domingo, 31 de janeiro de 2010

PODER DE FOGO


PODER DE FOGO.

Em Ipirá, quem tem garrancho para colocar na fogueira ? Tai uma coisa difícil de responder, mas podemos fazer uma suposição e quiçá chegaremos bem próximo de alguma coisa.

Hoje, em Ipirá, quem tem mais prestígio e força junto ao governo do Estado é o prefeito Diomário, afinal de contas, ele é o chefe do Poder Executivo do município. Isso é um fato inequívoco e indubitável, sendo que, o prefeito Diomário é suficientemente sagaz para perceber que tem que mostrar serviço, em boas palavras, tem que mostrar votos.

Quem melhor expressa o resultado eleitoral nestas eleições mais amplas é a votação proporcional (deputado federal e estadual) e o prefeito Diomário sabe disso, precisa desses votos e tem que mostrar poder de fogo.

O prefeito Diomário em seus acordos pessoais com o governo do Estado ( até mesmo sem ouvir os macacos) se acha no direito de apresentar a candidatura à deputado federal, por ser o prefeito e, para o pleito de outubro, o nome (Afonso Florence, é bem cogitado) que lhe foi indicado para fisgar uma boa fatia da macacada e o PT de Ipirá acompanha-o. Até aí, tudo mais ou menos acomodado, se não fosse um porém, a liderança dos macacos, Antônio Colonnezi está disposto a trazer um outro candidato a deputado federal para ser apresentado à macacada utilizando-se da justificativa de que o líder tem autoridade e autonomia para tal, desde quando, o prefeito não o consultou sobre o nome que trouxe.

Vale as indagações: por que o PT de Ipirá tem liberdade para apresentar um deputado estadual próprio e diferente do apoiado pelo prefeito e o chefe da macacada é obrigado a engolir o nome do candidato do prefeito ? Que unidade é esta ? Só porque o PT é um partido e a liderança não é nada ?

Nesse estágio das coisas, o prefeito Diomário perde o juízo ao comentar: “essa macacada além de burra é inconseqüente”. É verdade. Na hora de mostrar poder de fogo junto ao governador, a macacada pisa na bola. Se o deputado a ser apresentado (não sei quem será) pelo chefe Antônio Colonnezi não for da base de Wagner, isso respingará negativamente na liderança e fortalecerá o prefeito, que será mais fiel, mas se for da base governista, aí o pau vai comer e o prefeito vai ter que superá-lo para não ficar inferiorizado. Nesse caso o prefeito Diomário já lançou a sua mensagem preferida e que dá mostra de quem ele é: “nessas eleições quero ver quem está comigo ou contra a minha pessoa”.

Outro prestigiado pelo governo do Estado é o deputado Jurandy Oliveira, mas somente pelo fato de ser deputado estadual, e muito embora com a pulga atrás da orelha, pelo menos até quando Wagner for governador e Jurandy deputado, uma mão lava a outra. A disputa no campo da macacada será em fogo alto. O líder da macacada apóia Jurandy Oliveira. O prefeito apoiará quem ? Acredito que as duas candidaturas: Jurandy Oliveira e Neusa Cadore. Levará vantagens quem tiver o apoio de vereadores e cabos-eleitorais.

Neusa Cadore, em Ipirá, deu preferência à macacada, praticamente vomitou os votos dos jacus; perdeu o apoio de alguns militantes ipiraenses; o diretório do PT local sempre distancia-se dela; até o momento não tem apresentado nada de peso e concreto para Ipirá (uma faculdade por exemplo); isso tudo poderá ter um peso negativo, além do mais terá que buscar apoio de vereador e cabo-eleitoral, aí é muito diferente de militante. Por tudo isso, fica uma incógnita: será que vai repetir a votação passada ?

A jacuzada está cozinhando em fogo brando. Não sabe se vai ou se fica. Está perdendo vereador e cabo-eleitoral. O grupo jacu foi desprezado pelo governador Wagner, quando da definição: “jacu é prá perder”. Apóia uma candidatura a governador (Geddel) que não decola. Nega-se a apoiar o até pouco tempo endeusado (por eles) ACM Neto e vão ter que aprender a ensaiar o apoio e embarcar na candidatura falida de Paulo Souto. Uma lástima. Um grande dilema.

