Os garotos
do pós-Camisão (conhecida por Ipirá) não eram trombadinhas, mas ficavam, aos
montes, amotinados na Praça da Bandeira, numa fuzarca sem comparativo no tempo
e no espaço.
Um garoto mais sabido fazia dois traços no chão e dizia: “a mãe de um e
a mãe do outro!” Pronto; aquilo tinha um significado além da vã psicologia.
O garoto mais arredio passava o pé numa linha e dizia impropérios ao
menino que estava e continuava sentado, sem predisposição para um conflito. Não
queria briga.
Uma sugestão era o suficiente para agitar o ambiente: “ô Nofe! Tu fica
calado, porque se Paulo Belo for em casa bebê um copo d’água, tu vai vê o teu!”
Era o suficiente para Paulo Belo levantar e falar: “Espere aí, não corra não,
que eu vou em casa bebê um copo d’água.”
Quando Paulo Belo retornava, o tempo fechava. Era tapa, murro, pontapé,
pernada, dentada, à torto e a direito. No dia seguinte, estava tudo apaziguado
no grupo da praça.
Os machucados no corpo não impediam que os dois brigadores entrassem em
acordos diplomáticos: “seu moço! Quer jogar no meu time?” perguntava Nofe.
Estava estabelecida a coexistência pacífica.
O que você quer: uma guerra biológica, uma guerra química ou uma guerra
nuclear? Uma linha vermelha era riscada no mapa-múndi e Putin falava: “a Otan
não pode passar dessa linha”. Zelensky retrucava: “a Otan vai passar dessa
linha!”
A Otan, um entulho da Guerra Fria, avança para a Europa Oriental, não
tem linha que a detenha. O presidente Biden vocifera; “se cair um traque num
país filiado à Otan, pode ficar sabendo, vai levar bombão por cima do focinho!”
A ONU fica submissa à política hegemônica da grande potência americana. Paz que
é bom, nada!
Zelensky diz que: “os russos estão sofrendo baixas em seu exército como
nunca sofreram antes e vão ser derrotados. Os ucranianos têm mais é que
enfrentar os tanques na frente das batalhas.” Será que é isso mesmo? Será que
tem que ser assim mesmo?
Zelensky reclama apoio dos exércitos dos países da Otan o tempo todo,
pouco importando se o mundo vai entrar na Terceira Guerra Mundial. O apoio de
exércitos para lutar não chega à Ucrânia e Zelinsky coloca seu povo na linha de
frente.
A Ucrânia só recebe das grandes potências armas de guerra, que custam
bilhões de dólares. Não existe almoço sem custo. A Ucrânia vai ter que pagar
essa conta. As potências da Otan negociarão gás natural, trigo, fertilizante e
petróleo como moeda de troca.
Putin continua na sua investida sanguinária, colocando um país do porte
da Ucrânia na berlinda, transformando-o num monte de escombro. Mais de um
milhão de crianças ucranianas estão aterrorizadas e jogadas num mundo-cão.
É uma guerra imperialista. A grande potência EUA quer manter sua
hegemonia no mundo a qualquer custo. Os governantes dos países capitalistas defendem
os interesses de suas empresas multinacionais de armamento bélico, petrolíferas
e gás natural que disputam o mercado para obterem lucros.
Os dois lados estão contratando mercenários, os carniceiros da guerra,
que são manipulados para realizarem todo tipo de trabalho sujo e imundo da
guerra.
Existem empresas que contratam pessoas para fazer o jogo sujo na linha
de frente das batalhas. São bandidos, delinqüentes e criminosos que estão
presos, além de marginalizados da sociedade capitalista, que aceitam dinheiro
para fazer a matança da guerra. Essas empresas ganham fortunas. No pós-guerra
essa gente torna-se um grande problema. Só sabem matar.
A linha de defesa do PSG entregou o ouro. O goleiro pegou a bola com os
pés, perdeu para o atacante do outro time, que deu ao companheiro para fazer o
gol. A linha de frente do PT da Bahia, também, quer entregar o ouro.
O senador Jaques Wagner lançou a própria candidatura à sucessão do governo
do estado. Tudo bem! O homem tem cacife. De uma hora para outra, deixou de ser.
O homem perdeu a coragem. Ninguém sabe se foi a pesquisa; a vontade de Lula;
acordo com o adversário ou outra assombração medonha, que lhe meteu medo.
O governador Rui Costa tentou arrumar a defesa: Leão ficaria plantado no
governo; Otto assumiria a cabeça de chapa e Rui iria para o Senado. O treinador
Wagner desclassificou a arrumação e jogou farofa no ventilador. Colocou em
campo um jogador da base do PT, o Jerônimo.
A macacada de Ipirá ficou ouriçada: “como ficar colado em árvore que
não dá sombra?” O que vai acontecer em Ipirá? O que vão fazer as lideranças
macacas? Eu antecipo. Anote aí e vamos acompanhar os acontecimentos:
Diomário Sá, o chefão do grupo, vai dizer que o PT deu mole, que parece
um time amador. O ex-prefeito Dió não entra em bola dividida, se não tiver
mingau no prato ele não mete a colher. Na campanha, apresentará uma desculpa
memorável: a idade precisando de descanso e mais de 300 doenças do dedão do pé
ao ultimo fio de cabelo.
O deputado Jurandy Oliveira é homem de partido, segue o Leão. Se o Leão
não for ele vai. Grande vencedor não fica em barco furado. Pular de galho é a esperteza
maior do deputado ensaboado, que joga a eleição da sua vida, lançando o filho.
Não vai nadar contra a maré para agradar a uma falsificada paixão de dezesseis
anos. Aquele abraço governador!
Antônio Colonnezi, uma liderança hesitante que nunca foi PT e aproveitará
o momento para se livrar de um fardo na sua vida. Foi um pesadelo que lhe tirou
o sono. O que ganhou com o PT? Nada. Pagará com a mesma moeda na campanha.
O prefeito Dudy poderá ficar num mato sem cachorro. O fardo da campanha
ficará nas suas costas. Nesse jogo, poderá nadar, nadar e morrer na praia. No
final do ano poderá ficar sem o apoio do governador do Estado por dois anos.
Jogo duro, corpo mole na campanha. Adesão com colação no governador de plantão para
a sua gestão não ser enterrada faltando dois anos. Essa situação equivale a
rebaixamento para a série D.
Eu comecei esse artigo com os meninos da Praça da Bandeira, porque eles não perdiam a novela, naquele tempo, pelo rádio: ‘Jerônimo, o herói do sertão’ e vamos com as trombadinhas da vida.
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