sábado, 17 de julho de 2010

TROCANDO GATO POR LEBRE.


A manipulação política de ACM era devastadora. Qualquer obra pública virava uma obra eleitoreira até na estampa e tinha que dar voto até sair sangue. Tudo era motivo para a cobrança de votos da comunidade: a solicitação da obra; a assinatura da ordem de serviço; a divulgação da dita cuja; o lançamento da primeira pedra; o levante de não sei o que; o dia da inauguração.

A chegada da água do Paraguaçu em Ipirá, em 1982, com inauguração uma semana antes da eleição foi um detono. O resultado foi massacrante: 24 mil votos a 500. Nesses conformes, a manobra de ACM era imbatível, era uma propaganda avassaladora que transformava um direito de cidadania em uma obrigação eleitoreira submissa de um povo.

O prefeito Diomário até que tenta trafegar por essas bandas, quando busca fazer uma arrumação de obras com apelo eleitoreiro para que deslanche em votação maciça e a sua obra mais decantada nos últimos dias é a obra do Hospital de Ipirá. “ Três milhões de reais em recursos aplicados na ampliação e reforma do Hospital de Ipirá. Praticamente será feito um novo hospital e está prevista a implantação de semi-UTI e UTIS. Será o maior hospital da região”.

Êta coisa boa ! até uma promessa de Hospital está servindo de trampolim em busca de voto e virou lebre. Já foi inaugurado; tem pouco tempo que foi reformado. E agora foi anunciada a obra da reforma do Hospital em reunião solene.

Ano eleitoral. Como não tem obra, vem o anúncio em reunião. A apresentação do Projeto no Plenário da Câmara de Vereadores, para comemorar a celebração do convênio com o Governo da Bahia para a ampliação do Hospital de Ipirá tem que repercutir; tem que render voto.

Ia tudo bem, o melodrama estava montado e articulado numa promessa de 3 milhões de reais para a reforma do Hospital de Ipirá. Tudo transcorria da melhor maneira possível, até o momento em que o líder dos macacos e médico Antônio Colonnezi jogou areia no ventilador ao questionar de forma alegórica e categórica o propósito daquela obra, quando disse que “o prefeito Diomário ganhou um gato de 10 kg e guando fosse levantá-lo pelo rabo ficaria com o rabo na mão, porque não teria condições de sustentar o restante do corpo”. Trocou a lebre por gato. Trocando em miúdos: do jeito que estavam anunciando a obra, a prefeitura não teria como sustentar o tal hospital, pois o custo ficaria em torno de 1 milhão de reais, então, não tem como funcionar. Pasmem ! deu chabu; na gíria, sujou.

Foi um “Deus nos acuda”. Esqueceram de avisar ao líder dos macacos qual era a intenção da reunião e ele, desavisado, deu com a língua nos dentes. Aí foi um desmantê-lo; jogaram a peteca prá lá, prá cá e o aperto continuava. Quando terminaria a obra ? 3 milhões dá para terminar a obra ? Essa obra é para funcionar ? O Hospital vai parar para a reforma ser feita ? Vai dar de volta ao Estado ? O Estado quer de volta ? Essa obra é de rosca ?

Conclusão: tudo indica que chegou mais uma obra que não vai terminar tão cedo, mas isto aí não é problema, o prefeito Diomário já está acostumado com esse tipo de obra, o Matadouro de Ipirá é um exemplo claro, já foi concluído, foi inaugurado, já acabou, foi reconstruído e nunca terminou, muito menos, funcionou. É de rosca. Festa mesmo só depois que funcionar.

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