Essa crise vivida pelo grupo da jacuzada não é de pouco tempo. Ela começou com o “ELO PERDIDO”, que foi aquele fato, na década de 1970, em que Delorme Martins deu os braços à ditadura militar, caindo no colo de “ACM teu amor”, dizendo ele, que era para o bem de Ipirá. Naquele momento Delorme Martins perdeu o trem da história, perdeu o senso da resistência e capitulou politicamente. O resultado é essa calamitosa despolitização da população ipiraense. E o grupo jacu tornou-se um arremedo de grupo, sem princípios, sem consciência política, sem formação ideológica, onde tudo flutua em torno do oportunismo e da bajulação ao governante de plantão. Depois de muito tempo provando a doçura do poder, agora é hora de provar o doce sabor do veneno que é fazer oposição de direita. Ninguém morre por isso.

O PT de Ipirá está no tubo de ensaio. Não quer apoiar Neusa Cadore e muito menos Jurandy Oliveira, mas quer o apoio do deputado em 2012, na de prefeito. O PT de Ipirá só sabe rezar: “que venha a nós, ao vosso reino nada”.

Os componentes do PSB só vão apoiar o deputado federal do partido; o estadual será Jurandy Oliveira. A despolitização de Ipirá chega a esse ponto. Uma sigla de resistência e luta pelo socialismo, como o PSB, é transformada numa sigla de aluguel e de conveniências localistas.

O PCdoB de Ipirá mantém a defesa dos seus combativos parlamentares e em especial de Daniel Almeida para deputado federal, Javier Alfaia para estadual e Haroldo Lima para o senado e continua o firme propósito de caminhar em prol do desenvolvimento nacional e do progresso social, tendo no socialismo um caminho necessário e viável.

sábado, 23 de janeiro de 2010

O GRANDE ENCONTRO.

O GRANDE ENCONTRO.

A administração Wagner é diferente da administração do carlismo, embora as duas tenham em comum a fome de votos.

Quando ACM estava no poder do estado, no que diz respeito a Ipirá, “tava tudo dominado”. Ele colocou debaixo das asas, o jacu e o macaco, e mantinha os dois no mesmo balaio, através de migalhas e do porrete: teve pisão no pé; tribunal de contas abrindo e fechando gaveta; era ameaça atrás de ameaça; e o jacu e o macaco sofrendo as maiores humilhações, mas com os rabinhos entre as pernas e pegando o sobejo do banquete dos políticos que estavam no poder na Bahia. Quando ACM estava vivo, eles estavam no bajulismo. ACM foi derrotado nas urnas e logo após faleceu, aí o bajulismo perdeu o sentido. Eles pularam de galho.

Enquanto ACM botava as mãos nos dois, jacu e macaco; Wagner mostrou sua preferência pelo macaco com sua célebre frase: “macaco é prá ganhar e jacu é prá perder”.

De vez em quando, saía uma caravana de Ipirá com o cacique político local e seus comandados para o encontro com o governador carlista que estava de plantão e na governadoria afirmavam que Ipirá precisava de água e luz, o governador atendia e em 1982, o grupo carlista teve em Ipirá 90% dos votos do município.

No grande encontro, a macacada ainda pensa que os velhos hábitos do antigo governo prevalecem no governo Wagner e que basta botar na mesa as reivindicações que elas acontecem, não sacaram ainda que a questão regional (território) diluiu as iniciativas municipais, e sendo assim, eu soube, por boca de macaco, que “ eles pediram 3 leitos de UTI e mais 20 leitos para o Hospital de Ipirá e que o governador já mandou um preposto para fazer os estudos e que já está sendo atendido”.

Bendita seja esta macacada, que já tem um motivo para dar um pinote para um outro galho se por acaso o governador não conseguir sua reeleição, caso ele consiga, como indicam as pesquisas, não é nada além da justa medida esperar mais quatro anos.

domingo, 17 de janeiro de 2010

ABCDL




Eu estava com a intenção de saltar 2010 e chegar o mais rápido possível a 2012, e com essa preocupação, ouvia o relato de uma professora, que me contava um caso sobre um menino que ao dizer o alfabeto, não conseguia entender que o E vinha depois do D e só dizia L. Então ela explicava com sinceridade:
- Depois do D é um E, e não L. Preste bem atenção, é assim: A, B, C, D, E. Entendeu ? Repita.
- A, B, C, D, L. – disse o menino.
- Seu burro! Não é L, é E.
Eu observava atentamente aquele relato e num estalo repentino busquei um exemplo para amenizar o fato e disse-lhe:
- Ele é igual à população de Ipirá.
- Como assim ? – perguntou a professora com um ar de perplexidade.

