“Lula no Brasil, Jerônimo na Bahia e Nina
Gomes em Ipirá. 2024 está ali na frente.” Se isso não for uma pretensão,
significa um indicativo forte, muito
embora, ocorram embaraços intricados, porque a montanha é mais alta do
que a força das pernas que pretende escalá-la.
Primeiro, a vice-prefeita Nina não
tem a força política que tinha antes, devido à perda de espaços significativos
no campo político como base de sustentação, ao perder dois mandatos de vereadores
do seu partido em Ipirá por causa de um ato falho de coordenação e à perda da
pilastra base de seu apoio político, o mandato de deputado estadual de Jurandy
Oliveira.
Mesmo assim, não é uma força
desprezível para ser desconsiderada. Está estabelecida e constituída como uma
força política testada nas urnas com uma votação de 5.870 votos, ficando atrás
da candidatura defendida pelo prefeito Dudi, por apenas 997 votos. O problema é
que a vice quer usar anzol de piaba para pescar tubarão.
Uma grande questão está colocada no
tabuleiro de acarajé: a vice tem coragem e determinação para se livrar do
esquema jacu e macaco?
Pelo lado da macacada. A candidatura
de Nina Gomes para prefeita de Ipirá tem o apoio de quem? O líder Antônio
Colonnezi apóia? O grande chefe Diomário apóia? O prefeito Dudi apóia? Pelo
prefeito, eu respondo, não apóia de jeito nenhum. Observe que a macacada vive
uma briga de foice.
Pelo lado da jacuzada. A
candidatura de Nina Gomes chegará com cacife para exigir a cabeça da pule? A
jacuzada tem preferência pela candidatura da família, com sangue nobre. A vice
pode tirar o cavalinho da chuva, essa isca a jacuzada não engole. Se a vice
esquecer o propósito “...Nina Gomes em Ipirá” e aceitar ser vice, será
bem-vinda na jacuzada.
Observe que dentro do esquema jacu
e macaco em Ipirá, o papel político da vice Nina é secundário. A vice caminha
muito mais para um ‘ai, se arrependimento matasse’ do que para a tão sonhada
candidatura à prefeita.
Aí, alguém salta com duas pedras e diz: “mas a jacuzada está morta, não tem nem candidato!” Nestas eleições, a jacuzada foi um concerto de música clássica, dançado na pisadinha, ao som de um paredão. ACM Neto era o ‘salvador da lavoura’ e o líder Luiz Carlos Martins via a própria candidatura a prefeito pelo suspiro do carote. Neto perdeu, a candidatura do líder da jacuzada não vai entrar pelo cano.
Em Ipirá, Neto teve 13.423 votos (a votação da jacuzada) e perdeu por uma frente de 8.328 votos. Isso anima quem? Marcelo Brandão, que perdeu com 6.094 votos. Naturalmente, vem aquele pensamento íntimo, que não sai pela boca: “Neto que é Neto perdeu por 8, eu que sou eu, perdi por 6, então eu sou melhor do que ele!” A lógica tem certo sentido.
A lógica cai pelas tabelas quando é
observado que Marcelo Brandão teve sua oportunidade de ser prefeito e
comportou-se como um aventureiro que fez desaparecer a liderança e as pessoas
influentes da própria jacuzada e caminhou com vontade própria atropelando quem
sombra lhe fizesse, para não ter assombração. Tem como mérito, a façanha de ter
implodido a jacuzada. No dizer de Neto: “foi testado e reprovado pelas urnas.”
Mas, a jacuzada tem candidaturas
competitivas dentro do grupo, mas não é da família. Isso para a jacuzada é o
fim do mundo. Tem quatro vereadores que poderiam ser candidatos a prefeito do
grupo. Vou dar um exemplo para ficar mais claro. Sem nenhum consentimento e
autorização vou citar o nome do vereador com mais mandato, Divanilson
Mascarenhas.
Se dividirmos Ipirá em duas bandas,
o vereador Divanilson é conhecido por toda população de uma banda. Todos (todos
mesmo) os moradores sabem quem é o vereador Divanilson. Exemplificando: ora se
o vereador Divanilson se elege com mais de 1.500 votos (exemplo) e tem
popularidade torna-se um candidato a prefeito em potencial. Por que não colocam
seu nome nem nas indicações de pretendentes do grupo da jacuzada?
Aí vem uma outra resposta, que
sacramenta a exclusividade da família na cabeça da chapa: “ah! O vereador não
tem dinheiro para bancar a campanha.” Dessa forma a família vai se perpetuando
no comando do grupo e os demais ficam com funções subordinadas.
