Você conhece seu Santos? Não, não,
não é torcedor do Santos F.C.! Não é nenhum SANTO da sua igreja, muito menos, o
Santos que inventou o avião, em cima do monte! Eu estou querendo ressaltar é
uma figura pacata, simples e modesta, que se chama seu Santos, também conhecida
por seu Santos, que carrega o apelido de seu Santos e que possui a alcunha de
seu Santos, mas que para todos nós, leitores desse blog, devemos considerá-lo
com o vulgo de seu Santos.
Não é que seu Santos apareceu na
televisão! Seu Santos ficou famoso de uma hora para outra. Mas muito famoso
mesmo e, justamente, pelas suas proezas. Para que você, leitor desse blog, se sintonize
na figura emblemática de seu Santos, vou procurar traçar um perfil de sua
trajetória para que você tenha a convicção de que conhece seu Santos e se
lembre que ele faz parte de sua vida cotidiana.
Seu Santos era atendente de balcão,
sendo um atencioso vendedor de terno, também conhecido por paletó, tendo um
auspicioso salário de cinco mil reais. Isso mesmo, cinco mil reais. Quantos
milhões de trabalhadores não gostariam de ter um salário desse? Seu Santos era
um atendente de balcão atencioso, prestativo e bom de conversa.
Certo dia apareceu um sujeito careca
na loja em que seu Santos vendia terno, para comprar um terno que o deixasse
mais esbelto, importante e poderoso. Seu Santos fez um excelente trabalho de
convencimento e embrulhou o careca num terno top da marca Kiton K-5, que custa
cinquenta mil dólares. A Kiton é uma empresa italiana de roupas de luxo sob
medida fundada no ano de 1956 por Ciro Paone, um comerciante de tecido e por
Antonio Carola (peguei isso na Internet).
O careca ficou entusiasmado e falou
para seu Santos: “gostei de você e vou te ajudar!” Seu Santos tomou aquele
susto e logo, logo, três meses após, com a orientação do careca, abriu uma
empresa em seu nome, depois, uma outra empresa em nome de sua esposa, logo
mais, outra em nome de seu cunhado e mais outra em nome de outro parente. Seu
Santos deu um salto de vara em seu salário, de cinco mil reais pulou para cento
e vinte mil reais.
Na televisão perguntaram a seu
Santos: “seu Santos, o senhor é mesmo o quê?” E a resposta foi categórica: “eu
sou prestador de serviço, eu sou assessor, consultor e resolvo tudo.” Seu Santos
fazia de tudo, era um ‘pau para toda obra’ e trabalhava ‘que nem um condenado’
para fazer e atender às necessidades da empresa do careca. Era tanto serviço
que ele não tinha tempo de trabalhar para outras empresas do ramo ou parecidas
ao ramo. Ele tinha um serviço exclusivo e de ligação direta à empresa do
careca.
Seu Santos ouviu alguém dizer na
televisão: “seu Santos, o senhor é tirado a ser pau para toda obra, mas é
mestre de nenhuma e, ainda digo melhor, mesmo que o senhor seja mestre de uma,
o senhor não passa de um mestre de nada. O senhor é um assessor de tudo, que
não serve nem para ser assessor de nada.”
Como é que dizem uma coisa dessa na
cara de seu Santos? Seu Santos ficou virado ‘du zidim’ e começou a estrebuchar:
“olhe bem! Eu faço eventos e realizo contrato para a firma do careca.”
Seu Santos abriu o rosário e soltou a
língua, dizendo que era um empresário que trabalhava para a empresa do careca,
principalmente na realização de eventos, com suas empresas de montagem e
desmontagem de andaimes alugando palcos, coberturas e estruturas de uso temporário,
iluminação, caixa de som; prestando serviço de organização de festas, contratando
cantores; fazendo ornamentação; colocando banheiros químicos; alugando carros e
carros-pipas; fazendo monitoramento; realizando o serviço de segurança e se
lascando num serviço que só ele fazia.
Indagado que serviço era esse? Seu
Santos foi cirúrgico e disse que: “tinha a incumbência de contratar mão-de-obra
para trabalhar na empresa do careca.” Foi indagado: “e por que a empresa do
careca não faz essas contratações?” Foi enfático na resposta: “sou eu lá que
vou saber, o que eu sei é que a empresa do careca bota trezentos milhões de
reais na conta de minha empresa, manda uma planilha e a minha empresa sai
fazendo os pagamentos.” O seu Santos é tão bestinha que passou a ter 10% de um
banco, que iria emprestar 10 bilhões de reais à ... e ele não sabia o que era
isso.
Depois
dessa, eu acho que a máscara de seu Santos caiu. Ele que vinha comendo banana
da mata da Caboronga dizendo que era bagunço de jaca para tirar todo mundo de
tempo, até mesmo você morador de Ipirá, que já estava pensando que seu Santos
era um seu conhecido e, agora, ficou bem claro que seu Santos é um prestador
de depoimentos, inclusive sendo interrogado na CPMI do INSS, por ter
contribuído para o ‘Careca do INSS’ surrupiar valores monetários na
aposentadoria dos velhinhos do INSS. Ôs coitados!

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