Iniciei uma explicação meio vaga na tentativa de justificar o que em minha mente ainda era uma idéia vaga:
- Em Ipirá, quando falta muito tempo para as eleições de prefeito, o alfabeto todo, de A a Z, é candidato à prefeitura, mas quando chega na reta final, na hora de oficializar as candidaturas, só ficam A, B, C, D, L e mais ninguém tem chance.

A professora nada entendeu e eu fiquei na obrigação de detalhar mais ainda aquele pensamento que, naquele instante, eu não sabia nem por onde começar, mas tinha que ir em frente, não podia retroagir, fui dizendo:
- Observe bem professora! No frigir dos ovos, as candidaturas à Prefeitura de Ipirá ficarão estabelecidas nesse minúsculo círculo A, B, C, D, L. Vou esclarecer melhor: A de Antônio, B de Brandão (Maurício), C de Carlos (Luiz), D de Dudy, e L de Lady.

A professora arregalou os olhos e eu fiquei entusiasmado com minha suposta tese e continuei:
- Tem duas letras, um A e um L que são cartas fora do baralho: L de Lady e A de Ademildo. L de Lady porque D de Diomário não tem pedrigee político para impor seu nome e A de Ademildo porque é debutante na macacada e uma vice ta de bom tamanho para o PT, aliás, seria uma boa disputa para a vaga de vice.

Neste ponto, sentindo que havia necessidade de uma explicação mais detalhada, prossegui com meu ponto de vista:
- O PT de Ipirá quando fazia aliança no campo da esquerda, apresentava-se como força majoritária e sempre defendia como princípio a tese da escolha do candidato a prefeito ser feita por votação, mas quase sempre não era necessário. Agora, que o PT de Ipirá é uma tendência minoritária da macacada, essa tese de escolha democrática não tem nenhuma serventia. Vai ter que se afinar com o velho “método” de escolha das candidaturas à prefeito das oligarquias ipiraenses: “acordos de bastidores”. Porque na escolha por votação, o PT de Ipirá é infinitamente pequeno e cairá no pau.

A professora estava atenta e curiosa, espremia-se na cadeira, mas escutava o meu ponto de vista, o que me deixava mais a vontade para prosseguir:
- O PT de Ipirá só tem A de Ademildo em condições de ser um candidato a prefeito da macacada lá na frente, mas para isso acontecer, vai ter que comer muita farinha e fazer buraco na sola do sapato. Primeiro, vai ter que fazer muita ginástica nos bastidores da macacada para ganhar confiança. Essa é uma trajetória na qual o pretendente tem que vender a alma ao diabo e render-se aos interesses escusos até o gogó.

A professora não batia os olhos. Percebi que estava agradando e ia adiante:
- O PT de Ipirá para ter candidato a prefeito de Ipirá pela macacada vai ter que rasgar a ética e jogar o jogo dos caras, por isso, os princípios terão que ir para a lata de lixo. O poder municipal de jacu e macaco fundamenta-se na negociata. Vai ter que fazer acertos, nem que seja da boca pra fora, com oligarcas, vereadores, empreiteiros, comerciantes, profissionais liberais, picaretas, aproveitadores, oportunistas, trampolineiros, para ganhar confiança do grupo macaco, e este, vestir a camisa e partir pra cima.

A professora fez cara de pouco entendimento, e eu dizia:
- Nessa trajetória de candidatura à Prefeitura de Ipirá, o apoio externo do governador Jaques Wagner (se eleito), nos bastidores, terá força, mas não será o suficiente para impor um nome à macacada. Os interesses são muitos e diversificados. É internamente que se puxa o freio de mão e se arrumam as diferenças. Nos bastidores, o pretendente do PT terá que buscar, bajular, implorar e humilhar-se ao apoio incondicional do prefeito Diomário, que, decididamente, não terá a mesma força, habilidade e esperteza que teve nos dois pleitos passados. Terá que ter o consentimento do cacique da macacada, Antônio Colonnezi, assim sendo, terá que ser uma conversa “mui amiga”, o que para quem era até pouco tempo um áspero adversário, terá que haver muitos dedos apertando o nariz de ambos os lados. Muito pouco adiantará as pressões que trazem à evidência o freio de arrumação, do tipo: “se eu não for escolhido, vou apoiar o jacu” ou até mesmo “eu garantí a vitória da macacada, agora é minha vez” ou, quem sabe, “o PT é quem tem competência para administrar Ipirá”, porque nesta altura do campeonato, em Ipirá, nada disso importa; a maneira de administrar, transparência, ética e boas intenções fazem parte de um surrado amontoado que jogaram na lata de lixo.

