Nesta segunda-feira, encontrei em
minha residência quatro exemplares do jornal ‘A TARDE’, que trazia uma
entrevista, de página inteira, do deputado Jurandy Oliveira. Fiz a leitura da
página da entrevista nos quatro jornais, mesmo sabedor que era o mesmo conteúdo.
O jornalista fez a apresentação
salientando que o deputado está no seu décimo mandato seguido como deputado
estadual e que: “deve, enfim, se aposentar da vida pública”.
[Comentário do blogueiro]. Entendo
esse “enfim” como uma pausa para o descanso do guerreiro, porque se fosse “até
que enfim” seria um descanso para um eleitorado cansado de elegê-lo deputado.
O deputado comentou: “...me
surpreendi com umas obras do governo federal. Obras fictícias. Passagem de água
onde não tem chuva, não tem riacho. Aquele dinheiro era pra ser revertido em
benefício da estrada com cascalho, melhoria, mas não. Obra do governo federal
sem utilidade nenhuma. Uma vergonha. Onde passa a água não fizeram. Não há um
planejamento, a preocupação de beneficiar o povo”.
[Comentário do blogueiro] Quem
criticou foi o deputado! Geralmente, a obra federal está vinculada a Emenda
Parlamentar e à gestão municipal. Tem chicotada nesta crítica que cai bem no
lombo do prefeito Dudy.
(Pergunta do jornalista) “O senhor
consegue definir qual foi sua principal conquista em benefício dos eleitores?”
{Resposta do deputado}– “Essa
conquista a gente sente diuturnamente em contato com a população, quando alguém
lhe agradece...”
“... você se sente realizado por
ter podido contribuir. Todos sentimos felizes, aqueles que trabalham com
seriedade para melhoria do próximo, que é o objetivo da política”.
[Comentário do blogueiro] Você
gostou dessa resposta? Eu achei sem sal e sem açúcar, uma escapatória. Quando
ele consegue uma cirurgia, a pessoa fica feliz; quando ajuda a pagar a conta de
luz com vinte reais, a pessoa fica feliz. E aí? Parece que o repórter não ficou
satisfeito e reforçou a pergunta.
(Pergunta do jornalista) “Nesse
contexto de melhorar a vida da população e diminuir a desigualdade social, o
senhor luta por quais causas específicas?”
{Resposta do deputado} “A principal
bandeira é a educação...”
“É preciso educar o povo pra saber
discernir o bem do mal. Um povo educado vai saber, por exemplo, da minha
história, o que eu tinha e o que tenho, como foi feito, se fulano era pobre, se
ficou milionário, não teve empresa. O povo educado vai saber analisar isso...”
[Comentário do blogueiro] Será que
precisa ser educado para isso? A população de Ipirá faz esse comentário muito
bem.
(Pergunta do jornalista) “O senhor
é natural de Ipirá e quais são as principais demandas do município...?”
{Resposta do deputado} “...Todavia,
nós somos vizinhos a Itaberaba. Desde o tempo do governador Paulo Souto que eu
dizia: “rapaz, vamos dar mais atenção a Ipirá”. Naquela época, por questões
políticas, o governo concentrava as forças em Itaberaba. Ipirá foi preterida.
Itaberaba recebendo sempre milhões em investimentos e em Ipirá, a gente com dificuldade.”
“É muita luta pra gente conseguir
não uma igualdade, mas pelo menos uma aproximação com Itaberaba.”
[Comentário do blogueiro] Taí, o
deputado sabe e tem a coragem de dizer a situação de Ipirá, mas a luta dele é
meia-boca. Para o deputado e o governo, o espelho que Ipirá se olha não pode
aparecer a imagem de Itaberaba. A política neoliberal enquadrou Ipirá nestas
condições. Esse é o debate, bem colocado pelo deputado.
(Pergunta do jornalista) “Luta para
conseguir exatamente o quê?”
{Resposta do deputado} – “Obras
importantes de infraestrutura. Confesso que não tenho conseguido chamar atenção
das autoridades para as grandes obras que Ipirá carece.”
“...Até peço perdão ao povo de
Ipirá. Tenho lutado muito, mas a dificuldade é grande e nem sempre a gente tem
força pra ser ouvido. Recebo críticas por não ter levado grandes obras para lá.
Mas não levei porque não consegui. Nunca fui governo, sempre fui aliado. E quem
é aliado tem uma ajuda mas não é o foco. O foco é quem é governo“.
[Comentário do blogueiro] O
deputado dá a mão à palmatória; reconhece que não fez o dever de casa e pede
desculpas. Justifica que estava aliado e não no governo. O que diz o povo de
Ipirá, que não é aliado nem governo, apenas vota?
Puxando pela memória do deputado,
que colocou uma faixa: “Deputado Jurandy Oliveira conseguiu pavimentação
asfáltica para o centro de Ipirá”
Acontece que a obra que era do
Estado foi atropelada e feita pelo ex-prefeito Marcelo Brandão, obrigando o
Estado a realizar o asfaltamento em vias que não constavam no projeto.
Na prestação de contas, o Estado
pagou o asfalto que a prefeitura fez e vice-versa. Tudo irregular. Para o
deputado é melhor esquecer isso.
(Pergunta do jornalista) “Falando
em partido, deputado, o senhor hoje está no PP mas, ao longo de sua historia,
já passou por mais de dez siglas...?
{Resposta do deputado} – “Em tempo
nenhum me arrependo. Eu cheguei ao décimo mandato e nunca fui governo. Só fui
governo com João Durval, que era PFL e na época fui eleito pelo PFL. Só. De lá
pra cá eu sempre fui aliado.”
“...Seria muita burrice minha ficar
no partido que precisasse de 60 mil votos, se eu não inaugurava obra, estrada,
prédio, não tinha obra do governo...”
[Comentário do blogueiro] Existe um
equívoco na pergunta, o deputado só teve ‘um único partido’ esse tempo todo de
mandato: o Partido do Poder (PP).
No governo, ele nunca inaugurou uma
estrada e não tinha obra, mas como aliado, “o filho MO foi diretor aqui na
Assembleia Legislativa, da Cerb, do Desenbahia e hoje é presidente da Bahia
Pesca, onde faz um trabalho técnico extraordinário...”
Seria muita burrice se o deputado
se incomodasse em ser aliado.
(O jornalista escreveu) “Aliado de
sucessivos governos, ele ainda sonha com grandes obras de infraestrutura em sua
região”.
[Comentário do blogueiro] Eu fico
com receio de que cada sonho do deputado se transforme num pesadelo para o povo
de Ipirá.
(O jornalista publicou) “O deputado
disse que ACM Neto onde chega é ‘coqueluche’ e foi enfático ao dizer que grupo
forte é o que apóia Jaques Wagner”.
[Comentário do blogueiro] O deputado
pretendeu acender a mesma vela para o Diabo e para Deus, levando em conta
aquele ditado, “na dúvida, eu tomo uma meiota”.
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