terça-feira, 22 de março de 2022

PAU-DE-ESPETO OU O POPULAR PAU-DE-BOSTA

O menino Maranhão morava no Campo do Gado, denominação popular da antiga Praça Duque de Caxias. No horário da janta, o menino Maranhão encontrava-se sentado junto à mesa, tomando café, comendo pão com manteiga, batata doce e bolachão.

 

A fuzarca chegou à praça e em frente à residência do menino Maranhão parou estrategicamente, anunciando as boas-vindas aos brados: “porrada!”, “vai ter porrada!, “eu quero ver briga”. Gritos e mais gritos. Barulheira, barulho, gritaria, confusão e muita zoada.

 

A fuzarca é irresistível. A barulhada é um apelo que vai no íntimo da natureza humana atingindo em cheio a curiosidade da pessoa. O ruído é tão envolvente, que o poder de atração é amplificado, parecendo até o trio elétrico de Ivete Sangalo tocando ‘Poeira’.

 

O menino Maranhão pegava um pão numa mão e uma batata na outra, o café não ia porque ele não tinha mais uma mão, e partia apressado em direção à porta da rua.

 

Na praça, encontrava um impasse: os dois brigões em prontidão tentando resolver o problema, porque um deles carrega um pau. “Largue o pau se você é homem e venha!”- dizia o outro.

 

“O que é que você quer, seu merda! Segura esse pau aqui, que ele vai ver.” – dizia um valentão.  O menino Maranhão na sua ansiedade de ver e contribuir para a bagaceira gritava: “eu seguro!”

 

Colocava a batata junto do pão e estendia o braço para perceber que sua mão escorregava na madeira e deixava uma massa melenta grudada na palma da mão, que ele levava ao nariz e sentia o fedor insuportável.

 

A mesma velocidade utilizada na saída era a do retorno porta à dentro, com um choro miúdo no lugar da alegria contagiante de instantes atrás. “Eu não disse menino incardido pra tu tomá teu café, tu saiu prá quê? Agora tu vem com essa inhaca do capeta, tu vai tomá um banho de criolina para largá essa fedentina.” - Dizia sua mãe.

 

“De criolina, não!”- dizia o menino Maranhão. Sua mãe não deixava de graça: “vai sim! Quem mandou tu deixá o café pra se misturar com essa catrupia da fuzarca. Tu toma jeito menino levado da breca. No dia que tu se misturá com essa fuzarca, tu vai vê o que é bom pra tosse. Que essa fuzarca vá fazer suas istripulias na casa do deputado.”

 

A fuzarca desceu a rua e dobrou a esquina que dá no casarão do deputado Jurandy Oliveira, que ouviu a cantoria: “ô deputado JO, eu vim aqui só prá te vê; só prá sabê, o qui tu vai fazê?”

 

“Vamos lá deputado Jurandy, que é nosso eleitorado!” – disse a vice-prefeita Nina. O deputado Jurandy respondeu de imediato: “não vice-prefeita Nina, apague a luz e não faça barulho que essa gente é da fuzarca. O Leãozinho aprontou das suas e sou eu quem pago o pato”.

 

Vamos deixar a brincadeira de lado, porque a situação não é de festejo e o deputado Jurandy Oliveira está numa sinuca de bico e pra onde correr vai ter prejuízo.

 

O deputado Jurandy Oliveira tem como primeiro e mais importante objetivo eleger o filho MO como deputado estadual. O segundo, em importância, dos seus objetivos é contribuir para eleger o governador. O Leão jogou a água do banho fora, juntamente com o menino.

 

Duas questões são evidentes: uma candidatura de Jerônimo ao governo é inferior a uma candidatura do Wagner. A outra, a saída de Leão enfraquece o grupo do governo e fortalece a candidatura de Neto. O deputado coloca isso tudo na balança.

 

SE a candidatura de Jerônimo não deslanchar e virar um fiasco, a candidatura do filho do deputado vai ficar no gargalo e vai ter dificuldade, porque vai nadar contra a correnteza.

 

SE a candidatura de ACM Neto ganhar volume, ele poderá virar governador, assim sendo, a candidatura do filho MO poderia nadar a braçadas nos braços do futuro governador. É tudo o que o deputado JO quer.

 

Mas a dúvida é atroz. Como e quando deixar e se afastar do PT da Bahia, agora ou mais tarde?  A falta de uma certeza deixa o caminho com neblina densa.

 

A candidatura de deputado do filho é o agora. Qual o melhor caminho para elegê-lo? O depois é a questão do governo do Estado, basta aderir ao governador eleito.

 

Seu filho foi beneficiado pelo governo do PT, quando exerceu cargos importantes. Como deixar o PT agora? Se sair poderá perder os votos conquistados nesta área de atuação.

 

Que dilema vive o deputado JO! Não é fácil. Poderá arriscar e perder o olho. O apoio do líder Antonio Colonnezi é garantido, tanto faz no céu ou no inferno.

 

Como garantir o apoio do chefão ex-prefeito Dió para o seu filho se ele ficar com Neto?

 

Como garantir o apoio do prefeito Dudy para o seu filho se ele apoiar Neto? Só se o prefeito Dudy for muito inocente para não entender uma desgraceira dessa.

 

O prefeito Dudy está com o senador Otto para o que der e vier. Se o deputado JO ficar com a candidatura de Neto e, este virar governador, a gestão do prefeito Dudy sofrerá um colapso e quem será diretamente reforçado em Ipirá, não tenham dúvida, será o líder da jacuzada Luis Carlos Martins.

 

E a macacada? Vai votar num candidato a deputado estadual, que apóia ACM Neto, que vai reforçar e levantar a jacuzada, que vai botar pocando no prefeito macaco Dudy?

 

Só se o prefeito Dudy fosse muito besta para cair numa esparrela dessa. Uma coisa é certa, SE o deputado JO apoiar ACM Neto ele estará jogando contra a gestão do prefeito Dudy. Naturalmente estará com o governador eleito em janeiro 23 e em 24, provavelmente, com a jacuzada. Não tem nada claro, motivo pelo qual o deputado Jurandy Oliveira tem que dizer à população, qual é a sua, porque a fuzarca não merece nenhuma atenção.

 

A fuzarca, que não é besta nem nada, correu para a Ucrânia para ver briga, que é o que mais importa para essa turma. A devastação da Ucrânia transformou aquele país num inferno para seu povo.

 

A fuzarca encontrou os três poderosos chefões do mundo, (Putin, Biden, Zelensky) num castelo, tomando uísque e comendo caviar. Armaram a tramóia, prepararam os paus e deixaram tudo pronto, na certeza de que tudo daria certo, dali sairia uma Guerra Química ou uma Guerra Biológica ou uma Guerra Nuclear, quem sabe as três juntas, numa inocente Terceira Guerra Mundial, para a alegria e regozijo da fuzarca.

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