Quem
disser que é culpa do prefeito Dudy, do governo estadual ou federal está
completamente enganado.
Na
realidade, o que está acontecendo?
A
notícia não é boa. A fábrica estava em situação de Recuperação Judicial, no
melhor português, estava com as pernas bambas. Nesse período, tinha uma dívida
de 500 milhões de reais, mas tinha uma receita (vendas) de 2 bilhões de reais. De
lá prá cá, com a pandemia, a coisa não melhorou, sem dúvida piorou e muito.
Fruto
de quê? De uma gestão administrativa equivocada e de desvio de capital do
empreendimento para atividades aleatórias e outras finalidades improdutivas. Se
não deu para entender, pense numa coisa simples: o sujeito é rico, mas joga
dinheiro pela janela, achando que vai ficar mais rico como corredor de carro de
corrida. Não era piloto, se lascou e lascou com quem dependia dele.
Quando
aconteceu o desvio de recursos, criou-se um problema de caixa, que redundou em
dívidas, que se tornaram impagáveis à curto prazo. Se apertar o parafuso a casa
desaba.
Quando
o jegue estanca fica a indagação: e agora, José?
O
que era uma situação de Recuperação Judicial poderá (porque ainda não é)
tornar-se uma massa falida.
Sem
capital, poderia pegar dinheiro no sistema financeiro e resolver o problema. Num
país de juros altos, se o empresário pegar dinheiro no banco ele se atola de
vez. Se pegar! Porque o banco foge de empresa pré-falimentar como o diabo foge
da cruz.
Sem
capital, com divida, sem financiador e sem investidores que queiram resolver o
problema não tem solução. A burguesia não compra abacaxi com cheiro de banana
podre.
Sem
capital, com grande dívida, sem empréstimo de bancos, sem investidor, como vai
comprar matéria-prima para a produção? Os fornecedores fecharam as portas. Qual
é o fornecedor que vai abrir as torneiras para fabricantes sem capital para
adquirir matéria-prima? Os fornecedores vão vender e entregar matéria-prima aos
concorrentes estáveis nesse momento. Aos embananados só fornecem com dinheiro à
vista e a prioridade é dos que estão numa boa.
Sem
capital, com grande dívida, sem banco, sem investidor, sem fornecedor, parou a
produção. Sem poder produzir, as grandes marcas (grandes clientes) suspendem os
pedidos e não adiantam valores financeiros antecipados pela produção. Não tem
jeito, assim vai perder os grandes clientes, ou seja, marcas de expressão. Você
acha que os grandes clientes devem ajudar uma fábrica que não tem couro, linha,
cola, etc, para produzir? Estes vão fazer seus pedidos às unidades de produção
capazes de atendê-los. Essa é a lógica capitalista.
Sem
capital, com grandes dívidas, sem bancos, sem investidores, sem fornecedores,
sem produzir e sem grandes clientes, como sair dessa enroscada? Como tem
patrimônio, vendendo metade para salvar a outra metade.
Até
agora, não apareceu comprador para essa massa quase-falida. Aí só aparece
comprador avarento, querendo comprar bolacha quebrada e enfiando a faca até o
cabo. Sem lenço e sem documentos, portanto existem poucas saídas.
Resumo
do big brother: sem capital, com grandes dívidas, sem bancos, sem investidores,
sem fornecedores, sem produzir, sem grandes clientes e sem compradores, a
gigante prostrou-se de quatro e não tem outro recurso a não ser a concordata e
a falência. O fechamento é uma questão de tempo. A fábrica já foi! Na boca do
desespero estão os trabalhadores.
Sobrou
para os trabalhadores. E agora, José?
Agora,
eu só posso relatar a ironia da história. Os operários da fábrica em Ipirá
estão na iminência de tomar um toco ou um ‘derruba’, um provável calote. Nesse
momento delicado, quem é o melhor defensor e orientador para a classe operária
de Ipirá? O seu sindicato. Quem nunca valorizou o sindicato, estava totalmente
equivocado em sua maneira de ver ‘como defender os interesses e direitos da
classe operária.’
Mas,
tem um advogado trabalhista de larga experiência nesse conflito de luta de
classe, que sempre esteve ao lado dos trabalhadores na defesa de seus
interesses e direitos, principalmente, nos momentos mais decisivos e nos
embates judiciais mais complexos e embaraçados. Trata-se de um dos maiores
advogados trabalhistas da Bahia.
O
advogado e militante político das causas e lutas dos trabalhadores é o advogado
Carlinhos Oliveira (conhecido por Carlinhos de Bartolomeu), que, também, é
ipiraense e um dos fundadores do Sindical em Ipirá.
A
história é caprichosa. Muitas vezes, o companheiro que é colocado na geladeira
no jogo político, mas quando o fogo atinge a proporção de incêndio, ele é o
mais indicado para queimar as mãos, pois é o mais qualificado e preparado,
justamente, por ter sido forjado na luta pela causa dos trabalhadores.
Ipirá
está vivenciando a sua terceira experiência (Nestlé e Parmalat) de uma grande
empresa capitalista que fecha as portas aqui em Ipirá, isso ao vivo e à cores. E
a sociedade nunca acordou e nunca parou para discutir com profundidade esse
tipo de problema. O ‘sistema de politicagem jacu e macaco’ cegou nossa
comunidade.
Nesse
quadro, o município de Ipirá fica com a corda no pescoço. A situação vexatória
em que se encontra a fábrica de calçados não é nada interessante para o nosso
município. Sua economia será atingida fortemente e a sociedade sofrerá uma
baixa irreparável, pois a classe operária estará sofrendo baixas de parcelas
significativas em seus quadros, ao perder para o desemprego. Um colapso.
No
regime capitalista liberal é assim mesmo, quem não se estabelece com
competência que se lasque. É um princípio do mundo capitalista. O governo vai
dá dinheiro público para empresário incompetente ou ladrão para sair do buraco?
Não pode e não deve.
Com
Ipirá na beira do abismo; com a classe operária ipiraense na beira do
precipício; eu coloco um título totalmente fora da ordem: já foi, prefeito
Dudy! Explico.
Se
Ipirá está com a corda no pescoço, a gestão do prefeito Dudy está com o cadarço
do sapato enrolado e apertando o próprio pescoço com esta definição:
STF
invalida leis do DF que tiravam terceirização na saúde dos limites da Lei de
Responsabilidade Fiscal
Para o
Plenário, o regime estabelecido nas normas é contrário ao da LRF
Por unanimidade de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal
(STF) declarou inconstitucionais dispositivos das leis de diretrizes
orçamentárias do Distrito Federal para os exercícios financeiros de 2017 e 2018
que excluíram dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) gastos com
contratos de terceirização na área da saúde pública. A decisão se deu na Ação
Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5598, proposta pela Procuradoria-Geral da
República (PGR), julgada na sessão virtual finalizada em 24/3.
Em voto pela procedência do
pedido, a relatora da ação, ministra Rosa Weber... Segundo a ministra, a LRF determina que
contratos de terceirização de mão-de-obra devem ser contabilizados sob a
rubrica de despesas de pessoal.
Prefeito Dudy! V. Exa. já parou para pensar em que
buraco seus amigos o colocaram?
Esse artigo será postado no dia 1º. de maio
(segunda-feira)
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