Somos
náufragos, velejamos incertezas. O corredor é longo e comprimido, contorna a
morte.
O
que está acontecendo com a saúde no município de Ipirá? A UPA está fechada para
reforma e seu atendimento está funcionando no Hospital Municipal. Uma reforma
predial pode ser considerada normal, desde quando, célere, absolutamente
adequada, eficiente e eficaz. Nada mais do que isso.
O
que absolutamente causa espanto nesse acontecimento é justamente quando um
vereador levanta a hipótese do não funcionamento da UPA, naquele local
reformado e pleiteia a sua continuidade no hospital. Para aí! Tem algo errado
nessa parada.
Observe
que o município de Ipirá recebeu esta Unidade de Pronto Atendimento – UPA faz
uma década. Uma obra federal, com recursos federais, que se estabeleceu em
nosso município, dentro de um arcabouço planejado a contemplar uma assistência
de urgência à comunidade. Uma construção pensada e elaborada para essa
finalidade. A chegada de um equipamento de saúde com estas características foi
saudada com entusiasmo pela população ipiraense.
O
que a população espera? Que seja oferecido um serviço humanizado, decente e de
qualidade. Nada mais do que isso.
O
que a população espera do poder municipal? Que mantenha um olhar atento,
permanente, apropriado e acomodado sobre esse equipamento e seu funcionamento,
de maneira que, haja uma exata correspondência ou conformidade com a sua
funcionalidade para o atendimento desejado. É essa representação que a
população deseja.
Suprimir
a UPA, fisicamente ou na sua funcionalidade, do seu devido local é um ato
imprudente. Aliás, essa maneira simplória da gestão Dudy encarar os atos de
responsabilidades municipais municiados com esse desprezo e demérito, amparados
por essa forma desinteressada e irresponsável, sem compromisso popular fechado
e envolvente para solucionar os problemas dentro de um rigor necessário, faz
com que, apareça um estado de coisas deprimente, duvidoso e de descaso com a
coisa pública. O fechamento de uma UPA no seu local original é um sacrilégio
administrativo.
Entra
em cena um mamógrafo encaixotado. Serve para quê? Jaz num caixote de madeira; imóvel,
improdutivo e inútil. Que luxo extravagante! Um mamógrafo sem uso. Usurpado de
outras localidades, nas quais teria uma utilidade exponencial. Quantas mulheres
ipiraenses sem um exame básico? Indiferença de uma administração municipal
mambembe.
Quanto
custa para botar esse mamógrafo para funcionar? 60 mil dólares. Para que você
entenda melhor: um contrato de duas horas com um cantor de qualidade duvidosa,
que se mantém nas paradas, por ser viúvo de uma cantora famosa, que fazia
sucesso pela mídia nacional. Um mamógrafo beneficiaria quantas mulheres?
Duas
ambulâncias do SAMU, enferrujando e pagando aluguel em um pátio qualquer da
cidade. São vintes anos sem uso. Uma inauguração estonteante. Sirenes em alto
volume, pessoas em filas querendo servir de cobaias para o teste inaugural.
Adeus, cocó! Quem te viu e quem te vê! É uma festa quando Ipirá recebe ou
compra uma ambulância simplificada. A administração Dudy encontrou o problema e
vai repassá-lo para que adiante vá.
Rápido
como um redemoinho em dia ensolarado, a gestão Dudy privatizou a saúde local
por mais de quatorze milhões de reais/ano. Falou em privatização, o governo
municipal vira uma vaca leiteira para amamentar o empresariado amigo. Se essa
cooperativa não colocar na saúde local o pessoal contratado (doze médicos,
quinze dentistas, setenta enfermeiros, etc) significa que esse angu-de-caroço tem
mais caroço do que angu.
No
início da gestão Dudy, o nome indicado para assumir a Secretaria de Saúde desistiu
antes da posse. Quem assumiu não aceitou trocar três por seis e deixou o cargo.
Nada se sabe daquilo que deveríamos saber. E vamos nós.
Dentro
dessa saúde meia-boca aparece de forma inusitada, o médico Antônio Colonnezi e
pede desculpas à população de Ipirá pela saúde que nos é oferecida. Esse é o
retrato fiel do balanço de uma saúde que não agüenta o repuxo, mas a
administração do prefeito Dudy faz questão de cozinhá-la em banho-maria.
Somos
náufragos, velejamos incertezas. O corredor é longo e comprimido, contorna a
morte. Sintetizando, andamos a passos curtos pelo corredor da morte.
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