Não tem como não começar com esta pergunta. Tudo em
Ipirá depende desta resposta: você sabe quantos contratos milionários a
Prefeitura de Ipirá tem com empresas privadas? Tem um contrato de dez milhões
de reais/ano, só somente só, para contratar mão-de-obra. O município de Ipirá
tem necessidade urgente dessa mão-de-obra ou simplesmente é um cabide de
emprego macaco para beneficiar um empresário amigo?
O vereador Jaildo do Bonfim lançou uma proposta que
está diretamente ligada as indagações do primeiro parágrafo. Uma grande
proposta para discussão com seus pares e com o povo de Ipirá. Pelo menos o
vereador teve a ousadia de lançar uma proposta inovadora e a coragem de fazê-la
para provocar o debate, num município atrasado e atrofiado pelas mesquinharias
do sistema jacu e macaco.
A proposta do vereador: “que todo o sistema
educacional de Ipirá seja resumido a cinco (05) grandes escolas de tempo
integral, com localização previsível para quatro cantos centralizado da zona
rural e uma central, na sede. A máquina burocrática sofreria uma redução
acentuada, repercutindo sensivelmente nos custos da burocracia. O transporte
seria a principal base de apoio.” A ideia é excelente, principalmente por ser
genuína na adaptação à nossa realidade.
Quero participar desse debate, acrescentando três
ponderações; primeira: pelo que dizem, o município de Ipirá tem dificuldade
financeira para fazer uma escola com duas salas, imagine, um colégio grande?
Tenho a impressão que dez milhões de reais seriam suficientes para fazer uma
escola desse porte. Uma por ano, quatro em quatro anos. Mas, pensando bem,
estas ‘gestões jacu e macaco’ que dominam nosso município preferem fazer uma
escola grande por ano ou contratos milionários de dez milhões de reais com
empresas de amigos-empresários?
Presidente Jaildo! Hoje o nosso município tem um
ponto cego, que não favorece ao seu desenvolvimento, mas ao atrofiamento por
falta de recursos viáveis, que são desviados para o provimento de empresas
privadas, que atuam em necessidades duvidosas e questionáveis nesse momento. O
carro está na frente dos bois.
Onde estariam os recursos para esses investimentos?
Os recursos do município estão comprometidos até o pescoço nesta amarração com
transações e compromissos com contratos milionários. Esperar pelos governos
estaduais e federais e Emendas Parlamentares não é nada aconselhável na nossa
situação de município batizado nos contornos do assistencialismo social.
Uma segunda ponderação de minha parte seria sobre o
fechamento das demais escolas em diversas comunidades. Esta é uma questão
delicadíssima. Vou pegar o exemplo da escola do povoado de Umburanas. Na
administração do prefeito Marcelo Brandão a Escola Municipal Manoel Galdino dos
Santos foi fechada no povoado. Hoje, as crianças do povoado deslocam-se para o
distrito do Malhador para freqüentar uma escola.
Qual é o significado de uma escola numa comunidade? Abrir
e consolidar uma perspectiva de desenvolvimento e crescimento progressivo das
pessoas.
Manter a firmeza e a convicção de uma completitude,
de um orgulho que faz o bem e de uma auto-estima elevada: ‘onde moro tem uma
escola!’
O nobre sentimento de pertencimento: ‘a escola do
meu povoado’; ‘a minha escola’; ‘a escola da gente’; ‘o que sou agradeço àquela
escola’; ‘foi ali que aprendi as letras’. Existe uma relação entre a pessoa e a
escola. Existe um respeito ao reportar-se à escola.
Qual é o significado de uma comunidade sem escola? É
o caso de Umburanas. A criança perde a referência boa e positiva. O povoado tem
um bar; tem dois bares; tem um bocado de bar, mas não tem uma escola! Por que
não é devido ou merecido uma escola no povoado? Por que o Malhador tem escola e
Umburanas não?
O bar preenche porque existe; a escola está no
vazio, contém o nada, é inexistente. Sem escola vai dar lugar ao despovoado e
ao desabitado que virá. Está desprovido da identificação, daquele
reconhecimento da escola como própria do povoado Umburanas.
A
população do povoado Umburanas não tem um símbolo real, verdadeiro e essencial
para a humanidade, a escola. Com base num princípio de analogia, nada substitui
a escola. Na sua forma e na sua natureza a escola evoca a educação como
condição indispensável ao ser humano. O povoado não tem escola. Nesse contexto,
no povoado corre o grande risco de ser substituída por algo muito menos
importante para a comunidade.
O deslocamento de crianças do povoado sem-escola para as escolas do Malhador e Rio do Peixe podem ocasionar futuros percalços, desde quando, as crianças se jogam em busca de carona na estrada, por diversas vezes. A carona pode não ser segura. Se escola o povoado tivesse, esse percurso seria feito andando e em poucos minutos, com muito mais segurança.
Na visão das administrações jacu e macaco uma escola é uma despesa insuportável,
mas um contrato milionário com um empresário amigo é algo normal, legítimo e
ético!
Uma
terceira ponderação é só uma alusão: no nível de violência que estão acontecendo nas
escolas brasileiras, uma grande escola poderá sofrer em maior índice do que uma
pequena, embora o tamanho não seja uma determinante para que tal violência aconteça. Isso até não tem
muito sentido.
Mas o vereador Jaildo do Bonfim está de parabéns por
trazer uma proposta de alta relevância para o nosso município e isso mantém o
debate em alto nível e demonstra que o Poder Legislativo está ganhando proeminência
em nosso município, merecidamente. Está se distanciando das intrigas e
mesquinharias do jacu e macaco para contemplar grandes e relevantes temas, que
engrandecem o debate e elevam o município.
Agora, vem um contrato de dezenove milhões de
reais/ano para uma empresa tomar conta do hospital de Ipirá. É a tal
privatização dos serviços públicos. Se o governo da Bahia assumir o que é
propriedade do Estado, a prefeitura de Ipirá ficará livre desse custo
operacional.
Se na atualidade a prefeitura de Ipirá gasta um
milhão e seiscentos mil reais por mês (eles dizem que a prefeitura não agüenta
essa despesa) e o atendimento da saúde de Ipirá é precário. Como, de que forma
uma empresa vai resolver o problema da saúde do nosso município recebendo a
mesma quantia de um milhão e seiscentos mil reais por mês? Então, na medida em
que se resolva, a precariedade é puramente uma questão de gerenciamento.
Não parece, porque a maior prova do fracasso da
saúde de Ipirá é a existência de duas ambulâncias do SAMU em nossa terra, do
tempo da administração do prefeito macaco Dió, completando 18 anos que chegaram
em Ipirá, para a prestação de serviços em nossa sociedade e NUNCA funcionaram.
Onde estão essas duas ambulâncias? Ainda prestam ou viraram sucatas? Que fim
tiveram?
É assim que governam jacu e macaco. As duas
ambulâncias do SAMU são as coisas do jacu e macaco que não servem para nada. Um
desperdício do dinheiro público.
Um comentário:
Sempre uma grande matéria, sempre um grande assunto. Professor Agildo Barreto nos dá uma aula de conhecimento administrativo. Enquanto isso, vamos vivendo do engodo do zoológico político.
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