A afirmativa: ‘o candidato a
prefeito não precisa ter voto, tem que ter dinheiro para ter voto’ não deixa de
ser uma contramão imprudente. Se o candidato não tem voto, mas tem dinheiro,
quanto seria o saldo merecido para um vereador de 1.500 votos? Séria 80% do
dinheiro de um candidato que não tem voto, mas tem dinheiro para ter voto. A
candidatura do vereador Aníbal Ramos, em 2016, empolgou a macacada por ser a
candidatura de um vereador, com popularidade e base de apoio nas camadas
populares.
Dando dor de cabeça, apresenta-se a
votação de quase 2.000 votos de Jota Oliveira e seus amigos, que optaram pela
desobediência eleitoral ao chefe do grupo, deixando de lado a obediência cega e
caminhando com firmeza e batendo de frente no incontestável.
Sem dúvida, a candidatura a prefeito
do grupo da jacuzada 2024 vai ter que ser colocada numa mesa redonda, com muito
fogo cruzado e faísca saindo por todos os lados, desde quando não há mais
espaço para o indiscutível, que desce sempre goela abaixo.
Quem saltou uma fogueira e não
queimou os pés foi o prefeito Dudi. Jerônimo governador, o prefeito ficou de
boa. Se Neto tivesse chegado o prefeito ia ficar na fila do osso.
O prefeito Dudi está surfando nas
festas e nos reparos de obras inacabadas. São poucas obras e realizações
próprias. Mas, com o resultado eleitoral poderá melhorar substancialmente a sua
administração com a ajuda do governo estadual e federal. Vai ter que cobrar o
que devem a Ipirá.
O prefeito Dudi está disputando o
comando do grupo da macacada. Seu estilo de competição é na base do chega prá
lá. Deu um canto de carroceria na vice. Passou o trator no deputado JO. Não
botou na gibeira candidatos dos ex-prefeitos Dió e Antônio (tiveram que apoiar
o time do prefeito). É amigo do senador, do filho do senador, do deputado
estadual mais votado em Ipirá, do governador Jerônimo. Quer mais o quê?
O prefeito Dudi está completando
dois anos de administração. Está no mesmo patamar da gestão da jacuzada. Tem
relevância a compra da residência dos estudantes ipiraenses em Salvador (com a
ajuda do deputado federal Daniel Almeida), um patrimônio da juventude das
camadas populares de Ipirá; fez a iluminação da entrada da cidade (coisa que
Anguera tem há mais de 30 anos); está fazendo o calçamento de algumas ruas; fez
o telhado do mercado (prestes a inaugurar); prosseguiu a reforma do Centro de
Abastecimento. Ipirá é merecedor de muito mais.
Por sorte Jerônimo virou governador
e o prefeito Dudi pode respirar aliviado, porque não vai entrar no sufoco. O
prefeito Dudi coloque o deputado estadual Adolfo Menezes debaixo do braço e vá
ao encontro do governador Jerônimo. Não tomou posse ainda? Não dê mole, nem
vacile!
Prefeito Dudi, acorde homem! Nessa
visita, não leve o ex-prefeito Dió, porque ele quer ver a toca do macaco pegar
fogo para ser o principal sujeito da conciliação: “eu não queria ser candidato
a prefeito, mas Dudi não aceita Nina e Nina não apoia Dudi, então, nesse caso,
assim sendo, eu boto meu nome para apaziguar a macacada!”
Fique esperto, prefeito Dudi! Bote
o ex-prefeito Dió no banco do seu time. Aqui prá gente, quem ficar no banco do
seu time está perdido na buraqueira! O prefeito Dudi disse que a deputada Neusa
Cadore estava no seu time. Se a votação que o prefeito Dudi deu para Adolfo
Menezes fosse para a deputada Neusa, ela estaria eleita deputada com sobra, mas
a deputada Neusa estava era no banco do time do prefeito Dudi, aí é problema!
Voltando à visita ao governador
Jerônimo; prefeito Dudi! Coloque duas reivindicações (Policlínica e
Universidade para Ipirá) escritas em pedaços de papel, coloque-os em cada uma
das mãos deixando-as fechadas e diga ao governador Jerônimo: “meu governador
Jerônimo! Nós demos uma lapada de 8 mil de frente na jacuzada e no Netinho em
Ipirá, agora, chegou a sua vez de retribuir, escolha uma das duas mãos e a obra
que for escolhida, o meu governador vai se comprometer em realizá-la.”
O governador vai dizer: “vou sim,
meu prefeito Dudi! O meu prefeito Dudi acha que eu vou esquecer Ipirá? Ipirá
deu uma vitória extraordinária para o companheiro Lula de 80,32% e para o
governador, na minha pessoa, de 61,84%, então eu não vou escolher uma mão do
meu prefeito Dudi, eu vou escolher as duas mãos do meu prefeito Dudi e espere
lá quê a obra já vai!”
Ipirá está correspondendo no sarrafo mais elevado para vinte anos de gestão petista na Bahia e continuamos aguardando que nossas reivindicações sejam atendidas. Esse é um papel do prefeito Dudi.
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