1 a 100 votos 142 candidatos arrancaram votos.
Até pouco tempo isso era impossível. O sistema jacu e macaco
formava uma carapaça impermeável e blindada que não permitia a entrada de muitos
deputados de fora. Já houve eleição (no papel) que jacu e macaco faziam um
acordo e dividiam entre eles até os votos brancos e nulos, chegando a fazer
dois deputados estaduais daqui e os federais saíam daqui com uma carreta de
votos.
Já foi o tempo em que o sistema jacu e macaco era
impenetrável, hoje com a mobilidade de parte do eleitorado para estudar e trabalhar
fora, com a ação das redes sociais, com a independência e conscientização do
eleitorado é impossível fechar a cancela e impor ‘goela abaixo’ a vontade do
chefe político.
A indicação do chefe vai ficando frágil. Os vereadores estão tomando
noção da sua força e sabem que podem conseguir Emendas Parlamentares com seus
deputados sem a interferência do chefe, então estão procurando contato direto e
trazendo deputados sem ouvir o chefe.
Observe a situação da jacuzada; o líder Luiz Carlos Martins
fraquejou na condução do processo, quando não conseguiu a unidade do grupo: ele
disse que Jota Oliveira não era candidato a federal do grupo jacu e Jota
conseguiu 1.963 votos, enquanto ele obteve 1.433 para seu federal, que era
Marcelo Guimarães, considerando-se que não tinha apoio dos vereadores, que são
os verdadeiros possuidores dos votos, mas Jota, também, não tinha esse apoio.
Isso é fruto da insubordinação das pessoas, que questionam a indicação ‘goela
abaixo’ do chefe.
Para estadual, a grande maioria dos vereadores do grupo
apoiava a candidatura de Luciano Simões e a fatura foi de 2.664 votos, muito
pouco quando comparado com a votação da macacada. Resta para a liderança
abraçar uma posição política de extrema-direita ou de grande ingenuidade que emerge do seio da jacuzada,
com 1.841 votos para Roma, 1877 para a deputada federal e 5.830 para Bolsonaro,
quando a liderança do grupo jacu não teve força para abortar. É assim que se
perde mais uma vez o trem da história, depois de ter apeado do vagão principal
nos idos da ditadura militar, como se grande ato fosse. Quem se habilitará a
conduzir o cabedal bolsonarista nesta terra?
Tem que ficar claro que nadará à braçadas contra a correnteza
em um município que é lulista em sua maioria esmagadora. A melhor votação da
jacuzada foi o estadual Luciano Simões 2.664. O eleitorado do município de
Ipirá deu a resposta devida: Lula 26.958 votos; Jerônimo 20.411 contra 10.947
votos de Neto (frente 9.464 votos), deputado estadual da macacada (Adolfo
6.687) + (M. Oliveira 5.870) somando 12.557, a votação dos estaduais do PT (3.940).
Além dessa situação, o grupo vem de uma lavagem na última eleição municipal com
6.094 votos de frente.
Os federais da macacada arrancaram 8.185 com Oto Filho; o PT
alcançou 4.397 votos, enquanto a jacuzada não mostrou votação, nem na
dobradinha com Jurandy Oliveira no apoio a Cajado (3.127), com o líder Luiz Carlos fora desse jogo. Mais do que nunca o grupo depende da vitória de ACM
Neto para governador, uma candidatura que tinha 72% contra 6% de Jerônimo e
escapou de perder por meio ponto. Será que essa lição não explica nada de nada.
A vitória do candidato estadual do prefeito Dudy contra a
candidatura do deputado Jurandy Oliveira pode ser considerada uma ‘vitória de Pirro’, obtida
a um preço elevado e potencialmente provocará prejuízos irreparáveis, como a
divisão da macacada, a debandada da vice-prefeita e o gosto azedo de uma
resposta que está entalada na garganta. O prefeito pouco se importa com isso e
está deixando a frigideira desandar e caminha na pegada do “eles vão ter que
engolir”. A vice ficou sem lenço e sem documento.
O deputado Jurandy Oliveira pendurou a chuteira definitivamente. Não haverá candidatura de deputado estadual, com chances de eleição, tão cedo em Ipirá, por isso os vereadores estão de prontidão e os chefes das oligarquias que torçam os narizes.
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