A professora olhou-me de forma incisiva, sua face estava inflexível, e disse-me:
- Seu jumento ! Antes de 2012, teremos 2010 e 2011, além do mais, o candidato a prefeito de Ipirá para 2012 será Zé.

sábado, 9 de janeiro de 2010

CLÍNICA SANTA HELENA RECEBEU R$ 456.679,07


A Clínica Santa Helena recebeu R$ 456.679,04.

O Informativo Oficial da Prefeitura Municipal de Ipirá trouxe, na página 04, o valor recebido pela Clínica Santa Helena, no período de fevereiro a novembro de 2009. Um total de R$ 456.679,07 na condição de prestadora do SUS/Ipirá

A novidade está justamente na exposição destes valores, pela prefeitura, à opinião pública. Ontem era segredo; hoje é abertamente escancarado. Qual será o verdadeiro motivo deste acontecimento ? Não disseram, por isso qualquer cidadão tem o direito de perguntar ou mesmo tentar descobri-lo. Vamos nessa:

Primeiro - Será que foi fraude ? Se o recebimento foi de forma fraudulenta, com desvio do dinheiro público, com atendimentos fantasmas ou malversação do dinheiro público, nada mais justo e haveria motivos de sobra para que a opinião pública tomasse conhecimento do fato, com os seus devidos valores; mas, se os serviços foram prestados dentro da honradez, da normalidade contratual e da ética, não haveria porque expô-lo, pois seria um rigor extremado, desde quando não se aplica e não se publica, nem de longe, os nomes e os números referentes à compra de remédios e aos ganhos dos profissionais da medicina, pois, o corporativismo não permite ou não é necessário, mas, em Ipirá, na politicagem do jacu e do macaco, é factível que nestes contratos sempre ocorreram grandes arrumações de projetos pessoais e conchavos de natureza político-eleitoral.

Segundo - Será que foi para informar ? Na verdade, para expor a lista das clínicas, o governo Diomário teria que anunciar a lista dos vendedores de remédios e dos médicos que mais recebem do Sistema de Saúde em Ipirá. Isso seria a transparência ou não ?

Terceiro - Se o sentido é dar transparência ao governo Diomário, seria também necessário a publicação da relação dos maiores fornecedores da prefeitura em outros setores, como o comércio e serviços. Qual a empreiteira que mais recebeu ? Qual foi o fornecedor de material de construção, material esportivo, de papelaria, de informática, etc, que mais recebeu dos cofres públicos no seu devido ramo ? Talvez assim, soubéssemos e ficaria mais do que evidente o jogo de interesse que empurra a quase totalidade dos comerciantes de Ipirá na linha de fogo das campanhas da politicagem local, do jacu e do macaco.

Quarto - Se é para denunciar, por que a comunidade ipiraense não tem que saber o valor verdadeiro embolsado pela empresa que começou a construção do Matadouro de Ipirá, escolhida ou licitada pela administração do prefeito Diomário, e depois caiu na lapa do mundo, deixando o bagulho pela metade, e agora, outra firma começou tudo de novo ? Qual foi o total do rombo ? Quanto a firma caloteira levou do município ?

Quinto - A grande surpresa fica por conta da Clínica Santo Antônio, que não recebeu uma só merreca no referido período. Observe bem. Justamente a clínica dos correligionários do prefeito Diomário não recebeu um vintém. Nadica de nada. E não houve a menor zoeira nesta cidade. Nem mesmo depois que a Clínica Santo Antonio virou Maternidade Municipal não recebeu nada ? É verdade, não prestou serviços, a maternidade está fechada. Este fato tornou-se verdadeiramente uma grande surpresa, devido ao fato de que o poder municipal (tanto jacu, como macaco) sempre foi e é canalizado para contemplar economicamente as suas elites, sejam elas, jacus ou macacas, cada qual na sua vez e no seu tempo.

Sexto - Será que é para jogar barro na parede e mostrar que o governo Diomário é tão bonzinho e não tem retaliação com ninguém, que até os adversários políticos (jacus) são os mais beneficiados em sua administração, pois são os que mais recebem no seu governo e esse é o “Ipirá de todos nós” ? Aí, tenha paciência. É fazer a população de boba. Quero perguntar o seguinte: aquela presepada da campanha do jacu e do macaco era só fanfarrice para enganar o povo ?