O
rio corre para o mar. No período junino, o mar da capital avança para os rios
do interior. Na quinta-feira 22, pela manhã, a viagem de Salvador à Feira durou
sete horas; pela tarde, dez horas. Um engarrafamento cavalar, com dosagem para
seduzir a impaciência, arrependimento e arrastão.
A
rodoviária de Salvador estava apinhada de gente. Prestei bem atenção, não teve
um viajante que dissesse que seu destino era Ipirá. Aliás, a televisão
globalizada da capital não tocou no nosso nome. Agradecemos! Pois o festejo em
Ipirá estava abarrotado de gente, não cabia nem mais um chapéu de palha.
A
nossa praça festiva tem meia-dúzia de entrada. Mesmo assim, virou uma lata de
sardinha com meia-dúzia de saída. Acalmados pela paz, saltamos mais uma
fogueira, sem maiores danos. Nas adjacências, rios de mijo, com uma fedentina
miserável, que ficou impregnada nas calçadas das lojas, com uma inhaca
intragável.
Não
se exaspere! Esse azedume tem o frescor de uma festa; passará. A lição que fica
tem letreiro garrafal. Uma festa desse tamanho e nessas proporções não cabe
numa caixa de fósforo. O pensamento voa em direção ao estádio de futebol ou
parque de exposição.
E
o pensamento que voa precisa do amparo de uma estratégia, de um planejamento e
de uma organização, caso contrário, Ipirá ficará enchendo e apertando o velho
recipiente para ver no que vai dar. Como uma bexiga quando recebe ar em
demasia; não suportará e explodirá.
A
compreensão deixada pela lição é muito simples: uma prefeitura que gasta mais
de cinco milhões de reais para realizar uma festa deste porte, grandiosa, monumental e
organizada; pode muito bem gastar menos de um milhão de reais para fazer uma ponte de
cimento decente para atender as necessidades humanas de sua comunidade.
A
administração pública que atende de bom grado aos anseios festivos do povo,
deveria de bom grado atender as necessidades básicas da comunidade. O que falta
ao poder público municipal? Falta sensibilidade, vontade política e bom-senso
para atender as causas populares essenciais, em todas as suas necessidades, de
forma equânime e completa. Fazer as pontes e realizar as festas.
O
que realmente preocupa é que Ipirá está falada lá fora. Na reunião da CPI MISTA
do dia 8 de Janeiro, precisamente no dia 20 de junho, Ipirá foi citada naquela
egrégia comissão parlamentar. Em dado momento, o senador Espiridião Amin fez
uma alusão de um projeto político ao senador Otto Alencar e ao passar a palavra
ao senador baiano, o presidente da CPI MISTA, o deputado Arthur Maia fez o
seguinte comentário:
“...
quem sabe se o senador Otto não fala daquele projeto político para a nossa
Ipirá na Bahia!...”
O
senador Otto Alencar não tocou no assunto. Ficou no ar esse projeto político
para Ipirá. Que projeto político é esse? Consta para nós uma análise
superficial para o fato.
Aqui
em Ipirá, a pessoa ligada ao senador é o prefeito Dudy. Naturalmente, sendo um
projeto político deve ter um trato especial com a permanência do prefeito no
poder municipal; dele e do seu agrupamento neste poder.
Analisando
o grupo da macacada. O ex-deputado Jurandy Oliveira está ligado ao
vice-governador Geraldinho, naturalmente no plano político, ficará sendo figura
secundária. O líder Antônio Colonnezi não tem ligação direta, forte e concisa
com as forças políticas que comandam o Estado da Bahia, nesse caso, se tornará
uma laranja que brotou num pé de jaca. O ex-prefeito Diomário navega de acordo
com o rumo das coisas.
Não
há precisão matemática do que ocorrerá politicamente com o grupo da macacada
para as próximas eleições municipais. Quando o freio de arrumação é para
ajustar quem vai liderar o grupo, a coisa vira briga de cachorro grande. A
consolidação da liderança do prefeito Dudy dentro do grupo da macacada
significará um canto de carroceria na liderança de Antônio Colonnezi, que
ficará sendo uma figura do andar de baixo no grupo da macacada. Tudo pode
acontecer.
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