O voto da urna é uma imagem em HD, com foto em alta
definição, sendo que, a pesquisa pode ser uma foto borrada. Resultado mesmo, do
Brasil e da Bahia, só no dia 30 de outubro, no segundo turno.
A última pesquisa colocou 50 para Lula, dentro da margem de
erro de 2 pontos para cima ou para baixo, deu 48. Para o capitão, a pesquisa
colocou 36, com a margem de erro 38, pulou para 43, não percebeu o crescimento.
Na Bahia, foi que a foto borrou de vez. A pesquisa colocou Neto
na frente, com 51 a 38. No frigir dos votos na urna, Jerônimo, O Herói do Sertão,
não levou por 0,5 ponto, indicando que a pesquisa deixou de apontar e levar em
consideração a subida continuada do petista e a queda vertiginosa do carlista.
Tem comentário que aponta o desvio da rota na abstenção de
20% nas eleições. Com qual garantia? O mais provável é que seguissem a tendência
do voto que saiu da urna. É impossível colocar voto na urna de quem não
compareceu, da mesma forma que é impossível acertar na loteria sem ter feito o
jogo. É puro abstracionismo.
Na verdade, procurei saber o resultado das urnas de uma forma
diferente, passando por algumas ruas preferenciais. Na rua onde mora o deputado
Jurandy Oliveira observei que havia um silêncio sepulcral e as luzes estavam
apagadas em sua residência.
Deu para sacar o tamanho do estrago: imaginei o fechamento da
cortina e o encerramento da carreira gloriosa de um deputado de dez mandatos,
que não conseguiu vencer a corrida com obstáculos para transferir votos para o
filho, que era candidato.
Isso significa um grande tranco para a vice-prefeita Nina, que
politicamente perdeu um deputado, dois vereadores, espaço no governo municipal
e, naturalmente, força no xadrez político. Se o deputado e a vice não avaliarem
o que e como aconteceu não sairão do miolo do redemoinho em que se meteram e
ficarão trancafiados na ilusão dos tempos gloriosos, sem perceber que a força
política de ambos declina dentro do grupo que militam até suas vozes ficarem
roucas.
Ouvi os estampidos na direção da residência do prefeito Dudy.
Pensei: “nem vou passar por lá!” Fiquei imaginando a casa cheia, com sorrisos,
abraços e muitos mimos; afinal, o prefeito deu uma surra no deputado e por
tabela na sua vice-prefeita, sem procurar aplainar as arestas, nem nivelar as
saliências do grupo. No tabuleiro de xadrez, um chega prá lá comparado a um
xeque-mate na base do ‘tome sua porradinha de leve e fique caladinha’.
Chega de confusão, eu vou é para a rua de Delorme, lá tem
duas residências, que dá para eu compreender o que está acontecendo. Na
residência do líder Luiz Carlos Martins, verifiquei que a luz era de penumbra,
com meia-luz, naturalmente, com o líder coçando a cabeça para descobrir o que
foi que aconteceu. Como é que seu grupo tomou um chá de sumiço e não compareceu
às ruas ou às urnas? Ora, ora nem debaixo do pé de pau tinha um jacu para
fustigar os macacos, que fizeram um meio-círculo de cadeiras e estavam tomando
cerveja.
Na outra residência, a do grande chefe ex-prefeito Dió que,
sem dúvida, estava descansando na cadeira de balanço, com um foco de luz direcionado
para sua cabeça, um sorriso entrecortado entre os lábios e um cochilo não
continuado, que mostrava a força política pensante dentro de um grupo que
parece um bando de loucos, que graças ao seu critério arrancou 12.200 votos
para o seu deputado estadual.
O que teria feito o ex-prefeito Dió? Não sei! Se conselho é
coisa boa e se tem sentido depois do pleito, eu teria dito ao ex-prefeito Dió,
para colocar o santinho de Menezes em um bolso e de Oliveira no outro e saísse
distribuindo à torto e à direita, se isso não desse mais de doze mil votos, eu
diria que essa macacada está fraca de dá dó.
Como ninguém está comendo esse H que coloco na tela, eu vou
para casa olhar os resultados das eleições e fazer a minha avaliação mostrando
quem tem farinha no gibão e dessa vez, com a certeza e a convicção dos votos
que saíram das urnas e não com as previsões e incertezas de uma pesquisa que
apenas procura ser uma alma penada que morre de inveja da verdadeira fala dos
números. Aguardem e leiam a minha conversa com os números; não guardarei
segredo.
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