Este artigo foi escrito por Jackson Alves - Advogado Criminalista
Leia na íntegra.
O SOCIALISMO É A MAIOR DECLARAÇÃO DE AMOR A HUMANIDADE
No início da raça humana as mortes entre nós eram um
acontecimento vulgar, morríamos aos montes como bichos de luz quando das
lamparinas apagadas ao amanhecer.
Com tecnologias como as descobertas do fogo e da roda – com
evidências de controle do fogo pelos humanos há cerca de 1,5 milhão de anos
(Homo erectus). Mais adiante, a descoberta da roda – que surgiu bem mais tarde,
por volta de 3.500 A.C., marcando uma diferença de milhões de anos no
desenvolvimento tecnológico humano – tivemos significativos avanços no nosso
desenvolvimento enquanto animais pensantes.
Porém – ao longo da evolução humana – o que mais nos
transformou foi o momento em que aprendemos a andar em bandos ou grupos com um
cuidando do outro de maneira organizada. Assim a humanidade conseguiu – desde
os primórdios – se proteger das ameaças dos animais ferozes e das intempéries,
ou seja, começamos a viver mais e melhor quando descobrimos o socialismo que
não tinha essa nomenclatura naquela época tão longínqua de nossa formação
enquanto bicho que pensa, mas já era socialismo!
O Socialismo sempre esteve onde duas ou mais pessoas
estiveram juntas, o socialismo é a própria comunhão. O Socialismo é humano,
coisa do homem que pretende viver mais e melhor. Por ser excepcionalmente
humano, busca a realidade humana por detrás do conceito.
Sem se observar a realidade humana, qualquer conceito
filosófico, religioso, artístico ou político não passa de enquadramento da
realidade humana a vontades alheias na busca de satisfazer interesses escusos e
personalistas.
As religiões distorceram o socialismo, subtraindo suas ideias
e personificando o pensamento coletivo em indivíduos. Templos foram erguidos,
com líderes, mas o socialismo não pode ser visto através ou de um líder ou um
indivíduo, seja ele qual for. O Socialismo não existe a partir de um indivíduo
e, sim a partir de todos, é uma construção coletiva!
O socialismo é uma condição humana coletiva e de autoproteção
da própria raça a qual nos qualificamos a pertencer. Ante o socialismo humanista éramos bichos de luz que
morriam aos montes ao amanhecer com o apagar das lamparinas.
Aprender a andar em bandos ou grupos nos tornou seres de
consciência, resistência e necessidades de consumos coletivas. Criamos Nações
juntos com línguas e costumes que nos une.
Muita coisa aconteceu ao longo dos tempos e as grandes
mudanças sempre vieram através das revoluções, à maioria delas foram meios de
reconciliação, recondução ao caminhar em grupo organizado e com pensamentos de
coletividade. A cultura do socialismo humanista, nos mostra o que nos faz
fortes é dividir ao invés de concentrar e subtrair.
Erick Fromm em um dos seus pensamentos aduz que: “O humanismo
surgiu sempre como reação contra uma ameaça à humanidade: na Renascença, contra
a ameaça do fanatismo religioso; no Iluminismo, contra o nacionalismo extremo e
contra a escravização do homem pela máquina e pelos interesses econômicos. O
despertar do humanismo constitui, hoje, uma nova reação contra esta última
ameaça numa forma mais intensa – o temor de que o homem venha a tornar-se
escravo das coisas e prisioneiro das circunstancias que ele próprio criou – e
contra a ameaça inteiramente nova à existência física da humanidade por meio
das armas nucleares.”
A distorção da sociedade se dá na personificação,
centralização das fontes de riqueza e de poder que a tudo corrompe.
Muitos dos homens da política demonizam o socialismo assim
como demonizam tudo que é bom para o povo, querem o povo dependente de favores
e não um povo livre e com direitos e deveres.
O homem político é do tamanho de sua generosidade, do tamanho
da sua entrega. Os grandes homens que mudaram a história dos povos – para
melhor – não foram aqueles que subtraíram e, sim os que mais se doaram a
coletividade,
Já dizia o grande poeta modernista Oswald de Andrade: “a
política é a arte de distribuir”. Quem concentra – poder – não está fazendo
política!
O Socialismo – de hoje – está aí tão claro e tão acessível
quanto a luz do sol.
No Brasil com a reorganização da sociedade civil em torno de
um texto legal baseado nos princípios humanistas socialistas, ratificado na
Carta de Amor ao Povo de 1988, em torno de um ordenamento jurídico inclusivo
com criação de leis e mecanismos socializantes, começou-se verdadeiramente a se
perceber que a inclusão do indivíduo através da ampla distribuição da saúde,
educação, segurança, moradias dignas, acesso a Justiça, é o caminho adequado
para a construção de uma sociedade mais inclusiva e justa, na promoção das garantias
individuais e coletivas em alinhamento com pensamentos iluministas na busca da
dignidade da pessoa humana. O Estado é o equalizador da sociedade!
Políticas de reparação social como cotas raciais e de gênero
são determinantes na reconstrução do nosso projeto de Nação, isso é Humanismo
Socialista. As políticas de reparação social previstas na Constituição de 1988
têm com objetivo trazer os indivíduos historicamente desfavorecidos,
marginalizados para a Democracia de maneira inclusiva, promovendo uma distribuição
de renda mais equitativa e acesso amplo e irrestrito aos bens sociais.
Logo, o socialismo é: UPA, SAMU, Minha Casa Minha Vida,
Prouni, Fies, Bolsa Família, Pé de Meia, Creches, Segurança Pública, Política
de Cotas Raciais e de Gênero, Sistema Único de Saúde (SUS), Previdência Social,
Assistência Social, Emprego com Valorização do Salário, Saneamento Básico...
PARA TODOS!
O combate à fome e a miséria é humanismo socialista. A fome
não é a falta de comida, a fome é a falta de fraternidade. O sociólogo e
ativista dos direitos humanos, Herbert José de Sousa, conhecido como Betinho,
sustentava que: “A democracia é incompatível com a miséria”.
Socialismo é entender que todos têm o direito de viver com
dignidade e que a vida é uma luta constante que não se vence sozinho!
Jackson Alves – Advogado Criminalista
@dr.jacksonalves





